História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Capítulo Bônus

Barty estava deitado na biblioteca segurando um livro que a muito já tinha desistido de ler quando a porta da frente bateu e o primeiro grito de Walburga ecoou pela casa, ele suspirou cansado. Sirius estava em casa então e ele não estava feliz. O loiro se levantou, colocou seu livro de lado e fez seu caminho para baixo em direção ao animago.

- ... onde eu errei criando você?! Esse menino sujo, eu deveria tê-lo machucado mais, mas seu pai sempre foi brando, ele... – Estava gritando o quadro quando o loiro passou por ele e lançou um feitiço silenciador, esperando que quando a magia se desgastasse a mulher estivesse calma o suficiente para ficar calada, se não estivesse, ele mandaria Monstro falar com ela.

- Você esperaria que ela estivesse feliz com você agora que se juntou ao Lorde das Trevas. – Disse Barty quando entrou na sala.

Sirius estava sentando ao lado da lareira, um copo cheio de uísque em sua mão e a garrafa sobre a mesa, pronta para enche-lo outra vez. O moreno bufou sem olhar para ele.

- Essa vassoura velha não pode ser feliz a não ser que esteja queimando as orelhas de alguém ou algo assim. – Respondeu Sirius, esvaziando seu copo na boca e se virando para enche-lo.

Barty sentou ao seu lado no sofá e esperou mais três copos antes de falar de novo.

- O que aconteceu para fazer você beber seu peso em álcool? – Perguntou o loiro, chamando um copo para si e aceitando quando Sirius o encheu para ele – Harry está bem, não está? Ele parecia péssima antes, mas tenho certeza que o Lorde pode ajudar.

- Ele está bem. Muito bem eu diria. Bem o suficiente para agir como um pirralho teimoso.

- Como assim?!

- Ele não quer vir para cá comigo. Prefere ficar naquela mansão sombria com aquele homem. Por que ele ia querer algo assim?

O loiro sabia que não deveria rir, mas ele não pode evitar e como resposta a risada o loiro ganhou um olhar mortal de Sirius.

- Sirius, não me leve a mal, mas por que ele viria para cá?

- Porque eu sou seu padrinho. É como se fossemos família. – Argumentou o homem infantilmente, dessa vez Barty conseguiu não rir muito descaradamente.

- Sim, é claro. Mas pense bem, Sirius, onde ele ficaria?! Estamos um pouco lotados se você não notou. Com todas essas crianças inconscientes, Alice e Frank. O que você ia fazer, colocar o Harry para dividir o quarto conosco?! – Disse Barty dando uma risada curta – Isso seria interessante.

Sirius corou e escondeu a vermelhidão tomando outro gole de seu uísque.

- Daríamos um jeito.

- Eu também não viria se fosse o Harry. Aqui, nós ‘daríamos um jeito’, lá ele tem seu próprio quarto, espaço para treinar e acesso constante ao seu mestre.

- Voldemort não é mestre de Harry. – Objetou Sirius veementemente, Barty revirou os olhos.

- O Lorde das Trevas é mestre de Harry em mais sentidos do que ele é meu. Se negar isso te faz mais feliz, negue, mas não vai tornar menos verdade.

Sirius se calou por mais um tempo, ficou encarando seu copo vazio como se ele tivesse alguma resposta que ele precisava desesperadamente.

- Ele realmente tem um quarto lá? – Perguntou o moreno.

- Você achava que ele dormia em uma cela esse tempo que passou lá?!

- Não é isso. Eu pensei que ele dormisse em qualquer lugar. Em algum quarto de hospedes vazio que os elfos tinham limpado recentemente, não em um quarto dele. – Admitiu Sirius, ele olhava para garrafa de uísque, provavelmente se debatendo se deveria ou não ter mais um copo, Barty decidiu por ele, encheu um último copo para os dois e baniu a garrafa quase vazia de volta para o armário.

- Ele tem o quarto dele, com a cama dele e as coisas dele. Depois de todo esse tempo, a mansão é como se fosse sua casa. Até mesmo os elfos o tratam como mestre. Não vejo porque ele iria querer vir para cá.

- Se lá é tão bom, por que você está aqui?! – Reclamou Sirius, ele não olhava para o loiro, preferia assistir o fogo trepidar na lareira, Barty sorriu.

- Lá é bom para ele, aqui é bom para mim. – Respondeu o loiro com convicção, tomando seu último gole, colocando o copo de lado e se deitando nas pernas de Sirius sem cerimônia – Você está aqui, não está?!

Sirius sorriu de forma quase imperceptível, hesitou por alguns segundos e então permitiu sua mão cair sobre os fios loiros de Barty, acariciando-os sem jeito e ouvindo os suspiros de contentamento que o mais novo sempre fazia ao ser tocado por ele, como se cada toque fosse a melhor coisa do mundo.

- Ainda não sei o que tem de tão interessante em mim. – Confessou Sirius com sinceridade.

- Ah, pare de garimpar elogios. Você sabe que é lindo. – Bufou Barty, Sirius riu mais uma vez e se abaixou para beijar seus lábios.

Às vezes, Barty ainda não conseguia acreditar que era verdade, que depois de todo aquele tempo desejando Sirius das sombras, ele finalmente podia beija-lo sempre que quisesse. O loiro separou os lábios e permitiu que o mais velho aprofundasse o beijo, a língua que entrou em sua boca tinha sabor de Sirius e Uísque, era simplesmente perfeito e ele queria mais, ele queria para sempre.

Barty se moveu no sofá, para poder devolver aquele ferver por si mesmo, ele se sentou no colo de Sirius sem qualquer vergonha ou pudor e envolveu os braços ao redor de seu pescoço, puxando o rosto alheio em direção ao seu, mordendo os lábios de Sirius, fazendo-o gemer e apertar sua cintura com mais força puxando-o para mais perto.

- É só por isso?! – Perguntou Sirius, sua voz grave e ofegante, o loiro teve que pensar um pouco para saber do que o outro estava falando.

- É. É só pela sua beleza Black estonteante, não nada a ver com a bondade, ou seu heroísmo Grifinório cativante e completamente sem senso de autopreservação. – Sussurrou Barty, distribuindo beijos por todo o rosto do homem enquanto falava – Ou a lealdade que tem a quem é importante para você.

- Minha beleza então. – Sorriu Sirius, beijando o pescoço exposto de Barty, saboreando a pele macia que se arrepiava com o toque de seus lábios – Eu gosto de você apenas pela sua beleza também.

- Pare de mentir, eu sou incrível e você sabe. – Brincou o loiro.

- Ok, então vamos subir e você me mostra o qual incrível você pode ser.

Barty respondeu a isso circundando a cintura do mais velhos com as pernas e se deixando carregar para cima sem se importar se alguém visse, ou com os gritos estridentes de Walburga que recomeçaram ao vê-los. Nada disso importava enquanto ele tivesse Sirius ao alcance de suas mãos.