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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.19


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Olá gente.
Dessa vez o capítulo estava pronto na data, mas meu computador resolveu bugar e eu só pude terminar de revisar agora.
Como alguns devem saber eu ainda estou a base de 3g, para postar, então... perdoem qualquer problema com a formatação, mas me avisem se tiver algum.
Estou postando atrasada, outra vez, mas estou fazendo o possível, é serio.
Essa semana só vai ter Bônus se alguém acertar os palpites, sim, eu sei que estou atrasando direto, mas não é porque eu quero e não podemos perder nosso ritual dos palpites, não é?!
Então... bônus só com palpites certos.
Sem mais delongas...
Enjoy.

P.S. A imagem é mais uma das formas que vocês podem imaginar o Harry. Rs.

Capítulo 34 - Cap.19


Fanfic / Fanfiction Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Cap.19

Harry Potter e a Ascensão do Príncipe

Cap.19

 

“Aquele que já não consegue sentir espanto nem surpresa está, por assim dizer, morto.”

- Albert Einstein

 

Harry ainda estava exausto quando abriu os olhos na manhã seguinte, não tinha sido fácil dormir desde que tinha deixado a mansão e a ausência do corpo de Tom ao seu lado o fazia acordar de mal humor, ele enfiou a cabeça no travesseiro outra vez decidindo se tinha ou não apetite o suficiente para levantar para o café da manhã, ele ainda não tinha decidido quando sentiu algo se mover em sua cama, por um segundo ele ficou alarmado, mas então ele ouviu uma voz que ele sentira falta nas últimas semanas.

- Você não deveria dormir o dia todo. – Disse Gael, enrolando seu corpo pesado ao redor de um de seus braços e se aproximando do seu rosto para lamber sua bochecha.

- O dia mal amanheceu Gael, isso certamente não é dormir o dia todo. – Ele respondeu em tom de reclamação, mas não havia nenhuma irritação em sua voz, apenas carinho e saudade.

- Parece o dia todo para mim que estou esperando você acordar a horas. – Resmungou a serpente parecendo mal-humorada – Eu não posso sair daqui durante o dia, pelo menos não enquanto seus colegas de quarto estão aqui, é muito chato ficar aqui apenas assistindo você roncar.

- Eu não ronco. – Disse Harry, porque era verdade.

- Não, mas você sibila enquanto dorme... você sabe quantas vezes você chamou pelo Tom?! É embaraçoso.

Harry corou e se sentou pigarreando, ele não iria ter esse tipo de conversa com a serpente tão cedo pela manhã, ou nunca se ele tivesse opção.

- Quando você chegou? – Perguntou ele mudando de assunto descaradamente.

- A dois dias atrás, junto com o Mestre de Poções. Tom disse a ele para me deixar perto do banheiro das meninas no segundo andar quando ele tivesse certeza que não havia ninguém observando.

- E como estão Tom e Nagine? – Perguntou o jovem incapaz de se conter.

- Estavam razoavelmente bem na última vez que os vi. Claro, Tom estava enlouquecendo minha mãe com seu mal humor e irritação constante. Ele te chama quando dorme também... vocês são ridículos.

- Gael, sou eu quem te alimenta, você talvez devesse mostrar um pouco mais de respeito. – Bufou Harry, mas a cobra não pareceu nada impressionada.

- Dizer a verdade não é falta de respeito. Vocês dois SÃO ridículos um para o outro. Faça um favor a minha mãe, vá até a câmara o mais rápido possível e fale com ele.

- Não posso fazer isso até a noite pelo menos. – Disse Harry, era verdade que ele gostaria de descer até a câmara naquele minuto e falar com Tom pelo resto do dia, mas haviam as aulas e Dumbledore com certeza suspeitaria de algo se o moreno simplesmente desaparecesse.

- Harry?! Você já está acordado? – Perguntou Ron do outro lado da cortina, ele nem sequer tentava mais abri-la, já tinha aprendido melhor do que tentar tocar as cortinas quando Harry as selava para a noite – Nós vamos descer para o café da manhã, você não vem?

- Gael, eu tenho que ir. Vou trazer bolo para você antes de ir para aula.

- É melhor que traga mesmo. – Respondeu a serpente de forma infantil e Harry sorriu para ela antes de jogar o edredom para cobri-la e abrir as cortinas para encontrar Ron.

O dia correu normalmente, ou quase isso, ele estava recebendo olhares analíticos constantes dos Sonserinos, cada um deles parecia estar tentando decifra-lo, não era de todo surpreendente, mas era irritante. Hermione parecia tensa durante a maior parte da manhã, os lábios apertados com irritação e não adiantava quantas vezes Harry perguntasse o que estava acontecendo ela não diria, tudo só melhorou depois do almoço quando ela desapareceu para biblioteca assim que terminou a comida em seu prato, Harry assistiu Blaise fazer o mesmo do outro lado do salão e quando os Grifinórios se encontravam novamente para a próxima aula, Hermione estava parecendo muito melhor, Harry não sabia o que Blaise fez e com certeza não queria saber, mas ele pediria a ele para fazê-lo todos os dias se isso ia manter Hermione com um humor melhor.

Seu próprio humor estava terrível depois de assistir a mais de uma discussão entre Sonserinos e alunos de outras casas, os Sonserinos se saíram bem, todos ainda compostos quando a discussão era interrompida por um professor ou monitor, mas Harry podia ver a tensão e preocupação quase imperceptível na linha dos ombros, ele só esperava que ele pudesse fazer algo para ajudar em breve, mesmo que naquele momento ele ainda não soubesse o que.

Eram quase quatro da manhã quando Harry finalmente se sentiu seguro o suficiente para deixar o dormitório dos meninos e seguir para a câmara. O espelho estava encolhido em seu bolso, sua cama estava selada como se ele estivesse lá e a capa de invisibilidade jogada sobre seu corpo. O castelo era sombrio a noite, mas ele gostava assim, do silencio dos corredores, nada além do som do vento circulando pelo castelo. Ele chegou ao banheiro das meninas e checou o mapa para ter certeza de que não havia ninguém por perto, depois de garantir que estava sozinho ele executou uma serie de feitiços de rastreamento, para se certificar de que nada estava no banheiro para espiona-lo, ele encontrou apenas um feitiço de alerta de som, que podia ser contornado ao lançar um feitiço silenciador sobre a entrada na câmara para garantir que nada fizesse qualquer barulho pelas próximas quatro horas, isso limitaria seu tempo com Tom, mas ele não poderia mesmo demorar tanto lá dentro.

Ele chamou a escada e pouco tempo depois ele estava entrando no escritório de Sonserina, ele mal teve tempo de passar pela porta quando foi atingido pelo pequeno corpo de um elfo chorão.

- Harry Potter está bem. Dobby estava tão preocupado com Harry Potter. – Choramingou o elfo, as mãos apertadas na roupa de Harry e seu rosto enfiado em seu peito – Dobby queria ajudar, mas Harry Potter fez Dobby prometer nunca tentar salvar sua vida de novo, então Dobby não podia. Dobby teve que esperar aqui.

- Dobby se acalme. Agora. – Disse Harry imperiosamente enquanto colocava o elfo de volta no chão – Eu nunca consigo entender uma palavra quando você está agitado assim. Você está bem?

- Harry Potter é um bruxo tão bom, depois de tudo que ele passou ele ainda está preocupado com Dobby. – Murmurou o elfo, fungando e limpando seu nariz no abafador de chá.

- Dobby, você não ficou realmente esperando aqui dentro todo esse tempo, não é?! Você saiu para comer por exemplo?! – Harry estava se sentindo horrível por não ter pensando no elfo em nenhum momento antes.

- Oh não Harry Potter. Dobby saiu. Dobby foi procura-lo naquele castelo em Rousay. Dobby sabia que Harry Potter estava lá, mas Dobby não podia entrar e Dobby prometeu que nunca tentaria salvar a vida de Harry Potter. – Disse o elfo chorando mais uma vez.

- Só o que ele faz é chorar desde que eu vim para cá. – Disse Gael que estava enrolada na enorme almofada perto da lareira – Eu queria come-lo só para que ele parasse.

Harry ignorou a serpente porque o que Dobby estava dizendo era muito mais importante.

- Você está dizendo que sabia onde eu estava, quando fui tirado no castelo?

- Sim. Dobby sabia. Dobby pode achar Harry Potter em quase qualquer lugar, mas Dobby não conseguia entrar lá e perguntar a Harry Potter se ele deixava Dobby salva-lo.

Harry respirou fundo, ele não tinha certeza de onde ficava Rousay, mas ele achava que era em algum lugar na Escócia ou ao menos próximo. E Dobby sabia, sabia e não disse a ninguém porque Harry o fez prometer não salva-lo. O moreno tentou se acalmar, na verdade Dobby não teria mesmo muitas pessoas para quem dizer.

- Dobby, se algo assim acontecer novamente, você vai dizer a Tom onde eu estou. Você se lembra de Tom, não é?! – Perguntou Harry, ele percebeu que estava falando com Dobby como ele falaria com uma criança assustada, mas ele não sabia de que outra forma ele poderia falar.

- Sim. O homem que cuida de Harry Potter. – Disse o elfo ainda fungando.

- Isso. O homem que cuida de mim. – Disse Harry, seu peito se enchendo de calor, porque aquela era a mais pura verdade, Tom cuidava dele de todas as formas que podia e se lamentava por não poder protege-lo de tudo – Se eu desaparecer de novo e você souber onde eu estou, diga a Tom, ele vai salvar minha vida.

- Dobby promete. Dobby vai dizer ao Lorde Tom para salvar Harry Potter.

- Muito bem. Agora eu preciso usar o escritório Dobby, você pode sair e ajudar nas cozinhas se quiser, mas não diga nada sobre nada disso a ninguém. Nada que tenha haver comigo ou com a câmara.

- Dobby guarda todos os segredos de Harry Potter. Dobby promete. – Disse o elfo e então desapareceu com um pop, Harry suspirou, ‘os segredos de Harry Potter’, ele definitivamente tinha muitos.

- Gael, vou falar com Tom agora. – Afirmou Harry e a cobra olhou para ele preguiçosamente, mas não se moveu – A sós, Gael.

- Não é como se eu quisesse ficar aqui assistindo vocês serem ridículos de qualquer forma. – Disse ela antes de deslizar para fora e Harry sabia que a serpente estaria fazendo bico se pudesse.

Quando estava finalmente sozinho na sala ele tirou o espelho do bolso o retornou até o tamanho original do lado da lareira oposto ao da almofada de Gael. Tom já estava lá, sentado na cama e assistindo Harry, o homem estava vestindo apenas a calça do pijama e a cama estava bagunçada assim como seus cabelos, como se ele tivesse acabado de levantar ao ouvir o aviso de Nagine de que Harry queria falar com ele.

- Eu não queria te acordar. – Disse Harry se sentindo embaraçado por sequer pensar que Tom poderia estar dormindo.

- Eu não estava dormindo. Não é tão fácil dormir sem você para aquecer minha cama. – Disse o homem dando de ombros e Harry sorriu apesar de suas bochechas terem corado um pouco – Então, como foi o primeiro dia?

- Tom, eu já estou exausto. – Admitiu Harry caminhando até a frente do espelho e sentando-se sobre o tapete, a imagem no espelho era tão nítida que Harry podia acreditar que conseguiria tocar Tom se ele estendesse a mão, ele desejava muito que ele poderia, que poderia atravessar o vidro e se deitar naquela cama bagunçada com os braços de Tom ao redor de sua cintura e não falar sobre nada do que estava acontecendo em Hogwarts, mas ele não podia, e não poderia por muito tempo – Dumbledore praticamente disse que existem comensais dentro da escola e por isso todos devem aprender a se defender. Ele disse que agora teremos aulas práticas que serão aplicadas por alunos. Todos acham que os Sonserinos são o inimigo, eles vaiaram duas crianças durante a seleção e ninguém disse uma palavra sobre isso. Eu não sei como vou resolver isso Tom. O ano mal começou e as rivalidades já estão no ápice, não vai demorar muito para isso evoluir para duelos reais nos corredores... E agora meu elfo me disse que sabia onde eu estava o tempo todo, mas não podia entrar no castelo para me perguntar se tinha permissão de salvar minha vida mesmo que eu tenha feito ele prometer que nunca tentaria salvar minha vida de novo...

- Pequeno, devagar. – Disse Tom, e ele parecia querer estender a mão para acalmar Harry também.

- Eu sinto sua falta. – Desabafou Harry – Eu não tenho tido uma boa noite de sono desde que sai da mansão e parece que eu vou precisar de boas noites de sono esse ano.

- Eu também sinto sua falta. Nagine sente sua falta. – Tom bufou deselegantemente antes de acrescentar – Os comensais sentem sua falta. Aparentemente eu sou muito pior quando Mordred não está por perto para equilibrar meu temperamento.

- Onde você disse a eles que eu estou? – Perguntou Harry com curiosidade.

- Disse que está recrutando aliados. Não é exatamente uma mentira.

- Acho que são eles quem estão precisando de aliados. – Reclamou Harry abraçando seus joelhos – Eles estão sozinhos em uma escola que decidiu que são todos monstros.

- Não estão sozinhos meu pequeno, eles têm você. – Disse Tom sorrindo – Não tem ninguém que está mais disposto ou mais preparado para ajuda-los.

- Eu queria saber como.

- Tenho certeza que vamos pensar em alguma coisa. Agora, me explica calmamente como é essa história do elfo não poder salvar sua vida.

Harry sorriu e começou a explicar melhor tudo sobre Dobby e depois o que o elfo tinha dito sobre o castelo, onde ficava. Em algum ponto Harry estava sentado com a lateral encostada no espelho, uma mão no vidro, Tom estava do outro lado na mesma posição com a mão sobre a dele, se ele se concentrasse o suficiente ele conseguia fingir que estava sentindo o toque. O dia estava para nascer quando ele teve que se levantar, precisava voltar para o quarto antes que alguém notasse sua ausência, ele se virou para Tom sem o menor desejo de sair, o homem parecia igualmente infeliz.

- Nos veremos novamente em breve, meu pequeno.

- Sim, nos veremos, meu Lorde.

Harry voltou para o quarto silenciosamente e se jogou na cama, agradecendo a qualquer divindade existente que ele não teria aulas no primeiro horário. Ele dormiu mais relaxadamente do que tinha dormido desde que encontrou Tom no beco diagonal.

 

O resto da semana correu praticamente da mesma forma, aulas, desentendimentos leves nos corredores, olhares tortos na direção dos alunos da Sonserina, era irritante e extremamente desinteressante, o moreno se pegava perguntando a si mesmo mais de uma vez se aquele seria seu ano, ele quase sentia falta dos desafios do torneio tribruxo. Ele e Tom se falaram apenas mais uma vez naquela semana, Tom tinha coisas para fazer e nem sempre estava em casa à noite e Harry não queria arriscar que suas viagens a câmara atraíssem a atenção de ninguém. O ponto alto da semana até aquele dia tinha sido a aula de poções, era divertido ver Snape sendo um carrasco com ele sempre que conseguia uma desculpa, o que antes tinha sido uma fonte interminável de irritação, agora tinha se tornado praticamente uma brincadeira entre os dois, é claro que eles eram os únicos que sabiam sobre aquela brincadeira, portanto Ron ficava furioso no fim de cada aula, reclamando sobre a injustiça do tratamento do pocionista, o que também divertia Harry.

Todos estavam ansiosos para a primeira aula de Scrimgeour, como ficavam todos os anos com os novos professores, mas Harry não estava realmente se importando, isso acontecia todos os anos e ele não achava que nada do que o Auror fizesse seria mais interessante do que qualquer dos outros professores. É claro que seria mais interessante do que Quirrel e Lockhart, mas Lupin e Sirius tinham se saído muito bem.

Na sexta-feira o grupo de alunos ansiosos estava parado na frente da sala de DCAT, todos sussurrando e murmurando sobre o que tinham escutado a respeito do Auror e o que esperavam de sua aula, Harry se sentiu desligado de todos, encostado na parede de pedra, cercado por Hermione, Ron e Neville, ele não se importava nenhum pouco com aquela aula, ele sinceramente duvidava que eles aprenderiam algo que Tom já não o tinha ensinado.

A porta se abriu na hora exata e todos os alunos entraram com uma rapidez infantil que Harry sinceramente achava que eles todos já deveriam ter perdido, mas ao mesmo tempo se alegrava que não tivessem, eles não poderiam continuar a ser crianças por muito mais tempo e era bom que aproveitassem o máximo que podiam quando tinham a oportunidade. A sala, pela primeira vez desde que Harry estava na escola, parecia limpa, não haviam criaturas nas paredes, quadros ilustrando feiticeiros combatendo criaturas das Trevas, haviam apenas as mesas, as cadeiras e o pódio do professor, era como uma das várias salas vazias espalhadas pelo castelo, completamente impessoal, não mostrando nada sobre o ocupante daquele ano, pela primeira vez na semana, Harry sentiu algo similar a interessante se manifestar em seu peito. Scrimgeour estava parado no pódio, olhando todos e esperando que se sentassem, com todos finalmente acomodados ele se desencostou de sua mesa e começou a falar.

- Bom, diferente dos outros professores eu não tenho a observação dos anos anteriores para decidir quem é mais apto para tutorar as aulas práticas, portanto vou pedir a cada um de vocês que venha aqui na frente e execute seu melhor feitiço defensivo. Vamos começar. – Disse ele, ignorando completamente qualquer discurso de boas-vindas que os professores sempre faziam e olhando analiticamente para o grupo de alunos ligeiramente inquieto, seus olhos viajaram por toda a sala até, não surpreendentemente, pararem em Harry – Sr. Potter, ouvi dizer que você pode executar um patrono corpóreo, isso é verdade?

Harry encarou o ex-auror com desconfiança, essa não era uma informação comum, até onde o moreno sabia apenas seus amigos sabiam disso, ele não conseguia pensar em como Scrimgeour tinha aquela informação e o que mais ele sabia. O moreno respirou fundo colocando aquela dúvida para ser analisada depois, ele tinha algo mais imediato para lidar no momento.

- Eu podia. – Disse ele, sua voz cansada e distante, a representação perfeita de alguém lamentando – Mas não consigo mais desde... bom, desde as férias.

A sala inteira suspirou, todos estavam se esforçando para não falar sobre o desaparecimento do Harry ao seu redor, o moreno sabia que eles falavam sobre isso na sua ausência, mas tomavam cuidado de não deixa-lo ouvir, provavelmente para evitar que ele se sentisse desconfortável, o moreno não ficava realmente desconfortável com o assunto, ele não estava assustado como fazia parecer, mas saber que toda a escola estava se preocupando com seus sentimentos sobre isso era reconfortante em algum nível.

- Oh, eu lamento ouvir isso. – Disse Scrimgeour, mas ele não parecia ter qualquer sentimento sobre o assunto – Esse seria o exemplo perfeito de uma poderosa magia defensiva.

- Eu sei outros feitiços similares... – Disse Harry tentativamente, na maior parte do tempo era chato se fingir de vulnerável e inseguro, mas era infinitamente pior na frente de Scrimgeour, porque Harry sabia que o ex-auror podia ver através da farsa e estava sempre escondendo um sorriso quando Harry agia daquela forma – Não são tão bons quanto o Patrono, mas ajudam.

- Essa parece uma ótima forma de começar então. Venha até aqui e nos demonstre algum desses feitiços.

Harry se levantou de sua cadeira e seguiu para frente da turma, todos os olhos estavam sobre ele, mas isso não era assim tão diferente do que acontecia todos os dias então não era mais ou menos incomodo. Parado ao lado de Scrimgeour ele ajeitou os ombros, apertou firmemente a varinha de Basilísco e se preparou para o feitiço.

- Scutum Desperatis! – Assim que o moreno entoou o feitiço uma rede de linhas roxas e acobreadas se formou ao seu redor, encapsulando-o, alguns alunos ofegaram, outros se levantaram de suas cadeiras para ver melhor, mas nenhuma reação foi tão interessante quanto a de Scrimgeour que deu um passo para trás, os olhos piscando como se não conseguisse acreditar no que estava vendo.

- Onde você aprendeu esse feitiço? – Perguntou o ex-auror, aparentemente incapaz de se conter.

- Em um livro. – Respondeu Harry inocentemente dando de ombros, era mentira, é claro, Tom o havia ensinado aquele feitiço quando ele ainda não conseguia formar um patrono corpóreo, apenas por precaução, mas ele não diria isso a ninguém além de seus amigos e certamente não a Scrimgeour.

- Esse é um feitiço de terceiro nível do esquadrão auror. Em que livro você o aprendeu? – Insistiu Scrimgeour, olhando com atenção as linhas vibrantes de magia que ainda separavam Harry do resto da turma.

- Não me lembro, provavelmente algum da sessão restrita. Por que? O que tem de errado com ele? – Perguntou o mais jovem com preocupação simulada, Scrimgeour parecia em choque demais para notar que ele estava fingindo.

- Não, nada de errado. – Respondeu o homem pigarreando e parecendo se recuperar do choque – Esse feitiço exige muita concentração, e não é normal ver um adolescente conseguir domina-lo.

- Talvez, a maior parte dos adolescentes não tenha a motivação certa.

- O que quer dizer?

- Os dementadores me atacaram no terceiro ano. Duas vezes. Eu estava apavorado com eles, e precisava de um jeito de mantê-los longe, quando não consegui executar um patrono aceitável eu procurei outras alternativas. – Disse o mais jovem dando de ombros.

- A maioria dos jovens continuaria a tentar o patronos.

- A maioria dos jovens não caiu de uma vassoura a mais de vinte metros do chão porque um dementador decidiu que era divertido persegui-los. – Insistiu Harry e Scrimgeour sorriu, um sorriso sincero e orgulhoso e Harry se sentiu um pouco sem ideia do que fazer a seguir.

- Você seria um Auror incrível Sr.Potter. Boa parte do meu esquadrão é incapaz de pensar em alternativas quando seu Plano A falha, é frustrante. – Reclamou Scrimgeour de uma forma muito sincera – Você não parece ter esse problema.

- Professor? – Chamou alguém e Scrimgeour pareceu se dar conta de que havia uma sala inteira esperando por explicações – O que exatamente é esse feitiço?

- Esse feitiço é uma alternativa para o patronos. – Disse o homem entrando em modo de explicação – Mas diferente do patronos, ele não é composto de lembranças felizes e sim de medo e desespero. – Toda a sala pareceu chocada ao ouvir aquilo, mas Scrimgeour não parou sua explicação – O Patrono é de certa forma um feitiço defensivo e ofensivo, afinal um patrono corpóreo pode atacar criaturas das Trevas para proteger o bruxo enquanto ele tem a varinha livre para executar qualquer outra magia de seu agrado. Esse feitiço porem, age como uma camuflagem, ele esconde a presença dos bruxos de dementadores ou qualquer outra criatura das trevas que use um sentido diferente da visão para se localizar, com esse feitiço as criaturas só sentem o medo e o desespero naquele lugar e são incapazes de identificar uma pessoa ali, com esse feitiço mesmo um lobisomem em frenesi pode perder seus rastros em uma noite escura. É claro que tem suas desvantagens, por exemplo, quando o feitiço está em vigor o bruxo é incapaz de usar sua varinha para qualquer coisa além de mantê-lo em execução, e ele também não pode se mover porque diferente do Patronos, o feitiço não o acompanha.

- Então, quer dizer que o Patronos é melhor? – Perguntou Simas.

- Não exatamente. – Disse Scrimgeour, parecendo um pouco desapontado que alguém tivesse chegado aquela conclusão – Em teoria, sim. O patronos é melhor, mas a vida não é como a teoria. Na vida real, nos momentos em que você precisa usar um patronos, pensar em suas memorias felizes é uma das coisas mais difíceis que você pode fazer, quando você precisa de um patronos, você geralmente está cercado de medo e desespero, portanto, um Scutum Desperatis é muito mais fácil de conjurar quando você tem apenas alguns segundos para reagir. Fora que se você estiver acompanhado, seu parceiro pode realizar uma ação ofensiva enquanto você mantem o feitiço defensivo, ele é perfeito para o trabalho em equipe, muito mais discreto que um patrono seria e uma vantagem se você quer estar entre criaturas das trevas despercebido. Um animal prateado não é exatamente sutil, é?!

- Mas... esse é um feitiço das Trevas, não é?! Scutum Desperatis, também conhecido como Patrono das Trevas. – Disse Lila Brow, parecendo muito assustada com a possibilidade, Harry quis revirar os olhos para sua estupidez.

- Não. É verdade que esse feitiço é conhecido como Patrono das Trevas, mas ele não é necessariamente das Trevas, ele ganhou essa fama por usar medo e desespero como energia, mas ele não é diferente de um patronos que se alimenta de emoções para ser produzido. – Esclareceu Scrimgeour, e então suspirou com cansaço parecendo muito velho de repente – E se ele fosse um feitiço das Trevas eu não vejo qual seria o problema.

- Mas, Professor... Nós não deveríamos usar feitiços das Trevas. – Insistiu Lila, e Scrimgeour surpreendentemente revirou os olhos, fazendo Harry rir.

- Para sobreviver em uma batalha?! É claro que deveriam. Ou ao menos deveriam se você tiver controle sobre ele. Feitiços das Trevas são perigosos, a magia das Trevas em si é perigosa, mas apenas porque é mais difícil de controlar do que a magia neutra e a magia da luz. Nenhuma magia é inerentemente boa ou má, magia é magia, a forma como o bruxo a usa é que determina sua índole. – Harry se sentiu muito bem ao ouvir aquilo e teve certeza de que colocar Scrimgeour como professor foi um dos melhores planos que ele e Tom já tiveram e aparentemente teria mais benefícios do que simplesmente desestabilizar Dumbledore – Não me entendam mal, eu não estou dizendo que vocês devem sair por ai realizando feitiços das Trevas indiscriminadamente, como eu disse, a magia das Trevas é perigosa, mas vocês não devem descartar um ramo inteiro da magia apenas porque é perigoso, afinal, em algum nível, todo tipo de magia é perigoso.

- Eu não entendo. Devemos ou não praticar magia das Trevas? – Perguntou Ron obviamente confuso, Harry sorriu para o amigo com compreensão, certamente não é fácil ter anos de crença jogados em seu rosto e chamados de besteira.

- Esse será seu trabalho para próxima aula, quero quarenta e cinco centímetros de pergaminho sobre a diferença entre os três ramos da magia e porque não é aconselhável que sejam praticados por todos. – Disse Scrimgeour com determinação.

- Ah, professor. – Começou Hermione, parecendo muito incerta de chamar atenção para si naquele momento – Eu não acho que vamos ter material de Base na biblioteca da escola. Eu fiz essa pesquisa no terceiro ano e quase não há livros sobre isso, nem mesmo na sessão restrita.

- Acho que isso explica porque vocês estão tão claramente desinformados sobre o assunto. – Disse o ex-auror e Harry não teve certeza se ele realmente imaginava que o desconhecimento dos alunos fosse devido à falta de material didático e não ao preconceito da sociedade bruxa ou se ele estava apenas dizendo aquilo por dizer – Eu vou disponibilizar livros da minha coleção pessoal durante a semana, vocês provavelmente terão formar grupos de estudo para essa tarefa, mas não acho que será um problema. Vamos, continuar então. Sr.Potter, vinte pontos para a Grifinória por você ter mantido seu escudo durante todo esse tempo, você pode se sentar agora.

E foi isso, Scrimgeour agiu como se não tivesse acabado de confundir uma turma inteira de quintos anos com sua pequena explicação sobre magia. Harry voltou para mesa ao lado de Hermione e Ron se sentindo melhor do que tinha se sentido desde que deixou a mansão, Hermione sorriu para ele como se soubesse de seus pensamentos, Ron ainda parecia profundamente confuso, como se estivesse tentando conectar os fios em sua cabeça, mas não conseguisse, Harry só esperava que Ron abrisse um pouco os olhos quando fizesse a lição de casa.

Os outros alunos também executaram seus melhores feitiços defensivos. Blaise criou um escudo de fogo que estava quase no limite entre um feitiço das Trevas e neutro, fazendo metade da turma torcer os rostos, mas Scrimgeour ficar encantado e explicar como aquele escudo era tanto defensivo quanto ofensivo, pois atacava aos oponentes quando lançava feitiços diretamente contra ele, muitas vezes queimando a varinha do outro e dependendo da força do escudo, até mesmo o próprio oponente, Blaise também ganhou vinte pontos por ele e sorriu para Harry visivelmente orgulhoso, o próprio Harry nunca tinha dominado aquele feitiço tão bem quanto Blaise, o Sonserino parecia obcecado com controlar o fogo quando treinaram pela primeira vez e Harry nunca entendeu porquê. Neville executou um patronos corpóreo e Scrimgeour voltou a frisar a diferença entre o feitiço de Harry e de Neville. Ron também executou um Patronos, mas o dele não era corpóreo, o que o deixou irritado por um momento, mas então Scrimgeour disse que estava impressionado que mais de um aluno conseguia executar um patrono e ele se sentiu melhor. Nott se desiludiu e Scrimgeour disse que aquele não era exatamente um feitiço defensivo, o Sonserino objetou e perguntou que defesa poderia ser melhor do que simplesmente tirar o alvo do oponente, Scrimgeour riu e concordou com ele. Hermione conjurou um bando de pássaros amarelos que circulavam ao seu redor e se colocavam na frente de qualquer feitiço que fosse lançado em sua direção, Scrimgeour ficou impressionado com sua engenhosidade e disse que ela também seria uma auror magnifica, a menina corou. Draco criou cinco hologramas de si mesmo e incitou os colegas a ataca-lo, o que é claro todos fizeram, mas os hologramas, desviavam, se abaixavam e riam, até que Simas finalmente acertou um deles e os cinco desapareceram sem deixar sinal de Draco, todos ficaram confusos até Draco pigarrear de seu lugar ao lado de Nott, erguendo uma sobrancelha e escondendo um sorriso implicante, Scrimgeour lhe deu trinta pontos por aquilo. Dos alunos que não treinaram com Harry, apenas Parvati Patil fez algo interessante, ela conjurou várias sombras que usava como portal de curto alcance, desaparecendo e reaparecendo através deles por toda a sala cada vez que alguém lhe lançava um feitiço, Harry tinha quase certeza que aquele era um feitiço das Trevas, mas ninguém pareceu suspeitar disso ou mesmo torcer o nariz para ela, por não supor que uma Grifinória faria tal coisa, Harry pensou que deveria conversar com Parvati em algum momento e perguntar se ela poderia ensinar aquele feitiço a ele, parecia incrivelmente útil. Quando a aula terminou e os alunos foram liberados foi muito parecido com a reação que tiveram a primeira aula de Sirius, alguns estavam maravilhados, outros chocados e assustados com as opiniões do ex-auror, Harry estava extasiado, a aula tinha sido muito melhor do que ele supôs que poderia, Scrimgeour seria um aliado ainda mais útil do que o moreno pensou inicialmente e ele mal podia esperar para contar a Tom sobre isso.

 


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
Espero que sim.
Estarei esperando ansiosa pelos seus palpites e comentários, e vou tentar responde-los mais rapidamente dessa vez.
Se'U


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