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História Harry Potter e a Ascensão do Príncipe - Capitulo 3


Escrita por: MayChagas

Notas do Autor


Oie.
Olha eu aqui de novo.
Não vou demorar.
Enjoy.

Capítulo 6 - Capitulo 3


 

“Não se pode ir longe na amizade sem se estar disposto a perdoar os pequenos defeitos um ao outro.”

- Jean de la Bruyere

 

Novamente Harry acordou em lençóis mais quentes e confortáveis que os seus costumavam ser, mas dessa vez ele estava sozinho na cama, ele se remexeu um pouco e rolou para o outro lado da cama, estava frio então Tom já havia se levantado a algum tempo, o moreno ainda sonolento enfiou o rosto no travesseiro alheio e aspirou profundamente antes de se dar conta do que estava fazendo e levantar.

Ele usou sua magia borbulhante para encontrar Tom pela casa, percebendo que o homem estava na sala de jantar, provavelmente tomando café, então ele se levantou e caminhou até o próprio quarto para fazer sua higiene matinal. Ele pegou seu reflexo no espelho de corpo inteiro que ficava no banheiro e caminhou até ele para se ver melhor, ele estava bem mais magro do que tinha estado antes do torneio, seus músculos pareciam enfraquecidos e seu cabelo um pouco sem vida, ele virou de costas para olhar o ferimento, ele ainda estava vermelho e irritado, mas estava visivelmente começando a cicatrizar e Harry achou seguro vestir uma camisa. Adequadamente vestido e limpo, o rapaz desceu para o café da manhã, ou o almoço como ele percebeu quando chegou, ele não sabia que horas eram e fez um movimento em busca de sua varinha para que pudesse checar antes de perceber que não a tinha.

- Eu perdi minha varinha de fênix também. – Disse ele como saudação se sentando ao lado de Tom na mesa.

- Bom dia. – Respondeu o homem sorrindo e enchendo um copo de suco para Harry antes de passar três ampolas de poções – Você precisa beber isso, são para limpar qualquer infecção de seu organismo, e também restaurar um pouco dos nutrientes que estão em falta, mas você precisa comer bem de qualquer forma. – Harry pegou as três ampolas e bebeu sem hesitar, elas tinham um gosto horrível e ele agradeceu a Tom pelo suco de morango – Sim, eu percebi que você estava sem varinha quando voltou. Aliás você estava sem nada. Você não levou sua verdadeira varinha com você no dia da prova?

- Não. Não havia qualquer razão para isso, todos estariam assistindo, eu não ia correr o risco de alguém ver que eu tinha outra. Ainda bem que eu não levei.

- Verdade. – Admitiu Tom – Bom, todas as suas coisas estão trancadas no seu malão, quando as aulas terminaram, os Weasleys levaram seu malão com eles para guardar para você até que voltasse.

- Não sei como Dumbledore permitiu isso. Não achei que ele fosse perder a chance de bisbilhotar minhas coisas.

- Ele não queria, mas os gêmeos fizeram um show de dizer que mexer nas coisas de um adolescente era uma ofensa à privacidade. Eles foram tão barulhentos na frente de todos que Dumbledore teve que concordar. Acho que fizeram de propósito. – Riu Tom e Harry retribuiu, era a cara deles fazer algo assim.

- Como você sabe disso? – Perguntou o mais jovem com curiosidade.

- Snape me mostrou as memorias. – Disse Tom se tornando imediatamente mais sério – Eu olhei tantas memorias daquele dia quanto eu consegui colocar as mãos, estava procurando uma pista, qualquer coisa que pudesse me dizer onde você estava. Mesmo assim não foi o suficiente.

- Bom, eu estou aqui agora. – Disse Harry, tentando confortar o mais velho – E eu preciso das minhas coisas de volta, principalmente minha varinha, e também preciso falar com os outros que eu estou vivo, nem posso imaginar como Hermione está se sentindo.

- Vou mandar uma mensagem a Sophia ordenando que Blaise venha até aqui. A menina me entregou todos os colares depois que você desapareceu, então acho que vocês terão que encontrar outra forma de se comunicar.

- Ela te entregou todos os colares?

- Blaise me entregou, na verdade. Ele disse que Hermione acreditava que eu poderia usar a conexão de sangue neles para localizar você, obviamente não funcionou, mas foi uma boa ideia. Mesmo assim, em minhas tentativas eu acabei destruindo todos eles, sinto muito. – Tom parecia mesmo lamentar, Harry deu de ombros sem se importar muito.

- Podemos fazer outros.

- Ou eu posso te ajudar a fazer algo que você não tenha que sangrar para que funcione. – Argumentou Tom – Acho que você já sangrou o suficiente por um bom tempo.

- Bom, uma coisa de cada vez, certo?! Então... Blaise.

- Sim, termine seu almoço. Vou garantir que ele esteja aqui mais tarde.

Eles comeram e fiel a sua palavra, Tom contatou Sophia e ordenou que Blaise viesse até a mansão, apenas Blaise. Harry tomou outro banho e deixou Tom fazer um curativo apropriado dessa vez antes de se vestir e se aprontar para esperar por Blaise no escritório.

Harry estava de pé próximo a lareira, alimentando Gael com petiscos quando o Sonserino chegou, o moreno mal teve tempo de se virar propriamente antes de Blaise o envolver em um abraço apertado que fez sua ferida repuxar, ele retribuiu o abraço de forma desconfortável, ele não estava acostumado a ser abraçado por ninguém além de Hermione e ocasionalmente Tom.

- Eu nunca estive tão feliz em ver você. – Disse o rapaz com sinceridade, Harry pigarreou antes de responder.

- É bom ver você também Blaise.

- Ficamos tão preocupados com você. Hermione mais do que todos, depois que você desapareceu ela praticamente acampou na biblioteca todos os dias, procurando uma forma de te encontrar, acho que ela nunca ficou tão arrasada com o fim do período escolar.

- Eu quero dizer a ela que estou vivo, mas T-Voldemort disse que ninguém mais tem colares, e mesmo que vocês tivessem eu não poderia fazer nada porque eu perdi o meu, então... Você tem alguma forma de falar com ela?

Blaise olhou para os próprios pés, parecendo muito tímido de repente, Harry ergueu uma sobrancelha e esperou que o outro se pronunciasse outra vez.

- Bom... sim... nós... trocamos diários antes de entrar no expresso.

- Vocês trocaram diários?! – Perguntou o moreno confuso – O que diabos isso quer dizer?

- Nós... esse foi um dos testes que fizemos antes de decidirmos pelos colares, não parecia muito prático sabe, cada um de nós ficar andando por aí com um caderno nas mãos, mas só para nós dois não era tão ruim assim. Então, quando saímos para férias cada um de nós ficou com um, já que sabíamos que não seria aconselhável trocar cartas.

- Muito esperto da parte de vocês. – Disse Harry, ele não ia falar nada sobre o rubor nas bochechas de Blaise e nem sobre a forma que o Sonserino não conseguia olhar em seus olhos enquanto falava – Preciso que você diga a ela que eu estou aqui e que estou bem.

- Claro, eu posso fazer isso, mas não é uma boa ideia. – Respondeu Blaise, se parecendo mais com ele mesmo agora – Você sabe como ela é, vai querer te ver e não vai parar até conseguir, acho que você deveria encontrar com ela.

- Mas como eu farei isso? Tenho certeza que ela está sob vigilância.

- Está, mas desde quando algo pode impedir Hermione de fazer algo que ela queira?! – Respondeu o sonserino dando de ombros – Temos nos visto com frequência. Ela foi me visitar em casa várias vezes, Neville também. Não acho que vá ser um problema nos encontrarmos na minha casa. Não é como se alguém pudesse seguir nenhum deles através do Flu.

- Hermione e Neville tem visitado você?! – Perguntou Harry surpreso e mais do que um pouco irritado – Vocês não pensam?! Acham que Dumbledore não vai reparar que tem Grifinórios que supostamente deveriam odiar você fazendo visitas amigáveis durante o verão?

- Em outras circunstancias, nós teríamos tomado mais cuidado, mas o diretor, e todo o colégio na verdade, já sabem que Hermione e eu somos amigos. Não havia qualquer proposito em continuar fingindo durante as férias. – Blaise disse isso como se não fosse nada demais, mas havia uma gota de suor escorrendo pela lateral de seu rosto e ele estava dando alguns passos inconscientes para trás, afastando-se de Harry como se temesse sua reação.

O moreno apertou a ponte do nariz e tentou controlar a onda de magia que ameaçava sair dele. Ver Blaise tão cedo não tinha sido uma boa ideia, ele ainda não estava completamente no controle, a magia induzia a raiva e ele não queria machucar o Sonserino, pelo menos ele achava que não queria, que a vontade de nocautear o outro naquele momento era culpa unicamente da magia. Respirando fundo ele indicou o sofá para Blaise e se sentou em sua poltrona, ele notou que o outro tinha sentado o mais longe possível, o que não era uma coisa ruim nesse momento.

- Como e por que toda a escola sabe que você e Hermione são amigos? Eu sangrei para fazer cordões para evitar exatamente isso. – Disse Harry, ainda mantendo sua magia em cheque.

O mais alto corou e fez uma careta, provavelmente se sentindo culpado agora, Harry achou bom que ele estivesse se sentindo assim, era melhor que estivesse ou Harry faria ele se arrepender de outra forma.

- Quando Cedric saiu do labirinto e você não apareceu com ele Hermione teve um ataque de pânico. Eu não consegui só ficar quieto e assistir, eu tive que tentar acalma-la. Você sabe como ela é, poderia ter sido pior, ela poderia ter feito algo como atacar Dumbledore ali mesmo. – Tentou justificar o outro, e era verdade, Harry sabia que ele estava certo, mas duvidava muito que ele pensou nisso antes de correr para acalmar Hermione na hora – Nós estávamos assustados e não fomos os únicos a fazer algo inconsequente por isso.

- Quem mais fez algo inconsequente? O que foi feito? – Harry então pensou na expressão de Tom quando ele perguntou o que tinha acontecido, muita coisa, ele disse, de repente ele teve a sensação de que nenhuma daquelas coisas era boa.

- Moody, bom, Sirius, ele realmente atacou Dumbledore. Eles tiveram um pequeno duelo. Nós achamos que o diretor ia mata-lo.

- Dumbledore não ia matar ninguém na frente de estudantes... ele é muito cuidadoso para fazer isso sem ter alguém em quem colocar a culpa por isso. – Bufou Harry, Merlin, como ele queria que Sirius estivesse ali para que ele pudesse gritar o quanto ele não conseguia se controlar  – Como Sirius escapou? Eu sei que ele escapou porque o encontrei ontem.

- Barty o tirou de lá usando a sua capa. – Respondeu Blaise, parecendo obviamente aliviado que Harry agora tinha outra pessoa para concentrar sua raiva – Depois disso tudo foi uma confusão. Eles nos mandaram entrar e voltar para nossos dormitórios. Ninguém nos contou sobre o que estava acontecendo, mas os gêmeos instalaram umas orelhas estranhas pelo castelo, então nós conseguimos ouvir algumas coisas. Eles encontraram o verdadeiro Moody trancado na sala de Defesa, o velho estava péssimo, quase morto. Eles conseguiram descobrir onde Sirius o havia capturado e foram até lá investigar, de alguma forma um Auror acabou morto. Depois disso tinham aurores por todos os corredores da escola, vigiando. Muitos alunos foram interrogados sobre você.

- Você foi? – Perguntou Harry.

- Sim. Mas eu não tinha muito para dizer. Não te conheço bem. Eu sou amigo da Hermione, nós dois nos falamos pouquíssimas vezes. Acho que você não gosta muito de mim. – Disse Blaise rindo, Harry riu também, apesar de que ainda estava um pouco irritado com Blaise – Interrogaram Draco e Nott também, mas eles tinham ainda menos a dizer, ainda estão irritados comigo por falar com Hermione.

- Bom saber que vocês não pararam completamente de pensar de forma lógica.

- Você não precisa ser tão cruel. – Falou Blaise, ele não estava realmente irritado com Harry, ainda se sentia muito bem por saber que ele estava vivo – Nós ficamos muito preocupados com você. Tentamos de tudo para te encontrar. Todos nós.

- E é só por isso que eu não estou jogando você contra uma parede outra vez. – Respondeu Harry e Blaise tremeu, esse não tinha sido seu momento preferido – Eu preciso das minhas coisas. Você e Hermione tem como conseguir elas de volta?

- Hermione já as tem. – Respondeu Blaise com um sorriso cheio de orgulho e Harry quis revirar os olhos para ele – Ela disse aos gêmeos para encolhe-lo e substitui-lo por um igual antes de sairmos de férias. Ela sabia que você ia quere-lo o mais rápido possível assim que voltasse, tem carregado com ela desde então.

- É claro, Hermione está sempre, certa. – Harry estava ansioso para ter sua varinha de volta, ele se sentia nu sem ela – Quero que você organize um encontro na sua casa amanhã a tarde. Chame todos.

- Como quiser. – Blaise parecia um pouco incerto agora, como se não tivesse certeza do que fazer a seguir – Você vai nos dizer o que aconteceu?

Harry suspirou, ele ainda não tinha decidido se faria, ele não queria falar sobre o cativeiro, os amigos não poderiam fazer nada sobre o que aconteceu, então ele não tinha certeza se deveria ou até onde ele deveria contar.

- Não decidi ainda. – Admitiu o moreno, porque não havia qualquer ponto em mentir – Não é tão importante, eu estou de volta e isso é o que importa.

- Sim. – Foi tudo que o rapaz disse.

- Então... – Começou Harry, porque ele queria conversar sobre algo mais leve – Você e Hermione ainda são só amigos?

O sonserino corou profundamente e Harry riu como não fazia em muito tempo, os dois eram óbvios e estavam girando ao redor disso por meses.

- Você tem alguma objeção se a resposta for não? – Disse Blaise e ele parecia realmente preocupado agora, Harry sorriu ainda mais.

- É claro que não. Estava mais do que na hora eu devo dizer.

- Bom. – Respondeu o outro aliviado – Mas, somos amigos, eu acho. Você estava desaparecido e não parecia uma boa hora. Ela parece gostar de mim também, mas eu posso estar sendo prepotente.

- Ela gosta de você. – Afirmou Harry, porque todos sabiam, pelo menos, todos que sabiam que eles se falavam.

- Ela já disse isso a você? – Perguntou o Sonserino cheio de esperança.

- Não, não disse, mas nem precisa dizer. Eu a conheço. Eu sei. – Era verdade, Harry percebeu desde o começo como Hermione estava se interessando mais e mais por Blaise, Krum tinha sido um empecilho, mas ele sabia que não iria durar, o que foi a principal razão para o moreno não querer que o búlgaro soubesse da verdade – Vocês ficam bem juntos. Mas é claro... se você magoa-la eu vou garantir que não possa magoar mais ninguém nunca mais.

Blaise engoliu em seco, mas continuou sorrindo. Logo eles se despediram, Harry encontraria os outros no dia seguinte e queria estar pronto, isso queria dizer que ele precisava gastar um pouco de magia, para garantir que não acabaria machucando ninguém.

Ele foi para o lado de fora e deitou na grama úmida, depois de tanto tempo preso era bom aspirar o ar limpo e fresco do espaço aberto. Ele fechou os olhos e deixou sua magia escoar através dele enquanto sentia o sol em seu rosto, ele se transformou em Mordred apenas para saber se ele ainda conseguia, e a sensação de realmente usar a magia ela maravilhosa, ele ficou indo e vindo na transformação apenas porque ele podia, em algum momento ele se perguntou se aquilo poderia danifica-lo de alguma forma, mas ele achava que não então ele não parou.

- Mestre, por que está aqui fora? – Perguntou Gael vindo circular ao seu redor, Harry ainda não abriu os olhos.

- Porque passei muito tempo preso do lado de dentro. – Respondeu o moreno.

- Como era lá?! – Gael estava obviamente hesitante ao perguntar aquilo, e Harry enrijeceu, ele não estava pronto para falar sobre isso ainda, não com qualquer um além de Tom, porque falar sobre o cativeiro era o mesmo que lembrar, da sensação de quase enlouquecer, do frio cortante que as vezes inundava a torre, da sensação de impotência e de não saber o que aconteceria a seguir, das poucas vezes em que ele desejou que alguém aparecesse para simplesmente mata-lo, porque ficar apenas preso lá parecia uma perspectiva pior que morrer – Desculpe, você não precisa me falar se não quiser.

- Eu ainda não consigo, Gael. Vou fazer isso em algum momento, eu só não posso fazê-lo agora.

A cobra não disse mais nada, ela apenas subiu e se enrolou sobre seu estomago, um peso quente e confortador. Ele sentiu falta de Gael, sentiu falta de poder alcança-la com sua mente e de suas piadas sarcásticas, as vezes ele fingia conversar com ela no calabouço, eram nesses dias que ele achava mesmo que estava enlouquecendo, mas fingir que Gael estava com ele tornava a realidade menos opressora, então ele continuou a fazer isso, a falar em língua das cobras e imaginar o que ela teria respondido. As vezes ele imaginava Tom também, imaginava que Tom tinha conseguido encontra-lo, que tinha estripado Karkaroff e tinha invadido a torre para busca-lo ainda coberto de sangue, ele teria abraçado Tom, sem se importar com os restos de Karkaroff sobre ele.

Harry sabia que algo dentro de si tinha se quebrado quando ele estava preso, ele não sabia o que tinha sido, mas sentia que agora era uma pessoa diferente. Ele pensava em coisas que o teriam repugnado antes, como torturar Karkaroff pelo dobro de dias que ele foi torturado, empregando cada uma das sessões de tortura que o homem tinha descrevido para ele, porque ele se lembrava de todas, com detalhes, ele sabia que faria isso assim que tivesse a chance, e ele também sabia que antes do que aconteceu imaginar-se fazendo algo assim o teria enjoado.

O céu estava entrando na cor do crepúsculo quando ele finalmente se levantou e voltou para a mansão, ele estava um pouco frio, mas nem de longe tão frio quanto tinha estado nas últimas semanas. Ele subiu para o seu quarto e tomou um banho quente para afastar aquelas memorias, vestiu um par de calças e pegou uma camisa antes de seguir em direção ao quarto de Tom, ele hesitou um pouco antes de bater na porta, mas bateu mesmo assim.

- Entre. – Chamou Tom, Harry respirou fundo e entrou, o mais velho estava sentado em sua escrivaninha, tinha um pergaminho estendido sobre ela, mas o homem estava olhando em direção a ele – Quer que eu faça um curativo?

- Sim. – Respondeu Harry, odiando como sua voz soava incerta e falha – Eu vou cuidar disso eu mesmo assim que tiver minha varinha de volta, mas por agora eu ainda tenho que incomodar você.

- Não é qualquer incomodo. – Disse o lorde sorrindo e indicando a cama para Harry se sentar, o mais jovem obedeceu e assistiu Tom caminhar até seu banheiro e trazer as coisas necessárias para o curativo e se sentar atrás dele – Como está a dor hoje? Acha que precisa de mais uma poção analgésica?

Harry fechou os olhos sem responder, aproveitando a forma cuidadosa com que Tom limpava a pele sensível antes de espalhar mais uma camada de unguento, suas mãos eram frias como sempre, mas faziam um calor agradável percorrer o corpo de Harry, o mais jovem quase não se importava de estar machucado para sentir isso.

- Não dói tanto. Posso lidar sem poções.

- Você não precisa se forçar a isso, as poções vão ajudar, não há porque sentir mais dor.

- Eu não quero acabar com a dor. – Admitiu Harry – Não quero esquece-la, ela significa algo para mim, significa que eu sobrevivi, que eu voltei para casa. Eu quero senti-la até que esteja curado.

- É desnecessário, e infantil. – Acusou Tom, mas ele estava tocando seu ombro com carinho agora e sorrindo enquanto dizia – Mas eu não posso argumentar contra isso. Eu entendo. Eu só queria que você não precisasse, queria ter te achado e feito todos que te feriram pagar.

- Nós vamos fazer isso. – Afirmou Harry com convicção – Eles vão pagar, Karkaroff principalmente, eu tive bastante tempo livre para planejar isso, seria um desperdício não fazer nada.

Tom riu e cobriu a pele com um curativo macio. Harry vestiu a blusa, mas não se levantou para sair, ele não queria sair ainda.

- Como foi sua conversa com Zabine? – Perguntou o lorde, recostando-se em sua cabeceira e olhando para Harry, o menino se virou para ele, sentando-se de forma mais confortável ao pé da cama.

- Boa, eu acho. Amanhã vou até a casa dele buscar minhas coisas e falar com os outros. Você poderia tirar Sophia de casa para alguma missão?! Eu sei que agora não é surpresa para ela encontrar Grifinórios nas dependências de sua casa, mas talvez seja um choque encontrar a mim.

- Sim, posso fazer isso. – Disse Tom, sua face cheia de concentração enquanto ele pensava no que fazer – Por enquanto é uma boa ideia deixa-la no escuro, mas se ela é inteligente como eu acredito que ela seja, ela já sabe quem você realmente é.

- Você quer dizer Mordred?! – Perguntou Harry um pouco chocado – Por que ela sabe? Eu achei que você queria que seus comensais pensassem que Harry Potter lutava pela luz.

- Eu quero que Dumbledore pense que você luta pela luz. – Corrigiu Tom – Eu não disse nada a eles, obviamente, mas o círculo interno não é composto por pessoas incapazes de pensar por si mesmas. Eles notaram que Mordred desapareceu ao mesmo tempo em que eu os mandei encontrar você. Eu poderia ter inventado algo sobre seu paradeiro, mas não vi qualquer razão para fazer isso na hora.

- Então seus comensais sabem que estou com você agora.

- Eles supõe, eu imagino. Lucius sem dúvidas ligou os pontos, eu costumava usá-lo para entregar coisas a você, Sophia também deve saber, eu fui realmente insistente em saber tudo que ela transportava para o ministério durante o Torneio, acho até que ela sabia antes disso. Yanxley, espionou e investigou todos no ministério que poderiam ter quaisquer informações sobre seu paradeiro, então também deve ter percebido.

- Isso é inesperado. – Disse Harry e aquilo era o mínimo que ele podia dizer, ele não imaginou que Tom teria ido tão longe para tentar encontra-lo, não ao ponto de revelar tanto aos seus comensais.

- Você desaprova? – Perguntou Tom erguendo as sobrancelhas.

- Não. Não é isso. Eu estou surpreso, é só. – O rapaz deu de ombros – Eu nunca entendo realmente como são seus planos, então não tem porque desaprovar. Eu não ligo realmente que eles saibam.

- Eu não planejei que eles descobrissem ainda, mas posso trabalhar com isso.

- O que mais aconteceu enquanto eu estive... fora?! Você estava viajando, teve que voltar mais cedo por isso?

- Sim, mas não tem importância. – Foi a vez de Tom dar de ombros – Eu estava recrutando. Um clã de Lobisomens na Romênia e um grupo de Necromantes na Irlanda. Eu voltei para cá quando soube do que aconteceu no Torneio.

- Eu sinto muito por atrapalhar.

- Não sinta, não foi sua culpa. Se alguém tem que sentir muito são Sirius e Snape. Se eles tivessem prestado mais atenção nada disso teria acontecido. Como puderam deixar um muggle como seu primo guiar você?

- Você os torturou, não é?! – Perguntou Harry, mas ele já sabia a resposta – Não é a toa que Sirius estava tão desconfiado ontem.

- Não foi metade do que eles mereciam. Mas eu achei que você ficaria irritado quando voltasse se eu tivesse sido muito cruel com eles. – Admitiu o lorde e Harry riu para surpresa de ambos.

- Sim, eu ficaria irritado se você tivesse ferido eles seriamente. – Disse o rapaz – E não importa o que eles fizessem, certo?! O máximo que teria acontecido é que eu teria vencido o torneio mais rápido e por consequência teria sido capturado mais rápido. Acho que se fosse o caso, você os teria matado. Estou feliz que eles não se envolveram. – Tom não disse nada sobre isso, provavelmente porque os dois sabiam que Harry estava certo – Eu queria poder dizer a Duddley que eu estou bem, ele deve estar se sentindo culpado. – O lorde enrijeceu quando Harry disse isso e o moreno não entendeu porque – Você não fez algo com Duddley fez? Ele não teve culpa de nada disso.

- Não fiz. – Disse o lorde e Harry se sentiu aliviado – Nem poderia ter feito. Sua família desapareceu.

- Como assim eles desapareceram? – Perguntou Harry alarmado.

- Logo depois do Torneio. Eu tentei encontra-los. Eu queria as memorias de Duddley, mas eles sumiram. Eu fui até Little Whitning, e seus vizinhos parecem acreditar que a casa está vazia a anos.

- Você tem alguma pista sobre eles? – O rapaz estava preocupado agora, eles podiam ser detestáveis na maior parte do tempo, mas eram a única família que lhe restava e Duddley não era tão ruim.

- Não. – Respondeu Tom – Mas pode ser coisa do ministério, se eles tivessem simplesmente desaparecido o profeta teria noticiado, provavelmente me culpado de alguma forma.

- Mas nenhum de seus infiltrados pode confirmar isso?! Snape, não sabe se é coisa de Dumbledore?

- Seja lá quem foi que fez isso está escondendo bem seus rastros. Tão bem quanto estava escondendo você.

- Será que eles também estavam no mesmo castelo que eu?! – Harry estava chocado – Droga, eu deveria ter olhava ao redor com mais atenção, para saber onde estava, poder voltar lá para investigar o lugar...

- Harry, pare de se culpar. – Disse Tom colocando uma mão confortadora em seu joelho – Você fez a coisa certa. Se tivesse demorado mais, eles podiam ter te capturado outra vez, você estava fraco e sem uma varinha. Você fez a coisa certa.

- Eu sei... é só... – Harry suspirou – Eu só estou tão cansado de tudo isso.

- Eu entendo. – E Tom parecia mesmo entender – Acho que você deve dormir agora. Terá um longo dia amanhã.

- Sim, você tem razão. – Respondeu o rapaz levantando-se a contragosto, ele não queria sair, ele queria ter uma desculpa para ficar ali e dormir na cama de Tom por mais um dia, mas ele sabia que não poderia fazer isso, então ele se despediu do Lorde e voltou para seu próprio quarto se jogando na cama sem se preocupar em vestir um pijama. A cama parecia muito fria agora, muito vazia, ele desejou ter sua varinha para poder aquecer os cobertores.


Notas Finais


E ai?
Gostaram?
Eu realmente espero que sim.
Então, outra vez, o bônus desse capítulo já está escrito, ou seja, só depende de vocês acertarem o que acontece a seguir.
Mas nada de roubar, hein?!
Dizer que o Harry vai encontrar os amigos no próximo, é roubar.
To de olho.
Se'U


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