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História Harry Harold - Há mais entre nós


Escrita por: AnnaWrou

Capítulo 3 - Há mais entre nós


Fanfic / Fanfiction Harry Harold - Há mais entre nós

 

 

- Harold, querido...! – Ouvi uma voz dizer. Agucei minha audição para saber de onde vinha.

Era do chão. Escondi-me atrás de algumas nuvens. Estava alto o suficiente.

- Diga, querida

- Hora do remédio, meu dengão – Inclinei a cabeça ouvindo aquilo, era engraçado o jeito que os dois se tratavam.

Observei mais um pouco e notei a senhora inclinando-se para dar alguma coisa na boca do senhor.

 

Mas o que será isso? – Refleti sobre.

 

- Obrigado por cuidar de mim, meu doce amor – Disse o senhor.

- Você é a melhor parte de mim, Harold… não posso perdê-lo...

Sorri ouvindo.

E desejei muito alguém um dia dizer isso para mim… muito

- Venha se deitar, querido… – Ela o ajudou a levantar de uma cadeira engraçada. Ela balançava para frente e para trás. Inclinei novamente a cabeça, olhando-a.

 

Esquisita. – Analisei-a.

 

- Deite comigo na cama, querida…

- Mas estava com calor agora a pouco

- E agora estou com frio por estar longe de você...

- Oh, Harold… – E os dois encostaram os lábios um no outro.

Me peguei repetindo aquele gesto… ao unir meus lábios em um bico.

 

Mas pra que será que serve isso?

 

Observei mais um pouco os dois e notei que o senhor parecia efêmero. Pobre senhor, parecia muito doente. Beirando a morte. Mas que mundo horrível era esse? As pessoas só morrem, morrem e morrem.

Voei para mais distante dali.

Não sabia ao certo quantos quilômetros tinha me distanciado da cidade. Estava em meio a uma vegetação castigada pelo Sol, não era tão verde e ao redor fazia bastante calor, mas, pelo menos, não havia todo aquele barulho e confusão da cidade. Eles agrediam os meus ouvidos e mecanismo.

Eu estava cansado, mas creio que seja pelo nervosismo que acabei de passar, e não pelo esforço que fiz. Nunca tinha me sentido tão bem como desde que pus o pé na Terra. O que era demasiado estranho. Porém, em contrapartida, nunca tinha ficado preso dentro de um planeta sem poder me comunicar com casa.

Não sabia como estavam, se vinham me buscar ou se, pelo menos, sabiam o que tinha acontecido comigo. Só o que me restava era esperar.

Logo em seguida, lembrei-me de Titi no banco, ela tinha ficado sozinha e eu teria que ajudá-la a voltar para casa. Naquele momento eu queria tudo, menos ter que voltar para aquela cidade louca. Estava com medo de ter que voltar lá e, por acaso, eles me reconhecerem ou algo acontecer e ocasionar o maior genocídio daquela cidade. Não, de forma alguma eu queria fazer isso. Mas eu precisava ajudar ela!

Caminhava de um lugar para o outro coçando a cabeça tentando entender como faria isso. Tentava me lembrar se alguém tinha me visto. Não estava entendendo como funcionava esse negócio de comunicação entre seres de outros planetas e a Terra. Apenas tinha ouvido falar, mas nada que pudesse entender com veracidade para assim poder me preparar. Isso era bastante confuso e as únicas coisas que sei era que não poderia matar ninguém e precisava ajudar Titi. Ah, e que tinha que voltar rápido para o meu planeta.

Quando lembrei de casa – em meio a toda aquela confusão – olhei em direção para onde estaria minha nave. A princípio pensei que não a viria, já que ela estava longe. Mas, para a minha surpresa, ao esforçar um pouco mais a minha visão, consegui ver toda aquela gigantesca formação que fizeram em volta de onde caí. Porém, não conseguia ver através das construções, o que era ímpar, já que desde que cheguei tudo parecia está sendo possível para mim.

A sacola que aquele terráqueo me deu e antes coloquei na cabeça, bolava de um lado para o outro nas minhas mãos, com o vento quente. Olhei para ela pensando na possibilidade de usá-la novamente. Mas talvez se a usasse, isso fosse dar maior visão a mim do que se eu estivesse sem.

Quando estava preparando-me para voltar em direção a cidade, avistei algo movendo-se em minha direção. Era lento e levantava muita poeira no que parecia ser uma região bem deserta.

Em volta haviam algumas serras, árvores secas, pedras e areia vermelha. Lembrava um deserto.

Pensei em me esconder, mas onde? Então só saltaria e voaria para longe dali. Porém, tinha medo de quem quer que fosse acabasse me vendo e morrendo. Não. Precisava ter calma, não podia deixar meus nervos tomarem conta de mim. No entanto, quando esforcei-me para ver quem era, avistei um automóvel, igual esses que tinha na cidade. Na verdade, parecia mais com o de Titi, velho. E, avistando quem estava dentro, vi que era ele… Dane. Aquele terráqueo. Como ele me achou? Peguei rapidamente a sacola e a coloquei em minha cabeça. Fiz a idiotice de fazer dois furos na sacola para poder enxergar, e só após já ter furado, lembrei que conseguia enxergar por entre o plástico.

- Caralho!! – Foi sua expressão ao sair do carro.

Dane abriu os braços e ficou dando voltas em seu próprio eixo, olhando em todas as direções.

- Você é incrível! – Disse ele ao tentar se aproximar de mim, mas eu dei um passo para trás e ele parou.

Seus olhos estavam saltados e um sorriso enorme no rosto. Aquele terráqueo estava realmente exaltado de tão feliz ao me ver, e eu não entendia o porquê. Para falar a verdade, a Terra era um planeta de nível 2, e planetas deste nível não sabem a existência das sociedades galácticas e nem de vidas fora do seu próprio planeta. Como ele estava maravilhado assim? Será que ele achava que eu era um humano super desenvolvido? Só podia ser isso.

- Eu não sou o que você pensa… – Resolvi dizer.

- Você é um Argahmoníano! – Sua pronúncia foi quase perfeita ao falar o nome da raça, o que me deu até um arrepio na espinha.

- Como é que é?! – A pergunta saltou de minha boca tão rápida quanto eu estava.

- Sim, sim, você veio de Argahmor, um planeta invisível no nosso sistema solar! – Apesar daquilo parecer um delírio do garoto, já que ele estava visivelmente alterado, ele estava certo demais para ser apenas um surto de loucura. Mas como ele sabia de tudo isso?

- Como você sabe de Argahmor? – Resolvi perguntar.

- Eu sou ufólogo. Na verdade eu sou estudante de astrofísica e sou apaixonado por Extraterrestres, Ufos e mistérios do universo – Realmente, os olhos dele brilhavam com isso.

Porém, aquilo era demasiado estranho. Não sabia que na Terra havia uma ciência que estudava os seres de outros planetas. Afinal, haviam regras para a segurança e desenvolvimento deles. Mas Dane sabia até que eles eram “invisíveis” ao mundo.

- Quem contou essas coisas pra vocês? – Sei que tinha me afastado, mas agora quem se aproximou dele foi eu.

- Pesquisas, cara. Fóruns, relatos de experiências, fotografias, conspirações. Dizem que o governo mundial é mancomunado com uma seita extraterrestre – Aquilo parecia um absurdo pra mim. Isso não era possível!

- E onde escutou o nome “Argahmor”? – Continuava com as perguntas. Afinal, antes de cair aqui, eu era um patrulheiro espacial.

- Argahmor, segundo nossas pesquisas, é um planeta que fica entre Marte e a Terra. É o mais próximo daqui. A tecnologia deles é incrível e a única diferença deles entre nós são seus olhos escuros e um par de dedos a menos – Ele deu uma pausa, cerrou os olhos olhando para mim. – Mas, pelo visto, estão meio errados. Você têm os olhos verdes e todos os cinco dedos – Disse confuso.

- Não sou Argahmoníano – Resolvi responder, já que ele também estava respondendo as minhas perguntas.

- Então… o que você é?! – Seus olhos saltaram, querendo saber.

- Antes que eu diga. Quero que me fale como sabia sobre o… – Apontei pra sacola. – Disfarce.

- Há, isso é simples, qualquer nerd ufólogo sabe – Ele deu risadas desengonçadas. – O universo é formado por regras. Nós temos a camada de Ozônio que todo mundo pensa que é só para proteger das explosões solares e radiação, mas não é. Ela serve como campo de força protetora contra a visualização e influência de outros seres. Há uma classificação de sociedades, entre as mais desenvolvidas e as menos. As menos podem se comunicar apenas com as do mesmo nível. Só que a Terra é a única de nível baixo dentro do nosso sistema, por isso não podemos falar com vocês – Ele deu uma pausa confuso. – quer dizer, não era para poder, né. É por isso que quando um terráqueo vê um Argahmoniano ele morre, por ser menos desenvolvido e não suportar a descarga energética – Ele deu um sorriso esperando seu “parabéns”.

- E como isso funciona? – Voltei a questão dos disfarces.

- Parece que quando os primeiros vieram para a Terra, essas mortes inexplicáveis começaram a acontecer. Mas logo eles descobriram um bug – Seus olhos brilharam. – Quando estão com máscaras, é permitido que eles usem suas habilidades e até se comuniquem conosco e vivam aqui. É assim que eles vivem entre nós e moldam a nossa sociedade.

- Como assim “nós”?! – Primeiramente, aquilo me pareceu ilegal, óbvio. Esse tipo de influência e controle era um crime em alto escalão dentro das leis galácticas. Eu precisava fazer algo como patrulheiro. Se é que eu ainda era. E, em segundo, se haviam mais ali, poderia haver um Thamuríano e ele poderia me ajudar a sair de lá. Mas, para isso, eu teria que pedir ajuda a um infrator. Acho que era melhor voltar ao plano de resgatar a nave.

- Agora me diz, o que você é? – Perguntou Dane.

- Vim de um planeta chamado Thamura, que fica entre Saturno e Júpiter. É um planeta um pouco parecido com esse. Mas infelizmente não posso lhe contar mais nada.

- Pode sim, está de máscara. Não esqueça do bug – Brincou ele, sorrindo, esperando eu dizer mais.

- Infelizmente não posso. Mesmo com esse tal bug, eu sou um patrulheiro. Eu prezo pela segurança dos planetas e das… regras… – Fiquei cabisbaixo, pois de alguma forma eu mesmo estava quebrando essas regras.

- Então quer dizer que está aqui para destruir os extraterrestres infratores?! Que máximo! Vai destruir toda a corja conspiratória do governo – Eu não tinha pensado por esse lado.

Talvez tivesse uma razão em eu ter sobrevivido aquela queda. Talvez tivesse um motivo para eu ter vindo parar logo ali. Aquelas coisas não estavam certas. Eu passei a vida combatendo-as, e eu adorava o que fazia. Há algumas horas atrás eu estava me preparando para morrer e agora estou aqui, diante de uma confusão sem tamanho. É claro que eu estava mal por entrar naquele planeta dessa forma e manipular e influenciar de uma forma ou de outra. Mas a ideia de descobrir o que estava acontecendo e consertar as coisas poderia me tirar o peso disso. Poderia ser o que eu era novamente, mesmo estando preso naquele planeta. Poderia trazer a paz. Afinal, como descobriríamos as falcatruas que há aqui se eu não tivesse perdido nesse lugar?

- Você precisa me ajudar – Pedi a Dane.

- Claro. Vou ajudar a preparar sua roupa de super-herói, vamos procurar uns nomes legais e vamos combater o crime juntos! – Eu mal começava a falar algo e ele já desandava em palavras desastrosas e confusas.

- Não, não era isso que eu queria lhe pedir.

- E o que era? – Ainda se mostrava empolgado.

- Quero que vá ao banco da cidade e busque uma amiga para mim. Titi, o nome dela. Busque-a. Diga que é meu amigo e ajude-a a voltar para casa. Eu estarei lá pensando em umas coisas. Até mais, Dane. Confio em você – Eu não confiava muito, mas era preciso.

Pensei em ir voando, afinal eu sempre adorei aquela sensação de poder voar, mas talvez chamasse bastante atenção e eu não queria isso. Já não bastava o sufoco que tinha passado ao ficar daquele jeito dentro da cidade, arriscando poder matar cada pessoa daquele espaço. Só em pensar nisso eu já ficava mal. Porém, pensando nisso, relevei a ideia de Dane sobre a roupa de super-herói. Não que eu estivesse planejando agir como tal, mas um disfarce completo e decente talvez caísse bem enquanto eu estou aqui. Pelo menos assim, eu não ia arriscar a vida de ninguém.

Estava correndo acerca de 285km/h. Foi quando algo agarrou no meu pé rapidamente, me fazendo cair e bolar várias e várias vezes. Com uma queda aquela velocidade, era para ter quebrado vários ossos e até ter desmaiado, mas estava consciente. Levantei-me já esperando as dores e preocupado com meus possíveis membros quebrados, mas, para a minha surpresa, não havia nada além da roupa rasgada e sujo de areia vermelha.

Fiquei pasmo com aquilo. Sequer dei atenção para o que possivelmente tinha me afetado. Estava apenas parado olhando para o meu corpo e minhas mãos admirando o quão intacto estava.

- Você quase fez um estrago lá atrás, hein, Thamuríano… – Não era um humano, a voz estava sendo pronunciada dentro de minha cabeça.

Telepatia.

- Quem é você? – Eu não estava enxergando nada. Por mais que olhasse bem em volta, não conseguia ver ninguém.

- Primeiro você cai com uma nave enorme no planeta. Depois, resolver passear pela cidade! Você não sabe o trabalho que dá para nos esconder nesse planeta. Esses terráqueos são primitivos, mas pegam as coisas rápido. – A voz ainda se comunicava comigo, mas eu não conseguia enxergar nada ainda.

- O que você quer de mim? – Perguntei.

- Quero saber quem era você e de que lado está – Não entendi bem a pergunta.

- Quem e era? – Repliquei.

- Sim. Ou você acha que vai conseguir escapar desse planetinha? – Ele deu uma risada.

- Minha equipe está vindo me buscar – Menti.

- Sua equipe? Não mesmo. Acho melhor você se acostumar a ficar aqui. E acho melhor você me dizer de que lado está. Se é do nosso, ou contra nós – Não sabia de quem ele estava falando a princípio, mas associando as histórias de Dane, pensei que ele fosse um dos conspiradores que controlam essa Terra. Um Argahmoníano.

- Eu estou do lado do que é certo… – Independente de quem fosse, eu não trairia meus princípios.

- Certo? Você quase matou milhares de pessoas na cidade hoje. Você trouxe caos para a vida delas com sua vinda e sua nave. Você não tem ideia de como foi difícil deixar toda essa história de extraterrestres e poderes ridicularizada por esses fanáticos loucos. Fizemos anos de documentários

farsistas e pagamos loucos para falar sobre isso para ninguém acreditar. Mas aí vem você e cai com uma nave de verdade na frente de todo mundo! – Com a fala dele eu fiquei abismado. Não era de agora que aqueles invasores estavam manipulando aquele pobre planeta. E estava claro que as intenções deles não eram boas, que eram seres ruins. Dane tinha razão. E o pior é que pessoas como ele – como diz esse ser – são ridicularizadas por estarem certas sobre tudo. Estão presos em ilusões e sob monstros espaciais.

- Quem são vocês? – Agora foi a minha vez de perguntar.

- Nós? Somos vários, garoto. Estamos em todo o globo, em todas as classes sociais, em todos os livros de história! Somos maior do que você, estamos aqui há muito tempo. Então, se eu fosse você, ou se unia a nós ou se preparava para um inferno! – Ele deu uma risada e sua risada me deu uma raiva incontrolável.

- Vocês não tem vergonha de manipular seres indefesos?! – Esbravejei quase chorando.

- Se soubesse a graça que tem… se uniria a nós sem eu precisar pedir.

- Apareça seu miserável! – Pedi.

- Tudo bem! – Rapidamente vi um pilar de areia se formar debaixo de mim e vir na minha direção tentando me empalar. Saltei rapidamente para cima.

Eu pensava que tinha conseguido desviar-me, mas logo vários projéteis de areia vieram em minha direção. Consegui desviar de alguns, apesar de muito rápidos, mas um acertou em meu braço e o outro em minha perna, atravessando. Aquilo era apenas areia, mas estava tão prensada, que era mais duro que aço.

Minha perna e meu braço estavam doendo, mas não muito. O sangue escorria vagarosamente diante do buraco que ele me causou. Pensei em estancar, mas não tinha como e nem teria tempo. Estava no chão, e mediante os dois últimos ataques dele, sabia que sua especialidade era atacar com areia e eu estava rodeado e próximo a ela. E ainda não tinha nem visto onde ele estava ou de onde vinha seus golpes. Eu precisava arrumar um jeito de detê-lo.

Seus golpes estavam cada vez mais incessantes. Haviam pilares, projéteis, mãos feitas de areia e até ondas inteiras. Para a minha sorte não havia ninguém perto e Dane já tinha se distanciado dali. Se bem que ele adoraria estar vendo isso. Creio que se tivesse alguém perto, aquele ser não estaria manifestando suas habilidades assim.

Saltei bem alto e fiquei a flutuar no ar. Já estava cansado de tanto desviar.

- Uma hora você vai cansar, garoto. E vai descer daí – Foi então que me deu uma ideia.

Eu fiquei voando de uma direção a outra, bem rápido para ver se seus movimentos me alcançavam. Dito e feito. Ele precisou levantar um pouco a sua cabeça da areia para poder me ver. Era assim que ele conseguia me enxergar sem precisar sair muito da terra, apenas sua cabeça. Eu o observei e do ar mesmo saltei em queda livre com toda velocidade no chão. Ele tentou me bloquear com uma mão gigante de areia em forma de soco, mas eu me choquei com ela quebrando-a e ainda sim atingindo ele. Meu pulso quebrou, podia sentir.

- Você vai estragar tudo…! – Quando virei, lá estava ele. Usava uma máscara vermelha com um traje também da mesma cor. Nele havia uma dúzia de pedras de cor laranja. Essas pedras eram típicas dos Argahmoníanos. Essas pedras eram runas poderosas que lhe davam habilidades incríveis.

- Eu vou fazer o que é certo… – Repeti, também jogado ao chão.

- Ainda não acabou, garoto… não mesmo… – E então ele foi sucumbido pela terra.

Estava sangrando bastante pela coxa e braço. Sem contar que meu pulso estava quebrado. E lá estava eu, deitado em meio a uma cratera. Por mais que estivesse sentindo bastante dor e talvez pudesse morrer ali, só o que eu conseguia pensar era o quão magnífico eu estava fora do meu planeta. Supervelocidade, superforça, ler mentes, ver através de coisas e até voar… isso tudo parecia um sonho para mim. Um sonho que me fizera até esquecer por alguns instantes que estava preso naquele planeta e não veria mais minha família e amigos.

Juro que eu pensei que, se não morresse ali, desmaiaria. Mas quando estava com os olhos fechados, já para esperar apagar sem saber se ia acordar ou não, nada aconteceu. Quando abri meus olhos, vi que os ferimentos tinham sumido, apesar de que meu pulso ainda estava bastante dolorido. Aquilo foi assombroso. É certo que no meu planeta temos tecnologia para sarar aquilo em instantes, mas do nada… levantei-me e dei uma boa olhada em volta se alguém tinha feito algo. Quem sabe os terráqueos tivessem uma boa tecnologia de cura e alguém tivesse usado isso em mim. Mas não. Tudo era uma simples questão de negação. Era difícil aceitar ou imaginar que eu tinha me curado rapidamente daquilo sozinho. Era algo espantoso.

Com um sorriso no rosto eu dei uma boa olhada em volta. Nossa, como a Terra é um planeta bonito. E haviam pessoas boas ali também. Lembrei de Ângela, Titi, aquela garota que me encontrou e até o doido do Dane. Tirando as inúmeras e inúmeras pessoas que eu sequer conheço.

E repente, sem saber por que, me lembrei daquele senhor efêmero. Harold. Eu gostaria de poder salvá-lo de alguma maneira… e também... gostaria de me parecer com ele de alguma forma...

Como ter uma pessoa que me amasse acima de tudo, que estivesse ao meu lado até quando tudo estivesse perdido.

Apesar de tão doente, ele era um homem de sorte… muita sorte. Por mais que seu destino fosse incerto, ele conheceu a coisa mais poderosa do mundo...

O amor verdadeiro.

E eu queria achar o meu.

Saí de meu devaneio romântico e me lembrei de tudo que fiquei sabendo.

De todos aqueles absurdos!

Aquele planeta não podia ficar nas mãos desses monstros. Alguém tem que fazer algo, e esse alguém sou eu. Não foi atoa que o acidente aconteceu e eu acabei descendo aqui.

Há um propósito em mim, eu sei, há um propósito de tudo isso. Serei o Herói dessas pessoas… Serei Harry Harold!

 


Notas Finais


Me digam o que estão achando e até o próximo capítulo ♥


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