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História Harry Potter - Reescrita, A Pedra Filosofal. - Capítulo dois, parte dois: O vidro que sumiu.


Escrita por: OkaRuto

Notas do Autor


Isto é uma reescrita. Não estou querendo copiar nada, apenas reescrevendo uma história simplesmente maravilhosa do meu jeitinho.

Capítulo 5 - Capítulo dois, parte dois: O vidro que sumiu.


Fanfic / Fanfiction Harry Potter - Reescrita, A Pedra Filosofal. - Capítulo dois, parte dois: O vidro que sumiu.

  O problema era que sempre aconteciam coisas estranhas à volta de Harry e simplesmente não adiantava dizer aos Dursley que não era sua culpa. 

   Uma vez, tia Petúnia, cansada de ver Harry voltar do barbeiro como se nunca tivesse estado lá, apanhara uma tesoura de cozinha e cortara o cabelo dele tão curto que o deixara quase careca, exceto por uma franja, que ela deixou "para esconder aquela cicatriz horrorosa". Duda morrera de rir de Harry, que passou a noite acordado imaginando o que seria a escola no dia seguinte, onde já riam dele por causa das roupas folgadas e dos óculos emendados com fita adesiva. Na manhã seguinte, porém, quando se levantou, os cabelos estavam exatamente como  eram antes de tia Petúnia cortá-los. Tinham-no deixado  preso por uma semana no armário por causa disto, apesar de sua tentativa de explicar que não saberia explicar como é que os cabelos haviam crescido tão de pressa. 

   Outra vez, tia Petúnia tentara obrigá-lo a vestir um macacão velho de Duda (marrom com pompons cor de laranja). Quanto mais tentava enfiá-lo pela cabeça dele, tento menor o macacão ficava, até que finalmente parecia feito para um fantochinho de dedo, e com certeza não ia servir para o Harry. Tia Petúnia concluiu que devia ter encolhido na lavagem e Harry, para seu grande alívio, não foi castigado. 

   Por outro lado, ele se metera numa grande encrenca quando o encontraram no telhado da cozinha da escola. A turma de Duda o estava perseguindo, como sempre, e tanto para a surpresa de Harry quanto dos outros, ele apareceu sentado na chaminé. Os Dursley receberam uma carta muito zangada da diretora de Harry, contando que Harry andara escalando os prédios da escola. Mas só o que tentara fazer (conforme gritou para tio Válter através da porta trancada do armário) fora saltar para trás das grandes latas de lixo à porta da cozinha. Harry supunha que o vento devia tê-lo apanhado na hora em que saltou. 

   Ás vezes, Harry se perguntava se Lil passava por esse tipo de situação. Será que coisas estranhas aconteciam á volta dela também? 

   Mas hoje nada ia dar errado. Valia até a pena estar em companhia de Duda e Pedro para passar o dia em um outro lugar que não fosse a escola, o armário, ou a sala com cheiro de repolho da Sra. Figg. 

   Enquanto dirigia, tio Válter se queixava à tia Petúnia. Ele gostava de se queixar de tudo: das pessoas no trabalho, de Harry, do conselho, de Harry, das cartas da irmã de Harry, o banco e Harry eram seus dois assuntos preferidos. Esta manhã eram as motocicletas. 

 — ... roncando pelas ruas como loucos, os arruaceiros — disse, quando uma moto se emparelhou com eles. 

   — Tive um sonho com uma motocicleta — falou Harry, lembrando-se de repente. — Ela voava. 

   Tio Válter quase bateu no carro da frente. Virou-se para trás e gritou com Harry, seu rosto parecendo uma beterraba gigante e bigoduda: 

   — MOTOCICLETAS NÃO VOAM! 

   Duda e Pedro deram risadinhas. 

   — Sei que não voam — respondeu Harry. — Foi só um sonho. 

   Mas desejou que não tivesse dito nada. Se havia uma coisa que os Dursley detestavam mais do que as suas perguntas, era quando falava de coisas que faziam o que não deviam, não interessava se era sonho ou desenho animado — pareciam pensar que ele poderia arranjar ideias perigosas. 

   Era um sábado muito ensolarado e o zôo estava cheio de famílias. Os Dursley compraram grandes sorvetes de chocolate para Duda e Pedro à entrada e, então, porque a mulher sorridente na carrocinha perguntara o que Harry ia querer antes que pudessem afastá-lo depressa dali, eles lhe compraram um picolé barato de limão. Não era ruim, Harry pensou, lambendo-o enquanto observavam um gorila que coçava a cabeça e se parecia demais com Duda, exceto pelos cabelos que não eram louros.  

   Harry passou a melhor manhã que já tivera em muito tempo. Cuidou de andar um pouco afastado dos Dursley de modo que Duda e Pedro, que ali pela hora do almoço estavam começando a se chatear com os bichos, não recaíssem no seu passatempo favorito de bater no primo. Almoçaram no restaurante do zôo e quando Duda teve um acesso de raiva porque seu sorvetão não era bastante grande, tio Válter comprou-lhe outro e deixou Harry terminar o primeiro. 

   Depois Harry achou que devia ter adivinhado que estava bom demais para durar muito tempo. 

   Terminado o almoço, foram visitar o alojamento dos répteis. Era fresco e escuro ali, com quadrados iluminados ao longo das paredes. Por trás dos vidros, rastejavam e deslizavam em pedaços de pau e em pedras todos os tipos de cobras e lagartos. Duda e Pedro queriam ver as enormes pitones que esmagavam um homem. Duda logo encontrou a maior cobra que havia. Poderia dar duas voltas no carro do tio Válter e amassá-lo até reduzi-lo ao tamanho de uma lata de lixo — mas naquela hora ela não estava disposta a fazer nada. Na realidade, estava dormindo a sono solto. 

   Duda parou, o nariz comprimido contra o vidro, observando as espirais marrons e reluzentes. 

   — Faz ela se mexer — choramingou para o pai. Tio Válter bateu no vidro mas a cobra não se mexeu. 

   — Faz outra vez — mandou Duda. Tio Válter bateu no vidro com os nós dos dedos, mas a cobra continuou dormindo. 

   — Que chato — queixou-se Duda. E saiu arrastando os pés. 

   Harry veio se postar na frente do tanque e estudou a cobra com atenção. Não se admiraria se a própria cobra morresse de tédio — não tinha companhia a não ser aquela gente idiota que batucava no vidro, tentando incomodá-la o dia inteiro. Era pior que ter um armário por quarto, onde a única visita era a tia Petúnia esmurrando a porta para acordá-lo, mas ao menos ele podia visitar o resto da casa. 

   A cobra inesperadamente abriu os olhos, que pareciam contas. Devagarinho, muito devagarinho, levantou a cabeça até seus olhos chegarem ao nível dos de Harry. 

   E piscou. 

   Harry arregalou os olhos. E olhou depressa a toda volta para ver se havia alguém olhando. Não havia. E retribuiu o olhar da cobra, piscando também.  

   A cobra acenou com a cabeça na direção de tio Válter e de Duda, depois levantou os olhos para o teto. Lançou um olhar a Harry que dizia com todas as letras: 

   — Isso é o que me acontece o tempo todo. 

   — Eu sei — murmurou Harry pelo vidro, embora não tivesse muita certeza se a cobra poderia ouvi-lo —, deve ser bem chato. 

   A cobra concordou com um aceno de cabeça enfático. 

   — Mas de onde é que você veio? 

   A cobra apontou com o rabo uma placa próxima ao vidro. Harry espiou. 

   Boa Constrictor, Brasil. 

  — Era bom lá? 

   A jibóia apontou novamente a placa com o rabo e Harry leu: Este espécime nasceu em cativeiro. 

   — Ah, entendo, então você nunca esteve no Brasil? 

   A cobra sacudiu a cabeça, mas um grito ensurdecedor atrás de Harry fez os dois pularem: 

   — DUDA! Sr. DURSLEY! VENHAM VER ESSA COBRA! VOCÊS NÃO VÃO ACREDITAR NO QUE ESTÁ FAZENDO! 

   Duda veio bamboleando até onde o amigo estava o mias depressa que pôde. 

   — Cai fora — falou dando um soco nas costelas de Harry. Apanhado de surpresa, Harry caiu com força no chão de concreto. O que se passou em seguida aconteceu tão depressa que ninguém viu como foi: num segundo, Pedro e Duda estavam encostados no vidro, no segundo seguinte, estavam saltando para trás soltando uivos de terror. 

   Harry sentou-se e parou de respirar: o vidro da frente do tanque da jibóia tinha sumido. A grande cobra se desenrolou depressa e escorregou pelo chão — as pessoas do alojamento dos répteis gritaram e começaram a correr para as saídas. 

   Quando a cobra passou rápido por ele, Harry poderia jurar que uma voz baixa e sibilante tinha dito: "Brasil, aqui vou eu... Obrigada, amigo." 

   O zelador do alojamento dos répteis ficou em estado de choque. 

   — Mas o vidro — ele não parava de repetir —, para onde foi o vidro? 

   O diretor do zôo em pessoa preparou uma xícara de chá forte para tia Petúnia enquanto se desculpava mil vezes. Pedro e Duda só conseguiam balbuciar. Pelo que Harry vira, a cobra não fizer nada a não ser fingir  abocanhar os calcanhares deles quando passou, mas quando chegaram finalmente ao carro do tio Válter, Duda estava contando que a cobra quase lhe arrancara a perna a dentadas, enquanto Pedro jurava que a cobra tentara apertá-lo até matar. Mas o pior de tudo, pelo menos para Harry, foi Pedro ter se acalmado o suficiente para perguntar: 

  — Harry estava conversando com ela, não estava, Harry? 

   Tio Válter esperou até Pedro estar longe da casa para brigar com Harry. Estava tão zangado que mal podia falar. Conseguiu apenas dizer: 

   — Vá... armário... Harry... sem comida — antes de desmoronar em uma cadeira e tia Petúnia ter que correr para lhe servir uma boa dose de conhaque. 

 

   Muito mais tarde, deitado em seu armário, Harry desejou ter um relógio. Não sabia que horas eram e não tinha certeza se os Dursley já estariam dormindo. Até que estivessem, ele não poderia se arriscar a ir escondido até a cozinha buscar alguma coisa para comer. 

   Vivia com os Dursley havia quase dez anos, dez infelizes anos, desde que se lembrava, desde que ele e Lil eram bebês e seus pais tinham morrido naquele acidente de carro. Não conseguia se lembrar de ter estado no carro com a irmã quando seus pais morreram. Será que ela se lembrava? Ás vezes, quando forçava a memória durante longas horas em seu armário, lembrava-se de umas estranha visão: um lampejo ofuscante de luz verde, uma criança chorando (Lil, provavelmente), e uma queimadura na testa. Isto, supunha ele, era o acidente embora não conseguisse lembrar de onde vinha toda aquela luz verde. Não conseguia lembrar nada dos pais. A tia e o tio nunca falavam neles ou em Lil, e naturalmente tinham-no proibido de fazer perguntas. E não haviam fotografias deles na casa. 

   Quando era mais novo, Harry sonhara muitas vezes que parentes desconhecidos já adultos vinham com sua irmã para levá-lo embora, mas isto não acontecera; os Dursley eram sua única família, a única que poderia cria-lo, pelo menos. Mas por que Lil não estava ali com ele...? 

Ainda assim, ele achava (ou talvez fosse só uma esperança) que estranhos na rua  o conheciam. E eram estranhos muito estranhos. Um homenzinho de cartola roxa se curvara pra ele uma vez quando estava fazendo compras com tia Petúnia e Duda. Depois de perguntar a Harry, furiosa, se ele conhecia o homem, tia Petúnia tinha empurrado os meninos depressa para fora da loja sem comprar nada. 

Uma velha amalucada toda vestida de verde uma vez acenara alegremente para ele no ônibus. Um careca com um longo casaco púrpura chegara a apertar sua mão na rua um dia desses e em seguida se afastara sem dizer nada. A coisa mais estranha nessas pessoas era a maneira com que pareciam desaparecer no instante em que Harry tentava vê-los melhor. 

   Na escola Harry não tinha ninguém. Todos sabiam que a turma de Duda odiava aquele estranho Harry Potter com suas roupas velhas e folgadas e os óculos remendados, e ninguém gostava de contrariar a turma do Duda. 


Notas Finais


Créditos a nossa rainha J.K , não estou querendo copiar nada <3 Minha amiga Lady_MeiaLua está me ajudando a escrever a fanfic gente <3 não tinha colocado ela como autora coadjuvante porque estava bravinha com ela, sorry. Darei os créditos a ela aqui.
O próximo capítulo será um cap. extra. Os extras são capítulos criados por mim e pela Lady, que não existem nos livros.
Vocês sabiam que a cobra é a Nagini? Durmam com essa.


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