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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.16


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Olá.
Pois é, estou atrasada mais uma vez, mas a essa altura acho que todos vocês já sabem porque.
Espero que o capítulo sirva para aplacar qualquer sentimento ruim por mim em seus corações.
Enjoy.

Capítulo 28 - Cap.16


Fanfic / Fanfiction Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.16

Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Cap.16

 

“Nas ligações do coração, como nas estações, os primeiros frios são os mais sensíveis.”

- Bernard Fontenelle

 

Harry estava deitado sozinho no quarto de Charlie, olhando para o teto sem realmente vê-lo enquanto dizia a Nott através do vínculo que queria um relatório sobre como o mundo magico tinha respondido a sua entrevista, ele deveria entregar o relatório através de Blaise e Hermione que estava na casa do Sonserino naquele fim de semana. O vínculo das tatuagens era útil, mas não perfeito, eles não poderiam ter conversas reais através dele, apenas ideias gerais dos pensamentos que estavam querendo transmitir, na maior parte do tempo era mais do que o suficiente, ele poderia saber se seus amigos estavam bem ou precisando de ajuda, mas para receber um relatório cheio de informações não era a melhor opção. O rapaz tinha apenas acabado sua conversa com Nott quando alguém bateu na porta.

- Podem entrar. – Disse ele mal se virando para o lado, ele reconhecia a energia magica individual de cada Weasley aquela altura e sabia quem estava na porta.

- Você não está ocupado nem nada? – Perguntou Fred fechando a porta atrás de si depois que o irmão entrou ao seu lado.

- Não, já terminei o que estava fazendo. Vocês precisam de alguma coisa?

- Nós queríamos falar com você sobre... as tatuagens. – Murmurou Fred, trocando os pés e parecendo muito mais incerto do que normalmente parecia, Fred e Jorge nunca pareciam incertos, eles eram autoconfiantes e combativos, ver seu rosto inseguro parecia tão errado quanto se eles aparecessem repentinamente com cabelos loiras.

- Estava me perguntando quando vocês trariam esse assunto. – Disse Harry honestamente, sentando-se na cama e indicando uma poltrona alguns passos à frente da cama, Fred caminhou até ela puxando-a para mais perto e se sentando, Jorge o seguiu empoleirando-se no braço da poltrona no irmão.

Harry já estava com os Weasleys a cerca de uma semana e meia e os gêmeos ainda não tinham dito nada a respeito, Harry quis iniciar o assunto em alguns momentos, mas decidiu seguir o conselho de Hermione e esperar que os próprios rapazes estivessem prontos e começassem essa conversa. A amiga tinha dito a ele o quanto os gêmeos pareciam perturbados com a ideia da tatuagem, fixados no fato de que Voldemort também marcava seus seguidores, eles não conseguiram ver que não era o mesmo.

- A gente não sabia se deveríamos ou não. – Admitiu Jorge, seus olhos estavam presos nas tabuas de madeira do quarto e ele parecia desconfortável, uma das mãos de Fred subiu para apertar sua perna e lhe passar algum conforto, Jorge sorriu para o outro daquela forma que os dois costumavam fazer, completamente longe da compreensão de qualquer um além de si mesmos – Você não tentou falar sobre isso conosco, já não tínhamos certeza se você queria nos marcar também.

- Eu estava esperando que vocês se sentissem prontos. – Respondeu o mais jovem com firmeza – E não é uma marca, não só isso. É um vínculo, algo que nos mantem conectados, algo para nos manter seguros.

- Voldemort tem uma também. Algo que transforma seus comensais em uma só mente. – Disse Fred, a voz tensa e a pele um pouco pálida demais, foi a vez de Jorge apertar sua mão para conforto.

- Sim, ele tem uma, mas é extremamente diferente da nossa. – Harry conscientemente disse ‘nossa’ porque mesmo que os gêmeos ainda tão tivessem sua marca, eles já compartilhavam um vínculo de confiança – Eu não posso forçar minha vontade em você com a minha, e eu não posso te machucar ou prejudicar. Ela só mantem um canal aberto para nós, uma forma que vocês podem me chamar se precisarem de mim e uma forma em que eu possa encontra-los se isso acontecer.

- Também te dá acesso a nossa cabeça.

- Não sem que esse seja seu desejo. – Argumentou a rapaz – Eu não vou ver nada que você não queria intencionalmente me mostrar. Eu terei alguns lampejos de emoções no início até que vocês aprendam a controlar adequadamente, mas isso é tudo. Acredite em mim, isso não é nada como a marca de Voldemort.

Os três se calaram por um tempo, Fred e Jorge olhavam um para o outro como se estivessem tendo uma conversa particular, mas nenhum deles usava palavras, Harry se perguntou se isso era um tipo especial de Legilimância ou se era apenas uma coisa de gêmeos. Depois de vários minutos Jorge suspirou e se voltou para Harry outra vez.

- Se nós não quisermos... isso significa que não estamos mais com você? – Perguntou o ruivo preocupado, Harry realmente ficou chocado com a pergunta e tentou esconder sua reação, mas não foi tão bem-sucedido.

- Vocês estão comigo não importa se usarem a marca ou não. – Disse o mais jovem com determinação – Se vocês não quiserem, eu terei que pensar em uma forma menos drástica de manter vocês em segurança, algo que vocês possam tirar com facilidade se decidirem que estar comigo não é mais o que vocês querem. Enquanto vocês quiserem estar comigo, vocês estarão. Eu pensei que sabiam disso.

- Você não é exatamente uma pessoa muito clara, Harry. – Disse Fred, mas havia um ar de brincadeira em sua voz o que fez o mais jovem sorrir também – Mas acho que talvez nós também não tenhamos sido. Não temos qualquer intensão de deixar você, não é por isso que não queremos a marca.

- Nós apenas não gostamos da ideia de estar fisicamente ligado a uma pessoa além de nós mesmos. – Confidenciou Jorge – Parece antinatural para nós. Durante toda a nossa vida, nosso vinculo mais forte foi um com o outro, de alguma forma soa errado nos ligar a alguém mais, isso não quer dizer que não confiamos em você nem nada.

- Eu posso pensar em outra coisa. – Disse Harry finalmente entendo o que eles queriam dizer, e isso não era doloroso agora, sempre que ele pensava na possibilidade dos gêmeos recusando sua marca ele imaginava que era porque não tinham certeza se queriam continuar com ele até o fim, saber que não era assim, na verdade tirou um peso de suas costas – Tenho certeza que posso encontrar uma forma de manter vocês em segurança sem o vínculo.

- Não estamos dizendo que nunca vamos aceitar sua marca Harry... É só... nós queremos ter nossa própria marca antes, nossa própria conexão única antes de ter a de alguém mais. – Disse Fred, sorrindo para Jorge de forma enigmática e afetuosa e por uma vez, Harry realmente não quis entender o que se passava com aqueles dois.

- Eu entendo... Bom, não realmente, mas acho que entendo o que você está querendo dizer. Se precisarem de ajuda, eu estou aqui para vocês. – Falou o mais jovem ser ter certeza do que estava oferecendo.

- Não se preocupe, você seria literalmente a primeira pessoa a quem pediríamos. – Disse Jorge ainda mais enigmático que o irmão.

 

Faltavam dois dias para a decisão sobre o cargo de professor de DCAT e na noite anterior Harry tinha recebido uma carta de Scrimgeour informando que fariam sua viagem ao Beco Diagonal para conseguir uma nova varinha e todos os materiais necessários para o ano, em teoria Scrimgeour estava indo como sua segurança, mas na pratica toda a viagem era uma chance de deixar a mídia vê-los juntos e reacender a chama do clamor populacional. Harry não se importou, ele estava se sentindo sufocado na casa dos Weasleys e essa era uma sensação estranha porque ele não se incomodava em passar todos os dias na mansão e os Weasleys eram carinhosos e agradáveis com ele assim como sempre foram, mas ele ainda sentia falta da liberdade de empunhar sua varinha abertamente e dos comentários ácidos de Gael e Nagine e principalmente sentia falta dos olhos quentes de Tom sobre ele quando treinavam, de suas mãos firmes corrigindo sua postura e guiando-o através de novos movimentos e seu sopro surpreendentemente quente contra a parte de trás de sua orelha enquanto o encorajava ou o repreendia.

- Harry, querido, você já está pronto?! – A voz da sra. Weasley veio através da porta, fazendo-o abrir os olhos que ele sequer percebeu que tinha fechado.

- Vou descer em um minuto. – Disse o rapaz, a voz estava ofegante, mas felizmente não ofegante o suficiente para chamar qualquer atenção, Sra.Weasley cantarolou um acordo e Harry ouviu-a descer as escadas.

O rapaz se levantou da cama sentindo o corpo quente e as bochechas coradas, mas ignorou tudo isso enquanto passava por suas roupas do malão, decidindo o que vestiria para o dia. Escolheu um conjunto de vestes particularmente largo de calças e camisa, vestindo também o suéter mais recente que recebeu da Sra.Weasley, não se preocupou em prender ou arrumar seus cabelos, porque a confusão de cachos o fazia parecer mais jovem. Quando olhou seu reflexo no espelho do armário não pode conter um bufo indignado, isso era outra coisa que estava cansando mais a cada dia, a imagem no espelho refletia o adolescente inseguro que ele mal se lembrava de ser, ele sentia falta de usar suas belas roupas, aquelas que Tom tinha escolhido para ele, os delicados tecidos. Ele respirou fundo, não faltava tanto agora, logo estaria de volta a Hogwarts e poderia voltar a agir como si mesmo.

Desceu as escadas aos pulos, porque na verdade, ele estava animado para sair, Hermione sorriu para ele ao encontrar seus olhos, era obvio que ela entendia sua inquietação, os gêmeos também estavam sorrindo ao assistir Harry se comportando com a idade que tinha, mesmo Ron tinha um sorriso animado no rosto, apesar de não serem próximos como foram um dia até mesmo ele percebia como Harry parecia muito menos animado do que costumava ser, Gui estava encostado ao batente da porta parecendo sonolento, ele era o adulto que os acompanharia, porque a Sra.Weasley não confiava em aurores com todos aqueles adolescentes.

Eles viajaram até o Caldeirão Furado em um único carro do ministério, o que não era tão desconfortável quanto poderia ser, porque o interior do veículo era magicamente expandido. Quatro aurores sentavam-se junto as portas e Scrimgeour estava ao lado de Harry, eles trocaram cumprimentos silenciosos e educados e depois se calaram e apenas ouviram os outros conversando. Ron estava falando animadamente sobre Justine que tinha marcado de encontrar com eles mais tarde, Gui perguntou, tentando soar desinteressado e falhando, se Fleur a acompanharia, Harry sorriu, porque ele se lembrava que Gui e Fleur se deram muito bem em Hogwarts e não era difícil imaginar que eles manteriam contato, Harry arquivou aquela informação para analise futura e continuou a olhar pela janela.

O Beco Diagonal estava mais vazio do que costumava ser, provavelmente porque esse não era o dia de pico da compra de materiais, os consumidores eram poucos e espaçados, ainda assim, a maioria deles encaravam o grupo quando o reconheciam, alguns chegavam ao absurdo de aponta-los, Hermione se encolheu contra ele, sentindo-se exposta e desconfortável, Harry envolveu seus ombros e beijou sua têmpora sem se preocupar com o que poderiam pensar.

As compras em si foram rápidas e confortáveis, eles entraram e saíram das lojas com facilidade, uma vez ou outra alguém falava com Harry diretamente, mas na maior parte do tempo Scrimgeour afastava os curiosos ou respondia pelo rapaz. No meio da vista Justine e Fleur apareceram e pegando Harry de surpresa, ambos o abraçaram, os olhos tempestuosos da Kitsune irradiavam preocupação e alivio e Harry sorriu verdadeiramente agradecido por sua preocupação, Fleur foi mais contida em seu abraço, mas seu abraço, mas seus braços ainda eram firmes ao seu redor enquanto ela sussurrava palavras de conforto em francês que o jovem não podia entender, mas ele ainda apreciava o gesto.

O grupo expandido continuou a navegar pelo Beco e rapidamente Harry cresceu entediado, é claro que ainda era bom estar fora de casa aproveitando um dia razoavelmente normal com amigos e colegas, mas Harry estava começando a notar que normal era chato e ele só queria conseguir logo uma nova varinha e voltar para a quietude do quarto de Charlie nos Weasley. Eles almoçaram no caldeirão furado e Harry já não sabia o que eles ainda tinham que fazer além de conseguir a varinha.

Depois do almoço Scrimgeour parou o grupo quando passaram à frente da loja de Olivaras.

- Vocês devem seguir, vamos encontra-los dentro de alguns momentos. – Disse o chefe dos aurores firmemente, mas os adolescentes olharam para Harry esperando suas ordens, o mais jovem acenou e o grupo se separou, se Scrimgeour notou aquela interação, e Harry tinha certeza que sim, ele não mencionou, ele apenas abriu a porta e indicou que Harry entrasse, mas não o acompanhou – Conseguir uma varinha é algo pessoal.

- Não é como se fosse mesmo minha primeira varinha. – Objetou Harry, não porque queria que Scrimgeour o acompanhasse, mas porque não esperava que o auror o deixasse sozinho.

- Ainda é algo que você deve fazer por você mesmo. – Insistiu Scrimgeour, Harry deu de ombros e entrou.

A loja era exatamente como ele se lembrava, empoeirado e tão vazia de seres vivos que sua própria respiração era ruidosa, mas ainda assim era como se fosse a primeira vez, como se o fato de ele próprio ter mudado fizesse a loja mudar sua percepção sobre ele. Uma porta se abriu em algum lugar no fundo da loja, mas Harry conscientemente manteve sua atenção nas bugigangas e panfletos sobre o balcão, evitando os olhos vítreos e enigmáticos do lojista.

- Seja bem-vindo ao Olivaras, como posso lhe ser útil?! – A voz era rica e profunda, passando sobre Harry como água quente durante o banho depois de um dia longo, o jovem precisou de todo o esforço do mundo para não olhar para trás exibindo o sorriso que tentava escapar pelos lábios.

Harry sabia que mesmo que o chefe dos aurores estivesse do lado de fora ele ainda estaria vigiando através do vidro, então ele manteve a expressão cuidadosamente desinteressada até que estivesse de costas para a rua. Quando ele finalmente ergueu os olhos para o homem atrás do balcão ele permitiu que o sorriso se libertasse, Tom estava olhando para ele com um sorriso educado profissional, mas seus olhos brilhavam predatórios por trás das lentes encantadas dos óculos, as íris estavam magicamente disfarçados de azul e Harry desejou poder ver o vermelho real.

- Você não é Olivaras. – Disse Harry, porque ele queria dizer algo e não sabia se Scrimgeour poderia ouvi-los através da porta, o sorriso de Tom se abriu.

- Sou um antigo aprendiz. – Respondeu o mais velho – E sou perfeitamente capacitado para guia-lo através de suas opções. Se você quiser me acompanhar.

Harry o seguiu até que ambos estivessem a frente de uma grande estante, de costas para o auror, as mãos de Harry coçavam para alcançar Tom, para toca-lo depois de tanto tempo, mas ele se conteve, apenas assistindo o homem puxar caixas e mais caixas, depositando-as sobre uma bandeja flutuante que os acompanhava.

- Você não vai medir meu braço nem nada?! Olivaras mediu. – Brincou Harry e viu o sorriso crescer no rosto de Tom.

- Eu deveria. – Disse Tom – Mas se eu começar a te tocar, não conseguiria me conter, pequeno.

Harry corou e todo seu corpo se aqueceu, doendo para se aproximar mais, para acabar com aquela distancia opressora entre eles.

- Scrimgeour não pode nos ouvir então?! – Perguntou Harry, mesmo sabendo que Tom nunca ousaria falar daquele jeito e colocar tudo que eles trabalharam em risco se ele pudesse.

- A loja do Olivaras é encantada para que nenhum tipo de espionagem funcione, ele pode olhar através do vidro, mas não pode nem mesmo ampliar a imagem. Garrick sempre pensou que a seleção da varinha era um acontecimento privado.

- E onde ele está? Quer dizer, você pode estar aqui? Ele não te reconheceu? Por que ele te deixou aqui? Você o matou? – As perguntas correram para fora dele quase mais rápido do que ele conseguia pensar nelas, Tom riu, o rosto escondido da vitrine.

- Senti sua falta, pequeno. – Disse o Lorde e Harry quis abraça-lo ainda mais do que queria segundos antes – Eu pedi a ele para me deixar cuidar da loja essa semana quando fiquei sabendo que você apareceria com os aurores.

- Você pediu a ele?! – Era um pensamento estranho, Tom pedindo a alguém um favor, o lorde não era do tipo que fazia pedidos.

- Eu realmente fui aprendiz dele quando jovem, mais ou menos quanto tinha sua idade.

- Então ele sabe que você é você, certo?! – Perguntou Harry um pouco alarmado – E se ele contar a alguém?

- Ele não vai. Garrick não se interessa pelas disputas entre a luz e as trevas. Ficou até animado por me ter de novo na loja por algum tempo. Disse que nunca teve um ajudante que conseguia respeitar sua organização e ainda navegar através da loja além de mim. – Tom parecia muito jovem e orgulhoso de si quando dizia isso e Harry pode imagina-lo assim, o garoto que ele viu pela primeira vez no parque perto de Privet Drive, encantado com a magia –Agora, acho melhor começarmos a passar por essas varinhas antes que o auror lá fora fique muito suspeito. Aqui, tente essa Reedwood, 32 cm, fibra de coração de Dragão, meio flexível.

Harry pegou a varinha em suas mãos sem ter ideia do que esperar, aquela não era sua varinha, nunca seria sua varinha, porque sua varinha estava nos Weasleys, guardado cuidadosamente em seu malão. Ele girou-a nas mãos testando seu peso e lançou um feitiço de levitação sobre uma das bugigangas no balcão, a coisa levitou é claro, mas parecia tremer no ar de uma forma que não deveria estar fazendo, Tom balançou a cabeça em negação e pegou a varinha de volta, guardando-a outra vez na caixa.

- Como eu vou saber que é a varinha certa? – Perguntou Harry e então abaixou a voz, mesmo sabendo que ninguém poderia ouvir fora da loja de qualquer jeito – Eu já tenho uma varinha.

- Sim, mas não é você que escolhe sua varinha, é ela que escolhe você. Mesmo que você já tenha uma varinha, outras podem te escolher. Vai ser apenas um pouco mais demorado, algumas varinhas são ciumentas demais para escolher um bruxo que possua outra. – Disse o Lorde com seriedade, abrindo outra caixa e estendendo uma nova varinha dourada – Pear, 28 cm, Lasca de chifre de Arpeu, rígida.

O rapaz tentou disparar faíscas douradas, mas a varinha mal produziu um sopro de ar, Harry bufou e Tom mal conteve uma risada, o mais jovem ergueu uma sobrancelha curiosamente enquanto o lorde encaixotava a varinha novamente.

- Pear costuma ser atribuído a bruxos irritantemente honestos. – Foi a explicação de Tom e o mais jovem não pode deixar de compartilhar um sorriso também.

Eles tentaram várias outras varinhas, Vine, Rowan, Laurel e algumas que Harry mal conseguia pronunciar ou lembrar, e assim como Olivaras pareceu um dia, Tom parecia mais animado cada vez que uma varinha recusava Harry, o mais jovem se pegou imaginando se Tom gostaria de construir varinhas no futuro, quando a guerra acabasse, quando eles finalmente pudessem viver em paz, ele rapidamente balançou a cabeça para afastar a ideia, porque em sua imaginação, ele e Tom estavam juntos nesse futuro utópico e ele não tinha certeza se deveria ter esse tipo de esperanças. Quase uma hora se passou até que Tom estava sorrindo como um louco e olhando para ele com olhos brilhantes, Harry desejou poder alcança-lo novamente, sentir a magia do Lorde vibrar animada contra sua pele, mas ele se contentou em observar seu belo sorriso enquanto ele se afastava para a última prateleira da loja e trazia uma caixa prateada, a caixa parecia diferente das outras, feita de madeira e não de papel, quando Tom colocou a caixa sobre o balcão Harry pode ver que haviam entalhes na tampa.

- Por que essa caixa é diferente das outras? – Perguntou o rapaz e os olhos de Tom cintilaram com orgulho.

- Porque eu fiz essa varinha a anos atrás. – Disse o Lorde, abrindo a caixa com cuidado e certa reverencia e retirando a varinha mais bonita que ele já tinha visto na loja, era mesmo mais bonita que a sua varinha de BlackTorn e ele achava sua varinha extremamente bela – Foi um ano depois de sair de Hogwarts, eu estava trabalhando integralmente com Garrick na época, observando enquanto ele trabalhava a madeira e escolhia os núcleos, estávamos discutindo se alguma madeira suportaria um núcleo hostil, como veneno de Basilísco. Era uma discussão teórica apenas, mas Garrick disse que eu deveria tentar. Eu tinha trazido veneno de Basilísco comigo quando sai do castelo, planejava vende-lo se precisasse de muito dinheiro rapidamente, mas ao invés disso eu usei nas varinhas. Eu tentei várias combinações, o veneno se infiltrava na madeira e destruía-as sempre. Estava a ponto de desistir quando Garrick trouxe um carregamento de uma madeira muito cara e muito rara chamada Aspen, ele me deu uma peça e disse que se alguma madeira suportaria o veneno, seria aquela. Ele estava certo, é claro. Garrick tem o costume irritante de estar sempre certo. Então eu fiz essa varinha... – Completou Tom, erguendo a varinha tão clara quanto marfim polido – Aspen, 34 cm, Veneno de Basilísco, rígida. Ela está destinada a um grande bruxo, alguém forte o suficiente para dominar seu núcleo rebelde, alguém que um Basilísco respeitaria, eu acho que ela sempre esteve destinada a você.

Harry pegou a varinha sentindo suas bochechas aquecerem como sempre faziam quando Tom lhe elogiava de alguma forma, era ridículo, e ainda assim perfeito. A varinha era agradável ao toque, lisa e impecável, Harry achou que poderia sentir o veneno dentro dela, sibilando para ele, como uma verdadeira serpente, ele balançou-a no ar, testando seu peso e ela parecia se encaixar em sua mão quase tão bem quanto sua varinha verdadeira se encaixava, ele apontou para cima e nem precisou vocalizar as palavras para que o feitiço fosse executado, uma nuvem de prata rodeou os dois e pairou no ar antes de desaparecer lentamente.

- Por que você não me deu essa para testar primeiro? – Perguntou Harry, era pouco mais do que um sussurro.

- Porque eu queria ter certeza de que seria ela. – Disse Tom dando de ombros – E porque eu queria aproveitar o máximo de tempo que eu pudesse em sua companhia. Eu sinto sua falta, pequeno. – Repetiu o lorde, como se Harry não tivesse escutado antes, como se aquelas palavras não fossem música para os seus ouvidos.

- Eu sinto sua falta também. Tanto que meu peito dói. – Admitiu Harry sem coragem de encarar o mais velho.

- Não falta muito agora. – Murmurou o Lorde e parecia estar tentando convencer a ambos – Logo você voltará ao castelo e vamos pensar em um jeito de você sair de lá para me visitar. Eu prometo.

Depois disso eles não poderiam mais enrolar, Tom pegou a varinha de volta e devolveu-a a caixa antes de embalar e entrega-la a Harry. O rapaz pagou pela compra, mas pela forma como Tom disse o preço era como se ele tivesse acabado de inventar um, ele provavelmente tinha. Antes de Harry se retirar Tom segurou sua mão e o rapaz sentiu o familiar estalar de magia contra sua pele, ele tremeu e se arrepiou e teve que se concentrar em não gemer pateticamente.

- Diga a eles que o núcleo é de pelo de unicórnio. É uma combinação comum para Aspen e ninguém vai pensar muito a respeito. – Disse Tom e Harry acenou – Nos vemos em breve meu pequeno.

- Nos vemos em breve meu senhor. – Respondeu Harry e Tom ofegou antes de solta-lo.

         


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
Eu realmente espero que sim.
Estarei esperando ansiosamente seus lindos comentários e palpites.
Se'U


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