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História Harry Potter e a Caverna de Sepsyrene - O presente de Snuffles


Escrita por: RosalieFleur

Notas do Autor


Lumos.
Meu pai, tudo bom, contigo? Que eu não publico há uns séculos. Tô de volta, mundo. Um beijo, sociedade.

Capítulo 2 - O presente de Snuffles


Harry finalmente conseguiu cochilar por quase três ou quatro horas, foi o primeiro da casa a acordar. E, para sua infelicidade, acordou com vontade de ir ao banheiro. Harry não acordaria Hermione somente para perguntar onde era o banheiro, muito menos perguntaria ao Sr. Granger, que, por sinal, roncava muito alto.

Cautelosamente, Harry saiu do saco de dormir e calçou suas meias cinzas. Então se pôs a investigar a casa dos Grangers em busca de um banheiro. Os Grangers pareciam querer concorrer com os Dursleys, ambas as casas eram perfeitamente organizadas, perfumadas e mobiliadas.

Depois de quase seis minutos procurando, Harry achou o banheiro e fez suas necessidades. Quando voltou, dourados raios de Sol já iluminavam a sala de estar. Harry sentou-se no sofá e ligou a televisão em um volume mínimo, ele nem conseguia ouvir o que os personagens falavam.

Até que, em um momento, a personagem principal de Tubarão III deu um berro estridente, Hermione murmurou algo parecido como “abaixa o volume”, mas Harry não deu importância.

Hermione murmurou algo novamente, mas dessa vez Harry não conseguiu ouvir, e continuou falando sozinha. Harry colocou a tevê no mudo e prestou atenção na cena entre os dois amigos que acontecia no chão.

Rony e Hermione estavam virados um para o outro, suas testas quase encostavam, e quando Harry olhou as marcas no tapete de onde o saco de dormir de Rony estava, ele concluiu que o amigo se mexia bastante enquanto dormia.

Com os murmúrios de Hermione, Rony acordou bem devagar, e até se dar conta da situação em que estava – cara a cara (literalmente) com Hermione –, Hermione já tinha acordado.

— Ahh – os dois gritaram juntos.

— Por que estava tão perto? – Hermione perguntou um pouco histérica.

— Eu estava perto? Você estava perto. Levei o maior susto!

— Ah, então minha cara te assusta? – ela perguntou em tom de desafio. – A sua cara também me ass...

Harry mal podia acreditar no que tinha acabado de fazer: jogou um travesseiro bem no rosto de Hermione. Rony levou a mão até a boca e tentou segurar a risada, mas não pôde se conter.

Em poucos milésimos, Ronald Weasley estava estirado no chão enquanto gargalhava.

Harry teve medo da morte ao fitar os olhos faiscantes de Hermione. Mas quando a menina esboçou um sorriso que dizia ‘você vai me pagar’, ele se acalmou em parte.

Sem que Harry estivesse preparado, ele levou uma almofadada no peito. Harry revidou jogando seu travesseiro em Rony, que pegou outra almofada e jogou em Harry, que jogou em Hermione, que jogou em Rony de novo. E assim estava declarada a legítima Guerra de Travesseiros Bruxa.

— Meninos – a voz da Sra. Granger chegou aos ouvidos dos três, que pararam o que estavam fazendo no mesmo instante. –, o seu pai vem busca-los em quarenta minutos. Vocês dois podem tomar banho no banheiro aqui em baixo. Mione, lá em cima.

Em silêncio, os três puseram suas almofadas para baixo enquanto tentavam conter as gargalhadas, às vezes um risinho saía despercebido. Hermione, com seu sorriso sapeca, se levantou lentamente e foi em direção da escada que levava para os quartos da casa.

Mas antes que pudesse avisar Rony, Harry viu um borrão azul vir direto na nuca de Rony, e paft.

— Ai – Rony murmurou, olhando para trás enquanto ria. – Você me paga... – ele foi correndo até Hermione, que subia as escadas bem depressa. Antes que Rony pudesse pisar no primeiro degrau, uma barreira em forma de Sr. Granger surgiu na frente do garoto. Ele tinha um olhar amedrontador que com certeza fez efeito em Rony, que começou a recuar imediatamente.

Em um piscar de olhos, Rony estava ao lado de Harry. Os dois se encararam por três segundos e de repente risos vindos de Harry e Rony explodiram por toda a casa.

Depois de meia hora, Harry e Rony já estavam de banho tomado, malões feitos, e prontos para irem para A Toca.

— Como ela pode demorar mais que a gente? – Rony perguntou. – Nós somos dois e só tínhamos um só chuveiro, ela é só uma e tem um chuveiro, e ainda assim demora mais que a gente.

Harry simplesmente concordou com a cabeça e riu. Uma buzina indicando a chegada do Sr. Weasley à casa dos Granger soou, e Hermione ainda não tinha descido.

— Vamos entrando no carro? – Rony sugeriu. Harry assentiu com a cabeça e os dois foram indo até a porta de entrada.

— Nãaaaao! – a voz de Hermione soou do alto da escada. Ela vinha descendo com dois malões, Bichento em cima de um deles e uma bolsa de tamanho médio no seu ombro.

— Meu Deus, Hermione. Vai passar o resto da vida lá? – Rony perguntou espantado.

— Não, só um ano inteiro – ela disse sarcástica. Mas Hermione pareceu se embaraçar e acabou tropeçando em seu próprio pé.

Harry e Rony puderam ver de vista premiada uma Hermione sair voando escada abaixo com um gato cor-de-gengibre nos braços e dois malões amassando seus dois pezinhos.

— Hermione, querida. Você está bem? – a Sra. Granger disse enquanto descia apressada a escada.

— Estou, mãe – Hermione se levantou com a ajuda de Harry. – Ufa – ela respirou fundo.

Sra. Granger se pôs de frente para a filha. Hermione estava diferente, parecia mais radiante, ou mais feliz. Ela alisara o cabelo e prendera este em uma longa trança. E pela primeira vez Harry viu Hermione usando uma saia. A garota usava uma blusa branca que a manga vinha até seu cotovelo; uma saia jeans que chegava até a metade de sua coxa e um All-Star azul-marinho, e era quase possível ver que Hermione tinha passado um pouco de maquiagem no rosto.

— Se cuida, filha – Sra. Granger deu um beijo na testa da filha e logo depois um forte abraço.

— Sempre me cuido, mãe – Hermione sorriu. – Tchau.

Os três desceram os três degraus de entrada e foram até o carro do Sr. Weasley, que se ofereceu para colocar os malões no porta-malas enquanto os três entravam no carro. Rony sentou-se na frente com o Sr. Weasley, Harry e Hermione ficaram nos bancos de trás.

— Todos prontos? – Arthur disse. – Todos de cinto? Vocês estão sob minha responsabilidade agora – ele sorriu orgulhoso para o retrovisor.

— Tchau, mãe! – Hermione gritou da janela do carro, e, de longe, pôde ver uma Sra. Granger acenando de volta.

A viagem em si foi legal, os três foram conversando enquanto o Sr. Weasley imaginava e fantasiava sobre os lugares e lojas trouxas que ficavam nas ruas. Depois de três horas, os quatro estavam de volta à Toca.

— Olá, queridos! – uma excitada Sra. Weasley disse enquanto abraçava Hermione e Harry com força.

— Ah, que saudades... – Harry viu um borrão vermelho gritar enquanto corria pelos terrenos da Toca. Era Gina, que vinha em disparada na direção deles.

— Gina – Hermione murmurou enquanto abraçava a garota com força. – Você está linda...

— E nem me fale de você, olha isso... – Gina analisou Hermione de cima a baixo. – Vem aqui, quero te mostrar uma coisa – e as duas correram de mãos dadas até a Toca. Harry se sentiu mal por não ter sido recebido por Gina, mas conseguiu conviver com isso.

— Vocês devem estar com fome, tomaram café da manhã? – Molly perguntou.

— Não – Rony respondeu.

— Ótimo, eu fiz um banquete para vocês, vão amar. Entrem, deixem os sapatos do lado de fora, lavem as mãos e sentem-se.

Harry estava feliz por finalmente estar de volta À Toca, seu verdadeiro lar. Sra.

Weasley tinha realmente caprichado no café da manhã. Harry nunca vira tanta fartura na mesa dos Weasleys. Quando Rony e Harry entraram em casa, encontraram com todos os Weasleys na mesa, esperando pelos dois.

— Bem-vindos! – Fred e Jorge gritaram juntos.

Quando as meninas finalmente desceram para se juntarem à família, o café da manhã começou. Harry pegou algumas torradas com geleia e preparou um chocolate quente. Enquanto conversava com Rony sobre times de Quadribol, um grito da Sra. Weasley tomou conta da sala:

— Agora, o mais importante! – Molly apareceu na sala com um enorme bolo de chocolate com Harry Potter em cima escrito com glacê.

Foi então que Harry lembrou, era seu aniversário, já tinha quinze anos. Todos começaram a cantar ‘Parabéns pra você’ em conjunto enquanto a Sra. Weasley acendia quinze velas de aniversário.

— Faça um desejo, Harry! – Hermione gritou.

Harry fechou os olhos e assoprou as velas, desejando o que ele desejava todo ano: que seus pais estivessem com ele.

Harry passou o dia brincando de Quadribol com Fred, Jorge e Rony. Enquanto Gina e Hermione conversavam sobre ‘algo extremamente importante’ de acordo com elas.

O dia acabou quando Fred e Jorge capotaram de sono no sofá. Todos os Weasleys foram dormir. Hermione foi para o quarto de Gina e Harry para o de Rony. Os dois ainda ficaram um pouco mais de tempo acordados conversando, mas depois concluíram que estava tarde e que deviam dormir.

O último mês de férias passou praticamente voando. Faltava menos de duas semanas para as aulas começarem e eles ainda não tinham ido ao Beco Diagonal, Harry se perguntava se a Sra. Weasley tinha esquecido. Harry foi novamente o primeiro a acordar, não fez nada, ficou devaneando cada vez mais sobre Hogwarts à medida que o fim das férias se aproximava; mal podia esperar para rever Hagrid e jogar Quadribol.

No penúltimo dia de férias, Harry estava retirando a titica de Edwiges do topo do armário quando Rony entrou no quarto trazendo uns envelopes.

— Chegaram as listas de material – anunciou, atirando um dos envelopes para Harry, que estava em cima de uma cadeira.

— Já não era sem tempo, pensei que tivessem esquecido, em geral mandam as listas muito mais cedo...

Harry varreu a última titica para dentro de um saco de lixo e atirou-o, por cima da cabeça de Rony, na lixeira a um canto, que o engoliu e soltou um sonoro arroto. Abriu então sua carta. Continha duas folhas de pergaminho: uma era o aviso habitual de que o trimestre começaria em primeiro de setembro; a outra listava os livros de que iria precisar durante o ano letivo.

— Somente dois livros novos – comentou ele passando os olhos na lista. – O livro padrão de feitiços, 5a. série, de Miranda Goshawk, e Mudar o Impossível: Defesa Contra as Artes das Trevas, de Wilberto Slinkhard.

— Listas de material. Viram? — Fred e Jorge adentraram o quarto com rápidez. Harry não deixou de reparar em uma mecha de cabelo roxa na nuca de Fred, mas ficou calado. Talvelz os dois estivessem realmente se empenhando naquela loja de brincadeiras.

— Há boatos de que o professor de DCAT é uma mulehr, bem bonita. Isso explica a escolha do livro de Slinkhard – disse Jorge em tom de conversa. — Até que isso é bom.

— Porque isto significa que Dumbledore arranjou um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas – disse Jorge.

— E isso é quase um milagre – comentou Fred.

— Mione? – a voz de Gina soou do lado de fora do quarto, logo depois a garota entrou com um envelope na mão.

— Oi, Gina. Estou aqui! – Hermione disse sem tirar os olhos do seu broche vermelho.

— Olha isso – Gina colocou um envelope no rosto de Hermione, que levou um susto.

— Outra? – ela riu ao ver o papel que Gina tinha em mãos.

— Sim – Gina respondeu com uma cara nervosa porém feliz.

— Que é isso? – perguntou Rony ao ver os sorrisos estampados no rosto das duas.

— Coisas minhas – Gina disse sem tirar os olhos de Hermione, que lia a carta com pressa.

— Nossa, que esclarecedor...

— Não se mete – Gina disse olhando séria para o irmão. – Então... – ela murmurou para Hermione. – O que achou?..

— Gina... – Hermione gaguejou. – Isso é muito... – pareciam lhe faltar palavras. – muito atencioso da parte dele – ela sorriu para a amiga.

— Dele? Ele quem? – Rony perguntou, agora um pouco alterado.

Antes que Gina pudesse abrir a boca para provavelmente jogar uma resposta bem mal educada, uma borrão preto entrou no quarto de Rony e foi em direção à Harry como um relâmpago.

Harry mal pôde entender onde estava, de repente se viu jogado no chão com as bochechas molhadas. Quando conseguiu abrir os olhos, viu um enorme cão-negro em cima do seu corpo.

— Sirius – Harry gritou sorridente. –, calma...

— Vamos, gente, deixar eles à sós – Rony disse, então ele, Hermione e Gina fecharam a porta do quarto e foram até o jardim.

Harry observou Sirius se transformar em humano de bom grado. Foi então que ele percebeu o quanto sentira falta o padrinho.

— Harry – Sirius disse rindo enquanto o abraçava forte. –, saudades.

— Eu também – Harry correspondeu ao abraço.

— Então... – Sirius se sentou na cama de Rony, Harry sentou-se em uma cadeira de frente para o padrinho. – Não tivemos chance de nos ver desde o acontecido, tenho certeza de que você quer alguém para desabafar.

Harry achava incrível como Sirius podia ler sua mente. Quer dizer, em junho tudo ainda era muito recente, e Harry não queria comentar nada sobre qualquer coisa relacionada ao Tribruxo, mas agora um bom tempo já havia passado e Harry se achava finalmente pronto para contar tudo para Sirius.

— Sim, quero, sim – Harry concordou.

— Então, primeiro, me diga: o que aconteceu exatamente a partir do momento em que você chegou no cemitério?

O sorriso desapareceu e foi substituído por um expressão de tédio.

— Já te contei isso, já te contei tudo isso...

— Mas quero ouvir vindo de você – Sirius disse animado.

— O.k. Bom, quando eu e Ced-drico – Harry gaguejou. – tocamos na taça, nós dois fomos transportados para o cemitério, então...

Harry e Sirius passaram praticamente três horas trancados naquele quarto conversando e se atualizando de tudo. Somente quando ouviram um ‘jantar’ em forma de berro vindo da Sra. Weasley, foi que os dois desceram.

O jantar ficou com certeza mais animado com Sirius. Ele e Arthur ficaram conversando sobre diversas coisas, até que os dois foram até uma parte mais isolada da casa para terem uma conversa séria, o jantar voltou a fazer silêncio.

Depois que a maioria foi dormir, só estavam na sala Harry, Rony, Hermione e Sirius, sentados em frente a lareira.

— Foi a malandragem do século! – Sirius gritou em risadas. – Foi a primeira e última vez que vi Dumbledore boquiaberto.

— Vocês literalmente instalaram bombas de vômito? – Rony perguntou incrédulo.

— Imagina a cara que Snape faria... – Harry disse para Rony.

— Que absurdo! – Hermione desdenhou mas sem evitar sorrir um pouco.

— Que demais! – corrigiu-a Rony.

— Harry, a Sra. Weasley está te chamando – Hermione disse de repente.

— Não está, não – Harry comentou.

— Está sim, lá na cozinha.

Harry se levantou e foi até a cozinha, lá achou uma exausta Sra. Weasley.

— Sra. Weasley, me chamou? Precisa de algo?

— Ah, Harry. Não, não chamei. Mas realmente estou precisando de ajuda, você leu minha mente – ela riu. – Pode por favor lavar essa louça para mim? Minhas mãos estão todas queimadas por causa de uma coisinha que eu fiz... – Molly riu. – Boa noite, querido...

Harry sentiu querer matar Hermione por ter feito ele ir até a cozinha. Mas começou a lavar a louça sem reclamar.

— E então, gata borralheira? – Harry olhou para trás e viu Hermione levando mais um prato sujo à pia da cozinha. – Preguiça por lavar pratos demais ou mal jeito por nunca ter lavado um?

— Você está bem, Hermione? – Harry perguntou enquanto pegava o prato da amiga. Ela riu com um sorriso que Harry achava particularmente um de seus melhores. – Esse é o sorriso que você faz quando quer um favor meu. E você nunca sorriu assim, geralmente sou eu quem dou esse sorriso.

— Sim, estou bem. E sim, quero um favor seu. – Harry gemeu fingindo uma dor falsa. – Seu tonto – ela deu um tapinha no ombro dele. –, mas enfim, estava pesando...

— Nossa, que raro – ele disse sarcástico enquanto ensaboava um copo de vidro.

— Então, idiota, tenho pensado que... como você disse, você viu Lúcio no cemitér...

— Ah, não, Hermione – Harry sentiu sua felicidade sumir. – Sabe que não quero falar sobre isso...

— Mas, Harry – Hermione disse agora séria. – Alguma hora você terá que falar sobre isso, por que não agora?

Harry fechou a torneira e parou de lavar um prato. Respirou fundo e olhou para Hermione sério.

— Só porque eu gosto muito de você – ele murmurou olhando para ela com os olhos cerrados.

Ela sorriu e girou os olhos, então continuou:

— Bom, você disse que viu Lúcio Malfoy naquela noite, certo?

Harry concordou com a cabeça.

— Então, por ser um Comensal da Morte, acha que Você-Sabe-Quem tira proveito dele?

— Como assim, Hermione?

— O que estou querendo dizer é – ela começou a andar em círculos. – óbvio que Você-Sabe-Quem não trata os Comensais como seus melhores amigos, certo? – Harry concordou com a cabeça. – Então, descreva para mim o rosto do Sr. Malfoy quando Você-Sabe-Quem tirou a máscara dele.

— Pelo amor, Hermione. Onde quer chegar com isso?

— Como era o rosto dele? – ela disse insistente.

— Abatido, parecia meio doente e com medo, óbvio – Harry disse de uma vez, começando a ficar bravo com Hermione.

— E você acha que Malfoy sabe disso? Quero dizer, acha que Draco sabe que Lúcio é um Comensal?

— Onde quer chegar, Hermione? – Harry estava ficando preocupado.

— Acha – a voz dela ficou trêmula e fraca. – que V-Voldemort usaria seus amigos, Harry, para chegar até você de alguma maneira? – uma lágrima escorreu pelo rosto dela.

— Hermione, o que está acontecendo? – perguntou Harry sério.

— Ah, Harry – ela murmurou e bateu na pia. – Foi um sonho, enquanto eu dormia – ela soluçou. – Eles apareceram no meu sonho, Harry. Os Malfoy, Draco, Lúcio, a mãe e ele.

— Ele quem?                    

— Ele Voldemort, Harry! – ela gritou.

— O que eles diziam no sonho?       

— Nada, os três estavam calados – ela murmurou olhando para um ponto fixo na parede, como se quisesse se lembrar. – Só ele falava, dizia que...

— Tem certeza de que era ele?

— Pálido, careca, olhos vermelhos. Dois buracos no lugar do nariz. Voz calma. Usava-uma-capa-preta, sim, sim, era-ele-Harry – ela disse tão rápido que Harry mal pôde escutar.

Os dois ficaram em silêncio, e quando Harry finalmente olhou para Hermione ela estava à beiras das lágrimas.

— Você-Sabe-Quem disse que Malfoy devia de algum jeito levar seus amigos, Harry, à um lugar onde você não tivesse notícias nossas. Então se sentiria sozinho o suficiente para não ser uma ameaça, e sim um alvo facilmente alcançado. – Harry viu que Hermione não conseguiu conter as lágrimas, várias desceram pelo seu rosto.

— Você-Sabe-Q... Voldemort – ela corrigiu-se. – disse que você só está vivo por minha culpa. Posso lembrar dele falando. Culpa da sangue-ruim, extremamente inteligente, Hermione Jean Granger— ela soluçou. –, então, para começar, eu deveria ser...

— Você não vai à lugar algum – Harry interrompeu-a enquanto a abraçava. – Eu é que vou até ele, e...

— Deixa de ser burro – Hermione abraçou Harry mais forte e Harry pôde sentir suas lágrimas molharem sua camisa. – Nós não vamos à lugar algum sem você, e você não dará dois passos sem nós. Você não vai pra nenhum lugar sem mim. Estamos juntos nessa, Harry. E nada e nem ninguém vai me impedir de salvar sua vida e me separar de voc...

— Oi? – Rony entrou na cozinha com cara de desentendido. Harry e Hermione se separaram na mesma hora. – Vocês estão bem?

— Não, Rony. Quer dizer, sim. Estamos bem, sim – Hermione sorriu enquanto enxugava as lágrimas com as mãos.

— Mamãe disse que está na hora de dormir... Estão bem mesmo?

— Claro que sim, o que poderia acontecer? – Harry perguntou. Rony encolheu os ombros e saiu.

— Quero descobrir quem é o bicho papão de Draco – Hermione sussurrou.

— O que uma coisa tem a ver com a outra?

— Confia em mim, depois combinamos melhor, mas vamos descobrir. – ela andou um pouco e então se virou e disse: – Posso contar com você?

— Você sempre pode – Harry sussurrou rápido sem olhar para a amiga e foi até a sala.

— Voltei – Harry disse para Sirius e Rony.

— Harry, agora é a minha vez de dar seu presente – Harry novamente tinha esquecido que era seu aniversário, toda aquela situação estava perfeitamente boa; Sirius, seus melhores amigos e Harry.

O padrinho tirou do bolso do paletó gasto e velho uma caixinha retangular bem pequena, embalada em um papel de presente azul, que Harry rasgou na mesa hora.

Dentro da caixinha tinha uma espécie de medalhão dourado. Era redondo e todo preenchido com linhas pretas que formavam diferentes desenhos e formas. No centro do medalhão, duas esmeraldas redondas que eram os dois olhos de uma coruja. Harry viu que de um lado do medalhão tinha uma trava, ele colocou o dedo nesta, que automaticamente se abriu.

Dentro do medalhão tinha uma foto: três pessoas sentadas na grama. Uma delas era um homem de cabelos negros e rebeldes, que olhava orgulhoso para a criancinha do meio; com olhos enormes, cabelos ainda ralos e gorducho. Esta criança era acariciada pela mulher, com cabelos flamejantes e um sorriso encantador. Thiago, Harry e Lílian pareciam as pessoas mais felizes do mundo.

— Obrigada, Sirius – quando Harry falou percebeu que sua voz estava rouca, Sirius nem deve ter escutado o agradecimento.

— Não é só isso, diga: cerejas. – Sirius ordenou.

— Cerejas.

Depois de quase dois segundos, uma música leve e doce começou a soar, até que o medalhão abriu-se sozinho e uma espécie de projeção se formou encima deste. E lá estava: Thiago Potter, como se fosse um fantasma, dizendo:

— Harry James Potter, quando você estiver ouvindo isso você terá quinze anos, e provavelmente eu e Lílian estaremos aí do seu lado, ouvindo junto com você.

Uma pessoa apareceu do lado de Thiago, Lílian.

— Seu pai vai falar algumas coisas, mas esse é o presente que eu vou dar. – Lílian disse.

— Claro – Thiago riu. – Quando completar quinze anos eu vou te dar uma vassoura, a melhor e mais potente do momento. – Thiago era exatamente como nas fotos: cabelos rebeldes

(como os de Harry) e olhos castanhos. – Ah, Harry, eu tenho grandes planos para você. Será um jogador de Quadribol excelente, um arrasador de corações das meninas – Harry riu. –, mas, acima de tudo. será o menino mais corajoso e leal que o mundo já viu. Já como criança eu posso ver o quanto você é um bom menino. Continue assim.

Harry nem sabia que seus olhos estavam cheios de lágrimas, achou que a mensagem já tinha acabado, até que Thiago se levantou (estava sentado no chão) e deixou Lílian sozinha. Com seus cabelos ruivos cor-de-fogo, seus encantadores olhos verdes e com uma voz doce de mulher.

— Harry, querido, quero que saiba que nesse momento que eu estou gravando, você está lá no seu quartinho, dormindo como um anjo. Provavelmente nesse dia, com quinze anos, você vai achar brega ter um presente assim da sua mãe. Mas saiba que eu só digo e te entrego isso porque eu te amo, Harry. Te amo mais do que tudo nesse universo. Você, um bebê indefeso e inocente, e é só meu. Bom, meu e de Thiago, mas é mais meu, não diga que eu disse isso. – Lílian sussurrou.

Harry riu e uma relutante lágrima caiu no medalhão.

— Harry, seja bom com os outros, não deixe o mal no mundo tomar seu puro coração. Pois a nossa maior arma é o amor. Eu amo seu pai, e por isso me casei com ele. Você com certeza vai achar alguém que você ame muito, se casará e terá muitos filhos (isso é uma forma de eu falar que quero muitos netinhos) – Lílian riu. – Você com certeza será o menino mais lindo de toda Hogwarts. Estou ansiosa para te levar ao Beco Diagonal, comprar seus primeiros livros, te levar até o Expresso Hogwarts, te dar um abraço. Te receber no natal. Te dar conselhos sobre a primeira menina que você gostar e bom... Estou ansiosa para que você cresça e se torne um bruxo honesto, leal, corajoso e bondoso. Harry, querido, aprenda que aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e principalmente do mal. Algumas vezes, você notará que falta um pouco de amor à sua volta, ou pessoas que o amam. Mas tenha o seguinte em mente: o amor não se vê com os olhos mas com o coração. Te amamos muito, Harry. Eu te amo muito. Feliz aniversário, querido.

Harry estava chorando uma mar infinito, e nem se importava que estava com Sirius, Rony e Hermione. Antes que ele fechasse o medalhão, uma criança subiu no colo de Lílian, Harry bebê disse:

— Quem é?

— Thiago – Lílian disse brava. – Você acordou ele?

— Ele quer falar com o Harry do futuro... – Thiago riu.

— Harry, querido – Lílian respondeu. – Vamos te mostrar isso daqui a quinze anos, diga alguma coisa para o você do futuro.

— Oi, Arry — Harry bebê disse, o que fez o Harry adolescente soltar mais algumas lágrimas. – Feliz niversáro pa mim. Você ainda gota de celeas?

— Ce-re-jas, querido – corrigiu-o Lílian. Harry adolescente riu novamente. Thiago sentou-se atrás de Lílian. E os dois disseram em uníssono:

— Te amamos, feliz aniversário

Então o medalhão se fechou sozinho. Sem pensar ou dizer mais nada, Harry de um fortíssimo abraço em Sirius.

— Obrigada – ele disse soluçando. – Obrigada, esse é o melhor presente que eu já ganhei.

— De nada – Sirius disse com uma voz aconchegante.

— Obrigada, tio – essa foi a primeira vez que Harry chamara Sirius de tio. Sirius pareceu adorar, pois seu abraço ficou mais apertado.

Os dois saíram do abraço e Harry enxugou as lágrimas, assim como Sirius. Os dois sorriram um para o outro. Harry olhou para seus dois amigos; Hermione estava se debulhando em lágrimas e Rony deixou uma ou duas escorrerem.

Harry colocou o medalhão no pescoço e se despediu de Sirius, que virou um cão e foi embora. Harry foi dormir com um sorriso enorme no rosto, segurando o medalhão com força. Ele nem conseguia pensar o quão estava feliz, foi como se ele tivesse realmente falado com os seus pais. Tudo que ele mais queria na vida se realizou.


Notas Finais


Comentemmm, espero que gostem!
Nox.


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