História Hate Can Become Love? - Desatenta

[Depois da aula]

- Oi mãe! - Digo entrando em casa e indo até ela que estava na cozinha.

-Oi filha. - Diz ela me abraçando e logo após voltando a cozinhar.

- A comida já está pronta, larga a mochila no quarto e vem comer com a gente.

- A gente? - pergunto.

- Oi Selena, eu to bem aqui. - Diz Roger que estava sentado numa das cadeiras da mesa.

- Foi mal, gente insignificante muitas vezes se torna invisível. - Digo me virando para subir as escadas, mas quando ouço a voz de Mandy me viro para olhá-la.

- Selena... eu pensei que essa implicância com seu padrasto tinha acabado, agora ele é seu pai, e você deve respeitá-lo. - diz minha mãe me olhando séria. - Não queremos ter outra discussão né?

Eu apenas bufo com o que ela disse e me viro novamente subindo novamente, quando já estou no meio da escada digo:

- Posso até aprender a respeitá-lo, mas você nunca poderá me forçar a tratá-lo como pai. Nunca poderá fazer com que eu tenha sentimentos de filha por esse ser, posso usar a educação que você me deu, mas eu sempre vou odiá-lo. - Digo séria, e volto a subir pro meu quarto, quando chego na porta, á abro e me jogo na cama.

Escuto meu celular tocar e então vejo o nome de Taylor estampado no aparelho, imediatamente um sorriso se abre em meu rosto, devo admitir que desde que ambas começaram a namorar não nos falamos como antes, apenas na escola, sinto tanta saudade dela.

- Oi Tay. - Digo atendendo a chamada.

- Oi Sel! Que tal marcarmos algo? To com saudades de sair com você.

- Claro! Quando? - pergunto.

- Hoje? - Ela pergunta de volta.

- Ah hoje não dá Tay, vou com Justin levar algumas caixas pro salão onde vai ser o casamento.

- Que casamento? - Ela pergunta.

- Da minha mãe com aquele ser.

- Nossa, eu não sabia disso.

- Sabe que eu vou me mudar?

- Não, você não comentou nada comigo sobre isso.

- Meu Deus Taylor! Como chegamos a esse ponto?

- Também não sei.

Escuto a voz da minha mãe me chamando pra almoçar, então digo tchau para Taylor e desligo a chamada, prometendo marcar alguma coisa com ela depois. Desço e me sento á mesa com eles, eles conversam sobre assuntos variados, sobre o casamento, a festa e tudo mais,eu me mantenho calada durante todo o tempo.

- Bom, vou trabalhar. - Diz ele que se levanta e dá um beijo na minha mãe, eu juro que faria de tudo pra não estar lá naquele momento. - Tchau Selena.

Eu apenas murmuro um "tchau", e vejo ele sair pela porta.

- Filha, por favor colabora. - Diz minha mãe quando ele já não está presente. - Entenda o meu lado, eu o amo, você não ama o seu namorado?

- Eu entendo seu lado mãe, e sim eu amo o Justin, mas entende meu lado também, um cara entra do nada em nossas vidas e eu tenho que o chamar de pai, tenho que dizer tchau a casa que sempre morei, eu tenho lembranças aqui sabia? Dói deixar tudo isso, o meu quarto, deixar tudo isso para trás e ir pra outra casa, que para mim é estranha, mãe, é complicado.

- Tudo bem filha, mas eu prometo que você vai amar a casa do Roger, é bem maior, e o seu quarto vai ser o dobro em questão de tamanho, e você não vai perder nada do que é seu, vai, não é tão ruim, se comporta pela sua mãe, por favor. - Ela faz uma pausa me olhando. - Você não precisa o chamar de pai, se não quiser, mas você vai ver que ele é legal.

- Tá mãe. - digo.

- Obrigado, você não sabe como é importante seu apoio pra mim. Agora, ajuda a mãe a levar as coisas pro salão?

- Sim, o que me lembrou que eu tenho que falar as horas pro Justin vir.

- Ah que bom que ele aceitou, finalmente vou conhece-lo.

- Verdade né mãe, vocês não se conhecem. - digo.

- Depois de por as coisas no carro, vou dirigir até o salão, vocês podem ir comprar as coisas desta lista? - Diz ela que se levanta, pega um papel e me entrega. – E esse outro papel aqui é do lugar onde fica o salão.

- Ok. - digo sorrindo, guardo os papéis e pego meu celular.

Mensagem on

Eu: Justin, pode vir já?

Idiota: Estou indo.

Eu: Okay, vou te esperar.

Depois de uns 15 minutos ele chega e nos ajuda a por as coisas no carro, minha mãe avisa que vai ir na frente enquanto nós vamos comprar as coisas que faltam. Assim que ela sai nós entramos no carro dele.

 - Então, você sabe onde fica a loja? – pergunto.

- Calma, falto uma coisa ainda. – diz ele.

- O que? – pergunto.

Ele vem em minha direção e me dá um selinho.

- Ainda não tínhamos nos cumprimentado. – diz ele, eu sorrio sem graça, foi inesperada a atitude dele.

Ele continua me encarando e abre um sorrisinho, o que me deixa mais ainda com vergonha.

- Para de me encarar. – peço, e viro minha cara.

- Você ficou com vergonha. – responde ele, mesmo não olhando deu de perceber que ele ainda sorria.

- Não fiquei – minto – agora dirige pelo amor de Deus! – digo deixando escapar um sorriso bobo.

- Ok. – responde ele, que da partida no carro.

[...]

Finalmente terminamos de comprar tudo, aquela lista era bem extensa e ainda fomos em outras lojas porque não tinha tudo na primeira.

- Então, onde é o salão? – pergunta ele entrando no carro.

- Calma, que ela me deu um papel com o endereço, acho que ta na minha bolsa.

- Ok. – então começo a procurar.

Eu tinha “quase” certeza de que estava aqui. Depois de uns 5 minutos começa a bater um desespero, não, eu ainda não tinha achado o maldito papel.

- Vai demorar muito? – pergunta ele.

- Não enche. – respondo, sim, eu já estava ficando sem paciência, Justin vai me matar se eu não achar esse papel.

 - Você não tem o papel não é mesmo? – pergunta ele, com um sorriso debochado.

- Claro que sim. – minto – ta em algum lugar da minha bolsa. – ele apenas me observa enquanto eu procuro.

[Mais 5 minutos depois]

- Ok, eu não to com o papel. – digo, como eu me odeio por isso, por ser uma pessoa tão desatenta, eu devo ter deixado cair ou algo assim.

Ele solta uma risadinha.

- Sabia, você é muito desatenta Selena. – diz ele.

- Ta bom, não precisa ficar jogando na cara.

- Que nem naquela vez que a gente se perdeu na viagem... – diz ele.

- Jura? Aquilo foi sua culpa! – digo.

- O que eu fiz? – pergunta ele.

- Você que me pediu pra escolher o caminho. – respondo, ele me olha e ri. – do que você ta rindo? Eu to certa.

- Aham. – isso só me deixa mais irritada.

- Ainda bem que você sabe.

- O que vamos fazer agora? – pergunta Justin.

- Vou tentar ligar pra minha mãe. – digo, mas assim que pego meu celular noto que está com 2% de bateria. Mesmo assim tento ligar, mas quando chama 1 uma vez, ele se desliga. – Não pode ser verdade.

- Ta sem bateria? – pergunta ele.

- To, hoje o universo resolveu ficar contra mim! – falo enquanto jogo minha cabeça para traz e fecho os olhos.

- Deixa que eu ligo. – ele diz, mas assim que ele toca no bolso cai na real. – Eu não trouxe o celular. – conclui.

- Como a gente tem sorte. – ironizo.

- Realmente. – Justin também encosta a cabeça no banco e continua a olhar para frente.

- E agora? – pergunto.

- Não faço ideia. – respondo.

- Só preciso deixar claro que isso foi culpa sua. – ele diz, apenas dou um tapa em seu ombro e observo o mesmo que agora fingia que estava doendo.

- Você não tem ideia de onde possa ter perdido? - Pergunta Justin.

- Se eu tivesse, obviamente estaríamos indo lá procurar. - digo, revirando os olhos.

- Que tal irmos na sua casa procurar? - pergunta ele. - Talvez você tenha deixado lá.

- Pode ser - digo.

[...]

Justin estacionou em frente a minha casa, saímos do carro e eu abri a porta.

- Procura aqui em baixo, que eu vou procurar lá em cima no meu quarto. - Falo e subo as escadas em direção ao meu quarto.

Procuro por tudo que é canto, até nos menos prováveis, como dentro do meu guarda-roupa, mesmo que eu não tenha aberto ele desde que cheguei do colégio. Depois de praticamente revirar meu quarto inteiro, decidi aceitar o fato de que ele não estava por ali.

- Não achei nada lá em baixo. - Diz Justin entrando no quarto que estava com a porta aberta. - Selena, que bagunça é essa?

- Ah, coisa básica, depois eu arrumo. Mas então, não achei aqui também. - digo. - E agora?

- Não sei. - diz Justin.

- Ah, já sei, vou por meu celular a carregar e ligar pra minha mãe. - Falo e me viro para por meu celular a carregar.

- Nerd, que papel é esse no seu bolso? - Pergunta Justin, eu me viro e tiro o papel do bolso.

- O endereço do salão.... Já podemos ir.

- Não acredito que estava no seu bolso o tempo inteiro. - diz Justin.

- Eu não acredito que revirei meu quarto inteiro pra achar algo que estava comigo o tempo todo. - Digo olhando a bagunça que eu havia feito. - Vamos que minha mãe está nos esperando.

Saímos do meu quarto, e descemos as escadas, fecho a porta e entramos dentro do carro novamente.

- Onde fica o salão? - Pergunta Justin quando já estamos dentro do mesmo, então eu entrego o papel à ele.

[...]

- Porque demoraram tanto? – pergunta minha mãe enquanto nos ajuda a tirar as coisas do porta-malas.

- Porque nós nos perde... – quando eu ia completar a frase Justin me interrompe.

- Porque a Selena tinha perdido o papel que você deu a ela com o endereço. – eu encaro ele que estava se segurando para não dar um sorrisinho.

- Era isso mesmo que eu ia dizer, obrigado Justin. – digo e o encaro, tentando ficar com raiva, mas eu realmente não estava.

- Não é a toa que é minha filha! – diz minha mãe. – Igualzinha a mim!

Agora vamos, já está tarde e eu tenho que me encontrar com Roger.

- Ok, ok. – digo e começo a ajuda-la junto a Justin.

Depois de um tempo, peguei a ultima coisa que ainda restava dentro do carro, eram uns talheres muito bonitos que eu nunca tinha visto na minha vida. Adentrei o salão e coloquei perto das caixas que minha mãe tinha trazido hoje cedo. Notei que estava sozinha lá dentro, o local era gigante e maravilhoso, não é toa que minha mãe o escolheu mas devia ser bem caro, imagino que não seja problema porque Roger parece um milionário de acordo com as coisas que minha mãe fala. Roger... falando nele tenho que aprender a conviver melhor com ele, não que eu tenha que considerar ele como pai ( o que de fato nunca vai acontecer) mas quem sabe trata-lo melhor, afinal minha mãe realmente parece feliz com ele.

- O que você está fazendo? – pergunta Justin que me abraça por trás, juro que levei um enorme susto quando ele apareceu do nada.

- Pensando sobre as coisas... – respondo.

- Que coisas?

- Nada interessante.

- Ok, mudando de assunto, Ashley vai dar uma festa sábado. Você quer ir? – pergunta ele.

- Se você for eu vou. – respondo.

- Nesse caso nós vamos então.

Eu me viro e fico encarando ele que ainda mantinha seus braços em volta de mim.

- Tenho que ver com que roupa eu vou. – digo, tentando desviar o olhar porque agora ele me encarava. – Você não vai dizer nada? – pergunto.

- Não preciso. – ele coloca uma mão em meu rosto e me beija calmamente, mas somos interrompidos no meio.

- Ei! Vamos parar com isso ai! Já é hora de ir embora. – grita minha mãe.

- Já estamos indo. – respondo, ela sai e eu o encaro, sorrindo.