1. Spirit Fanfics >
  2. Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene >
  3. O Baile de Outono

História Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene - O Baile de Outono


Escrita por: RosalieFleur

Notas do Autor


Lumos.
Oi, Arnaldossss! Saudadess hahahaha, desculpa não ter postado antes, é que eu fui acampar e acabei deslocando o joelho, e eu nem caí, meu joelho bugou sozinho -_- hahahaha, sem comentários. Enfim, quero agradecer a essas pessoinhas maravilhosas que deixaram meu dia bem melhor:
MakotoTatsumi, que favoritou <3
GiuliaSeoane, que comentou <3 muito obrigada, lindaaaa.

Capítulo 18 - O Baile de Outono


Harry descobriu que três dias podiam se passar mais rápido do que o esperado. Na manhã de sábado, ele e Rony se encontraram com Hermione na sala comunal e desceram juntos para tomar o café da manhã. Os três passaram a maior parte da manhã na Torre da Grifinória, onde não se falaram muito. Rony e Hermione não se falaram muito. Os dois conversavam e riam com Harry, mas com eles mesmo, já era outra história.

Os garotos saíram para os jardins à tarde; as folhas secas cobriam todo o chão, dando à este uma cor vermelho alaranjada. Logo que Hermione viu Lilá se aproximando dos três, ela disse que precisava subir para se preparar para o baile. Rony nem deve ter percebido, estava bem entretido com seu bolinho de chocolate. Mas Harry percebeu, e percebeu muito bem.

— Quê? Você precisa de três horas? – perguntou Rony, olhando para ela, mas a garota apenas acenou e desapareceu pela escada de acesso ao castelo.

Quando o relógio bateu sete horas, Harry e Rony decidiram ir se arrumar. A Mulher Gorda estava sentada em sua moldura com a amiga Violeta do andar de baixo, as duas extremamente tontas, caixas vazias de bombons recheados de licor amontoadas sob o quadro.

Lutas de Covil, é isso aí! – riu-se ela quando os garotos disseram a senha, e ela girou o quadro para a frente para deixá-los passar.

 

Todos os alunos estavam muito ansiosos para o baile, e não só eles, o assunto de toda a escola, inclusive na sala dos professores, era o Baile de Outono, toda Hogwarts falava disso.

O saguão de entrada estava apinhado de estudantes, todos andando por ali à espera de que dessem oito horas, quando as portas para o Salão Principal seriam abertas. As pessoas que iam encontrar pares de outras casas ou escolas procuravam atravessar a aglomeração, tentando localizar uns aos outros.

— Oi – disse Rony sem olhar para Harry, mas espiando os convidados. – Cadê a Hermione? – indagou outra vez.

As portas de carvalho da entrada se abriram. Por cima das cabeças do grupo, ele viu que a área do gramado logo à entrada do castelo fora transformada em uma espécie de gruta escura. Do teto, pendiam luzes douradas que davam um brilho diferente e dourado ao salão.

Tudo estava praticamente laranja com vermelho. Nas margens do salão, algumas mesas redondas com um vaso de orquídeas no centro. O chão no começo do salão era de vidro, e embaixo deste, estava um mar de folhas secas.

— E aí? – Rony perguntou olhando aterrorizado para os alunos apaixonados com seus pares. – Como vamos fazer isso?

— O quê? – Harry perguntou mesmo sabendo do que o amigo estava falando. – Rony...

— O quê? – Rony disse sem tirar os olhos da multidão.

— Eu tenho um par – Harry soltou de uma vez.

Rony ficou paralisado por alguns segundos, até que desviou seu olhar para Harry e então disse:

— Então é verdade... Todos tem par, menos eu, Crabbe e Goyle...

— Você pode calar a boca? – disse Harry, já irritado. – A qualquer momento Lilá vai aparecer. Acha mesmo que aquele desmaio foi um não?

— Potter! – uma voz conhecida gritou em meio à multidão de alunos animados. – Potter!

Harry olhou para trás e viu uma estressada professora Minerva atravessando o mar de pessoas que vinha na direção oposta. Minerva McGonagall, que trajava vestes a rigor de ceda azul-marinho e um chapéu pontudo, chegou à Harry e Rony.

— Posso ajudar, professora? – Harry perguntou.

— Claro, Potter. – ela arrumou seu chapéu que estava caindo para um lado de sua cabeça. – Cada escola escolheu um casal para dançar, claro que Alvo se esqueceu de nos avisar isso.

— E..?

            — Oi, Harry – o garoto olhou para o lado e era Cho.

— Bom, bom, ótimo. Vocês são um par? – Minerva perguntou. Cho concordou com a cabeça. – Bom, já que vocês dois dançaram ano passado, espero que não haja problema algum em dançarem esse ano. O.k.?

Cho ajeitou seu cabelo, sorridente, ela e Harry disseram um breve “Tudo bem” para Minerva, depois dela mandar os dois esperarem a um lado das portas, enquanto os demais entravam. Então a professora se foi, a aglomeração de pessoas que conversavam se abriu para deixá-la passar. Harry e Cho deviam entrar no Salão Principal em cortejo, representando Hogwarts.

— E então? Louco, não é? – Cho perguntou sorridente.

Harry mal tinha reparado em sua companheira. Cho estava diferente, não estava chorosa ou com os olhos e bochechas vermelhas. Seus longos cabelos lisos agora estavam arrumados em cachos bem modelados. Sua maquiagem era quase totalmente natural, mas que lhe davam uma beleza diferente.

Cho trajava vestes longas e brancas como neve. O vestido era todo colado em seu corpo, que Harry nunca reparara ser escultural. A garota poderia ser uma noiva se o vestido não tivesse pétalas de flores de cerejeira nas mangas compridas no final na cauda.

— O quê? – Harry perguntou, saindo de seus devaneios.

— De novo. Tudo isso. O baile. Nós dois dançando...

Harry achou que Cho começaria a chorar, mas ela se mostrou confiante. Parecia que nenhuma lágrima sequer poderia passar pelos seus olhos.

— Sim... louco – Harry concordou ainda um pouco perplexo.

Fleur Delacour e um menino que Harry nunca vira na vida pararam mais próximos às portas. O olhar de Harry demorou no casal da África, uma menina e um menino pareciam se agarrar como se fossem colados, como se não estivessem em público. Um menino moreno e uma loira formavam o casal dos Estados Unidos. O menino Harry conhecia, Simas Finnigan, mas a garota devia ser americana, óbvio, e usava um longo vestido vermelho cintilante. Um garoto moreno e uma menina loira dançavam com um sorriso que Harry nunca vira, o menino batia as mãos — dando ritmo à dança — alegremente enquanto não chegava seu momento, e por estarem dançando bem animados — o que, na verdade, fez Harry bater seu pé direito no ritmo da música e lhe deu vontade de dançar — Harry concluiu que eles eram do Brasil.

Um menino de Mahoutokoro tinha Padma como par, os dois ficaram ao lado de Harry. Harry procurou Krum, pois é claro que o aluno da Durmstrang seria ele. Ao achá-lo, seu olhar recaiu sobre a garota ao lado de dele.

Era Hermione.

De novo.

Se ela iria com ele, por que não contara a Harry?

Ela estava muito bonita. Fizera alguma coisa com os cabelos, não estavam mais lanzudos, mas lisos e longos — chegavam até a cintura da menina —, as mechas do topo da cabeça presas com uma fivela. Hermione estava usando vestes feitas de um tecido etéreo azul ciano. Um laço num tom de azul mais claro marcava a cintura da garota. A saia era leve e dava à Hermione um efeito que fazia com que ela parecesse estar flutuando.

Cho mirava Hermione com depreciativa incredulidade. E não era a única, tampouco, quando as portas do Salão Principal se abriram, a maioria das meninas que já caçoara de Hermione uma vez, lançou a ela olhares de profundo desprezo. Pansy Parkinson boquiabriu-se ao passar com Malfoy, e mesmo ele não pareceu capaz de encontrar uma ofensa para atirar a Hermione. Rony, porém, passou direto por ela sem sequer olhar.

Mas enquanto Harry entrava com Cho, ele pôde ver Pansy com os braços quase colados em Malfoy, que observava algo ou alguém que estava do outro lado do corredor de alunos. Harry virou a cabeça e viu Rosalie. Tirou suas próprias conclusões e continuou andando.

Ao decorrer da festa todos estavam dançando. Hermione, que há algumas horas estava trancada no seu dormitório, parecia muito feliz dançando com Krum. Já Rony, se encontrava um tanto sufocado por Lilá. Toda vez que Harry olhava para ele, o amigo estava tirando os braços da loira de seu pescoço.

Harry dançava com Cho, seu pés pareciam à ponto de cair, mas Cho estava realmente bonita e engraçada, e Harry não estava com a mínima inclinação para deixa-la sozinha na pista de dança.

— Cho! Cho – alguém tentava gritar mais alto que a música. Era uma amiga de Cho que tinha cabelos curtos e crespos. – Preciso falar com você, Cho. – a menina disse.

— Mas eu estou dançando – Cho disse.

— Pode ir – Harry disse. – Estou esperando ali – ele apontou para um banco.

— Obrigada – Cho sorriu para ele, então lhe deu um beijo na bochecha, Harry sentiu seu estômago revirar novamente. Então ele sorriu de volta e foi sentar-se.

— Ronyyyy – Harry ouviu Lilá gritar. Olhou para o lado e os dois estavam vindo até Harry. – Seu pé está bom?

— Não vou morrer – Rony grunhiu.

— Vou pegar um gelo na ala hospitalar. Não se mova muito.

Lilá saiu pulando desesperadamente pelo salão. Rony veio mancando até Harry, que não conseguia não rir.

— O que aconteceu, cara?

— É a nona vez que ela pisa no meu pé – ele quase gritou. E então completou: – nessa música. E aí? – Rony sentou-se ao lado de Harry. – Se divertindo com Chang?

— Pela primeira vez, ela não mencionou o Cedrico uma vez sequer – Harry disse animado. – Ela até que está legal hoje.

— Parece que não é só você que está se divertindo. – Rony disse olhando para a pista de dança com nojo. – Olha lá – ele apontou para Hermione e Krum. – Por que será que ela não nos contou?

— Porque você alopraria ela – Harry disse indiferente, dizendo toda a verdade. Rony deu de ombros.

A agitada música de rock que tocava de repente parou. O vocalistas dAs Esquisitonas testou o microfone, que fez um enorme ruído, pigarreou e então disse:

— Senhoras e senhores, e trasgos... — ele murmurou ao olhar para Crabbe. Harry e Rony quase explodiram, mas, felizmente, conseguiram se conter. — O que é um baile sem dança lenta, não é mesmo? Bom, dividam-se em dois grupos. Meninas para a esquerda e meninos para a direita.

A movimentação dos alunos começou. Todos obedecendo ao cantor.

— Ótimo, ótimo... Bom, meu querido amigo vai tocar uma música — ele indicou com a mão um moço que segurava um instrumento que poderia ser assemelhado à um contrabaixo. — e nossas queridas fadas iluminarão um menino e uma menina. Então estes terão que dançar até o final da música... Vamos lá! — ele gritou no final, e vários alunos gritaram junto. — Fadas! Façam sua escolha.

Os holofotes passearam pelo salão por um tempo, mas depois focaram em uma menina da Uagadou e Neville. Harry teve vontade de rir, mas o amigo até que deu conta do recado. Dançou muito bem.

Depois de Neville, mais duas músicas tocaram. Os holofotes voltaram a passear, e então escolheram. Desta vez Harry murmurou um “meu Merlim”. E foi bem alto. As pessoas próximas a ele o miraram, tentando entender o motivo da gravidade. Harry espichou o pescoço e viu uma envergonhada Hermione e um hesitante Rony indo até o meio da pista.

 

— Oi – Rony murmurou, cabisbaixo.

— Cadê a Lilá? – perguntou Hermione, num sussurro.

— Ala hospitalar.

— Hum – Hermione aceitou com a cabeça. – Bom, vamos ver no que isso vai dar.

— Aproveitem a dança... – o cantor disse, e então um violão soou.

 

Hermione flutuava. E Harry descobriu que Rony sabia dançar. O casal parecia ter ensaiado uma coreografia perfeita. Nenhum passo saía errado, ambos pisavam nos lugares certos, nos tempos certos, dos jeitos certos.

O ruivo mirava a garota um tanto hipnotizado. E Hermione tinha um sorriso gostoso, nervoso e ao mesmo tempo envergonhado no rosto. O garoto segurou, hesitante, a cintura da garota, que parecia ter um formato perfeito.

            — Sabe, Rony... – Hermione começou. – As coisas começaram bem esse ano. Eu só não sei por que...

            — Eu também não sei — e ele rodopiou a garota duas vezes. Seus cabelos esvoaçaram no ar e pousaram calmamente em seus ombros. – Mas não precisamos falar disso...

            — O.k. — ela gaguejou. – Vou ter que dançar naquela festa?

            — Ah, vai – os dois riram.

A música ficou forte. A voz do vocalista saiu alta e impotente. Rony ergueu Hermione pela cintura. Os dois giravam. O vestido de Hermione se abriu e quase abraçava os dois num eterno rodopio. Tal ato foi seguido de vários aplausos, gritinhos e assovios.

As mãos de Rony e Hermione se separaram. A garota girou até o outro lado da pista de dança e parou de braços abertos. Rony a seguiu e depois voltaram à valsa.

A última nota foi tocada. Aplausos se alastraram pelo salão. E então as luzes se apagaram e as músicas de rock voltaram a tocar. A pista de dança foi invadida por alunos saltitantes e animados.

Hermione ia dirigir suas últimas palavras à Rony quando o garoto foi puxado no meio da multidão. Ao mesmo tempo, Krum apareceu com dois copos da mão, elogiando o quão bem Hermione tinha dançado.

Ela e Krum voltaram a pular e dançar passos que nem realmente existiam. Ambos iam se cansando, a garota estava com o rosto um pouco afogueado de dançar, então foi se sentar junto a Harry para descansar um pouco.

— Oi – disse Harry, observando como a menina sentava e tirava os enormes sapatos de salto.

— O que foi aquilo? – disse ela, escondendo seu rosto em seus braços.

— Fiquei impressionado – elogiou Harry. – Mas e Vítor não reclamou?

Hermione olhou para o garoto, quase desesperada.

— Nadinha. Ainda por cima me elogiou...

— Isso é um cara legal...

De supetão, Rony apareceu e jogou-se ao lado de Harry. Bufou algumas vezes, murmurando coisas sem sentido, e então olhou para Hermione e disse:

— Não devíamos ter dançado... Nunca devíamos ter feito isso.

Hermione encarou-o demoradamente, um tanto impressionada, depois Harry, mas este não tinha nada a declarar.

— Rony, que é...

— Eu tenho namorada, Hermione – vociferou Rony. – E você está com Krum. O que acho errado, ele é o inimigo, Hermione. Já disse... Você... você está... – Rony obviamente estava procurando palavras suficientemente fortes para descrever o crime de Hermione – se metendo no meu relacionamento. Está se metendo em águas traiçoeiras...

Hermione ficou boquiaberta.

— Não seja tão burro! – respondeu ela após um momento. – A única coisa de traiçoeira que seu relacionamento tem é a cobra da sua namorada.

O garoto quase delirou.

— E a respeito de Krum: cresça! Supere! Não sei porque está surpreso com o fato de eu ter vindo com ele. Vim com ele ano passado. O inimigo!? Francamente... Ele não faz mal nem à uma mosca...

Rony preferiu ignorar as perguntas.

— Suponho que ele a tenha convidado para vir com ele quando os dois estavam na biblioteca?

— Na verdade ele me convidou na frente de todos, como um homem de verdade – disse Hermione, e as manchas rosadas em seu rosto iam se intensificando. –, não me convidou da maneira mais errada possível. Como você.

— Errado?

— Eu seria praticamente sua amante, Rony! E isso é muito errado. – ela elevou seu tom de voz. – E qual é o problema do Krum? Mas quero um problema de verdade...

— Que aconteceu, estava procurando alguém para encher o saco falando sobre estudos? Já que ninguém mais de Hogwarts suporta você falando suas bobagens?

— Não, não estava, não!

Hermione disse isso muito depressa e corou tanto que ficou quase da mesma cor do vestido de Padma.

— E o que quer dizer com isso?

— É óbvio, não é? Ele foi aluno do Karkaroff, não foi? E sabe que você anda em companhia do... ele só está tentando se aproximar do Harry, tirar informações sobre ele ou até chegar perto bastante para azarar ele...

— Esse é seu único argumento. Desde o Torneio. Desde o começo do ano. Só sabe falar isso sobre do Krum, não consegue achar algo realmente ruim para debochar dele, porque sabe que ele é muito legal.

— Sim, esse é meu único argumento, ele ter relação com o Lado das Trevas não é o bastante pra você? Ou você gosta mesmo do outro lado? – Rony soltou de vez, e nem acreditava no que acabara de falar.

Hermione pareceu ter sido esbofeteada por Rony. Quando falou, tinha a voz trêmula.

— Não consigo pensar em palavras suficientemente absurdas para me defender dessa... desse seu inacreditável desaforo – Hermione disse parecendo estar em choque. – E para sua informação, ele não me fez uma única pergunta sobre o Harry, ou sobre Hogwarts, nem umazinha...

Rony mudou o rumo da conversa com a velocidade da luz.

— Então está na esperança de você o ajudar nas próximas provas! Suponho que tenham andado juntando as cabeças durante aquelas sessõezinhas íntimas na biblioteca...

— Eu não estou ajudando ele a estudar, e mesmo que eu estivesse, qual é o problema? – exclamou Hermione, com ar de indignação. – Como é que você pode dizer uma coisa dessas... A única competição que temos aqui é de Quadribol, e você sabe que eu não sei nada sobre isso. E mesmo se soubesse, quero que a Grifinória vença, Harry sabe disso, não sabe, Harry?

— Você tem um jeito engraçado de demonstrar isso – desdenhou Rony.

— E assim como no ano passado, parece que você não aprendeu nada. Esse festival é justamente para se conhecer bruxos estrangeiros e fazer amizade com eles! – disse Hermione com voz aguda.

— Não é não, é para se ganhar – as pessoas estavam começando a olhar para eles.

— Rony – disse Harry em voz baixa –, calma...

Mas Rony não deu atenção a Harry tampouco.

— Por que você não vai procurar o Vitinho? Ele deve estar se perguntando aonde é que você anda – disse Rony.

— Para de chamá-lo de Vitinho! – Hermione ficou de pé. – Por que em vez de botar defeitos no meu namorado, por que você não vai beijar a sua namorada? Já que é a única coisa que ela sabe fazer mesmo?! – e saiu decidida pela pista de dança, desaparecendo na multidão. Rony acompanhou-a com uma expressão no rosto que misturava raiva e satisfação.

Rony percebeu que Harry não demonstrou reação a discussão, se levantou prestes a ir ao encontro de Hermione, mas Harry o impediu segurando-o pelo braço.

— Calma cara, deixa ela, depois da festa vocês conversam.

Ele concordou e, ao se acalmar, sentou-se. Harry voltou a dançar com Cho, Rony passou o resto do baile sentado com Lilá colocando gelo no seu pé.

Quando as Esquisitonas terminaram de tocar à meia- noite, receberam mais uma rodada de aplausos estrepitosos e começaram a sair em direção ao saguão de entrada. Muitas pessoas expressaram o desejo de que o baile pudesse continuar por mais tempo, mas Harry estava absolutamente satisfeito de ir se deitar, seus pés estavam matando-o.

— E então, como foi a noite pra você? – Cho perguntou feliz.

Ela e Harry, após o baile, foram até o saguão de entrada. As portas estavam abertas, e de par em par e as fadinhas luminosas no roseiral piscavam e cintilavam quando os dois desceram os degraus da entrada e se viram cercados de plantas que formavam caminhos serpeantes e de grandes estátuas de pedra. Harry ouviu um rumorejo de água caindo, que lhe pareceu uma fonte. Aqui e ali as pessoas estavam sentadas em bancos entalhados. Ele e Cho tomaram um dos caminhos que passava pelo roseiral.

— Foi muito legal – Harry deu um sorriso fraco. –, mas...

— Mas? – Cho pareceu desmoronar por dentro. – Mas? Ah, Harry. Eu realmente sinto muito – ela escondeu o rosto nas mãos. – Eu tentei, tentei se forte o bastante para ser legal. Mas é impossível – ela tirou as mãos do rosto e Harry pôde ver a expressão frágil e abalada de Cho. Seu cabelo estava voltando a ficar liso e sua maquiagem já não estava mais tão perfeita.

— Eu só ia falar que os meus pés estão à ponto de cair – Harry disse um pouco assustado e com algo rugindo dentro de seu fígado.

— Ah – ela suspirou. – Ah, desculpa... Vê? Vê como eu estrago tudo? Ah, Harry. É que está tudo muitíssimo igual... O salão, as músicas... tudo. Eu realmente tento, todos os dias. Quando levanto, me olho no espelho e digo para mim mesma que vai ser um dia diferente. Mas sempre tem pessoas para me lembrar de tudo...

— Pessoas..?

— Pessoas, Harry. Alunos de todas as Casas, dizendo que eu não presto, que eu não sou bonita o suficiente para chorar pelo Cedric-co. Dizendo que eu merecia ter morrido, e não ele – agora seu rosto estava cheio de lágrimas, todo molhado e seus olhos marejados.

— Cho – Harry disse com um quê nervoso. – Cho... Isso é...

Cho simplesmente suspirou alto e abraçou Harry com força.

— E você não tem nada relacionado a isso. É que eu simplesmente sinto que posso te contar qualquer coisa... – ela apertou Harry com suas unhas recém-feitas. Harry saiu do abraço e se de um minuto para reparar em Cho.

Lá estava ela. Triste, frágil, procurando conforto nos braços de Harry. Uma menina tão bonita. Que era realmente legal só para ele. Os dois, sozinhos num lindo jardim rodeado de fadinhas que davam uma iluminação dourada a tudo que ficasse sob o brilho delas.

Cho encarou os olhos de Harry tão profundamente que ele achou que ela estava lendo seus pensamentos ou tocando sua alma. Então ela começou a se aproximar.

— Realmente me desculpe por me comover assim... eu não tive intenção...

E tornou a soluçar. Era muito bonita até quando os olhos estavam vermelhos e inchados. Harry se sentiu completamente infeliz.

— Sei que deve ser horrível para você – disse ela, enxugando os olhos na manga. – Mencionar o Cedrico, quando você o viu morrer... Suponho que queira esquecer tudo.

Harry não respondeu; era verdade, mas se sentiria desalmado se dissesse isso. Ela foi chegando mais perto. O cérebro de Harry parecia ter sido estuporado. Eles se olharam por um longo momento. Harry sentiu um desejo ardente de sair correndo e, ao mesmo tempo, uma completa incapacidade de mover os pés.

Estava mais perto agora. Ele poderia contar as sardas no nariz dela.

— Eu gosto de você de verdade, Harry.

Ele não conseguia pensar. Um formigamento se espalhava pelo seu corpo, paralisando-o por inteiro. Estava acontecendo de novo... Ela estava se aproximando e Harry sabia porquê.

De repente, por trás do rosto de Cho, Harry viu dois vultos se mexendo. Cho colocou uma mão no ombro direito de Harry, ela estava se inclinando para alcançá-lo.

A barriga de Harry estava gelada. Nada. Seus órgãos estavam na sua garganta, e sua língua, presa.

Os dois vultos atrás de Cho apareceram. Harry sentiu seu mundo cair.

— Qual é o problema? – uma voz de menina gritou. Era Gina. Acompanhada de Dino. – Eu estava conversando com ele, agora estou proibida de dirigir minha palavra a outras pessoas?

Cho percebeu que ela e Harry não estavam à sós. Então tirou a mão do ombro de Harry e girou os olhos, tentando olhar para qualquer lugar que não fosse os olhos verdes de Harry.

— Gina – Dino segurou a menina pela cintura.

— Me solta, Dino – ela afastou as mãos do garoto. – É um completo absurdo você achar que pode controlar com quem eu falo ou ando.

Gina percebeu que estava na companhia de Harry e Cho, olhou para os dois e pareceu se acalmar.

— Oi – Harry murmurou com cara de horrorizado.

— Harry, você está bem? – Cho perguntou. – Que cara é essa?

Harry não conseguiu responder, observou Gina e Dino seguirem um dos caminhos de pedra e desaparecerem ao fazerem uma curva.

— Cho – Harry reuniu coragem. – Eu gosto muito de você, e sabe disso.

— Mas... – ela completou, mirando-o com um olhar que dizia ‘eu já sei o que você vai dizer’.

Harry começou a gaguejar palavras e se embaraçar todo. Realmente não foi feito para fazer essas coisas relacionadas a sentimentos.

— Harry – Cho riu. – É só um beijo. Nada demais. E se você não estiver pronto, eu entendo. – mesmo que Cho quisesse parecer forte e madura, ela não conseguiu impedir uma lágrima de escorrer pelo seu rosto. – Pode até ser que você tenha outra garota em mente... – ela de um riso fraco e forçado. – Eu sei que fui muito atirada...

— Não... não foi...

— Harry, eu sei que fui. Me deixe ter essa certeza, pois ultimamente eu nem sei mais quem eu sou – outra lágrima escorreu. – Te convidei para o baile, tentei te beijar e tentei de novo. É que eu penso que se eu falhei com o Ced-drico – ela respirou fundo. – Talvez, sendo diferente com você, eu possa não falhar. Mas já percebi tudo... Harry, se você gosta da Hermione, você tem que...

— Quê? Cho, não. Eu não gosto da Hermione – ele disse em um tom bem claro e audível.

Cho riu.

— Então qualquer que seja a garota. Ou se não houver garota alguma... – ela sorriu para si mesma. – Eu estarei aqui se você precisar de mim.

Harry nunca tinha pesado em ouvir Cho dizer palavras tão adultas. Realmente estava impressionado com ela. Não era dessa Cho que ele queria distância, era da Cho que só falava do Cedrico. Mas alguma coisa dentro de Harry urrava dizendo que ele devia beijar aquela garota.

Harry então saiu de seus devaneios e mirou Cho com certa confiança ou talvez loucura por não saber o que estava fazendo. Algo dentro dele guiou seu braço até a cintura dela, a puxou para mais perto, limpou as lágrimas no seu rosto. Inclinou sua cabeça até ela. Sim, Harry queria beijá-la. Harry queria sentir seu cheiro doce que sempre sentia quando ia à casa dela. Queria olhar para o mar de seus olhos azuis e se afogar neles. Queria tocar nos seus cabelos vermelho-flamejantes. Essa vontade o consumia por dentro, agora ele sabia do que era feito aquele monstro que urrava dentro de seu estômago. Desde quando ele a salvara de Tom Riddle. Desde quando ele a viu pela primeira vez no café da manhã.

Harry se inclinou e beijou-a com certa hesitação. Não sabia realmente o que devia fazer. Ou onde deveria colocar os braços. Até que seu rosto tocou o ar. Harry abriu os olhos um pouco assustado e então viu Cho olhando para ele. Ela riu, acariciou os cabelos de Harry, suspirou, então disse:

— Obrigada, Harry. Mas eu sei que não sou eu. Eu realmente precisava de você, mas sei que você precisa de outra pessoa. – o sorriso dela desapareceu. – Eu não devia ter trago você aqui. Harry, desculpa. – ela contraiu os olhos. – E obrigada ao mesmo tempo. Como eu disse, não espero que você venha cheio de amores por mim amanhã ou pelo resto dos dias.

Então Cho, com um sorriso fraco e encantador, deu um demorado beijo na bochecha de Harry – o beijo foi no canto da boca dele. O mirou pela última vez com seu olhar calmo, sua mão desceu pelo ombro de Harry até tocar as mãos dele e estas se separarem. Cho desapareceu em um dos caminhos rodeados de flores.

Harry mal pôde digerir o que tinha acabado de ouvir e sentir. Ela realmente o influenciara a beija-la só porque ela precisava de algo para esquecer Cedrico? Ou ela gostava de Harry? Ele ainda estava parado, em pé, em meio ao jardim e em frente a fonte em que dera seu primeiro beijo. E o beijo simplesmente não foi real? Não foi de sua vontade? Harry pôde jurar ver aquela menina ruiva antes de fechar os olhos e tocar os lábios dela.

— Harry? – o chamado tirou-o de seus misturados devaneios. Era Rony. – Harry? – o garoto entrou na frente do amigo e chacoalhou seus braços.

Harry não sentia vontade de fazer ou falar nada.

— Como foi o beijo? – Rony perguntou com um tom interessado misturado a gozação.

— Quê? – Harry se confundiu mais. – Como... co... como sabe?

— Primeiro: Acabei de ver a Chang sair do jardim. Segundo: Você tem batom na bochecha e na boca.

— Podemos simplesmente não comentar nada a respeito disso? – Harry perguntou ainda paralisado, olhando para um ponto fixo no além.

— Claro, mas defina em uma palavra como foi.

— Molhado... e... Falso...

— Cara, essas não sãos as palavras que eu esperava. Tem certeza que você beijou Cho Chang?

Harry não sabia responder. Não tinha certeza.

— Vamos logo, antes que peguemos Hermione e Krum trocando chamegos em frente de toda Hogwarts.

Já no saguão de entrada, Harry e Rony viram Hermione se despedindo de Krum antes do garoto se retirar para a sala comunal da Sonserina. Ela lançou a Rony um olhar gelado, e passou por ele a caminho da escadaria de mármore sem falar nada.

Os dois amigos a seguiram, mas, no meio da escada, Harry ouviu alguém que o chamava.

— Ei... Harry!

Era Neville Longbottom.

— Oi, Neville – respondeu Harry com frieza, quando o garoto correu escada acima ao seu encontro. Neville fez cara de quem não queria dizer o que viera dizer na frente de Rony, que encolheu os ombros, parecendo aborrecido, e continuou a subir as escadas.

— Escuta... – Neville baixou a voz quando Rony desapareceu. – eu preciso de um conselho. Eu consegui que ela falasse comigo por uns minutos. E quero... sabe? O que eu faço agora? – Neville indicou Gina com a cabeça e seus olhos estavam arregalados de desespero.

Harry olhou para Gina. Ela estava com os cabelos presos em uma trança. Alguns fios já se soltavam do penteado e caíam sobre o inocente rosto de menina. Ela vestia um vestido verde-esmeralda, verde como os olhos da coruja do medalhão que Sirius lhe dera de aniversário. O vestido era longo como um de princesa.

Harry estava cansado demais para pensar no que se passava na cabeça de Neville.

— Olha, eu não sei Neville, mas... hum...

— O.k. Tenho que ir... quero dizer... boa-noite... Eu vou ficar mais um pouco aqui fora com a... Ué – Neville olhou sorrindo para Gina, mas ao ver que esta não estava mais lá, ele olhou sem jeito para Harry e prosseguiu. – Onde ela se meteu? Bom, vou lá acha-la. Boa-noite, Harry.

— Boa noite... – Harry respondeu. Mesmo que ele tivesse visto Gina e Dino saindo correndo de Neville, ele não se sentiu muito à vontade de esfregar isso na cara do garoto. Então observou Neville descer depressa as escadas para procurar Gina. Harry voltou para a Torre da Grifinória sozinho.

A Mulher Gorda e sua amiga Vi estavam tirando um cochilo no quadro que cobria a entrada da Casa. Harry teve que berrar Luzes Encantadas! para que elas acordassem, e ao fazer isso, as duas ficaram muitíssimo irritadas.

Quando entrou na sala comunal, encontrou Rony e Hermione tendo uma briga daquelas. Mantendo uma distância de três metros, os dois vociferavam um com o outro, as caras vermelhas como pimentões.

— É isso o que acha? – ela perguntou indignada.

— Ronald! – Harry olhou para trás e viu uma loira furiosa andando até o garoto. – Fiquei te esperando ir ao banheiro. E quando vejo, você está aqui, e com ela!? – ela apontou furiosa para Hermione. – A dança eu deixei passar, mas isto?

— É, e tem mais, ele é muito velho – Rony disse a Hermione, aumentando o tom de voz. Não tinha prestado atenção em Lilá e ainda estava falando com Hermione.

— Mas o que está acontecendo aqui? – Lilá berrou.

— Ora, se você não gosta, então sabe qual é a solução, não sabe? – berrava Hermione, agora seus cabelos lisos iam voltando a ficar cacheados e seu rosto se contraía de raiva.

— Ah, é? – berrava Rony em resposta. – Qual é?

— Da próxima vez que você beijar alguém, certifique-se de que você realmente gosta deste alguém. De que você quer um compromisso. E de que você não vai aparecer no dia seguinte com uma outra namorada como se nada tivesse acontecido. – Hermione já nem tentava mais segurar as lágrimas. – Que droga, Ronald! Por que eu sou sempre o seu último recurso? Por que eu sou a última que você olha? Por que sou seu plano Z? Por que eu sempre estou tão fora do seu campo de visão? Você acha o que? Que eu sou de pedra? Que droga...

A boca de Rony ficou mexendo sem emitir som algum, como a de um peixe, enquanto Hermione virava as costas e subia batendo os pés até escada do dormitório das garotas. Rony se virou para Harry.

— Bom... – balbuciou, completamente abismado –, bom, isso prova que ela não entendeu nada... Quanto mais velhas, mais loucas e estranhas elas ficam. – Rony murmurou para Harry enquanto subiam as escadas para o dormitório, mas Hermione escutou e deu mais um grito:

— VOCÊ ESTRAGOU TUDO, RONY! – e ela se sentou nas escadas, chorando.

Harry não viu Rony pelo resto da noite. Quando saiu da sala comunal e foi subindo as escadas, Rony e Lilá estavam tendo uma briga feia. Harry deitou-se na cama como se tivesse voltado da guerra. Estava exausto. Sua barriga ainda formigava. Como ele pôde não enxergar que era Cho, e não ela? Cho havia se aproveitado de Harry? Não, aquilo fora culpa dele. Mas ela o levou lá, ela que se aproximou, ela o procurou. Mas por que de repente ele viu Ginevra Weasley no lugar de Cho Chang?


Notas Finais


E aí? Bafonnnn, né? Hahahaha, muito obrigada por continuarem comigooo, amo vocês! Continuem comentando e favoritando, por favorrrr hahahaha. Espero que tenham um ótimo dia! Um beijo com cheiro de unicórnios e até a próxima...
Nox.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...