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História Harry Potter e as crianças que sobreviveram - Capitulo 8


Escrita por: Charlotte1421 e Malina1817

Capítulo 8 - Capitulo 8


Quando entrou novembro o tempo esfriou muito. As serras em torno da escola viraram cinza-gelo e o lago parecia metal congelado. Toda a manhã o chão se cobria de geada. Hagrid era visto reclamando com seu habitual mau humor das janelas dos andares superiores do castelo degelando vassouras no campo de Quadribol enrolado num casacão de pele de toupeira, com luvas de coelho e enormes botas de castor.

Começara a temporada de Quadribol. No sábado, Harry estaria jogando sua primeira partida depois de semanas de tratamento: Grifinória contra Sonserina. Se Sonserina ganhasse, subiria para o segundo lugar no campeonato das casas.

Quase ninguém vira Harry jogar porque Olívio decidira que, sendo uma arma secreta, a participação de Harry deveria ser mantida em segredo. Mas de alguma forma a noticia de que jogaria como apanhador vazara e Harry não sabia o que era pior se as pessoas dizerem que ele seria brilhante ou dizerem que iriam ficar correndo embaixo dele com um colchão.

Era realmente uma sorte que Harry tivesse Draco como amigo. Não sabia como poderia ter dado conta dos deveres de casa sem ele, diante dos treinos de Quadribol convocados por Olívio à última hora. Ele também lhe emprestara o livro Quadribol através dos séculos, que acabara rendendo uma leitura muito interessante.

Harry aprendera que havia setecentas maneiras de cometer faltas no Quadribol e que todas haviam ocorrido durante a copa mundial de 1473, que os apanhadores eram em geral os jogadores menores e mais velozes e que a maioria dos acidentes graves no Quadribol parecia acontecer com eles, que embora a pessoas raramente morressem jogando Quadribol, havia juízes que tinham desaparecido e reaparecido meses depois no deserto do Saara.

Na véspera da primeira partida de Quadribol de Harry, os três foram até a quadra congelada durante o intervalo das aulas, e Hermione fizera aparecer para eles um fogo azulado muito vivo que podia ser levado para toda parte em um frasco de geléia. Achavam-se parados de costas para o fogo, se esquentando, quando Hagrid atravessou o pátio. Harry reparou logo que Hagrid estava mancando. Harry, Draco e Hermione se aproximaram mais para esconder o fogo com o corpo, tinham certeza de que era proibido. Infelizmente alguma coisa em suas caras culpadas atraiu a atenção de Hagrid. Ele veio mancando até onde eles estavam. Não vira o fogo, mas parecia estar procurando uma razão para ralhar com eles.

— Que é que você tem aí, Potter?

Era O Quadribol através dos séculos. Harry mostrou-o.

— Os livros da biblioteca não podem ser levados para fora da escola — falou Hagrid. — Me dê aqui. Menos cinco pontos para Sonserina.

— Ele acabou de inventar essa regra — murmurou Harry com raiva, enquanto Hagrid se afastava — Que será que houve com a perna dele?

— Não sei, mas espero que esteja realmente doendo — falou Draco com azedume.

A sala comunal da Sonserina estava muito quieta aquela noite. Harry, Draco e Hermione sentaram-se junto a uma parede de vidro que deixava à amostra a parte de baixo do lago.

Draco verificava os deveres de Harry e Hermione para a aula de Feitiços. Ele nunca os deixava copiar ("Como é que vocês vão aprender?'), mas ao lhe pedirem para ler os trabalhos, eles recebiam as respostas certas do mesmo jeito.

Harry sentia-se inquieto. Queria de volta Quadribol através dos séculos, para se distrair do nervosismo que a partida do dia seguinte estava lhe provocando. Por que deveria ter medo de Hagrid?

Levantou-se e disse a Draco e Hermione que ia pedir a Hagrid para lhe devolver o livro.

— Antes você do que eu — responderam eles juntos, mas Harry tinha a impressão que Hagrid não iria recusar se houvesse outros professores ouvindo.

Ele foi à sala dos professores e bateu à porta. Não obteve resposta. Bateu outra vez. Nada. Talvez Hagrid tivesse deixado o livro na sala? Valia a pena tentar. Entreabriu a porta e espiou para dentro e deparou com uma cena horrível.

Hagrid e Rabicho estavam lá dentro sozinhos. Hagrid segurava as vestes acima do joelho. Uma das pernas sangrava, lacerada. Rabicho entregava ataduras a Hagrid.

— Droga — dizia Hagrid. — Como é que se pode ficar de olho em três cabeças ao mesmo tempo?

Harry tentou fechar a porta sem fazer barulho, mas...

— Potter!

O rosto de Hagrid contorceu-se de fúria ao mesmo tempo em que ele largava as vestes para esconder a perna. Harry engoliu em seco.

— Eu vim saber se o senhor poderia devolver o meu livro..

— SAIA! SAIA!

Harry saiu, antes que Hagrid pudesse descontar algum ponto de Sonserina. E voltou correndo para baixo.

— Conseguiu? — perguntou Draco quando Harry se reuniu a eles.

— Que aconteceu?

Num murmúrio, Harry lhes contou o que vira.

— Sabe o que isso significa? — terminou sem fôlego. — Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas! Era para lá que estava indo quando o vimos. Ele quer a coisa que o cachorro está guardando! E aposto a minha vassoura como ele deixou aquele trasgo entrar, para distrair a atenção de todos!

Os olhos de Hermione estavam arregalados.

— Não. Ele não faria isso. Sei que ele não é muito simpático, mas não tentaria roubar uma coisa que Riddle estivesse guardando a sete chaves.

— Sinceramente, Hermione, você pensa que todos os professores são santos ou coisa parecida — disse-lhe Draco com rispidez. — Concordo com Harry, acho que Hagrid faria qualquer coisa. Mas o que é que ele está procurando? O que é que o cachorro está guardando?

Harry foi se deitar com a cabeça zunindo com aquela pergunta. Dino Thomas roncava alto e Harry não conseguia dormir. Tentou esvaziar a cabeça, precisava dormir, tinha de dormir, ia jogar sua primeira partida de Quadribol dentro de algumas horas, mas a expressão no rosto de Hagrid quando Harry vira sua perna era difícil de esquecer.

O dia seguinte amanheceu muito claro e frio. O salão principal estava impregnado com o cheiro delicioso de salsichas e com a conversa animada de todos que aguardavam ansiosos uma boa partida de Quadribol.

— Você tem que comer alguma coisa.

— Não quero nada.

— Só um pedacinho de torrada — tentou persuadi-lo Hermione.

— Não estou com fome.

Harry se sentia péssimo. Dentro de uma hora estava entrando na quadra.

— Harry, você precisa de energia — disse Simas Finnigan — Os apanhadores são sempre os que acabam aleijados pelo outro time.

— Obrigado Simas — respondeu Harry, observando Simas amontoar ketchup sobre as salsichas.

Para tentar se acalmar Harry começou a pensar em seu sonho, no qual Ginny persuadia seu pai para ela ir para Hogwarts, ele sorriu com o pensamento, seria bom tela por perto, tinha certeza que ela se daria super bem com Hermione, e logo pensou se a ruiva não poderia lhe ensinar aquele truque macabro de feitiço sem varinha e não verbal. Então resolveu que tentaria falar com ela mais tarde para saber quando chegaria. E ele continuou a linha de pensamento, e em nem perceber, não estava nem mais nervoso com o jogo.

 

Aí pelas onze horas a escola inteira parecia estar nas arquibancadas que cercavam o campo de Quadribol. Muitos estudantes tinham levado binóculos. Os lugares ficavam no alto, mas às vezes, ainda assim era difícil ver o que acontecia.

Draco e Hermione se reuniram a Neville, Simas e Dino, o fã do time de segunda divisão na fileira do alto. Como uma surpresa para Harry eles tinham pintado uma grande bandeira em um dos lençóis que eles roubaram por tédio. Dizia: “Potter para Presidente” e Dino, que era bom em desenho, tinha pintado uma grande cobra da Sonserina embaixo(mesmo que Simas e Neville não estivessem na casa da Sonserina). Depois Draco apelara para um feiticinho para fazer a tinta brilhar multicolorida.

Entrementes, nos vestiários, Harry e o restante do time estavam vestindo as roupas verdes de Quadribol (Grifinória  iria jogar de vermelho).

Olívio pigarreou pedindo silêncio.

— Muito bem, rapazes.

— E moças — acrescentou a artilheira Angelina Johnson.

— E moças — concordou Olívio. — Está na hora.

— O jogaço — disse Fred.

— O jogaço que estávamos esperando — explicou Jorge.

— Já conhecemos o discurso de Olívio de cor — comentou Fred para Harry. — Fizemos parte do time no ano passado.

— Calem a boca, vocês dois — mandou Olívio. — Este é o melhor time que a Sonserina já teve nos últimos anos. Vamos vencer. Sei que vamos — e encarou os jogadores como se dissesse "Ou vão ver".

— Certo. Está na hora. Boa sorte para todos.

Harry acompanhou Fred e Jorge na saída do vestiário e, esperando que seus joelhos não cedessem, entrou na quadra debaixo de vivas. Madame Hooch era a juíza. Estava parada no meio da quadra esperando os dois times, de vassoura na mão.

— Quero ver um jogo limpo meninos — disse quando estavam todos reunidos à sua volta. Harry reparou que ela parecia estar falando particularmente para o capitão da Grifinória, Marcos Flint um aluno do quinto ano. Harry achou que Flint tinha sangue de trasgo. Pelo canto do olho viu a bandeira, que piscava "Potter para Presidente" tremulando sobre as cabeças dos espectadores.

Seu coração perdeu um compasso. Ele se sentiu mais corajoso.

— Montem nas vassouras, por favor — Harry subiu na sua Nimbus 2000.

Madame Hooch puxou um silvo forte no seu apito de prata. Quinze vassouras se ergueram no ar. Fora dada a partida.

— E a goles foi de pronto rebatida por Angelina Johnson de Sonserina que ótima artilheira é essa menina, e bonita, também.

— BOA JORDAN!

O amigo dos gêmeos Weasley, Lino Jordan, estava irradiando a partida, vigiado de perto pelo Professor Snape. E como um bom maroto não deixou essa passar.

— Ela está realmente jogando com força total, um passe lindo para Alicia Spinnet, um bom achado de Olívio Wood, no ano passado ficou no time de reserva, de volta a Johnson e.. Não, Grifinória tomou a goles, o capitão de Grifinória rouba a goles e sai correndo. Marcos está voando como uma águia lá no alto, ele vai mar.. Não, foi impedido por uma excelente intervenção do goleiro de Sonserina, Olívio, e Sonserina fica com a goles, no lance a artilheira Ketie Bell de Sonserina, dá um belo mergulho em volta de Marcos e sobe pelo campo e... AI, essa deve ter doído, ela levou um balaço na nuca, perdeu a goles para Grifinória. Agora Adriano Pucey corre na direção do gol, mas é bloqueado por um segundo balaço arremessado por Fred ou Jorge Weasley, é difícil dizer qual dos dois em todo o caso uma boa jogada do batedor de Sonserina, e Johnson tem outra vez aposse da goles, o caminho está livre à sua frente e lá vai ela, realmente voando, desvia-se de um balaço veloz, as balizas estão à sua frente... Vamos agora, Angelina... O goleiro Bletchley mergulha, não chega a tempo... PONTO PARA SONSERINA!

A torcida de Sonserina enche de berros o ar frio, e a torcida de Grifinória, de lamentos.

— Cheguem para lá, vamos.

— Sirius!- grita Draco.

Draco e Hermione se apertaram para abrir espaço para Sirius se sentar com eles.

— Estive assistindo da floresta — disse Sirius, indicando um grande binóculo pendurado ao pescoço. Mas não é a mesma coisa que assistir no meio da multidão. Nem sinal do pomo ainda, não é?

— Não — respondeu Draco. — Harry ainda não teve muito que fazer.

— Pelo menos não se machucou, já é alguma coisa — disse Sirius, levantando o binóculo e espiando o pontinho que era Harry lá no céu.

-Mas então, oque tá fazendo aqui?- começou Draco, não que ele não adorasse Sirius, mas ele não entendia como ele viera parar ali

- Ora Draco, meio óbvio não? Vim ver Harry jogar- respondeu o homem sem tirar os olhos do afilhado

-Tá, mas como conseguiu entrar aqui?

-Eu fui um maroto de qualidade Draco. Sei como chegar aqui para ver James Cópia jogar.

Draco resolveu não fazer mais perguntas, na verdade ficou pensando em como ele não adivinhara isso. Sirius era um irmão/pai para Harry. Óbvio que ele perderia isso. Então Hermione pigarreou alto. O loiro havia esquecido as apresentações.

-Ah, Hermione, esse é Sirius Black, padrinho de Harry; Sirius, essa é Hermione Granger.- Finalmente Sirius tirara os olhos do afilhado e agora olhava para a menina corada por ser o alvo daqueles olhos cinzas

-Prazer- disse Sirius simplesmente e estendendo a mão para Hermione e ela apertou com um leve sussurro repetindo as palavras de Sirius e, se possível, ainda mais corada. Ela acreditava que aquele era o homem mais belo que ela já havia visto. Não que saísse muito disso Sirius tinha cabelos escorridos jogados por todos os lados, mas não indomáveis como os de Harry, seus ângulos eram simétricos e fortes, ele era alto e tinha ombros largos, olhos cinzentos, nariz reto e mandíbula larga e levemente quadrada fazendo par com suas maçãs do rosto altas, dentes retos também. Hermione lutava para não encara-lo, não que ele percebesse, olhava para o lugar que Harry estava.

 

Muito acima deles, Harry sobrevoava o jogo, procurando um sinal do pomo. Isto fazia parte da estratégia montada por ele e Olívio.

“Fique fora do caminho até avistar o pomo dissera Olívio. Não queremos que você seja atacado sem necessidade”.

Quando Angelina marcou, Harry tinha feito um loops para extravasar a emoção. Agora voltara a procurar o pomo. Uma vez avistou um lampejo dourado, mas era apenas outro reflexo do relógio de um dos gêmeos e outra vez um balaço resolveu disparar em sua direção e mais parecia uma bala de canhão, mas Harry se esquivou e Fred veio atrás dela.

— Tudo bem ai, Harry? — Ele tivera tempo de gritar ao rebater o balaço com fúria na direção de Marcos Flint.

— Grifinória de posse da goles — Lino Jordan continua narrando. — O artilheiro Pucey se desvia de dois balaços, dos dois Weasley, da artilheira Bell e voa para, esperem aí, será o pomo?

Correu um murmúrio pelas torcidas quando viram Adriano Pucey deixar cair a goles, ocupado demais em espiar por cima do ombro o lampejo dourado que passara por sua orelha esquerda.

Harry a viu. Tomado de grande agitação, mergulhou em direção ao rastro dourado. O apanhador de Grifinória, Terêncio Higgs, vira o pomo também.

Cabeça a cabeça, eles se precipitaram em direção ao pomo, todos os artilheiros pareciam ter esquecido o que deveriam fazer, pararam no ar, para observar. Harry foi mais rápido que Terêncio, estava vendo a bolinha redonda, as asas batendo, disparando para o alto, imprimiu mais velocidade...

— Ohhh! — Um rugido de raiva saiu da torcida de Sonserina em baixo. Marcos Flint tinha bloqueado Harry de propósito e a vassoura de Harry perdeu o rumo, Harry segurou-se para não cair.

— Falta! — gritou a torcida de Sonserina.

Madame Hooch dirigiu-se aborrecida a Marcos e em seguida deu a Sonserina um lance livre diante das balizas. Mas na confusão, é claro, o pomo de ouro desaparecera de vista outra vez.

 

Nas arquibancadas, Dino Thomas berrava.

— Fora com ele, juíza! Cartão vermelho!

— Isto não é futebol, Dino — lembrou Draco — Você não pode expulsar jogador de campo no Quadribol, e o que é um cartão vermelho?

Mas Sirius ficou do lado de Dino.

— Deviam mudar as regras, Marcos podia ter derrubado Harry no ar.

Lino Jordan estava achando difícil se manter neutro. Na verdade, ele e Severo, que agora brigavam pela posse do microfone.

— Então, depois dessa desonestidade óbvia e repugnante.- começou Lino

— Quer dizer, depois dessa falta clara e revoltante.- Corrigiu Severo com a pequena parte que ainda lutava para não ir parar no meio do campo para bater em Marcos

— Muito bem, muito bem. Marcos quase matou o apanhador da Sonserina, o que pode acontecer com qualquer um, tenho certeza, portanto uma penalidade a favor de Sonserina, Spinnet bate, para fora, sem problema, e continuamos o jogo, Sonserina ainda com a posse da bola.

Foi quando Harry se desviou de mais um balaço, que passou com perigoso efeito ao lado de sua cabeça, que a coisa aconteceu.

Sua vassoura deu uma perigosa e repentina guinada. Por uma fração de segundo ele achou que ia cair. Segurou a vassoura com firmeza com as duas mãos e os joelhos. Nunca sentira nada parecido antes.

Aconteceu outra vez. Era como se a vassoura estivesse tentando derrubá-lo. Mas uma Nimbus 2000 não decidia de repente derrubar seu cavaleiro. Harry tentou voltar em direção às balizas de Sonserina, tencionava avisar Olívio para pedir tempo, e então percebeu que a vassoura se descontrolara. Não conseguia virá-la. Mas conseguia dirigi-la. Ela ziguezagueava pelo ar e de vez em quando fazia movimentos bruscos que quase o desequilibravam.

Lino ainda comentava.

— Grifonória ainda com a posse, Marcos com a goles, passa por Spinnet, por Bell... Atingido no rosto com força por um balaço, espero que tenha quebrado o nariz, é brincadeira, professor, Grifinória marca. Ah, não!

A torcida da Grifinória vibrava. Ninguém parecia ter notado que a vassoura de Harry estava se comportando de maneira estranha. Carregava-o lentamente cada vez mais alto, afastando-se do jogo, dando guinadas e corcoveando pelo caminho.

— Não sei o que Harry acha que está fazendo — resmungou Sirius. E espiou pelo binóculo. — Se eu não entendesse da coisa, eu diria que perdeu o controle da vassoura... Mas não pode ser...

De repente, as pessoas em todas as arquibancadas estavam apontando para Harry no alto. Sua vassoura começara a jogar para um lado e para o outro, e ele mal conseguia se segurar. Então a multidão gritou. A vassoura dera uma guinada violenta e Harry desmontara. Estava agora pendurado, agüentando-se apenas com uma mão.

— Será que aconteceu alguma coisa à vassoura quando Marcos o bloqueou? — cochichou Simas.

— Não pode ser — respondeu Sirius, a voz trêmula. — Nada pode interferir com uma vassoura a não ser uma magia negra muito poderosa, nenhum garoto poderia fazer isso com uma Nimbus 2000.

Ao ouvir isso, Hermione agarrou o binóculo de Sirius, mas ao invés de olhar para Harry no alto, começou a espiar agitadíssima para a multidão.

— Que é que você está fazendo? — gemeu Draco, o rosto branco.

— Eu sabia! — exclamou Hermione. — Hagrid. Olhe.

Draco agarrou o binóculo, Hagrid estava no centro das arquibancadas do lado oposto. Tinha os olhos fixos em Harry e movia os lábios sem parar.

— Ele está fazendo alguma coisa, ele está azarando a vassoura. — disse Hermione.

— Que vamos fazer?

— Deixem comigo.

Antes que Draco pudesse dizer mais nada, Hermione desapareceu. Draco tornou a apontar o binóculo para Harry. A vassoura vibrava com tanta força, que era quase impossível Harry se agüentar por muito mais tempo. Nem Sirius, pensou Draco, o padrinho de Harry já estava do outro lado da torcida ralhando com o diretor apontado a varinha para Harry, e falhando miseravelmente estava Severo tentando acalmar Sirius, que não parecia ter  a mínima vontade de se acalmar. A multidão se levantara, acompanhara com os olhos, aterrorizada, os gêmeos Weasley voaram para tentar transferir Harry a salvo para uma de suas vassouras, mas não adiantou, toda vez que se aproximavam dele, a vassoura subia mais alto.

Mantiveram-se em um nível mais baixo fazendo círculos sob Harry, obviamente na esperança de apará-lo se caísse... Marcos Flint apoderou-se da goles e marcou cinco vezes sem ninguém reparar.

— Anda logo, Hermione — murmurou Draco desesperado.

Hermione abrira caminho até a arquibancada onde estava Hagrid e agora corria pela fileira atrás dele, nem parou para pedir desculpas quando derrubou o Professor Quirrell de cabeça na fileira da frente. Ao chegar perto de Hagrid, ela se agachou puxou a varinha e disse algumas palavras bem escolhidas. Chamas vivas e azuladas saíram de sua varinha para a barra das vestes de Hagrid.

Levou talvez uns trinta segundos para Hagrid perceber que estava em chamas. Um grito súbito confirmou que Hermione conseguira o seu intento. Recolhendo o fogo num frasquinho que trazia no bolso ela retrocedeu depressa pela mesma fileira. Hagrid nunca saberia o que acontecera.

Foi o suficiente. No alto, Harry conseguiu de repente voltar a montar a vassoura.

— Neville, pode olhar! — disse Draco. Neville passara os últimos cinco minutos soluçando no casaco de Dino.

Harry estava voando rápido de volta ao chão quando a multidão o viu levar a mão à boca como se fosse vomitar, ele pousou no campo de gatas, tossiu e uma coisa dourada caiu em sua mão.

— Apanhei o pomo! — gritou, mostrando-o no alto, e o jogo terminou na mais completa confusão.

— Ele não agarrou o pomo, ele quase o engoliu — continuava a esbravejar Flint vinte minutos depois, mas não fez diferença, Harry não infringira nenhuma regra e Lino Jordan continuava a gritar alegremente o resultado,

Sonserina ganhara por cento e setenta pontos a sessenta. Harry, porém não ouvia nada disso.

 

 

Severo lhe preparava em sua sala no castelo uma xícara de chá forte, em companhia de Draco, Sirius e Hermione.

— Foi Hagrid — explicou Draco — Hermione e eu vimos. Ele estava azarando a sua vassoura, murmurando, não despregava os olhos de você.

— Bobagens — disse Severo, enquanto Sirius dava sua habitual risada que parecia mais um latido, que não ouvira uma única palavra do que se passara ao seu lado nas arquibancadas. — Por que Hagrid faria uma coisa dessas?

-Ah, por favor meninos, Hagrid não teria magia o suficiente para isso nunca!- disse Sirius voltando a beber o chá ainda com o riso em seu olhar.

Harry, Draco e Hermione se entreolharam, imaginando o que lhe contar Harry decidiu contar a verdade.

— Descobri uma coisa — falou a eles. — Ele tentou passar pelo cachorro de três cabeças no Dia das Bruxas. Levou uma mordida. Achamos que estava tentando roubar o que o cachorro está guardando.

Severo deixou cair o bule de chá.

— Como é que vocês sabem da existência do Fofo?

— Fofo?

— É... É meu... Comprei-o de um grego que conheci num bar no ano passado. Emprestei-o a Riddle para guardar o...

— O quê? — perguntou Harry ansioso.

— Não me pergunte mais nada — retrucou Severo com impaciência. — É segredo.

-Penas e sua enorme boca- comentou distraído Sirius, recitando como se fosse uma musiquinha particular.

— Mas Hagrid está tentando roubá-lo.

— Bobagens — repetiu Severo lançando a Sirius um olhar repreendedor. — Hagrid é professor de Hogwarts, não faria uma coisa dessas.

— Então por que ele tentou matar Harry? — perguntou Hermione.

Os acontecimentos daquela tarde sem dúvida tinham mudado a opinião dela sobre Hagrid.

— Eu conheço uma azaração quando vejo uma, já li tudo sobre o assunto! A pessoa precisa manter contato visual e Hagrid nem ao menos piscava, eu vi!

-REPETINDO! –Falou Sirius um tom assima revirando os olhos- Hagrid não tem magia para tanto, e mesmo se tivesse, foi expulso em que ano Penas?- Severo fez 3 com os dedos- viu? No terceiro ano! Não saberia azarações daquele tipo

- Vocês sabiam! Não sabiam? Viviam atormentando os alunos da Grifinória! Com certeza sabiam!- acusou Harry aos marotos, que trocaram sorrisos de cúmplice

-Casos diferente Harry. Extremamente diferente. E mesmo se fosse, não tem nada a ver com o que aconteceu hoje.- dessa vez foi Severo que respondeu, encostando na pia distraído- Agora, escutem bem os três: vocês estão se metendo em coisas que não são de sua conta. Isto é perigoso. Esqueçam aquele cachorro e esqueçam o que ele está guardando, isto é coisa do Professor Riddle com o Nicolau Flamel...

— Ah-ah! — exclamou Harry, — Então tem alguém chamado Nicolau Flamel metido na jogada, é?

Severo parecia furioso consigo mesmo. E Sirius riu com vontade, agora cantando a mesma frase.

—PENAS E SUA ENORME BOCA! PENAS E SUA ENORME BOCA!- E continuou com suas gargalhadas latidas.

 

 

 



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