História Hate You Love You - I guess this is moving on

TERÇA-FEIRA, 25 DE ABRIL; 07:17 AM

A loira moradora do Brooklyn já estava de pé e pronta para mais um dia de aula. Agora que ela sabia que sua mente estava livre, podia dormir tranquilamente e se sentir muito mais leve.

Maya acordara as 06:30 para se arrumar para aula. Colocara uma blusa soltinha e com um nó na barriga, calças jeans de cintura alta e botinhas bege. Amarrara os cabelos em um rabo de cavalo alto e passara um pouco de delineador fraquinho nos olhos azuis penetrantes que possuía.

Agora, a garota estava segurando o desenho, metade apagado, entre as mãos e o examinando. Ela iria deixá-lo novinho em folha e sabia perfeitamente como. Bom, uma das etapas já estava concluída. E ela sabia bem o que deveria fazer para finaliza-la.

A loira pegou seu melhor lápis e rabiscou ao lado, exatamente onde antes era um garoto borrado, e dessa vez não hesitou em seguir o que o seu coração pretendia mostrá-la.

Em seguida, sorriu abertamente e guardou o papel na mochila antes de se dirigir até a cozinha e comer ovos com bacon que, Katy, deixara pronto para sua filha quando saiu mais cedo para o trabalho. Maya deliciou-se e, depois, caminhou até o metrô para ir a mais um dia de aula. Dessa vez, extremamente confiante como nunca antes.

TERÇA-FEIRA, 25 DE ABRIL; 12:25 PM

O refeitório de Abigail Adams estava repleto de alunos famintos e panelinhas conversando entre si. Na mesa de costume, Maya e Farkle estavam sentados de frente um para o outro.

Maya com sua salada de atum e Farkle com um macarrão à carbonara. O garoto comia enquanto sorria para a garota que estava mais nervosa do que de costume, mas respirou fundo e se voltou para o namorado decidida.

_Farkle... E-eu descobri uma coisa...

_O que? Sobre a Riley? Ontem? Naquele lugar?

A loira sorriu fraco e prosseguiu.

_Não, na verdade... Eu descobri uma coisa sobre mim. Descobri que eu estava totalmente confusa e que meia sentimentos estavam todos misturados, mas agora... Eu descobri como resolver isso.

Farkle a encarava e digeria cada palavra que ela dizia com atenção como se aquela fosse a única coisa que ele visse. Maya era a única coisa que ele já tinha visto. E ela podia sentir que ele era a dela.

_Aquele desenho que eu fiz antes... Eu apaguei, bom, não tudo... Mas eu estou resolvendo as coisas. E a primeira é essa... - Maya estendeu a mão e entrelaçou na de Farkle - E acho que isso é seguir em frente... Deixar o meu passo e enfrentar o que eu tenho agora. E o que eu tenho agora é você... E nesse momento eu sei que o que eu sempre quis foi você... - Maya sentiu seu rosto ruborizar enquanto ela confessava o que sentia - Eu sempre desejei sentir. Sempre quis ser como o Lucas, eu vejo o que ele sente pela Riley e sei que é verdadeiro e, agora, sei que eu posso. Eu só precisava me entregar. Eu precisava me deixar sentir e eu sei o que eu sinto. Eu sou como ele. Eu me deixei levar pelos meus sentimentos e essa é a melhor sensação... E e-eu realmente te amo Farkle... Você é quem meu coração escolheu...

O garoto fixou o olhar no profundo azul dos olhos da garota. Ele sempre sentira que ela era especial e que era mais do que um rosto bonito e, agora, vendo que ela sentia algo tão grande por ele, estava completamente sem reação.

_M-maya... Estou sem palavras... É-eu também te amo, mais do que imagina...

Ambos sorriram simultaneamente um para o outro e a loira estendeu-lhe o desenho que concertara. Agora, o garoto não estava mais borrado, mas sim dando a mão para a garota do centro e havia um coração pulsante entre eles. Eram Maya e Farkle e o coração dela que estava pulsando por Farkle. Eles estavam em conjunto um com o outro e aquela sintonia fazia daquele simples almoço no colégio... Mágico.

QUARTA-FEIRA, 26 DE ABRIL; 15:03 PM

Após Farkle e Maya confessarem o que sentiam um pelo outro no dia anterior, eles passaram todo o tempo juntos e foram de mãos dadas para casa. Até o metrô e o carro de Farkle. E passaram a noite toda mandando mensagens um para o outro e, no dia seguinte, a manhã toda juntos no colégio.

Assim que o sinal soou, eles jogaram as mochilas nos ombros e deram as mãos para deixarem a escola, mais uma vez juntos, porém assim que passaram pelo corredor principal notaram algo que não estava ali quando chegaram. Havia um cartaz enorme e novo, com os dizeres:

"Competição Acadêmica da Abigail Adams

Deixem os seus nomes no mural para poderem participar desse desafio. Iremos dividi-los aleatoriamente em duplas e terão que realizar uma prova juntos e a dupla vencedora levará para casa, ambas, o prêmio de 2.000 dólares.

Atenciosamente,

A Direção"

Farkle continuou andando para alcançar o fim do corredor, contudo Maya parou para observar o novo cartaz e acabou puxando o garoto que continuava a andar. Ele se virou e olhou para ela a procura de uma resposta para entender porque eles haviam parado, então, acompanhou o seu olhar, todavia não entendeu o porquê de a menina estar tão compenetrada naquele competição se ela odiava plenamente ter que estudar.

Maya não havia contado para Farkle que sua mãe estava com dívidas. Que Katy agora trabalhava mais do que aguentava e tentava dar a melhor vida para a filha sem deixá-la preocupada. A loira estava escondendo aquilo do namorado, ao menos até agora.

Maya precisava receber aquele prêmio. Ela precisava com todas as forças vencer aquela competição acadêmica. Sua mãe precisava do dinheiro e era a forma mais fácil de consegui-lo, portanto a loira suspirou e estava disposta a arriscar mais um tempo no colégio para poder ajudá-la.

_O que foi, Maya? Porque está olhando o cartaz?

_Farkle... Eu preciso me inscrever.

_Mas você odeia o colégio. Porque isso agora?

A loira não o respondeu de imediato, ao invés disso ela o puxou e deslizou pelos corredores até o mural, onde alguns nomes já estavam inscritos. Maya apanhou a caneta e escreveu em letra legível MAYA HART para depois se virar de frente para o namorado.

_Farkle, é que eu preciso do dinheiro... Não é que eu seja interesseira nem nada, mas minha mãe precisa dele... Está sendo bem difícil...

_O que? - Maya abaixou a cabeça e encarou seus pés sem saber se abria-se com ele ou não - Porque precisa dele? - Farkle levantou seu queixo para encará-la melhor - O que aconteceu?

_É que... Farkle... Minha mãe está cheia de dívidas... Eu sei que isso é uma vergonha, ainda mais por eu estar falando com um garoto que não sabe o que é isso, mas...

Farkle segurou em ambas as mãos de Maya fazendo-a encará-lo surpresa. Ambos estavam com os olhares interligados.

_Maya... Você devia ter me contado... Não é porque eu não sei o que é passar por isso que não iria te entender - Ele sorriu fraco - E tem mais. Isso é bom porque eu posso te ajudar.

_Não! Farkle não vai me dar o seu dinheiro... Eu não posso aceitar! Além do mais já estou nesse projeto...

_Tudo bem... Vamos fazer o seguinte, você vai participar dessa competição e caso ganhe, use o prêmio para isso se não pode deixar que eu vou te ajudar - Maya ia intervir, mas ele a cortou antes que falasse qualquer coisa - Maya, eu só quero te ajudar... Você é a pessoa mais importante para mim e eu só quero te ver feliz, me deixa te ajudar?

Maya respirou fundo e afirmou com a cabeça antes de prosseguir.

_Tudo bem... Mas só se eu não passar no projeto. E eu vou.

_É assim que se fala. E eu sei que vai. Você é capaz, sempre foi - Maya sorriu para ele e o garoto entrelaçou uma de suas mãos na dela e a puxou para continuarem a andar - Vem, vamos.

Ambos andaram um ao lado do outro. Eles estavam em perfeita harmonia e isso os tornavam ainda mais próximos. Eles se sentiam únicos. Caminharam sem se importar com nada ao redor durante alguns minutos, até darem a volta na esquina do quarteirão e se depararem com o veículo de Farkle, assim Maya suspirou. Ela teria que se despedir do garoto. Algo que seu coração ansiava por não ter de fazer.

Farkle se voltou para a garota e sorriu de lado enquanto ela colocava uma mexa rebelde que saíra de seu rabo, atrás da orelha sem graça e sorriu de volta.

_Bem, vou ter que ir...

_Eu sei... - Farkle ameaçou se virar, porém ela apertou mais sua mão contra a dele e fez se voltar - Espera... Eu quero te dizer uma coisa...

Ambos se encararam.

_Fala...

Maya respirou profundamente e abaixou o olhar envergonhada antes de continuar.

_Farkle... Você me disse que eu era a pessoa mais importante para você é só me fez pensar no quanto é para mim... E eu só quero que saiba que... Você é meu relacionamento mais forte...

Assim que terminou a menina levantou os olhos e deparou com os de Farkle fixos nela. Ambos podiam sentir sua mente discutindo com o coração. Aquela queria que eles fossem para casa. Era o certo. Mas o outro queria mais. Mesmo estando na rua.

Um ansiava pelo outro e, diferentemente das outras três vezes Farkle puxou Maya pela cintura e os selou com um beijo calmo e verdadeiro. Maya envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e Farkle abraçou a cintura da garota. Eles estavam próximos demais e podiam sentir seus corações explodirem com a extrema proximidade e sintonia.

Após aquele toque e aquela demonstração de mútuo afeto, ambos se separaram e sorriram abertamente um para o outro. Então, Farkle teve que se despedir dando um selinho na menina e entrando no automóvel.

Maya se sentia extremamente liberta. Ela se virou assim que o carro partiu e se dirigiu até o metrô com os pensamentos voltados apenas para uma única pessoa e o coração acelerado a mil. Agora, Maya conseguia sentir. Ela podia. Ela havia se entregado aquele sentimento r era isso que a tornava livre