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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.10


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Olá!!!
Finalmente, FINALMENTE, estou aqui com o Capítulo 10.
Não vou enrolar aqui porque vocês já esperaram demais.
Enjoy.

Capítulo 18 - Cap.10


Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Cap.10

 

“Fazer grandes coisas é difícil, mas comandar grandes coisas é ainda mais difícil.”

- Friedrich Nietzsche

 

Não foi qualquer surpresa encontrar os comensais com olhares aterrorizados e o rosto pálido, Harry só podia imaginar o tipo de energia que sentiram emanar do andar superior a poucos minutos, em outras circunstâncias e em um passado que parecia muito distante, o próprio rapaz teria tido uma reação semelhante. Ironicamente, apesar de ser o mais jovem, o mais composto de todos era Blaise, ele também se encontrava um pouco pálido, mas sua expressão só demonstrava curiosidade, Harry enviou uma onda dando a entender que tudo estava bem, mas Blaise apenas ergueu uma sobrancelha, sem parecer muito convencido.

O rapaz assistiu sem prestar quase nenhuma atenção enquanto Voldemort dispensava seus comensais, seus lábios ainda estavam formigando e ele podia sentir o fantasma dos dedos de Tom ao redor de seu quadril, tudo isso tornava praticamente impossível dar importância ao que estava acontecendo a sua frente. Os comensais fizeram uma reverencia para ambos e se retiraram, então restaram apenas Voldemort, ele próprio e Blaise, ele percebeu tardiamente que ele já deveria ter dispensado Blaise também.

- Acho que teremos que terminar nossa partida em algum outro momento. – Disse Harry, deixando de lado a imagem de Mordred uma vez que todos ali sabiam a verdade.

- Eu imaginei. – Respondeu o Sonserino escondendo um sorriso – Você precisa de mim para algo?

- Não, não no momento. – Harry estava achando mais difícil que o normal manter a compostura, ele sabia que Voldemort estava a alguns passos dele e sabia que estava observando aquela interação, sua pele se sentia quente e ele estava ansioso demais para fingir que não era afetado por aquele simples olhar – Apenas... Não diga aos outros o que aconteceu aqui hoje.

- No que me diz respeito nada aconteceu aqui hoje. – Disse Blaise com um sorriso conhecedor, ele também fez uma reverencia curta para ambos e olhou nos olhos de Harry mais uma vez antes de sair – Estarei ao seu dispor meu Príncipe. Meu Lorde. – Acrescentou tardiamente olhando na direção geral de Voldemort.

Então o negro deu as costas e rumou para a lareira, chamando por sua casa antes de desaparecer nas chamas.

Harry olhou para Voldemort e viu o lorde abrir a boca para dizer algo, mas ele o ignorou, caminhando para seu espaço pessoal e beijando o homem com abandono. Era um pouco diferente do beijo que compartilharam na sala de mármore, porque aquele não era Tom, era Voldemort, e a pele de rosto era mais fria, não havia qualquer cabelo em que Harry pudesse se agarrar, e a sensação de nada que se parecesse com lábios tocando os seus era estranha, mas isso não o desencorajou nenhum pouco. O Lorde não hesitou em puxa-lo para si com força quase excessiva, afundando a mão em seus cabelos e devorando sua boca de forma completamente faminta, eles passaram alguns minutos se perdendo um no outro até que ar foi muito necessário e viram-se obrigados a quebrar aquele beijo.

- Você percebe o qual perturbador deveria ser pra você estar beijando Lorde Voldemort? – Perguntou o Lorde, o sopro de sua voz vibrando nos lábios húmidos de Harry.

- Posso saber por que seria perturbador? – Inqueriu o mais jovem, havia um sorriso em sua voz e ele se recusou a afastar-se do corpo do outro homem mesmo quando esse afrouxou seu aperto contra seu corpo.

- Além da razão visual óbvia? – Brincou o homem e Harry riu, incapaz de se conter.

- Não me importo nenhum um pouco com a forma que você se parece agora. Você ainda é você para mim, mesmo quando está parecendo uma cobra albina. – O rapaz tentou dizer isso com confiança, mas parecia mais tímido do que costumava ser em qualquer circunstância, Tom achou aquilo ainda mais adorável do que de costume e acariciou seu rosto com afeto.

- Garoto insolente. – Sussurrou Tom, roçando seus lábios enquanto falava – Você não pode me beijar assim em uma sala onde qualquer um poderia aparecer.

- Você não pareceu incomodado a alguns segundos atrás. – Tentou Harry, mas estava cheio de incerteza, então o Lorde acariciou seu rosto novamente.

- Você me pegou de surpresa. Pode se orgulhar disse, não é algo fácil de se fazer.

- Imagino que não muitas pessoas tentaram surpreender Lorde Voldemort com um beijo.

- Você ficaria surpreso. – Brincou o Lorde, embora isso não fosse de todo verdade, ninguém tinha tentando beijar aquela forma antes – Venha, vamos subir. Temos coisas a resolver.

O Lorde começou a se virar e puxar a mão de Harry para que o acompanhasse, mas o rapaz se manteve firme em seu lugar, parecendo inseguro outra vez.

- Vamos falar sobre isso agora? – O garoto parecia tão jovem naquele momento que Tom se lembrou de todas as razões pelas quais ele vinha mantendo suas mãos para si mesmo, ele suspirou.

- Há outras coisas também, podemos deixar ‘esse’ assunto para mais tarde se você preferir. – Harry acenou afirmativamente se sentindo muito ridículo, mas ele sabia que no momento em que eles falassem sobre isso, as coisas deixariam de ser tão simples, ele conhecia Tom, provavelmente melhor que qualquer um, ele sabia que ele teria regras sobre isso e no momento, ele só queria a simplicidade de poder beija-lo por mais algum tempo.

Eles se sentaram em seus lugares usuais no escritório, Anthea lhes serviu chá e era quase como se nada tivesse mudado, se não fosse o calor persistente em seu peito e sabor de Tom em sua boca o rapaz acreditaria que tudo não passava de imaginação.

- Então estávamos certos a respeito de Karkaroff. – Começou Tom trazendo-o para fora de seus pensamentos, Harry olhou para o Lorde e o encontrou sorrindo, como se soubesse exatamente o que se passava em sua mente, o rapaz pigarreou, decidido a ignorar o fato.

- Sim, mas imaginei que ele seria mais útil. – Confessou Harry, sentindo-se subitamente cansado – Muito ingênuo da minha parte. Eu imaginei que quando o pegássemos conseguiríamos alguma prova, ao menos alguma ideia do que Dumbledore está planejando.

- Eu diria que foi mais otimista do que ingênuo. Mas eu admito que esperava um pouco mais vindo dele. – Tom sorriu para ele de forma quente e animada – Mesmo assim, o que ele disse está longe de ser inútil.

- Como ele foi útil?! O idiota acha que ele esteve trabalhando para mim todo esse tempo.

- Ele disse que Mordred entrou em contato com ele na escola depois do resgate dos Longbottom, isso nos diz que Dumbledore não tem qualquer conhecimento de que você seja Mordred ou ele não arriscaria essa jogada. Também nos diz que ele ainda está preocupado com a profecia, quase obcecado por ela...

- Você nunca me disse que profecia era essa Tom, primeiro eu pensei que você não confiava em mim o suficiente para dizer, depois pensei que era algo no passado que não era tão importante, agora está claro para mim que ainda é muito importante. Por que você nunca me disse? – Harry não costumava fazer perguntas tão diretas a Tom, mas naquele momento ele sentiu que deveria, Tom olhou para ele com curiosidade avaliativa e então suspirou, arrastando a mão pelos cabelos de forma cansada.

- A verdade é que eu nunca lhe contei porque nunca a ouvi inteira, apenas uma parte dela. Estava esperando conseguir toda a profecia dos Longbottom antes de contar a você, mas ganhar a confiança deles não é tão simples quanto eu gostaria que fosse e eu não queria arriscar faze-los se fechar completamente perguntando cedo demais. Mas acho que não tenho mais tempo para adiar isso, se Dumbledore foi longe o suficiente para sequestrar você e seus parentes por causa dela, não tem como eu mandar você de volta para Hogwarts sem saber com o que está lidando. – Tom se levantou, e com um gesto de varinha rápido transformou suas vestes em um conjunto comum e agradável de roupas antes de seguir em direção a porta.

- Onde estamos indo? – Perguntou Harry se levantando rapidamente para acompanha-lo.

- Acho que está na hora de você visitar os pais de Neville.

 

Harry não sabia o que esperar enquanto olhava para as fachadas monótonas em uma rua trouxa de aparência comum, ele estava usando a imagem de Mordred, mas Tom era ele mesmo, uma beleza pálida e estoica, totalmente deslocada em um lugar tão ordinário, ele estava sorrindo aquele sorriso quente que era reservado apenas para Harry.

- Você parece nervoso. – Murmurou o Lorde, tocando seu ombro e o mais jovem estremeceu e se obrigou a não inclinar-se de forma muito obvia na direção do toque.

- Você sabe exatamente porque estou nervoso. – Respondeu Harry e o sorriso do mais velho cresceu, sua mão se moveu para cima do ombro em direção ao pescoço, até que o polegar de Tom estava tocando a pele exposta em uma leve caricia, o corpo do mais jovem arrepiou-se em resposta.

- Teremos tempo do mundo para isso. – Disse Tom, a voz aveludada cheia de promessas – Nesse momento eu acho que devemos saber mais sobre essa maldita profecia.

Harry concordou, incapaz de se concentrar em muito mais enquanto Tom mantinha um aperto firme em sua nuca. Em poucos minutos Barty surgiu aparentemente de lugar nenhum e caminhou até eles com um grande sorriso, ele fez uma reverencia curta para ambos e entregou um pedaço de papel a Harry, no papel estava escrito ‘Grimmauld Place, 12’, em uma caligrafia apertada e disforme, quase impossível de entender.

Assim que ele leu, as casas a sua frente começaram a se mexer, se realinhando para dar espaço a uma casa idêntica a todas as outras. Eles caminharam em silencio para dentro, Barty abriu a porta e deu passagem aos outros. Sirius estava parado no fim do corredor, o maior sorriso do mundo dominava seu rosto, ele olhava com animação para os recém-chegados, seu sorriso diminuiu um pouco enquanto ele analisava cada um deles sem encontrar Harry.

- Bem-vindos a nobre Casa Black. – Disse o homem de má vontade olhando para Tom quase como uma criança contrariada.

- Obrigada pela calorosa recepção, Black. – Ironizou Tom, visivelmente de bom-humor, o que ao invés de acalmar Sirius o deixava ainda mais inquieto – Se não se importa, gostaríamos de falar com Alice e Frank.

- Eles estão no primeiro quarto do corredor, subindo a escada. Alice ainda fica cansada se passa muito tempo fora da cama. – Respondeu Sirius, assistindo Barty trancar a porta e caminhar para a posição ao seu lado – Pensei que Harry viria. O que houve, achou que se ele viesse, talvez pudesse pensar melhor e querer ficar aqui comigo?!

Barty olhou para Mordred sorrindo e piscou com conhecimento, o rapaz sorriu de volta antes de caminhar em direção a escada com Tom ao seu lado.

- Diga a ele, Barty. – Disse o mais jovem sorrindo – Conversamos depois.

Tom e Harry fizeram seu caminho até o quarto, Harry respirou fundo antes de bater na porta, segundos depois Frank a abriu, ele não sorria para nenhum deles, apenas encarava com desconfiança fria.

- Eu não sei se ela está bem o suficiente para ver ninguém. – Disse o homem.

- Vamos tentar não demorar mais do que o necessário. – Disse Tom, mas sua voz era suave e não ameaçadora, a mesma voz que ele sempre usava com Harry.

- Frank?! – Chamou a mulher de algum lugar no quarto, sua voz parecia cansada, mas animada ao mesmo tempo – É a voz de Tom?

- Olá, Alice. – Cumprimentou Tom passando por um Frank hesitante para dentro do quarto – Imaginei que a encontraria um pouco melhor.

- Você encontraria, se ela escutasse quando dizemos que ela deve descansar. – Reclamou Frank cruzando os braços e olhando para a esposa com severidade e carinho, sua expressão era tão parecida com as que Neville costumava usar que o rapaz quis rir.

- Vocês não podem esperar que eu fique deitada aqui dia e noite. – Alice falava com animação, apesar de seu aspecto doentio – E para com isso Frank, tenho certeza que Tom não veio até aqui para compartilhar de sua nova obsessão de me tratar como uma enferma. Ele veio apresentar alguém, certo?!

- Alice, gostaria que conhecesse Mordred. – Tom indicava Harry enquanto falava – Ele é alguém muito importante para mim.

O rapaz conteve a muito custo o fluxo de sangue que queria colorir suas bochechas ao ouvir aquelas palavras, porque agora elas tinham um significado diferente, mais quente e mais emocionante do que tinham antes. Ele caminhou para a frente e retribuiu o sorriso largo que Alice lhe destinava.

- É um prazer conhece-lo propriamente. – Disse ela de forma jovial – Neville costumava falar muito de você.

- Ele falava?! – Perguntou o rapaz surpreso, ele não esperava que Neville faria algo assim, trairia sua confiança dessa forma, mesmo para seus pais, algo deve ter aparecido em seu rosto, porque o sorriso de Alice se tornou apaziguador.

- Oh, não nessa forma, é claro. Mas eu passei muitos anos olhando para esses olhos para não reconhece-los agora. – Havia uma saudade e carinho abertos no rosto e na voz de Alice – Você é Harry Potter.

A mulher não disse aquilo como uma pergunta, então o rapaz não se sentiu compelido a responde-la, ele só encarou Alice surpreso por um tempo antes de deixar a imagem de Mordred desvanecer, o sorriso da mulher se alargou ainda mais.

- Eu imaginei que você se pareceria mais com James. – Disse Frank, fazendo Harry se lembrar que ele também estava lá.

- Quis parecer comigo mesmo. – Respondeu Harry – Não com uma sombra de quem foram meus pais.

- Você é exatamente como Neville falou. – Alice ainda sorria amavelmente, parecendo extasiada em vê-lo – Sério, determinado e soando muito mais velho do que realmente é. Nunca tive a oportunidade de agradecer a você por nos resgatar de Saint’Mungus. Muito obrigada, Harry. Acho que lhe devemos a vida.

- Sim, obrigado. – Repetiu Frank, ele ainda parecia tenso, mas um pouco mais disposto a receber as visitas, até mesmo deu um sorriso relutante – Seus pais estariam orgulhosos.

Ao ouvir isso Harry sentiu algo se apertar em seu peito, ele lembrou do que fez mais cedo, da forma cruel com que torturou Karkaroff, ele sabia que seus pais não aprovariam aquele comportamento, que não aprovariam tantas outras escolhas que ele fez e faria. A mão de Tom surgiu em seu ombro e dissipou um pouco daquela melancolia deslocada, não era como se ele estivesse arrependido do que fez, ele apenas imaginou o quanto seus pais teriam ficado desapontados com ele se estivessem vivos. Mas eles não estavam, não estavam vivos por causa de Dumbledore, por causa de pessoas como Karkaroff que seguiam ordens cegamente, sem nunca pensar por si mesmas.

- Eu não fiz quase nada. – Disse o rapaz contente que sua voz continuava estável – Tom é quem merece agradecimentos.

- Não é hora de agradecimentos. – Falou Tom, direto e seco – Viemos até aqui porque precisamos falar sobre algo. Temos perguntas que só vocês podem responder.

- Não vejo o que poderia ser. – Respondeu Frank, apertando a mandíbula com força, toda a linguagem corporal do homem dizia que ele não gostava de Tom e o mais jovem não entendia aquela reação.

- É algo de seu passado. – Continuou Tom, como se não percebesse a forma com que Frank falava com ele – Algo que vocês ouviram a cerca de 16 anos atrás.

A reação dos Longbottom foi instantânea, os dois enrijeceram, Alice mordeu os lábios nervosamente e ficou doentiamente pálida, Frank moveu a mão para o bolso da varinha de aparentemente involuntária, como se algo naquele assunto o colocasse em guarda instantaneamente, Harry se moveu instintivamente para se colocar entre ele e Tom, sua mão sobre a varinha também.

- Você está se referindo a profecia. – Disse Alice, nenhum vestígio de seu sorriso anterior permanecia em sua voz, Frank tocou seu braço, ainda em uma postura desafiadora.

- Estávamos nos perguntando quanto tempo você demoraria para perguntar sobre isso. – Anunciou Frank, mas era impossível ler qualquer coisa sobre sua voz, Harry percebeu que não gostava muito do homem.

- Não estou surpreso que vocês soubessem que informação eu queria. Afinal, aurores são sempre aurores. – Tom ainda estava sorrindo calmamente, mas Harry o conhecia, ele sabia que o homem estava tenso, ele quis estender a mão e segurar seu pulso, passar alguma calma, porém aquele não era o momento e ele se conteve.

- Por que você não simplesmente pegou a informação direto de nossas mentes?! Pelo que entendi você passou uma grande quantidade de tempo mexendo nelas.

- Você sabe porquê. Eu não poderia alcançar essa memória em particular, nunca vi algo tão bem protegido antes. – A voz de Tom demonstrava partes iguais de desgosto e admiração.

- Nós não sabíamos se tinha funcionado. – Disse Alice, sua voz era muito mais leve que a de Tom e Frank, mas ainda tinha um pouco de tensão por trás de suas palavras – Nunca tivemos a oportunidade de testar. Lilian disse que a chance de funcionar era de 70%, o que deixa uma margem de falha bem grande.

- Foi minha mãe que fez isso? Que protegeu suas memorias? Eu nem sabia que isso era possível. – Disse Harry incapaz de se conter, Alice se virou para ele, melancólica e saudosa.

- Não era, mas sua mãe era brilhante, umas das bruxas mais brilhantes que tive o prazer de conhecer. Não existia impossível para ela, se Lilian decidisse que faria algo, ela faria. Quando ouvimos a profecia pela primeira vez, percebemos como aquelas palavras eram perigosas, sabíamos que tínhamos que fazer alguma coisa sobre isso, então Lilian mergulhou em livros de teoria da magia mental durante dois meses... – Alice parecia saudosa outra vez – Naqueles meses James nos via mais do que a via, mas ele sabia que ela era assim, dizia que era uma das razões de ama-la.

Harry sentiu seus olhos arderem, na maior parte do tempo ele tentava não pensar em seus pais, não lamentar sua perda ou sentir falta de uma presença que ele sequer se lembrava, mas era difícil não lamentar agora enquanto ouvia Alice falar, sua mãe parecia uma pessoa incrível, muito como Hermione, aparentemente, seu peito doeu ao pensar nela, ao pensar na forma que ele nunca teve a oportunidade de conhece-la, de ouvi-la divagar sobre coisas como Hermione fazia    quando estava animada ou curiosa.

- Então ela conseguiu, um feitiço que pudesse proteger suas memorias de todos?! – Perguntou Harry, muito feliz que sua voz estivesse estável e não quebrada como ele imaginou que estaria.

- Sim. – Foi Frank que respondeu – Mas nós não tínhamos certeza da eficácia.

- É extremamente eficaz. – Disse Tom – Eu não podia passar nem perto dessa lembrança em particular, era jogado para fora toda vez que tentava alcança-la. Foi bastante frustrante, devo admitir.

Tom parecia contrariado, como se não estivesse acostumado a não ter as coisas que queria, e pelo que Harry sabia do homem, ele não estava mesmo.

- Gostaria de saber qual seu interesse nessa profecia. – Continuou Frank – O que há de tão importante nela agora que justifique todo o trabalho que você teve em nos tirar de Saint’Mungus?

- Você sabe a resposta para isso. – Respondeu Tom – Você e sua esposa já teriam partido a muito tempo se não soubessem.

- Suspeitas não são certezas, e nós gostaríamos de ouvir de sua boca porque tudo isso é tão importante.

- É importante porque essa profecia mudou o curso da história. Harry cresceu sem seus pais, você e Alice ficaram confinados da pior forma possível, incapazes de criar seu próprio filho, Sirius ficou preso durante 12 anos por causa dela. – Tom respirou fundo antes de terminar – E eu morri por causa dela.

- Você não é exatamente como eu me lembro, Voldemort. – Disse Frank, a voz seca e acusadora, Tom não pareceu surpreendido ou minimamente incomodado.

- Existe muito mais sobre mim do que aquilo que você se lembra.

- Obviamente, do contrário não estaríamos tendo essa conversa. Nós tivemos meses para chegar à conclusão de que algo está muito errado com o que nós sabíamos a 14 anos atrás. Acho que está na hora de termos uma conversa franca, você não concorda?!

- Concordo. E eu devo começar isso da mesma forma que comecei com Harry a alguns anos atrás. Eu matei muitas pessoas, trouxas e bruxos, não me arrependo de nenhuma dessas mortes. Mas eu não matei Lilian e James Potter. Eu nunca tive qualquer intenção de matar Harry Potter.

- Acho que nós poderíamos ter chegado a essa conclusão sozinhos. – Disse Frank, a voz pesada com sarcasmo, e essa foi a primeira tentativa de humor que Harry viu o homem fazer – Ainda assim de alguma forma, aquela noite aconteceu, nós realmente gostaríamos de saber porque.

Tom não poupou palavras enquanto contava aos Longbottom tudo sobre aquela noite, seus planos originais, a forma que como Sirius chegou até ele, como ele imediatamente foi para a casa dos Potter, o que aconteceu lá e como a noite terminou. Alice e Frank não pareciam chocados à primeira vista, mas estavam com a pele quase esverdeada quando Tom parou de falar, vários minutos se passaram antes que alguém se pronunciasse outra vez.

- Agora que vocês sabem o que aconteceu naquela noite, eu realmente gostaria de saber o que a antecedeu. – Tom respirou fundo e segurou o ombro de Harry parecendo mais humano do que tinha parecido em qualquer momento na frente dos Longbottom – Em menos de uma semana Harry terá de voltar ao mundo magico, eu preciso saber o que essa profecia dizia que era tão importante antes de deixa-lo ir.

Frank ainda parecia incerto e Harry entendeu que ele sempre pareceria assim, ele não podia culpa-lo, ele entendia como o homem se sentia, afinal todo o seu mundo tinha virado de cabeça para baixo. Foi Alice quem se pronunciou, ela respirou profundamente algumas vezes de olhos fechados, como se estivesse tomando coragem e reunindo as palavras adequadas.

- Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês... e o Lorde das Trevas o marcará como seu igual, mas ele terá um poder que o Lorde das Trevas desconhece... e os dois poderão morrer pelo outro, pois nenhum pode viver enquanto o outro apenas sobreviver. – As palavras pairaram pesadas no quarto, como se ecoassem pelas paredes, Harry as sentia vibrar em sua mente e não conseguia entender seu significado – Essas são as palavras, você pode entender porque nós decidimos que Neville e Harry deveriam ser escondidos, não é?!

Tom estava muito quieto, parecia estar se sentindo exatamente como Harry, confuso pelas palavras, incrédulo e sem saber o que fazer com esse conhecimento. Ele fechou os olhos por alguns segundos antes de se pronunciar outra vez.

- Eu nunca soube da profecia inteira. Eu provavelmente não teria dado mais atenção a ela se soubesse, não tinha qualquer fé na arte da adivinhação naquela época. – Disse Tom.

- E tem agora? – Perguntou Harry, incapaz de se conter.

- Eu morri naquela noite, não morri?! – Pergunta ele em tom de brincadeira, mas Harry não vê qualquer diversão em seus olhos – Seria tolice ignorar agora.

- Mas tudo isso é estupido. – Gritou Harry, normalmente ele não seria tão descontrolado, mas ele não podia suportar o olhar de dúvida no rosto de Tom – Você tem que saber que é estupido, eu não sou mais poderoso do que você, não há nada sobre mim que você não saiba, e eu nunca, nunca tentaria te machucar. Toda a profecia é ridícula, e pode muito bem ser uma invenção de Dumbledore, ele pode nunca ter escutado nada assim.

- Ele ouviu. – Disse Frank – Nós vimos a memória, ele mostrou a todos nós quando chegou à conclusão de que a profecia se referia aos nossos filhos, era uma memória real, nós saberíamos se não fosse.

- Isso não quer dizer que a profecia seja real. Trelawney previa minha morte todas as semanas, e eu estou aqui bastante vivo. – Argumenta Harry – Você não pode realmente estar achando que eu poderia te matar, ou mesmo que eu quisesse te matar.

- Sibila Trelawney?! – Perguntou Alice e os morenos se viraram em sua direção.

- Sim, ela é a professora de Adivinhação de Hogwarts. Uma completa charlatã. – Respondeu Harry, ele ainda sentia seu coração batendo dolorosamente rápido e ainda não estava feliz com a expressão no rosto de Tom.

- Foi ela quem fez a profecia, em sua entrevista de emprego para o cargo. – Disse a mulher e Harry sentiu a fúria crescendo dentro de si ao mesmo tempo que o alivio, fúria por todas as vidas que foram destruídas por aquela profecia fajuta, e alivio por saber que era apenas uma profecia fajuta, Tom não poderia levar aquilo a sério.

- Ela não consegue prever nem mesmo o tempo do dia seguinte. – Disse Harry e olhou para Tom mais uma vez – Se foi ela quem fez a profecia, não existe como isso ser real.

Tom ainda ficou quieto por mais um tempo, encarando a todos sem realmente ver ninguém, seu rosto em branco, completamente ilegível, e Harry odiava quando isso acontecia, depois de todo o tempo que passaram juntos, ele sempre sabia o que Tom estava sentindo, exceto nessas raras ocasiões em que ele mascarava tudo assim.

- A verdade é que não importa se é real ou não. Dumbledore acredita que é, ele claramente não vai parar de tentar te matar, ou no mínimo de tentar te forçar em uma batalha comigo. – Disse Tom, a voz fria e distante, Harry queria estar sozinho com ele agora, queria poder falar sobre isso abertamente sem ter os olhos curiosos dos Longbottom sobre eles – Nós agradecemos a colaboração de vocês.

- Sim. – Disse Harry, se recuperando o suficiente para se despedir de forma educada – Muito obrigada.

- Agora vamos deixar vocês descansarem. Espero que da próxima vez que nos virmos vocês estejam mais perto da recuperação completa.

- É o que todos desejamos. – Disse Alice, mas ela parecia um pouco triste, como se se sentisse culpada por não estar recuperada ainda, Harry queria dizer algo, mas não sabia o que dizer, então ele só sorriu, acenou com a cabeça e saiu da sala.

Ele e Tom caminharam pelo corredor em direção a escada, ainda em silencio, Tom ainda muito sério, Harry queria que ele parece de manter tudo para si daquela forma.

- Você não está levando isso a sério está?! – Perguntou Harry incerto.

- Vamos falar sobre isso quando voltarmos para casa está bem? – Disse Tom sorrindo fracamente para ele, ele parecia cansado e preocupado, e Harry queria beija-lo naquele momento e dizer que ele estava exagerando, ele sabia que não podia, ainda não pelo menos, então ele acenou afirmativamente e continuou a seguir Tom até o primeiro antes – Antes de qualquer coisa, acho que você precisa falar com Sirius, eu não sei como ele conseguiu se conter e não invadiu o quarto atrás de você no minuto em que Barty disse a verdade a ele.

Eles chegaram na sala de estar e para a surpresa de ambos encontraram Sirius sentado no sofá com Barty em seu colo, eles estavam se beijando profundamente, mas felizmente, ambos estavam vestidos, Harry riu alto surpreendendo ambos.

- Acho que sabemos a resposta agora. – Disse o mais jovem, ele estava feliz por eles, ambos tinham passado por muita coisa, mereciam a felicidade.

Tom também merecia.


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
O que vocês acharam da profecia? O que acham que ela quer dizer?
Como sempre estarei esperando ansiosamente pelos seus comentários e vou torcer para vocês acertarem algo.
Se'U


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