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História Harry Potter e as crianças que sobreviveram - Capítulo 4


Escrita por: Charlotte1421 e Malina1817

Capítulo 4 - Capítulo 4


-Recapitulando... Sonho esquisito sobre a garota...

-Ginny.

-Sim, sim. Depois ela aparece na plataforma com o menino ruivo que conhecemos na Floreios e Borrões, e com o pai que tortura ela, aí agora simplesmente sabe coisas sobre ela, tipo o olho verde.

-É tipo isso. – Harry havia explicado tudo o que sabia a Draco, desde o sonho à plataforma. O loiro estava atônito com tudo. Se fosse ao contrário, ele acusaria Harry de loucura. Draco estava começando com outra remeça de perguntas quando uma menina que tinha os cabelos castanhos muito cheios e os dentes da frente meio grandes. Ela segurava alguma coisa em uma de suas mãos, e com a outra fechava com rapidez as cortinas da cabine e a porta. Quando acabou, se virou para os meninos com um sorriso maroto brincando em seus lábios. Agora podiam ver oque ela segurava, era um sapo que estava sendo espremido nos dedos da estranha garota.

-Foi mal por invadir sua cabine, mas sabe como é, o menino de quem peguei o sapo logo vai notar sua falta e eu não posso ficar em uma cabine entupida de gente né – ela falou tudo isso muito rápido enquanto se sentava ao lado de Malfoy e acariciava o sapo calmamente- ah, e eu sou Hermione Granger. Vocês são...?

-Harry Potter

-Draco Malfoy

-Oh, eu li sobre você Potter, e sobre a ruivinha sumida. Os que sobreviveram hein? Com esse titulo não me surpreenderia se começasse a andar com a turminha do Weasley. Mas se quer saber minha opinião, ele é minimamente repugnante. Passei na cabine dele agora a pouco, é um completo idiota, assim como a maioria da família- e com isso olhou fixamente para Harry.

- E quem seria os Weasley?

-Os ruivos de hoje mais cedo.- dessa vez quem respondeu foi Draco, ele encarava Hermione com certo interesse mal escondido. Assim que ele acabou de falar, a porta se abriu com certo estrondo. Entraram três meninos, o do meio, obviamente o líder, era o Weasley mais novo,  acompanhados por dois brutamontes. Varreu a cabine com olhos até eles se prenderem em Harry para qual abriu um leve sorriso.

-Estão dizendo no trem que Harry Potter está nesta cabine. Então é você?  E você é o Malfoy-ele disse o nome de Draco com um evidente desprezo. Então continuou a falar com Harry-Ah, este é Crabbe e este outro, Goyle. Eu sou Ronald Weasley

Draco tossiu de leve, o que poderia estar escondendo uma risadinha. Weasley olhou para ele.

-Acha o meu nome engraçado, é? Nem preciso perguntar quem você é. Meu pai me contou que na família Malfoy todos têm cabelos platinados e são pálidos e possuem mais luxo do que podem sustentar. — Virou-se para Harry — Você não vai demorar a descobrir que algumas famílias de bruxos são bem melhores do que outras, Harry. Você não vai querer fazer amizade com as ruins. E eu posso ajudá-lo nisso.

— Acho que sei dizer qual é o tipo ruim sozinho, obrigado. — disse com frieza. Draco não ficou vermelho, mas um ligeiro rosado coloriu seu rosto pálido. — Eu teria mais cuidado se fosse você, Harry. — disse lentamente. — A não ser que seja mais educado, vai acabar como os seus pais. Eles também não tinham juízo. Você se mistura com gentinha como os Malfoy.

 Harry e Draco se levantaram. O rosto de Draco estava vermelho como os cabelos de Rony.

 — Repete isso.

 — Ah, você vai brigar com a gente, vai? — Rony caçoou.

— A não ser que você se retire agora — disse Harry com uma coragem maior do que sentia, porque Crabbe e Goyle eram bem maiores do que ele ou Draco.

 — Mas não estamos com vontade de nos retirar, estamos, garotos? Já comemos toda a nossa comida e parece que vocês ainda têm alguma coisa.

Goyle fez menção de apanhar os sapos de chocolate ao lado de Draco. Draco deu um pulo para frente, mas antes que encostasse em Goyle, este soltou um berro terrível. Trevo, o sapo, estava pendurado em seu rosto, as patinhas grudentas enterradas nos olhos de Goyle. Crabbe e Rony recuaram enquanto Goyle rodava e rodava o corpo, urrando, e quando Trevo finalmente se soltou e bateu na janela, os três desapareceram na mesma hora. Talvez achassem que havia mais sapos escondidos nos doces, ou talvez ficaram com medo, porque um minuto depois Hermione Granger se levantou e gritou ‘’WRABIT’’, e todos começaram a rir

 — É melhor vocês se apressarem e trocarem de roupa. Acabei de ir lá na frente perguntar ao maquinista e ele me disse que estamos quase chegando. Vocês andaram brigando? Vão se meter em encrenca antes mesmo de chegarmos lá!-disse Hermione, irônica, com cara de culpada

— Trevo andou brigando, nós não — disse Draco, fazendo falsa cara zangada. — Você se importa de sair para podermos nos trocar?

— Está bem. Só vim para cá porque queria mesmo, de verdade, esconder aquele sapo. A viagem estava um saco, cheio de criancinhas — disse Hermione em tom choroso. — E você está com o nariz sujo, sabia?

Draco amarrou a cara quando ela se retirou. Harry espiou pela janela. Estava escurecendo. Viu montanhas e matas sob um céu arroxeado. O trem parecia estar diminuindo a velocidade. Ele e Draco tiraram os paletós e puseram as vestes longas e pretas. Uma voz ecoou pelo trem.

— Vamos chegar a Hogwarts dentro de cinco minutos. Por favor, deixem a bagagem no trem, ela será levada para a escola.

O estômago de Harry revirou de nervoso e ele reparou que Draco parecia mais pálido que o usual. Os dois encheram os bolsos com o resto dos doces e se reuniram à garotada que apinhava os corredores. O trem foi diminuindo a velocidade e finalmente parou. As pessoas se empurraram para chegar à porta e descer na pequena plataforma escura. Harry estremeceu ao ar frio da noite. Então apareceu uma lâmpada balançando sobre as cabeças dos estudantes e Harry ouviu uma voz rouca e amedrontadora

 — Alunos do primeiro ano! Primeiro ano aqui! O que está olhando, nanico?-disse um homem com, no mínimo dois metros, barbudo e carrancudo.

-Dormiria muito melhor se não fosse para você, Torre Eiffel-disse Harry, que fez um toquinho característico com Draco e saiu andando antes que visse a reação do Everest (um carinhoso apelido que ele acabara de inventar)

-Cara, aquela Hermione é tudo de bom!- Disse Draco, corando e rindo nervosamente. Harry lançou um olhar pervertido para o amigo e começou a cantar ‘’Draquito apaixonado, Draquito apaixonado’’, e recebeu um tapa na cabeça em seguida

Ninguém falou muito. Neville, o menino que perdera o sapo para Hermione, fungou umas duas vezes.

 — Vocês vão ter a primeira visão de Hogwarts em um segundo. — Hagrid gritou secamente por cima do ombro —, logo depois dessa curva.

Ouviu-se um ooooh muito alto.

O caminho estreito se abrira de repente ate a margem de um grande lago escuro. Encarrapitado no alto de um penhasco na margem oposta, as janelas cintilando no céu estrelado, havia um imenso castelo com muitas torres e torrinhas.

 — Só quatro em cada barco! VOCÊS SÃO SURDOS? EU DISSE QUATRO!— gritou Everest, apontando para uma flotilha de barquinhos parados na água junto à margem. Harry e Draco foram seguidos até o barco por Neville e Hermione. — Podemos ir agora? — ralhou Everest, que tinha um barco só para si. — Então... VAMOS! RÁPIDO! MEU SALÁRIO VAI DIMINUIR SE VOCÊS PERDEREM O JANTAR!

-Sabe-disse Neville, olhando torto para Hermione de um jeito emburrado-, quando eu aprender azarações, você provavelmente vai ser a primeira em que eu vou testar.

-Ai, abaixa essa bolinha aí, porque não precisa ser nenhum mestre em adivinhação para saber que você vai ser da Lufa-lufa, chorão e provavelmente vai bombar em todas as matérias, a não ser herbologia, só de olhar na sua cara.-Disse Hermione, fazendo uma bola de chiclete em seguida

A porta abriu-se de chofre. E apareceu uma bruxa alta de cabelos negros e veste verde-esmeralda. Tinha o rosto muito severo e o primeiro pensamento de Harry foi que era uma pessoa a quem não se devia aborrecer.

— Alunos do primeiro ano, Professora Minerva McConagall — informou Hagrid.

— Obrigada Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.

Ela escancarou a porta. O saguão era tão grande que teria cabido à casa dos Black inteira dentro. As paredes de pedra estavam iluminadas com archotes flamejantes como os de Gringotes, o teto era alto demais para se ver, e um a um subiram a imponente escada de mármore em frente que levava aos andares superiores. Eles acompanharam a Professora Minerva pelo piso de lajotas de pedra. Harry ouviu o murmúrio de centenas de vozes que vinham de uma porta á direita, o restante da escola já devia estar reunido. Mas a Professora Minerva levou os alunos da primeira série a uma sala vazia ao lado do saguão. Eles se agruparam lá dentro, um pouco mais apertados do que o normal, olhando, nervosos, para os lados.

— Bem-vindos a Hogwarts — disse a Professora Minerva. — O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentarem às mesas, vocês serão selecionados por casas. A seleção é uma cerimônia muito importante porque, enquanto estiverem aqui sua casa será uma espécie de família em Hogwarts. Vocês assistirão a aulas com o restante dos alunos de sua casa, dormirão no dormitório da casa e passarão o tempo livre na sala comunal. As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Cornival e Sonserina. Cada casa tem sua história honrosa e cada uma produziu bruxas e bruxos extraordinários. Enquanto estiverem em Hogwarts os seus acertos renderão pontos para sua casa, enquanto os erros a farão perder. No fim do ano, a casa com o maior número de pontos receberá a Taça da Casa, uma grande honra. Espero que cada um de vocês seja motivo de orgulho para a casa a qual vier a pertencer. A Cerimônia de Seleção vai se realizar dentro de alguns minutos na presença de toda a escola. Sugiro que vocês se arrumem o melhor que puderem enquanto esperam.

O olhar dela se demorou por um instante na capa de Neville, que estava afivelada debaixo da orelha esquerda, e no nariz sujo de Draco, Harry nervoso, tentou achatar os cabelos.

 — Voltarei quando estivermos prontos para receber vocês — disse a Professora Minerva. — Por favor, aguardem em silêncio. E se retirou da sala. Harry engoliu em seco.

 — Mas como é que eles selecionam a gente para as casas? — Harry perguntou a Draco.

 — Devem fazer uma espécie de teste, acho. Sirius diz que dói à cabeça, mas acho que estava brincando.

O coração de Harry deu um pulo terrível. Um teste? Na frente da escola toda? Que diabo teria que fazer? Não previra nada do gênero assim logo na chegada. Olhou à volta, ansioso, e viu que os outros também pareciam apavorados. Ninguém falava muito a não ser Hermione, que apostava alguns galeões em quem ia pra qual casa. Harry fez força para não escutar o que ela dizia. Nunca se sentira tão nervoso, nunca, nem mesmo quando tivera que levar um boletim escolar para a mãe de Sirius, e ela passou horas e horas o criticando por um B, porque ele, sem saber como, deixou a peruca do professor azul. Ele manteve os olhos grudados na porta. A qualquer segundo agora a Professora Minerva voltaria e o conduziria ao seu triste fim. Então aconteceu uma coisa que o fez pular bem uns trinta centímetros no ar, várias pessoas atrás dele gritaram.

 — Que di...

 Ele ofegou. E as pessoas à sua volta também. Uns vinte fantasmas passaram pela parede dos fundos. Brancos-pérola e ligeiramente transparentes, eles deslizaram pela sala conversando e entre si, mal vendo os alunos do primeiro ano. Pareciam estar discutindo. O que lembrava um fradinho gorducho ia dizendo:

 — Perdoar e esquecer eu diria, vamos dar a ele uma segunda chance...

 — Meu caro Frei, já não demos a Pirraça todas as chances que ele merecia? Ele mancha a nossa reputação e, você sabe, ele nem ao menos é um fantasma. Nossa, o que é que essa garotada está fazendo aqui?- Um fantasma, que usava uma gola de rufos engomados e meiões, de repente reparou nos alunos do primeiro ano. Ninguém respondeu.

— Alunos novos! — disse o frei Gorducho, sorrindo para eles.

 — Estão esperando para ser selecionados, imagino?

Alguns garotos confirmaram com a cabeça, mudos.

 — Espero ver vocês na Lufa-Lufa! — falou o frei. — A minha casa antiga, sabe?

 — Vamos andando agora — disse uma voz enérgica. — A Cerimônia de Seleção vai começar.

 A Professora Minerva voltara e um a um os fantasmas saíram voando pela parede oposta.

— Agora façam fila e me sigam.

 Sentindo-se pouco à vontade como se suas pernas tivessem virado chumbo, Harry entrou na fila atrás de um garoto de cabelos cor de palha e na frente de Draco, e todos saíram da sala, tornaram a atravessar o saguão e as portas duplas que levavam ao Grande Salão. Harry jamais imaginara um lugar tão diferente e esplêndido era iluminado por milhares de velas que flutuavam no ar sobre quatro mesas compridas, onde os demais estudantes já se encontravam sentados. As mesas estavam postas com pratos e taças douradas. No outro extremo do salão havia mais uma mesa comprida em que se sentavam os professores.

A Professora Minerva levou os alunos de primeiro ano até ali, de modo que eles pararam enfileirados diante dos outros, tendo os professores às suas costas.  As centenas de rostos que os contemplavam pareciam lanternas fracas à luz trêmula das velas. Misturados aqui e ali aos estudantes, os fantasmas brilhavam como prata envolta em névoa. Principalmente para evitar os olhares fixos neles, Harry olhou para cima e viu um teto aveludado e negro salpicado de estrelas. Ouviu Draco cochichar:

 — É enfeitiçado para parecer o céu lá fora, li em Hogwarts, uma história.

 Era difícil acreditar que havia um teto ali e que o Salão Principal simplesmente não se abria para o infinito.

 Harry baixou depressa os olhos quando a Professora Minerva silenciosamente colocou um banquinho de quatro pernas diante dos alunos do primeiro ano. Em cima do banquinho ela pôs um chapéu pontudo de bruxo. O chapéu era remendado esfiapado e sujíssimo. Tia Cissa não teria permitido que um objeto nessas condições entrasse em casa. Talvez tivessem que tentar tirar um coelho de dentro dele, Harry pensou delirando, parecia apropriado, reparando que todos no salão agora olhavam para o chapéu, ele olhou também. Por alguns segundos fez-se um silêncio total. Então o chapéu se mexeu. Um rasgo junto à aba se abriu como uma boca e o chapéu começou a cantar:

 Ah, você podem me achar pouco atraente,

Mas não me julguem só pela aparência

 Engulo a mim mesmo se puderem encontrar

 Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.

 Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,

Suas cartolas altas de cetim brilhoso

Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts.

 E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.

Não há nada escondido em sua cabeça Que o Chapéu Seletor não consiga ver,

 Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer

Em que casa de Hogwarts deverão ficar

 Quem sabe sua morada é a Grifinória, Casa onde habitam os corações indômitos.

 Ousadia e sangue-frio e nobreza Destacam os alunos da Grifinória dos demais,

 Quem sabe é na Lufa-Lufa que você vai morar,

Onde seus moradores são justos e leais

 Pacientes, sinceros, sem medo da dor,

Ou será a velha e sábia Corvinal

 A casa dos que têm a mente sempre alerta,

 Onde os homens de grande espírito e saber

 Sempre encontrarão companheiros seus iguais,

Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa

 E ali estejam seus verdadeiros amigos,

 Homens de astúcia que usam quaisquer meios

 Para atingir os fins que antes colimaram.

 Vamos, me experimentem!

 Não devem temer!

Nem se atrapalhar!

 Estarão em boas mãos! (Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)

 Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!

O salão inteiro prorrompeu em aplausos quando o chapéu acabou de cantar. Ele fez uma reverência para cada uma das quatro mesas e em seguida ficou muito quieto outra vez.

 — Então só precisamos experimentar o chapéu! — cochichou Draco a Harry.— Vou matar o Sirius, ele não parou de falar numa luta contra um trasgo.

Harry deu um sorriso sem graça.

É, experimentar um chapéu era bem melhor do que precisar fazer um feitiço, mas desejou que pudessem ter experimentado o chapéu sem toda aquela gente olhando. O chapéu parecia estar pedindo muito, Harry não se sentia corajoso nem inteligente nem qualquer outra coisa naquele momento. Se ao menos o chapéu tivesse mencionado uma casa para gente que se sentia meio nervosa, quem sabe teria sido a sua casa.

A Professora Minerva então se adiantou segurando um longo rolo de pergaminho.

 — Quando eu chamar seus nomes, vocês porão o chapéu e se sentarão no banquinho para a seleção. Ana Abbott!

 Uma garota de rosto rosado e marias-chiquinhas louras saiu aos tropeços da fila, pôs o chapéu, que lhe afundou direto até os olhos, e se sentou. Uma pausa momentânea...

 — LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu.

A mesa à direita deu vivas e bateu palmas quando Ana foi se sentar à mesa da Lufa-Lufa. Harry viu o fantasma do fradinho Gorducho acenar alegremente para ela.

— Susana Bones!

 — LUFA-LUFA! — anunciou o chapéu outra vez, e Susana saiu depressa e foi se sentar ao lado de Ana.

 — Teo Boor!

 — CORVINAL!

Desta vez foi a segunda mesa à esquerda que aplaudiu, vários alunos da Corvinal se levantaram para apertar a mão de Teo quando o menino se reuniu a eles.

Mádi Brocklehurst foi para a Corvinal também, mas Lilá Brown foi a primeira a ser escolhida para a Grifinória e a mesa na extrema esquerda explodiu em vivas, Harry viu os irmãos gêmeos de Rony assobiarem. Mila Bulstrode se tornou uma Sonserina. Talvez fosse a imaginação de Harry, mas depois de tudo que ouvira sobre a Sonserina, achou que eles formavam um grupo de aparência desagradável. Estava começando a se sentir decididamente mal agora. Lembrou-se da seleção para os times, nas aulas de esporte de sua velha escola. Sempre fora o último a ser escolhido, não porque não fosse bom, mas porque ninguém queria que Duda pensasse que gostavam dele.

— Justino Finch-Fletchlev!

 — LUFA-LUFA!

Às vezes, Harry reparou, o chapéu anunciava logo o nome da casa, mas outras levava um tempo para se decidir.

 Simas Finnigan, o menino de cabelos cor de palha ao lado de Harry na fila, passou sentado no banquinho quase um minuto, antes de o chapéu anunciar que iria para a Grifinória.

 — Hermione Granger!

 Hermione saiu confiante até o banquinho e enfiou o chapéu, com um sorrisinho maroto no rosto.

 — SONSERINA! — anunciou o chapéu.

 Draco gemeu. Um pensamento horrível ocorreu a Harry, como fazem os pensamentos horríveis quando a pessoa está nervosa. E se ele não fosse escolhido? E se ficasse ali sentado com o chapéu na cabeça cobrindo seus olhos durante um tempão, até a Professora Minerva arrancá-lo de sua cabeça e dizer que obviamente houvera um engano e era melhor ele pegar trem de volta?

 Quando Neville Longbottom, o menino de rosto extremamente redondo, foi chamado, levou um tombo a caminho do banquinho. O chapéu demorou muito tempo para se decidir sobre Neville. Quando finalmente anunciou "LUFA-LUFA", Neville saiu correndo com o chapéu na cabeça, e teve de voltar em meio a uma avalanche de risadas para entregá-lo a Morag MacDougal; enquanto Draco olhava impressionado para Hermione, quase beijando seus pés.

-Não disse?

 Malfoy se adiantou, gingando, quando chamaram seu nome e teve seu desejo realizado imediatamente, o chapéu mal tocara sua cabeça quando anunciou:

— SONSERINA!

Faltava pouca gente agora.

Moon..., Nott..., Parkinson..., depois duas gêmeas, Patil e Patil..., depois Perks, Sara...

E então, finalmente...

 — Harry Potter!

Quando Harry se adiantou, correu um burburinho por todo o salão como um fogo de rastilho. — Potter, foi o que ela disse?

— O Harry Potter?

A última coisa que Harry viu antes de o chapéu lhe cair sobre os olhos foi um salão cheio de gente se espichando para lhe dar uma boa olhada. Em seguida só viu a escuridão dentro do chapéu.

— Difícil. Muito difícil. Bastante coragem, vejo. Uma mente um pouco marota. Há talento, há, minha nossa, uma sede razoável de se provar. Ora isso é interessante... Então onde vou colocá-lo? Harry apertou as bordas do banquinho e pensou "Grifinória não, Grifinória, não".

— Grifinória não, hein? — disse a vozinha. — Tem certeza? Você poderia ser grande, sabe, está tudo aqui na sua cabeça, e a Grifinória lhe ajudaria a alcançar essa grandeza, sem dúvida nenhuma, não? Bem, se você tem certeza, ficará melhor na SONSERINA!

Harry ouviu o chapéu anunciar a última palavra para todo o salão. Tirou o chapéu e se encaminhou trêmulo para a mesa de Sonserina. Sentia tanto alívio por ter sido selecionado e ter escapado de Grifinória, que nem reparou que estava recebendo a maior ovação da cerimônia.

 O Monitor se levantou e apertou sua mão com energia, enquanto os gêmeos Weasley gritavam na mesa ao lado ’’Ganhamos Potter! Ganhamos Potter!’’.

 Harry sentou-se defronte do fantasma assustador e coberto de sangue que vira antes.

 O fantasma lhe deu uma palmadinha no braço, produzindo em Harry a sensação horrível e repentina de que acabara de mergulhar num balde de água gelada. Agora ele via bem a Mesa Principal. Na extremidade mais próxima sentava-se Rúbeo Hagrid, o Everest, cujo olhar encontrou o seu e lhe fez um sinal de desaprovação.

Harry se amedrontou e voltou sua atenção ao Chapéu

-Ronald Weasley!

Rony foi andando com o seu típico nariz empinado, e o chapéu mal o tinha visto, quando gritou:

-GRIFINÓRIA!

Ali, no centro da Mesa Principal, em um cadeirão dourado, encontrava-se Tom Riddle. Harry o reconheceu imediatamente pela figurinha que tirara no sapo de chocolate comprado no trem. Os cabelos negros de Riddle eram a única coisa no salão inteiro que brilhava tanto quanto os fantasmas. Harry viu um professor também. Parecia muito extravagante num grande turbante púrpura.

Tom Riddle se levantara. Sorria radiante para os estudantes, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que vê-los todos reunidos ali.

 — Sejam bem-vindos! — disse. — Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Pateta! Chorão! Desbocado! Beliscão! Obrigado.

 E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas. Harry não sabia se ria ou não.

 — Ele é... Um pouquinho maluco? — perguntou incerto, ao monitor

 — Maluco? — disse, despreocupado. — ele é um gênio! O melhor bruxo do mundo! Mas é um pouquinho maluco, sim.

— Batatas, Harry?

O queixo de Harry caiu.

Os pratos diante dele agora estavam cheios de comida. Ele nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: rosbife, galinha assada, costeletas de porco e de carneiro, pudim de carne, ervilhas, cenouras, molho, ketchup e, por alguma estranha razão, docinhos de hortelã.

 Não é que os Malfoy tivessem deixado Harry com fome, mas nunca conseguiram fornecer tanto assim. Harry encheu o prato com um pouco de cada coisa exceto os docinhos e começou a comer.

 Estava tudo uma delícia.

— Isto está com uma cara ótima — disse o fantasma de ensanguentado observando, tristemente, Harry cortar o rosbife.

 — O senhor não pode...?

— Não como há quase quatrocentos anos — explicou o fantasma. — Não preciso, é claro, mas a pessoa sente falta. Acho que ainda não me apresentei? Barão Sangrento às suas ordens. Fantasma residente da torre da Sonserina.

 — Eu sei quem o senhor é! — disse Draco inesperadamente. — Meus pais me falaram do senhor. O senhor... É... Os dava medo, muito.

 — Só assusto á quem merece- o fantasma disse, formalmente— Então, novos moradores da Sonserina! Espero que nos ajudem a ganhar o campeonato das casas este ano! Sonserina nunca passou tanto tempo sem ganhar a taça. Grifinória tem ganhado nos últimos seis anos! O Nick Quase Sem Cabeça está ficando quase insuportável. Ele é o fantasma da Grifinória.

 Harry deu uma olhada na mesa de Grifinória e viu um fantasma horroroso sentado lá, os olhos vidrados, e a cabeça presa somente por um fio de pele e músculos. Estava ao lado do Weasley mais novo, que, Harry ficou contente de ver, não parecia muito satisfeito com a distribuição dos lugares.

— Como foi que ele ficou desse jeito? — perguntou Hermione muito interessada.

 — Nunca perguntei — respondeu o Barão Sangrento, educadamente.

 Depois que todos comeram tudo o que podiam, as sobras desapareceram dos pratos deixando-os limpinhos como no início.

Logo depois surgiram as sobremesas. Tijolos de sorvete de todos os sabores que se possa imaginar, tortas de maças, tortinhas de caramelo, bombas de chocolate, roscas fritas com geléia, bolos de frutas com calda de vinho, morangos, gelatinas, pudim de arroz...

— Quem é aquele professor que está conversando com o Professor de turbante? — perguntou ao monitor.

 — Ah, você se refere ao Quirrell, não é? Não admira que ele pareça tão falso, aquele é o Professor Snape. Ele ensina Poções, é o que ele sempre amou. Todo o mundo sabe que Quirell cobiça seu cargo. Conhece um bocado as poções, o Quirell.

 Harry observou o professor por algum tempo, mas Snape olhou em sua direção.

 Finalmente, as sobremesas também desapareceram, e o Professor Riddle ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.

 — Hum... Só mais umas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição.

 Os olhos cintilantes de Riddle faiscaram na direção dos gêmeos Weasley.

— O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer mágicas no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. E, por último, é preciso avisar que, este ano, o corredor do terceiro andar do lado direito está proibido a todos que não quiserem ter uma morte muito dolorosa.

 Harry riu, mas foi um dos poucos que fez isso.

 — Ele não está falando sério! — cochichou a Draco.

 — Deve estar — respondeu o loiro, franzindo a testa para Riddle.— É estranho porque em geral ele sempre nos diz a razão porque somos proibidos de ir a algum lugar. A flores está cheia de animais selvagens, todo o mundo sabe disso. Acho que poderia ter dito aos monitores, pelo menos.

 — E agora, antes de irmos para a cama, vamos cantar o hino da escola! — exclamou Riddle.

 Harry reparou que os sorrisos dos outros professores tinham amarelado.

 Riddle fez um pequeno aceno com a varinha como se estivesse tentando espantar uma mosca na ponta e surgiu no surgiu no ar uma longa fita dourada, que esvoaçou para o alto das mesas e se enroscou como uma serpente formando palavras.

— Cada um escolha sua música preferida — convidou Riddle— e lá vamos nós!

 E a escola entoou em altos brados:

Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts, Hogwarts,

 Nos ensine algo por favor,

 Quer sejamos velhos e calvos

 Quer moços de pernas raladas,

 Temos às cabeças precisadas

 De idéias interessantes.

 Pois estão ocas e cheias de ar,

Moscas mortas e fios de cotão.

 Nos ensine o que vale a pena.

Faça o melhor, faremos o resto,

 Estudaremos até o cérebro se desmanchar

Todos terminaram a música em tempos diferentes.

E por fim só restaram os gêmeos Weasley cantando sozinhos, ao som de uma lenta marcha fúnebre.

Riddle regeu os últimos versos com sua varinha e, quando eles terminaram, foi um dos que aplaudiram mais alto.

— Ah, a música — disse secando os olhos. — Uma mágica que transcende todas que trazemos aqui! E agora hora de dormir.

 — Andando! -Os novos alunos Sonserina seguiram O monitor por entre os grupos que conversavam, saíram do salão principal e desceram a escadaria de mármore. As pernas de Harry pareceram chumbo outra vez, mas só porque estava muito cansado e saciado.

 Estava cansado demais até para se surpreender que as pessoas nos retratos ao longo dos corredores murmurassem e apontassem quando eles passavam, ou que duas vezes o monitor os tivesse conduzido por portais escondidos atrás de painéis corrediços e tapeçarias penduradas.

 Desceram outras tantas escadas bocejando e arrastando os pés, e Harry começou a se perguntar quanto ainda faltava para chegar quando de repente pararam. Um feixe de bengalas flutuava no ar à frente deles, e quando o monitor avançou um passo em sua direção, começaram a assaltá-lo.

— Pirraça — cochichou o monitor para os alunos do primeiro ano. — Um Poltergeist. — E falou em voz alta — Pirraça, calma.

Um som alto e grosseiro, como o ar escapando de um balão respondeu.

— Quer que eu vá procurar o barão Sangrento?

Ouviram um estalo e um homenzinho com olhos escuros e maus e a boca escancarada apareceu, flutuando de pernas cruzadas no ar, segurando as bengalas.

 — Oooooooooh! — disse com uma risada malvada. — Calourinhos! Que divertido!

 E mergulhou repentinamente contra eles. Todos se abaixaram.

 Pirraça estirou a língua e desapareceu, largando as bengalas na cabeça de uma menina.

 Eles o ouviram partir zunindo, fazendo retinir os escudos de metal ao passar.

 — Vocês tenham cuidado com o Pirraça — recomendou o monitor, quando retomaram a caminhada. — O barão Sangrento é o único que consegue controlá- lo, ele não dá confiança aos monitores. Chegamos.

No finzinho do corredor, agora estavam nas masmorras, havia uma parede de tijolos pretos e úmidos, no qual ele tocou um dos tijolos um pouco menor que os outros.

 — Senha? — pediu ela.

 — Cabeça de Dragão — disse o monitor e o retrato se inclinou para frente revelando um buraco redondo na parede.

 Todos passaram pelo buraco. Um brutamonte precisou de um calço.

E se viram na sala comunal da Sonserina, uma longa sala, provavelmente abaixo do Lago, com paredes rústicas, no teto se prendiam correntes com fogo esverdeado. Era tudo muito luxuoso.

O monitor indicou às garotas a porta do seu dormitório e, aos meninos, a porta do deles.

No final de uma escada levemente rodada, encontraram finalmente suas camas, cinco camas com reposteiros de veludo verde-esmeralda de um tom um pouco mais escuro. As malas já haviam sido trazidas. Cansados demais para falar muito, o, eles enfiaram os pijamas e caíram na cama.

 — Comida de primeira, não foi? — comentou Draco para Harry pelos reposteiros.

 Harry ia perguntar a Draco se ele provara as tortinhas de caramelo, mas adormeceu quase imediatamente. Talvez Harry tivesse comido demais, porque teve um sonho muito estranho. Estava usando o turbante do Professor Quirrell, que não parava de conversar com ele, dizendo que devia se mudar para Grifinória imediatamente, porque era seu destino. Harry disse ao turbante que não queria ir para Grifinória, o turbante foi ficando cada vez mais pesado, Harry tentou tirá-lo, mas ele começou a apertar sua cabeça até doer e aí Rony apareceu, rindo do esforço dele. Depois Rony se transformou no professor Quirrell, cuja gargalhada ecoou alta e fria, houve um clarão verde e Harry acordou, suado e trêmulo.

 Mudou de posição e voltou a dormir, e quando acordou no dia seguinte, nem se lembrou que tinha sonhado.


Notas Finais


Se quiserem, podem mandar sugestões para próximos capítulos, amo vcs sz


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