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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.14


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Então...
Pois é, olha eu atrasando outra vez, mas gente, é serio eu estou me esforçando, mas a vida real e a falta de inspiraçãos estão muito empenhadas em atrapalhar.
Sei que vocês estão ansiosos por isso vou parar de enrolar...
Nos vemos nas notas finais.
Enjoy.

Capítulo 24 - Cap.14


Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Cap.14

 

“A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros.”

- Anaïs Nin

 

As ruinas cheiravam a umidade e pedra antiga, o chão sob seus pés nus estava coberto de lodo e se sentia frio e desagradável. Eles estavam perto da brecha na barreira pela qual ele iria entrar e Yanxley parecia pálido e doentio ao seu lado, Harry entendeu, haviam coisas demais em jogo. O rapaz bebeu a sua poção e respirou fundo com o desconforto, ela era gelada ao ponto de queimar sua garganta enquanto ele engolia, mas ele tinha outras coisas em que se concentrar, então ele entregou a ampola vazia a Yanxley e começou a correr em direção as ruinas sem olhar para trás, ele ouviu o som estalado quando Yanxley saiu, e sentiu seu peito apertar sabendo que agora estava definitivamente por conta própria.

Ele escorregou no lodo algumas vezes, caindo e rolando, seus joelhos e cotovelos estavam ralados e todo seu corpo coberto com sujeira no chão e hematomas recém adquiridos, o que de certa forma o ajudaria a parecer maltrato e indefeso quando fosse encontrado então ele não se importou. Quando finalmente atravessou a barreira e entrou nas ruinas propriamente ditas ele sentiu um arrepio, o lugar era tão silencioso que ele poderia ouvir seu próprio coração batendo no peito e sua respiração soando intensa devido a corrida. Faltavam poucos segundos para o pior do Anti-Veritasserum funcionar e ele deitou de costas no chão sujo para esperar, não demorou quase nada, sua mente foi invadida por todos os pensamentos que ele evitava, imagens de sua infância, sofrendo nas mãos de seus tios, dos amigos de Duda o perseguindo por toda a rua e do medo em seu coração quando ele percebia que não seria rápido o suficiente, do medo que ele sentiu logo no primeiro ano em Hogwarts quando ele pensava que não seria bom o suficiente para continuar ali e que seria mandado de volta para Privet Drive, onde seus tios ririam dele por demonstrar ser o inútil que eles sempre souberam que ele era. Todas suas memorias reprimidas, tudo que ele sempre imaginou que nunca contaria a ninguém forçava caminho em seus pensamentos e com apenas um pedaço de sua mente ele percebia o que estava acontecendo fora dela. Ele via as pedras soltas ao seu redor levitarem e rodopiarem ao seu redor, estalando contra as paredes decrepitas e pulverizando pedaços menores sobre seu corpo se contorcendo no chão, a compreensão de tempo era impossível para ele, poderiam ser horas ou minutos, mas ele desejava que fossem minutos porque as poções tinham um tempo razoavelmente curto de duração. De alguma forma ele soube quando as barreiras quebraram, porque o silencio já não era mais antinatural, era apenas silencio, haviam pássaros arrulhando ao longe e em algum lugar mais longe havia um córrego barulhento, ele se esforçou para se acalmar, agora que a barreira tinha sido destruída ele precisava se controlar, então ele pensou em Tom, na forma como ele o acordava com beijos em sua nuca, na forma como ele sempre insistia que ele comece mais no café-da-manhã porque era uma refeição importante, na forma como ele se entregava ao seu treinamento como se estivesse fazendo aquilo mais para si mesmo do que para Harry, o rapaz se concentrou na lembrança da risada de Tom, algo tão incomum e precioso que ele sabia ser o único que possuía. Sua magia começou a se acalmar, mas ele estava exausto, sua respiração era pesada e difícil, e sua visão estava escurecendo nas bordas, mas ele não queria desmaiar ainda, ele precisava aguentar um pouco mais, ter certeza de que os aurores o tinham encontrado ao invés de Dumbledore, mesmo assim ele não tinha certeza se conseguiria manter seus olhos abertos por muito mais tempo, quando ele estava quase cedendo ao chamado da escuridão ele percebeu o som de vários pares de botas batendo contra a pedra, se aproximando cada vez mais.

Alguém parou a sua frente, mas ele mal tinha forças para manter os olhos abertos naquele momento, então mover sua cabeça para focalizar melhor não era uma opção, ele só podia ver as botas de couro gasto próximas ao seu rosto. O homem abaixou a sua frente e ele sentiu uma mão quente e áspera tocar seu ombro, parecia uma mão feita para batalhas, mas era gentil enquanto virava seu corpo para poder olhar melhor em seus olhos. O Auror era mais velho do que Harry pensou, seus cabelos cor de canela já estavam rareando na testa e seus olhos amarelos não eram nada gentis, mas eram determinados e tentavam passar alguma segurança, sua boca era severa, apertada enquanto ele olhava para Harry, procurando tudo e qualquer coisa, e o rapaz soube que aquele era Scrimgeour, ele saberia, mesmo que não tivesse visto a insígnia de chefe dos aurores em seu uniforme.

- ...ter! Potter! – Harry o ouviu chamar quando seus ouvidos finalmente resolveram colaborar com ele e se concentrar em algo além do canto dos pássaros – Potter, você pode me ouvir? – O rapaz sabia que sua garganta estava dolorida demais dos gritos que ele provavelmente proferiu em sua angustia durante a explosão então ele sequer tentou falar, apenas balançou a cabeça afirmativamente, mas mesmo esse gesto fazia seu estomago se revirar, ele fechou a boca se concentrando em não vomitar, ele não sabia o que aconteceria se qualquer das poções saísse de seu corpo e ele não podia se dar ao luxo de perder as preciosas horas que elas lhe garantiam – Precisamos move-lo, não há nenhum medi-mago qualificado o suficiente para tratar você aqui, temos que leva-lo ao Saint’Mungus, o transporte pode ser desconfortável para você.

Harry quis rir, aquela altura, desconfortável era praticamente algo que ele lidava em seu dia-a-dia, mas ele apenas acenou. Scrimgeour não esperou nenhuma outra resposta, apenas estendeu sua varinha e o fez levitar, a magia alheia parecia arranhar sua pele, mas ele tinha sido avisado, então ele mordeu o lábio inferior que já estava ferido dos momentos de agonia em que ele tentou impedir seus gritos e conteve seus resmungos. Sendo sincero, ele não tem certeza de quanto tempo a viagem durou, as vezes ele fechava os olhos de exaustão e imaginava que tinham sido apenas alguns segundos, mas poderiam muito bem ser minutos. Então ele estava no Saint’Mungus e sua cabeça estava latejando cada vez mais, mas o rapaz tinha quase certeza que era graças a quantidade de pessoas tagarelando ao seu redor, em algum ponto alguém jogou um cobertor sobre ele, pelo que ele era grato, já era enervante o suficiente ter todas aquelas pessoas olhando para ele, seria mil vezes pior se ele ainda estivesse completamente exposto. Harry não tinha visto Scrimgeour desde que o auror o carregou até ali mais de uma hora antes, quase ninguém tentou falar com ele o que tornou ainda mais fácil fingir que estava catatônico ou algo assim, um medimago veio checa-lo pouco tempo antes e Harry sabia por alto o que ela encontrou, Tom tinha dito a ele, desidratação, traços de hipotermia e escoriações leves, tudo que se esperava encontrar em um garoto perdido nas ruinas de um castelo por algum tempo.

Quando o chefe dos aurores finalmente reapareceu, Dumbledore estava com ele, usando sua melhor expressão de preocupação, se Harry não soubesse tão bem ele teria acreditado. Os dois pararam a sua frente e toda a falação ao seu redor parou também, Harry não sabia se tinham sido isolados por um feitiço ou foi a curiosidade que fez todos se calarem, mas ele não prestou qualquer atenção a isso, apenas olhou fixamente nos olhos do diretor, tentando demonstrar todo o temor e confusão que deveria estar sentindo.

- Harry, como você está se sentindo? – Perguntou o diretor, a voz calma e quente, e o mais jovem não se surpreenderia se estivesse mesclado a algum tipo de magia persuasiva que não funcionaria nele.

- Tonto, enjoado. – Respondeu Harry, aquelas eram as respostas que se esperaria receber de uma vítima de ‘Obliviatus’, se analisassem mais a fundo perceberiam alguns vestígios do feitiço nele, Tom tinha relutantemente apagado alguns segundos de sua memória alguns dias antes, apenas para garantir que quando procurassem encontrassem um traço da magia, felizmente não havia como ninguém saber a extensão da perda, eles poderiam apenas supor e deduzir de acordo com as respostas de Harry – O que aconteceu?

- Do que você se lembra? – Insistiu o diretor, não surpreendentemente ignorando sua pergunta.

- Não sei. – Disse o rapaz, fechando os olhos e fingindo se concentrar em achar uma lembrança, só era metade falso, porque sua cabeça estava rodando e latejando e ainda era um pouco difícil alinhar seus pensamentos o suficiente para se lembrar exatamente o que tinha que dizer – O torneio. A última prova do torneio, eu enfrentei uma acromântula com o Cedrico, e então a taça e paredes de pedra... O Cedrico, onde está o Cedrico?! – Ele arregalou os olhos simulando o início de um ataque de pânico, ele se sentou melhor na cama deixando a dor do movimento parecer em seu rosto enquanto a coberta escorregava exibindo a ferida em seu ombro direito, Harry sabia em algum nível que tinha conseguido aquele ferimento em particular enquanto se arrastava no chão em agonia, a poção anti-Veritasserum tinha sido cruel em níveis que ele não tinha previsto embora tanto Snape quanto Tom tentassem alerta-lo, tinha sido um ataque psicológico e físico que ele esperava nunca ter que passar de novo, mas pelo menos todo o martírio o tinha deixado com a aparência exata que ele precisa exibir diante do chefe dos Aurores e de todos os curiosos que os cercavam, seus olhos se prenderam nos de Scrimgeour desesperado e assustado, buscando segurança como a criança que ele sequer lembrava de ter sido um dia – Você tem que salvar o Cedrico também, por favor, você precisa salvá-lo.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ele intencionalmente não os desviava do chefe dos aurores, querendo que todos vissem que Harry Potter estava procurando sua proteção e confiando nele acima de qualquer outra pessoa presente, Scrimgeour tocou seu ombro e ele fingiu relaxar, com o canto do olho ele notou a expressão de choque momentânea de Dumbledore e então a fúria que foi rapidamente mascarada em uma expressa de preocupação. Scrimgeour estava falando calmante, como se tentasse aclimatar um animal pequeno e ferido, Harry tentou sentir-se satisfeito com a perspectiva ao invés de ofendido.

- Salva-lo do que Harry?! Do que você estava fugindo? – Scrimgeour estava retribuindo seu olhar, mas para a surpresa de Harry, era um olhar normal, ele não estava tentando entrar em sua mente, apenas passar conforto e segurança e Harry se perguntou de o auror era muito crédulo ou se seus princípios morais eram apenas muito fortes para permitir que ele lesse a mente de uma vítima.

- Eu não sei. – Harry estava chorando sem reservas agora e deveria ser vergonhoso, mas na verdade ele apenas queria rir, porque ele podia ver ao seu redor todos os curiosos olhando para ele com pena e para Scrimgeour com esperança, como se também estivessem começando a acreditar que agora o homem poderia ajudar Harry, como se também acreditassem que agora o menino estava seguro - Eu não sei, eu não sei. O que está acontecendo?!

- Talvez devêssemos dar uma poção calmante ao jovem Harry. Deixá-lo descansar um pouco na enfermaria de Hogwarts onde é mais familiar. – Sugeriu Dumbledore, e embora ele parecesse calmo e preocupado Harry sabia que ele apenas queria garantir que ele seria o único com acesso ao rapaz, Scrimgeour deve ter percebido a mesma coisa porque olhou placidamente para o diretor.

- De forma alguma. Foi em Hogwarts que ele foi levado pela primeira vez. Não vou permitir que ele volte para lá até termos esclarecido como isso aconteceu. Ele ficará no Saint'Mungus cercado pelos meus melhores aurores até esteja calmo o suficiente para que possamos conversar. – Dessa vez Dumbledore conseguiu não demonstrar qualquer raiva em seu rosto, mas alguma forma Harry sabia que o diretor estava borbulhando por dentro, era um pensamento reconfortante.

- Senhor, o Cedrico, você precisa encontrar o Cedrico. – Balbuciou Harry, ele sabia que estava agindo um pouco incoerentemente, como se seus pensamentos não estivessem alinhados, o que eles realmente não estavam, Scrimgeour segurou seu ombro com mais firmeza.

- Cedrico está bem. Ele voltou para o castelo assim que a prova acabou. – Assegurou o auror e Harry relaxou contra as almofadas em suas costas outra vez – Sr.Potter, você acha que pode responder a algumas perguntas para nós?! Eu sei que está cansado, mas quanto antes passarmos por isso, mas rápido poderemos libera-lo para cuidados médicos. – Harry acenou humildemente e Scrimgeour respirou fundo antes de continuar - Você se lembra o que aconteceu depois que você pegou a taça?!

- Estava muito frio e então minha cabeça começou a doer, minha pele estava doendo também. Doía em todo lugar. Então, as paredes de pedra estouraram e você veio me buscar. – Disse o rapaz, propositadamente vago – Estava tão frio.

- Você se lembra de ver alguém lá com você? Quando estava frio, antes das paredes explodirem? – Harry notou que o auror estava usando suas próprias palavras ao invés de preencher as lacunas, certamente não querendo influenciar suas respostas, o moreno poderia encarar isso com suspeita, mas era obvio na linguagem corporal do auror que era apenas preocupação.

- Não. Estava quieto, muito quieto, eu podia ouvir o sangue em minhas veias. – Disse o rapaz.

- Quanto tempo você ficou lá Harry?! – Perguntou Dumbledore, se aproximando da cama e entrando desconfortavelmente no espaço pessoal do rapaz, Harry não teve escolha a não ser olhar em seus olhos azuis, não foi qualquer surpresa quando ele sentiu a pressão atrás de seus olhos, ele sabia que o diretor não teria qualquer escrúpulo de vasculhar sua mente, então Harry fez exatamente o que ele passou horas exercitando com Bellatrix, ele projetou memorias e pensamentos confusos, muito do torneio como era supostamente sua última lembrança clara, mas também as pedras úmidas das ruinas, Hermione sorrindo para ele no salão comunal, pedaços aleatórios de aulas, Duda durante o jantar do último dia, tudo e nada, de forma que Dumbledore não conseguia seguir nenhuma linha de pensamento.

- Não sei senhor. – Murmurou Harry, tentando soar lamentoso, preocupado com a reação do diretor – Me desculpe, eu não sei, pareceram horas, mas também pareceram minutos.

- Horas e minutos? Não dias? – Foi Scrimgeour quem perguntou isso, muito calmo, como se fosse só uma pergunta de rotina e não algo que o deixasse confuso.

- Dias? – Perguntou Harry soando alarmado com a possibilidade – Como assim dias? Eu estive lá por dias? Que dia é hoje?

- Harry, fique calmo. Você está bem agora, não vou deixar nada acontecer com você. – Acalmou-o o auror, Harry acenou afirmativamente, mas não pareceu se acalmar verdadeiramente – Vamos falar mais sobre isso depois, agora vou chamar um dos medimagos, e eles vão lhe dar algo para a sua dor, está bem? Talvez algo para te ajudar a dormir. – Harry arregalou os olhos, assustando-se propositalmente com a ideia de adormecer, Scrimgeour pareceu notar do que o alarme se tratava e foi rápido em lhe reassegurar – Meus aurores estarão na porta o tempo inteiro. – Harry ainda não se acalmou – Eu não irei muito longe até que tenhamos mais algumas respostas.

Apenas então Harry acenou, puxando os cobertores para cobrir seu peito novamente e se acomodar melhor sobre a cama. Uma Medimaga que parecia mais velho que McGonagal veio até ele, mas a mulher tinha olhos gentis e mãos suaves quando tocava sua pele onde haviam escoriações, sua magia ainda arranhava sobre ele quando ela executou encantos de limpeza e acompanhamento, e ela ainda olhou para ele com severidade quando ele tentou se recusar a beber sua poção calmante.

Scrimgeour se afastou de sua cama, mas teve o cuidado de permanecer ao alcance dos olhos de Harry até que ele finalmente adormecesse, segurando o sorriso que ameaçava estourar em seus lábios.

Quando ele acordou novamente alguém segurava sua mão, por um segundo sonolento ele pensou que fosse Tom, mas então notou que a mão era pequena demais, ele acompanhou o caminho de seu braço até encontrar Hermione com a cabeça caída em sua cama parecendo ter desmaiado ali. Ele olhou ao redor do quarto então, não ficando tão surpreso ao perceber que estava cercado por cabeças ruivas, a maioria deles dormindo, Fred e Jorge se espremiam juntos em um pequeno sofá no canto, caídos uns sobre os outros tão desmaiados quanto Hermione, Ron estava sentando em uma cadeira, a cabeça encostada na parede e babando tanto que era bastante repulsivo, a parte de trás da cabeça na Senhora Weasley estava na porta conversando com alguém do lado de fora, foi Gui quem o viu primeiro, ele também parecia um pouco sonolento, mas mais desperto que os outros, ele se aproximou da cama e levantou um copo que estava sobre a mesa de cabeceira e estendeu para Harry, o moreno ergueu uma sobrancelha antes que pudesse se conter, e Gui deu um pequeno sorriso afetuoso.

- Não se preocupe não é nenhum poção que tem gosto de urina ou nada assim. É só água, sua medimaga disse que você estaria com sede quando acordasse. – Foi quando Gui disse essas palavras que ele percebeu que sim, ele estava sedento, sua garganta parecia lixa e ele pegou o copo e virou o liquido em grandes goles que machucaram, mas foram melhores do que a secura anterior – Você deu um baita susto em todos nós Harry.

- O que aconteceu? – Ele perguntou, sua voz soando áspera como se ele não a usasse a muito tempo, isso fez ele pensar em quanto tempo ele estava dormindo, e em quantas horas de poção ele tinha perdido enquanto estava inconsciente.

- Harry, oh, Harry! – Disse Sra. Weasley, sua voz alta demais para um hospital fez todos os adolescentes no quarto acordarem aos saltos, Harry teria rido, mas estava muito ocupado sendo envolvido pelos braços calorosos da mulher – Estávamos tão preocupados com você. Com tanto medo que algo terrível tivesse acontecido... principalmente depois... – A mulher pareceu notar o que estava dizendo e se deteve no meio da frase – Como você está se sentindo querido, está com alguma dor?

- Não muita. – Respondeu Harry, embora sua cabeça ainda estivesse latejando e seu ombro ardendo – Eu ainda estou com sede, entretanto.

- Vou buscar mais agua para você. – Disse Gui saindo do quarto rapidamente.

- Ei, é bom ver você, Harry. – Disse Fred ou Jorge, sua visão ainda estava embaçada graças a poção e mesmo sem isso ele tinha problemas em distingui-los normalmente, Harry sorriu para ele de qualquer forma e ambos seguraram a mão que Hermione não estava prendendo.

- Nunca faça nada assim de novo está bem? – Disse Hermione, seus olhos brilhantes e seu lábio saliente como se ela quisesse chorar, ele sabia que estava se referindo a forma dramática como ele reapareceu, visivelmente ferido e exausto, ela não sabia que ele tinha estado pior quando realmente voltou para Tom e se ele pudesse ter certeza, ela nunca saberia disso, ele apertou sua mão de volta.

- Farei o meu melhor, só para te agradar, ok?! – Sussurrou ele com sua voz áspera e ela acenou com a cabeça e finalmente começou a chorar de verdade, mesmo que estivesse sorrindo entre as lagrimas.

- Companheiro, eu realmente achei que nunca mais veria você. – Disse Ron com seu tato habitual, todos na sala olharam feio para ele e Harry foi salvo de ter que responder a isso com o retorno de Gui com seu copo d’agua.

Atrás de Gui Scrimgeour e Dumbledore o acompanharam para dentro do quarto, que de repente começou a parecer minúsculo com todas aquelas pessoas. O Diretor sorriu para ele abertamente de uma forma que até mesmo alcançava seus olhos, Harry ainda se impressionava com qual bom ator o velho conseguia ser, o sorriso de Scrimgeour era muito mais sóbrio, quase imperceptível, apenas um severo entortar de lábios.

- Como está se sentindo agora sr. Potter? – Perguntou o chefe dos aurores.

- Melhor, eu acho. – Respondeu ele de forma incerta – Vocês podem me dizer o que aconteceu?

- Você esteve desaparecido por mais de um mês. – Disse Scrimgeour frio profissional, falando com ele como um igual, não da forma que todos os adultos costumavam falar, como se ele fosse uma criança estupida, Harry percebeu que apenas por isso ele já gostava do homem – Você desapareceu no fim da última prova do Torneio Tri-Bruxo e ficou desaparecido até cinco horas atrás, quando te encontramos nas ruinas de um castelo no pais de Gales. Você ainda não consegue lembrar de nada que possa tê-lo levado até lá? Talvez alguém.

- Me desculpe, não. – Respondeu Harry olhando para o cobertor ou invés de encarar os olhos de qualquer um.

- Harry, você estaria disposto a deixar nossos Legilimens darem uma olhada em suas memorias? Talvez você não consiga dar sentido a elas, mas com a ajuda deles podemos descobrir algo. – Perguntou o auror, embora ele não parecesse nenhum pouco satisfeito com a ideia.

- Deixar alguém olhar dentro da minha cabeça? – Perguntou ele, entre alarmado e confuso, como se nunca tivesse pesando que isso era possível antes, Hermione arregalou um pouco os olhos para sua reação dissimulada, mas foi rápida em esconder sua expressão no colchão outra vez – Isso... poderia me machucar?

- É possível. – Foi Dumbledore quem respondeu – Talvez fosse melhor se fosse alguém que você conhece bem... eu poderia fazer isso se você achar mais confortável.

Harry teve que se esforçar muito para suprimir um sorriso de escárnio, claro que o diretor se ofereceria, como se o velho não passasse tanto tempo tentando fazer exatamente isso de forma furtiva, mas o jovem estava preparado para isso, ele sabia que aconteceria e também sabia que seria muito pior quando Dumbledore estivesse se focando totalmente nisso ao invés de tentar fazê-lo de discretamente.

- Vocês acham que vai ajudar?! Quer dizer... que talvez vocês possam descobrir o que aconteceu? – Ele dirigiu a pergunta a Scrimgeour, mesmo com Dumbledore olhando para ele inquisitivo.

- É apenas uma possibilidade que pode muito bem ser infrutífera, mas enquanto meus investigadores estão procurando pistas nas ruinas, essa pode ser nossa melhor opção. – Respondeu o auror com sobriedade – Mas é sua decisão, e não precisamos fazer isso nesse momento...

- Mas quanto antes fizermos, maiores são as chances de conseguirmos algo. – Acrescentou Dumbledore, e era obvio que essa opção só foi apresentada por insistência dele.

- Mas antes de qualquer coisa, ele precisa comer algo e tomar um banho. – Disse a Sra.Weasley sem deixar qualquer espaço para discussões – Vocês não vão leva-lo a lugar nenhum antes de eu vê-lo comer pelo menos um prato de comida adequado.

Dumbledore parecia prestes a discordar, mas Scrimgeour já estava chamando uma enfermeira para cuidar do assunto, Harry não se sentia particularmente com fome, mas não discutiu e decidiu usar o tempo para se preparar mentalmente para a próxima provação, não havia dúvidas que não seria uma experiência agradável.

 


Notas Finais


E ai? Gostaram?
O que vocês acham que vai acontecer agora?
Não deixem de palpitar, porque o bônus da semana é do Tom.
Sobre os comentários que eu ainda não respondi, não se preocupem, farei isso em breve.
Se'U


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