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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.15


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Eu sei.
É serio, eu sei que é muita cara de pau vir aqui e postar com uma semana de atraso, mas dessa vez eu tenho uma desculpa valida. Além do fato de que a criatividade está fugindo de mim mais do que morcego foge da luz, semana passada foi o chá de panela do meu primo e eu estava ajudando com os preparativos, então mal tive tempo para sentar no computador e durante a semana é ainda mais difícil... então, eu venho agora humildemente dizer a vocês que eu lamento a demora, mas foi inevitável.
Agora, como eu sei que vocês querem mesmo é o capítulo e não um monte de desculpas.
Enjoy.

Capítulo 26 - Cap.15


Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Cap.15

 

“A vida é um grande Baile de Máscaras e cabe a nós desvendar o que tem atrás de cada uma.”

- Rafaél Cruz

 

De alguma forma ele acabou em um quarto branco mobiliado com apenas duas cadeiras, vestindo um roupão de hospital que era grande demais e escorregava por um de seus ombros fazendo parecer e sentir pequeno como não se sentia em muito tempo, e ele não teve que fingir estar intimidado e desconfortável enquanto se sentava em uma das cadeiras frias e assistia Dumbledore fechar a porta atrás dele e fazer o mesmo caminho, ele se perguntou se todo o ambiente foi projetado para fazê-lo sentir pequeno e indefeso, ele queria aplaudir alguém pelo esforço.

- Eu entendo que isso seja difícil para você. – Começou o diretor e nada em sua postura mostrava qualquer coisa além de preocupação, foi muito difícil se impedir de revirar os olhos para isso, mas ele se conteve.

- O senhor acha que isso vai realmente ajudar a entender o que aconteceu? – Perguntou Harry novamente, sempre mantendo os olhos nos próprios pés.

- Acredito que por agora essa seja a melhor opção que temos. Você tem que ter estado em algum lugar e alguém tem que ter cuidado de você, ou não estaria vivo depois de todo esse tempo. Você está bem demais para ter estado naquelas ruinas por muito tempo. – E dessa vez havia um ar de desconfiança nas palavras do diretor que não estava bem disfarçado, mas era algo tão sutil que Harry não achava que alguém que não estivesse procurando por isso notaria.

- Mas quem poderia ter cuidado de mim?! – Perguntou o jovem inocentemente – Por que cuidar de mim e então me deixar congelar naquele lugar?

- É isso que eu espero encontrar em sua mente, meu rapaz, essas respostas. – Dumbledore parecia verdadeiramente cansado enquanto dizia isso, Harry se perguntou mais uma vez quantos anos ele realmente tinha, quantas vidas ele tinha destruído neste tempo – Harry, isso pode ser desconfortável, tente relaxar, não se concentre em nada além de desejar que eu possa olhar em sua mente.

Harry se pegou pensando que existem poucas coisas no mundo ele desejaria menos do que ter Dumbledore em sua mente, mas ao invés de dizer qualquer coisa assim o rapaz apenas acenou afirmativamente e olhou para cima, diretamente nos olhos do diretor. Por um par de segundos nada aconteceu, ele apenas encarou o azul límpido nos olhos a sua frente, então veio a dor, contundente de uma forma que nunca tinha sido antes, direcionada, era como se alguém estivesse tentando tocar seu cérebro através dos seus olhos e ele quis gritar. Era muito diferente do que ele tinha treinado com Bella, com Dumbledore parecia um ataque, como se o  ato de ler sua mente fosse hostil, ele respirou fundo e empurrou os pensamentos que ele queria que Dumbledore visse através da barreira em sua mente, dias em Hogwarts se misturavam uns com os outros, as vezes ele mostrava algumas coisas que Dumbledore não poderia saber apenas para que parecesse uma leitura real, coisas como momentos que ele passou sozinho na casa dos gritos ou o dia em que Neville lhe deu Guelricho para a segunda prova do torneio, sentar-se dentro da floresta proibida e encarar o topo das arvores, coisas que eram tecnicamente contra as regras, mas eram inócuas o suficiente para não causar problemas. Mostrou alguns minutos confusos de sua explosão nas ruinas, as pedras flutuando ao seu redor, as botas de Scrimgeour se aproximando de sua visão desfocada. Em certo ponto Harry achou que Dumbledore estava continuando a invasão apenas pelo seu desconforto, mas ele não tinha certeza se era uma aposta justa ou se devia apenas ao fato de ele próprio pensar sempre o pior do velho.

Quando o diretor saiu de sua mente Harry suspirou de alivio e deixou todo seu peso cair desarrumadamente sobre a cadeira, sua pele estava grudenta de suor e lagrimas tinham escorrido pelo seu rosto, quando ele focalizou no rosto de Dumbledore outra vez o homem estava franzindo a sobrancelha em sua direção.

- ... algo senhor? – Perguntou ele verdadeiramente sem folego, então pigarreou e tentou novamente – Viu algo?

- Harry, alguém já leu sua mente antes? – Disse Dumbledore ao invés de responder.

- Não, senhor. – Respondeu o rapaz.

- Você tem certeza?

- Se é sempre assim que isso vai, sim, eu tenho certeza. – Afirmou ele – Eu me lembraria de algo tão desagradável acontecendo. Por que?

- Foi apenas uma pergunta. – Disse ele, enigmaticamente como sempre – Tudo que eu vi era muito confuso, mas talvez tenha algo útil lá que eu não pude ver ainda. Se você me permite Harry, gostaria de tentar de novo. Talvez eu consiga mais alguns detalhes.

Harry quis recusar, aquela experiência tinha sido excruciante e ele estava cansado, mas ele sabia que não poderia arriscar que a poção se desgastasse antes de Dumbledore tentar de novo, então ele respirou fundo e concordou.

Foi um processo longo que quase o fez vomitar em vários pontos, Dumbledore parava por alguns minutos e dizia frases de encorajamento que ele mal escutava e apenas duas horas depois o diretor se deu por satisfeito e conduziu-o cambaleante até seu quarto novamente. O homem não queria sair, mas felizmente uma das medimagas responsáveis pelo andar viu o estado de Harry e praticamente baniu o diretor dali para que o rapaz pudesse descansar. Quando Harry finalmente ficou sozinho ele se trancou no banheiro do quarto e tomou um banho quente e demorado, ele se sentia sujo e exposto de uma forma que trabalhar com Bella nunca tinha se sentido, não era apenas a dor, foi a forma como Dumbledore forçou passagem através de sua mente, remexendo as memorias projetadas violentamente e sem nenhum cuidado, ele se sentiu indefeso e era uma sensação que ele odiava.

De olhos fechados na agua quente ele tentou se acalmar, apesar de tudo, as coisas tinham acontecido de acordo com o plano e era algo para se comemorar, ele só não tinha certeza que poderia fazer algo assim naquele momento.

Ele saiu do banho e vestiu outro vestido de hospital, desejando muito ter suas roupas de volta, ter a capa verde que ele sabia que Tom adorava enrolada quente contra seu corpo que ainda parecia tão frio mesmo depois do banho. Seu jantar estava esperando na mesa ao lado de sua cama e ele sentiu seu estomago revirar em protesto, mas ignorou a sensação e se forçou a comer. O rapaz estava contemplando cochilar por algumas horas, mas teve seus planos frustrados pela entrada de Scrimgeour, o homem estava vestindo roupas mais leves, tendo se livrado do uniforme tático dos aurores ele parecia menos assustador, mas a frieza em seus olhos e a contundência de seus movimentos ainda deixavam muito claro o qual perigoso ele poderia ser.

- Como está se sentindo depois de sua entrevista com Dumbledore? – Perguntou o homem, não parecendo satisfeito com isso, mas ao menos conformado.

- Foi uma das piores experiências da minha vida, e isso quer dizer alguma coisa. – Respondeu Harry honestamente – Eu nem sei se foi útil para ser sincero, o diretor nunca é claro, geralmente eu não entendo metade do que ele quer dizer.

- Esse é um dom que Albus sempre teve pelo que ouvi dizer. – Disse o auror e poderia ter sido uma brincadeira para qualquer outra pessoa, mas não para ele.

- Não sei bem se isso deve ser chamado de dom. – Resmungou o rapaz.

Scrimgeour puxou uma cadeira para perto da cama de Harry, longe o suficiente para não ser uma invasão de seu espaço pessoal, mas perto o suficiente para que Harry pudesse olhar em seus olhos mesmo com a visão turva. Eles ficaram se encarando por um tempo e quando Scrimgeour fez uma pergunta ela não foi tão surpreendente quanto se esperaria, o homem era obviamente nada estupido, sendo o chefe dos aurores ele não poderia ser.

- Harry, por que você está fingindo estar tão assustado?

Harry não sorriu, ele queria, mas não o fez, para qualquer outra pessoa esse sorriso teria passado por nervosismo, mas não para aquele homem e o rapaz sabia melhor, ele respirou fundo invés disso, decidindo o que diria a seguir.

- Porque aprendi a muito tempo que quanto mais assustado você parece, menos perguntas as pessoas fazem. – Uma resposta honesta era a melhor opção, ele não tinha certeza se o auror acreditaria nele com menos do que a verdade naquele ponto, ele só precisava cuidar para que a verdade ficasse a seu favor.

- E por que você não quer que façam perguntas? – O homem parecia calmo e nenhum pouco irritado com o fato de que Harry estava mentindo para todos, se alguma coisa ele parecia satisfeito

- Porque estou assustado, só não da forma que todo mundo espera que eu esteja. Olha, seja lá onde eu estava não era tão perigoso assim, vocês disseram que eu desapareci a mais de um mês, isso é muito tempo, se me quisessem morto, eu estaria morto e vocês encontrariam um corpo. Eu não sou estupido, se eu estou aqui, alguém me queria aqui e eu não sei para que ou porquê. É assustador. – Era sincero o suficiente, afinal ser resgatado era desde sempre o plano de quem segurava a coleira de Karkaroff.

- O que você acha que acontecerá agora? – Perguntou Scrimgeour.

- Alguém vai tentar me usar. Não é algo novo realmente, minha tia me usa para cuidar da casa, meu tipo como válvula de escape para sua insatisfação com a vida e meu primo e seus amigos me usavam como saco de pancada. O profeta me usa como entretenimento e Dumbledore me usa como seu farol de esperança. Eu sei como é ser usado desde que eu me entendo por gente, mas geralmente eu sei quem e porquê. Nesse momento, eu não sei e isso me assusta.

- São palavras muito amargas para alguém tão jovem, muito sabias também. – Confidenciou o auror.

- Eu não tenho tempo para ser jovem, eu quero ficar vivo. – Disse Harry e tão mal quanto se parecia, era a verdade, Scrimgeour estava olhando para ele de forma analítica, como se estivesse decidindo seu próximo passo – Você quer me usar também, eu percebo a forma como você está se esforçando para me manter longe do diretor, eu só não sei o que você quer ainda.

- Você é realmente muito mais esperto do que te dão credito. – Harry não teve certeza e o homem o estava elogiando ou se estava ressentido com esse fato.

- O que você quer?

- Você acha que sou eu quem vai usá-lo em toda essa bagunça? – Perguntou Scrimgeour curiosamente, não parecendo minimamente ofendido com a possibilidade.

- Se for você eu posso ao menos perguntar para que. Saber onde estou pisando. O que você quer?

- Estou concorrendo ao cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. É isso que eu quero e acho que você pode me ajudar a conseguir.

- Você é o chefe dos aurores, imagino que ser um professor será particularmente monótono. – Confessou Harry e o auror riu.

- Eu gosto de conhecimento então ensinar não seria tão martirizante, fui um Corvinal no fim das contas, mas você tem razão, trocar o departamento por uma sala de aula será bem monótono.

- Por que então?

- Porque algo está errado. O aparecimento da marca negra, a fuga dos comensais, Voldemort de volta e o surgimento desse novo mago das Trevas. Te tiraram de Hogwarts e você tem razão, tiveram tempo o suficiente para te matar e ainda assim aqui está você. Eu quero saber porque e sei que você também quer. – Disse o auror com firmeza.

- Não, eu só quero ter um ano escolar normal e sem intercorrências, mas acho que isso é pedir demais. – Bufou Harry se sentindo ainda muito cansado, tudo que ele queria era voltar para casa e se aconchegar na cama e nos braços de Tom, mas ele não podia, não ainda e talvez não por muito tempo – Por que te ajudaria? O que vou ganhar com isso?

Scrimgeour riu, era real e divertido de uma forma que chegava até seus olhos e o fazia parecer menos endurecido pelo tempo.

- Você definitivamente não deveria estar na Grifinória garoto. – O auror olhou em seus olhos e mais uma vez Harry esperou uma invasão que nunca veio – Para começar eu não vou dizer a ninguém sobre sua atuação.

- Não acreditariam em você se dissesse, pelo menos ninguém que importe para mim acreditaria e você não diria a Dumbledore, você não gosta dele. – Afirmou o rapaz e o auror ergueu uma sobrancelha – Você vai precisar fazer melhor que isso.

- E o que você quer?

- Respostas. – Disse o rapaz sem um pingo de hesitação – Ninguém nunca me diz nada e eu estou sempre no escuro. Estou cansado disso, eu quero saber o que está acontecendo.

- Eu não vou infringir a lei por você, não vou te dizer nada que seja informação restrita para os aurores.

- Você já estaria infringindo a lei com ou sem mim, você seria um professor, seus aurores não deveriam dizer nada a você, mas eles vão, porque dizer a mim vai ser uma infração maior?! – Scrimgeour bufou, da mesma forma que seus professores bufavam quando ele estava sendo particularmente teimoso e Harry decidiu que o auror se encaixaria muito bem em Hogwarts.

- Nada muito sensível, não me importa que você seria a criança mais madura que eu já conheci, eu ainda não vou te dizer informação sensível do ministério.

- Você tem que dizer o suficiente para que eu não esteja às cegas, eu quero no mínimo saber a verdade sobre as besteiras que o profeta diz. – Afirmou Harry cruzando os braços sobre o peito, ele imaginou que não parecia muito intimidador com suas roupas de hospital, mas ele não poderia fazer nada sobre isso ainda.

- Isso é aceitável. – Disse o auror, embora não parecesse muito feliz com o acordo.

- Bom, o que você quer que eu faça? Como eu posso ajudar você a se tornar professor? Imagino que você tenha algum plano para isso?!

- Não é complicado, assim que for de conhecimento público que você foi encontrado, começarão a fazer perguntas, você só precisa dizer verdade.

- E essa verdade seria?! – Insistiu Harry, ele obviamente sabia o que Scrimgeour queria dizer e ambos sabiam disso, mas ele queria ouvir em voz alta, ter aquelas palavras em sua memória caso um dia precisasse dela.

- Que fui eu quem te encontrou, que o departamento de aurores fez seu trabalho sob minha liderança. Eu vou ter certeza de que alguém no profeta toma o cuidado de te perguntar sua opinião sobre a minha indicação para o cargo de DCAT, seja favorável.

Harry não estava surpreso, é claro que Scrimgeour pensaria nisso também e era ainda melhor que o homem pensasse que era totalmente ideia dele, mas Harry também tinha sugestões.

- Rita Skeeter. Ela seria a melhor opção para fazer a entrevista.

- Skeeter?! Eu pensei que você não gostasse dela, depois de tudo que ela disse sobre sua amiga. – Disse o auror erguendo uma sobrancelha curiosamente.

- Oh, eu a odeio. Mas ela odeia Dumbledore e ama transformar absolutamente tudo sobre mim em um drama. Fará um ótimo trabalho contando a história heroica de como você salvou o pobre e complicado Harry Potter. – Riu Harry e Scrimgeour olhou para ele intensamente.

- Eu tenho que perguntar, você realmente não se lembra do que aconteceu com você naquelas ruinas?

- Eu lembro de sentir dor, frio e medo. – Respondeu Harry com sinceridade – De sentir que ia explodir e que não havia ninguém lá para me ajudar.

- Eu realmente sinto muito por isso Harry. – A voz do auror era cansada e sincera e aquilo deixou Harry confuso – Tudo que você passou em sua vida, nem mesmo um bruxo adulto deveria passar por tudo isso, é nosso trabalho garantir a segurança de nossos jovens, mas estamos sempre falhando com você.

Harry olhou para ele incapaz de dizer qualquer coisa, não era que ele não tinha o que dizer, mas qualquer palavra agora poderia compromete-lo, ele queria dizer que eles não estavam falhando apenas com ele, mas com toda a sociedade bruxa, com todos os bruxos das Trevas que eram privados de seu direito de se orgulhar de sua magia, de todos os jovens que chegavam crus ao mundo da magia, sem saber quem eram e incapazes de entender uma cultura rica e milenar que estava sumindo mais a cada dia. Ele queria dizer que não era sobre Harry, que nunca foi sobre ele, mas como não podia dizer nada disso ele apenas acenou e assistiu o auror se retirar do quarto.

Quando a porta se abriu ele viu que havia um par de guardas em sua porta, ele não sabia se estavam ali para manter as pessoas do lado de fora ou ele do lado de dentro, naquele ponto ele não se importava, ele não ia a lugar nenhum.

O jovem se recostou em sua cama e fechou os olhos desejando que ao menos Gael estivesse ali, com ela ali ele poderia até não ver Tom, mas iriam ao menos poder falar entre si. Ele sabia que Tom estaria na biblioteca naquele momento, de mal humor e enlouquecendo Nagine, não importa o qual velho Tom fosse ele sempre se comportaria como uma criança mimada com Nagine deixando a serpente exasperada. Harry sorriu, era ridículo o quanto ele gostaria de estar com Tom.

Os próximos dias se passaram em um borrão, assim que os medimagos declararam que ele estava bem ele foi liberado e foi não surpreendentemente enviado para casa dos Weasleys, Hermione também ficaria lá até o fim das férias o que deixava mais confortável com a ideia, ele já estava vestindo seu anel bloqueador que foi a única coisa que o impediu de explodir na segunda noite, quando Molly e Arthur o sentaram na mesa do jantar e contaram sobre a morte de seus tios, não foi tão ruim quanto da primeira vez que ele ouviu, mas ter que encarar o fato de que ele estava verdadeiramente sozinho no mundo sem poder correr para os braços de Tom era desesperador, ao menos ele pode fugir para quarto que originalmente pertencia a Charlie e ficar sozinho por algumas horas. Ele cogitou a possibilidade de falar com Tom através do espelho, mas decidiu não arriscar ele sabia que Dumbledore tinha colocado novas proteções na casa e ele não sabia o que elas poderiam detectar.

Sra.Weasley preparou um café da manhã magnifico no dia seguinte e acariciou suavemente seu ombro quando ele chegou a cozinha, o coração do jovem se aqueceu um pouco com a preocupação sincera de Molly, ela poderia não ser Tom, mas ao menos era alguém que se importava. Ele se sentou à mesa e Hermione empurrou para ele uma sesta de pães frescos.

- Você está pronto para isso? – Perguntou a amiga apertando seu antebraço para conforto.

- Para falar com Skeeter e todos aqueles abutres?! – Disse Harry sorrindo amargamente – Não acho eu qualquer um possa ficar pronto para coisas assim.

- Você não precisa fazer isso Harry, eles não têm nenhum direito, não importa o que o ministério diz. – Molly parecia verdadeiramente irritada com isso, olhando para Arthur significativamente como se aquela já tivesse sido uma longa discussão entre os dois.

- Se eu não disser nada eles vão inventar todo tipo de coisas. Eu não tenho mesmo muito a dizer e depois disso talvez eles me deixem em paz por algum tempo. – Bufou Harry, Molly não parecia apaziguada, mas foi impedida de objetar com a chegada dos outros Weasleys.

Todos tomaram café e depois foram se aprontar para a viagem até o ministério, onde a coletiva de imprensa estava organizada. Apenas Sr.Weasley e os gêmeos, que já eram maiores de idade iriam acompanha-lo, o que não agradou Hermione nenhum pouco, mas ela não queria estar perto de Skeeter mais do que Harry, então a discussão não durou muito.

A viagem até o ministério foi quieta e tensa, quando eles entraram no átrio pela cabine dos visitantes não foi nenhuma surpresa encontrar a área fervilhando de atividade, Fred e Jorge o flanquearam com mãos sobre seus ombros e Arthur abria caminho entre bruxos que cresciam mais e mais curiosos quando notavam quem estava sendo escoltado. Mesmo com toda a agitação do átrio Harry não estava preparado para a explosão de som que surgiu na sala onde os repórteres esperavam, flashes piscaram de vários cantos da sala e pessoas gritavam perguntas que ele não podia compreender.

Harry foi rapidamente instalado no auto do pódio cercado por funcionários do ministério que ele desconhecia, mas provavelmente estavam lá para orienta-lo durante aquela provação. O rapaz encontrou os olhos Yanxley em um canto da sala, mas o comensal não ofereceu nenhum reconhecimento o que deixou Harry muito satisfeito. Quando uma senhora elegante se levantou e aclarou a garganta toda sala caiu em silencio.

- Obrigada a todos vocês por comparecerem ao ministério tão cedo pela manhã. Como todos sabem, o jovem Harry esteve desaparecido por mais de um mês, desde o fim do torneio Tribuxo em Hogwarts, graças ao trabalho exaustivo do nosso departamento de aurores ele foi encontrado, praticamente ileso a cinca dias atrás. Harry está aqui para responder a algumas perguntas por livre e espontânea vontade, então se ele ficar desconfortável ou escolher não responder alguma de suas perguntas, vocês devem respeitá-la. – Sua voz era limpa e clara e viajou pela sala ampliada magicamente – Antes de começarmos Harry vai dizer o que ele se lembra Harry?!

O rapaz respeitou fundo olhando para todas na sala antes de se levantar, caminhou até o microfone magico colocado especialmente para a frente do pódio.

- Eu...Bom Dia. – Começou ele, apenas parcialmente fingindo o desconforto – Eu realmente não me lembro bem o que aconteceu, eu estava no labirinto com o Cedrico e depois eu estava acordando em um castelo de pedra. Me disseram que entre uma coisa e outra se passou um mês, mas para mim foram só algumas horas. Então eu realmente não sei o que eu passo dizer a vocês.

As vozes explodiram novamente e várias mãos subiram no ar, a mulher elegante apontou a varinha sobre a multidão e uma luz brilhante de sua varinha até um dos bruxos e todos se calaram para ouvir sua pergunta.

- Você estava sozinho todo esse tempo? – Perguntou o bruxo, e Harry se perguntou se você precisava ser estupido por natureza para se tornar repórter ou você estudava sobre isso em algum ligar.

- Eu estava sozinho quando Sr.Scrimgeour me salvou, mas eu não estava sozinho o tempo todo?! – Ele mais perguntou do que respondeu, seus olhos vagando pela multidão com se procurasse alguém para ajudá-lo com isso – Quer dizer, alguém me tirou de dentro de Hogwarts e se não tivesse alguém lá eu provavelmente teria morrido de fome?!

- O que você se lembra por último antes de resgatado? – Perguntou algum outro repórter mesmo sem ter sido liberado.

- O final da prova, em um labirinto. Eu e Cedrico pegamos e taça.

- O que você tem a dizer sobre o de que você se perdeu durante a viagem de chave de portal?

- Isso não é possível, é?! – Perguntou Harry olhando para a bruxa que fez as apresentações – Cedrico teria sido perdido comigo não teria?! Nós tocamos a taça untos e me disseram que Cedrico está bem.

A mulher sorriu para ele piedosamente antes de responder que ele estava certo, Cedrico teria desaparecido também. A entrevista continuou e na maioria das vezes as perguntas eram estupidas e sem profundidade, Harry respondeu a todas calmamente, muitas vezes se repetindo, foi uma experiência muito mais chata do que incomoda até aquele ponto, mas isso foi até que Skeeter se levantou do meio da multidão, ela estava vestindo um conjunto laranja flamejante, as garras que ela chamava de unhas estavam pintadas de vermelho assim como seus lábios e seu rosto pouco atraente era amoldurado por cachos dourados tão rígidos que mal se mexeram quando ela levantou, um sorriso vil preso em sua face, ela parecia repugnante e Harry não tinha certeza se tinha haver apenas de sua aparecia.

- Harry, o que você tem a dizer sobre o boato de que a mesma pessoa que matou seus familiares tinha você em cativeiro?! – Perguntou ela com uma expressão de falsa piedade e Harry a odiou mais naquele momento do que já tinha odiado antes.

- Eu, eles... – Harry respirou fundo, tentando afastar as lembranças de Duda lhe entregando um par de fotos no ano anterior – Eu não sei porque qualquer um teria feito alfo contra meus parentes, eles eram trouxas e não sabiam absolutamente nada sobre nosso mundo. E eu não consigo entender porque alguém que estava disposto a matá-los me deixaria viver.

- Muitos creditam suas mortes aos comensais da morte foragidos. – Disse ela e Harry continuou a encara-la por um tempo, tentando conter a raiva em sua voz.

- Eu não percebi uma pergunta nessa frase. – Disse ele, e nem toda a raiva conseguiu se disfarçar em sua sentença, ela sorriu percebendo a hostilidade, mas sabendo que Harry não poderia fazer nada no meio de todas aquelas pessoas.

- Como você está se sentindo sobre o fato de ter que voltar a Hogwarts em breve? Está contente ou apreensivo? – Continuou ela e o rapaz reconheceu a abertura que estava precisando.

- Um pouco de ambos eu acho. Hogwarts sempre foi meu verdadeiro lar. – Disse a moreno olhando para o pódio e não escondendo totalmente a expressão de tristeza em seu rosto – Agora muito mais do que nunca... mas, a escola não é tão segura quanto achávamos que fosse, aparentemente.

- Acredito que o fato do chefe dos aurores estar assumindo o posto de professor de DCAT, vai aplacar um pouco suas preocupações.

Harry pegou a deixa e ergueu os olhos para a multidão, o rosto demonstrando surpresa e esperança.

- Ele está?! – Perguntou o rapaz para ninguém em particular – Ninguém me disse.

- Auror Scrimgeour está concorrendo ao cargo junto com a Srt.Bones do departamento de execução das leis magicas. – Corrigiu a senhora que começara a conferencia.

- Mas ele vai ganhar, certo?! – Disse Harry inocentemente – Quer dizer, ter um auror em Hogwarts faria a escola muito mais segura.

Harry observou pelo canto do olho as penas riscando o pergaminho furiosamente por toda a sala, Skeeter estava sorrindo satisfeita como um gato que capturou uma jarra de leite e Harry desejou poder fazer o mesmo.

- Esse é um assunto que ainda está em discussão e não é a razão pelo qual estamos aqui hoje. Então se pudermos continuar com as últimas perguntas...

- Harry, então você é favorável ao Auror Scrimgeour assumindo o posto? – Insistiu Skeeter.

- Auror Scrimgeour salvou minha vida. Ele apareceu naquelas ruinas para me ajudar e nunca deixou de me procurar mesmo com todos dizendo que eu tinha desaparecido por um mal funcionamento com uma chave de portal. Então sim, eu me sentiria muito mais seguro em Hogwarts se eu soubesse que ele ia estar por perto.

A explosão de som com essa resposta não foi contida desta vez, diversos repórteres ergueram as mãos e muitos outros gritaram perguntas que se confundiam e eram impossíveis de compreender, a senhora do pódio tentou retomar o controle, mas quando isso se provou impossível ela suspirou e desistiu, dando a coletiva por encerrada.

Harry e os Weasleys foram conduzidos por um corredor atrás do pódio e escoltados até uma sala onde esperariam pelo carro do ministério que os levaria até um ponto de aparatação seguro. Em certo ponto Sr.Weasley deixou Harry e os gêmeos esperando em uma sala enquanto terminava de aprontar o veículo. Um dos ruivos olhou para Harry com um olhar impressionado e divertido.

- Você sabia que ele estava concorrendo, não sabia?! – Perguntou ele e Harry apenas sorriu ao invés de responder, os gêmeos o conheciam bem, eles podiam facilmente entender aquele sorriso.


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
Eu realmente espero que sim. Estarei esperando ansiosamente pelos seus lindos comentários e seus palpites mais mirabolantes.
Se'U


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