História Hate You Love You - I miss you when I can't sleep

QUARTA-FEIRA, 26 DE ABRIL; 05:13 PM

A garota de estatura mediana e cabelos loiros como cascata caídos nos ombros passou a tarde anterior inteira entulhada em seu quarto tentando resolver enormes contas de álgebra enquanto sua cabeça dava voltas e mais voltas ao redor de seus problemas e ela se pegava encarando de vez em quando o desenho incompleto, que começara na escola há pouco tempo, sobre sua escrivaninha.

Depois de terminar as atividades, embora sentisse que a metade estava errada e torcia para conseguir a ajuda de Farkle antes da aula no dia seguinte, Maya acabara perdendo a hora e só se deu conta de que era tão tarde quando seu estômago roncou e ela olhou através da janela. A noite começara a cair. Sua mãe não estava em casa ainda. Maya se preocupou, mas logo se lembrou de que ela podia se virar sozinha.

Por fim, a loira jogou os materiais dentro da mochila de qualquer jeito e saiu perambulando pelos corredores, descalça e com um moletom despojado e legging que usou no colégio. Ela se dirigiu até a cozinha e abriu a geladeira para pegar um iogurte e colocar em uma tigela com cereais. Seu estômago roncou novamente. Ela estava mesmo faminta.

Em poucos minutos, Maya devorara toda a comida e já estava se sentindo satisfeita quando escutou o trinco da porta se abrir e, logo, uma mulher loira e com expressão exausta entrar e se jogar no sofá velho e rasgado na parte de cima.

_Precisamos arrumar isso... Esse buraco está aqui desde, não sei, desde que seu pai foi embora? - Katy questionou levemente confusa.

_Mãe, fazendo hora extra de novo? - Maya girou no banco para encará-la.

_Sabe como o Tapanga's está crescendo e ainda não tem muitos funcionários.

Maya revirou os olhos, se levantou e começou a lavar a tigela e a colher, que utilizara, na pia enquanto discordava de sua mãe.

_Acho que não é só isso. Você tem andado um pouco diferente... Não quer falar nada comigo?

_Ah, não... Porque? Eu deveria?

_Mãe, sabe que pode confiar em mim.

_Claro que sei, e você em mim. Então, e aquele seu amigo... Farkle? Esta rolando alguma coisa entre vocês dois? - Katy indagou fazendo Maya disfarçar e se virar.

_Talvez... Mas não muda de assunto.

_Só estou curiosa. Mas quando quiser falar sobre isso, estarei aqui e saiba que acho ele um garoto ótimo.

A loira piscou para a menina e saiu em direção ao banheiro para um banho relaxante e nada estressante enquanto deixava a filha ainda mais confusa e preocupada do que estava antes e foi então que a loira foi para o quarto escurecido de sua mãe e notou um papel caído perto da cama, ela se abaixou e o pegou. Era uma carta. Uma carta de hipoteca. Sua mãe estava querendo hipotecar a casa para ajudar nas dívidas. Elas poderiam perder tudo. A loira jogou sobre o o objeto colchão e saiu correndo até o outro cômodo atônita.

Maya apoiou na mesa da cozinha e fechou os olhos tentando abafar seus pensamentos, porém não estava conseguindo, tudo no que ela pensava era que tinha que ajudar sua mãe de alguma forma para que elas não tivessem que sofrer. Ela queria lidar com isso. Queria provar que conseguia e não ser só mais um estorvo na vida de sua mãe.

QUINTA-FEIRA, 27 DE ABRIL; 07:30 AM

Um barulho contínuo e irritante invadiu o ambiente. Era o despertador de Maya. Ele soara bem na hora em que ela conseguira pegar no sono. Durante toda a noite a loira passara deitada encarando o teto enquanto não conseguia dormir e sua mente revia tudo que a perturbava.

Quando jogou as cobertas para o lado sentiu-se extremamente cansada. Ela precisava de mais umas cinco horas de sono, no mínimo, porém era obrigada a se arrumar e ir para o colégio, por isso Maya se trocou rapidamente vestindo um macacão bege esverdeado com uma blusa preta por baixo e um sapato qualquer.

A garota puxou os lençóis em sua cama para deixá-los organizados e pegou o celular. Pelo visor ela percebeu que já estava quase na hora de ir e ela ainda tinha que tomar café da manhã, no entanto antes de sair do quarto ela tinha de fazer uma coisa. Ela sentia. Assim que viu a foto de capa do celular, onde estavam ela de cavalinho em Farkle quando eles foram para uma excursão escolar há um ano, ela sempre manteve ela lá, mesmo depois de tanto tempo. Nenhuma vez ela colocara uma foto dela e do Lucas. Ela não sabia o porque, mas mantivera aquilo. Então, Maya escreveu e enviou uma mensagem para o atual namorado.

Eu (Maya) Bom dia Little boy! Dormiu bem?

A jovem jogou a mochila sobre os ombros e caminhou até a cozinha, onde comeu um pedaço de bolo que estava sobre a mesa e começou a se deliciar com uma maçã suculenta quando o celular em seu bolso vibrou e ela ligou o visor na frente do rosto.

My Farkle <3 Bom dia gata selvagem! Dormi muito bem! E você? Teve bons sonhos? Você esteve nos meus...

Maya sorriu ao terminar de ler a mensagem dele. Ela estava contente por ter estado nos sonhos do garoto. Queria ter podido sonhar com ele também, mas de uma coisa ela sabia e ela pode sentir por isso resolveu mandá-la.

Eu (Maya) Na verdade, não dormi bem... Preocupada com minha mãe e essas coisas... Mas quer saber? Eu sinto sua falta quando não consigo dormir... Queria que estivesse aqui e me abraçasse, sei que conseguiria depois disso porque me sentiria segura. Você é como o meu porto seguro...

My Farkle <3 E você é o meu. Nos veremos no colégio e poderia te manter segura até não aguentar mais. Tenho que ir... Até!

Eu (Maya) Já vou também. Nos vemos lá!

A loira se sentia protegida por poder contar com ele e sorriu ao saber que ele confiava nela e queria protegê-la. Ela se sentia melhor ao confessar o que sentia e feliz em saber o que ele sentia. Eles estavam bem. Ela agora podia sentir e agradecia grandemente por isso. Por tê-lo e por poderem estar juntos.

QUINTA-FEIRA, 27 DE ABRIL; 02:03 PM

A aula passara voando e Maya pode se sentir completa e são e salva por estar ao lado do namorado durante toda a manhã e parte da tarde. Ela até conseguira esquecer o quão cansada e preocupada com sua mãe estava. E agradecia por isso.

Quando o sinal de fim da aula soou, ela alcançou sua mochila e a colocou em seus ombros, antes de estender a mão para Farkle que entrelaçou na dela. E eles se entreolharam e sorriram.

_Farkle... Eu tenho que encontrar o pessoal que vai participar da competição acadêmica no auditório.

_Vai dar tudo certo... Vem, eu vou com você.

_Tem certeza? Mas o seu carro nunca se atrasa, não quero que tenha problemas.

Maya não queria atrapalhar em nada. Ela só queria que ele fosse para casa e ficasse bem. Ela já se sentia em apuros suficiente para causar mais algum.

_Eu só vou ter problemas se não ficar com você. Relaxa, é sempre melhor quando estamos juntos.

_Isso é verdade... Mas falta uma coisa.

Farkle olhou para ela curioso e confuso. Então, soltou um "o que?" indagador e a loira sorriu abertamente para ele. Ela estava radiante e ele apreciava aquilo. Por fim, Maya deu um impulso e entrelaçou seus braços ao redor do pescoço do garoto e deitou a cabeça em seu peito. O menino assustou de imediato, todavia, logo em seguida, sorriu sinceramente e envolveu seus braços em sua cintura. E eles se abraçaram por um longo tempo.

_Faltava isso. O seu abraço de segurança para me manter segura.

Um sorriu para o outro e eles deram as mãos antes de caminharem até o corredor do auditório e encontrar o restante dos alunos que iriam participar do projeto da Abigail Adams.

Ao chegarem, Maya respirou fundo e entrou. Ela e Farkle se sentaram em uma das fileiras do meio e esperaram até o diretor aparecer no palco. Ela apertou mais a mão do namorado contra a sua pela intensa ansiedade que sentia.

_Boa tarde alunos e alunas! Estamos aqui reunidos para a Competição Acadêmica do ano! E para isso vou deixar no projetor as instruções para poderem participar, mas antes de mais nada vocês terão que criar um projeto de ciências e o mais completo levará o prêmio. Para isso vamos dividi-los em duplas. E terão que fazer isso juntos. Avaliaremos também a sua convivência em grupo.

Maya estremeceu. Ela odiava grupos. Estava realmente desconte em ter que fazer algo assim com mais alguém e ainda passar mais tempo na escola, contudo tinha que se lembrar que era para uma boa causa.

_Vou sortear os nomes que estão aqui e separá-los nas duplas...

Assim o diretor começou a dividi-los. Maya prendeu a respiração quando escutou o seu nome e o de outra pessoa. Ela não podia acreditar no que seus ouvidos ouviam. Ela não queria fazer aquele trabalho. Claro que ela precisava do dinheiro, porém ela não iria fazer em dupla. Não mesmo.

_Maya Hart... E Riley.

Farkle olhou para ela quando a morena se levantou de uma das cadeiras da frente e passou os olhos ao redor do local à procura da loira, que abaixou a cabeça sem querer ser descoberta, entretanto assim que Riley notou Farkle teve certeza de que Maya estaria com ele e foi até ambos.

_Olá! Estamos juntas, não é? Bem melhor, não acha? Assim já nos conhecemos e fica mais fácil! Não é demais?

A morena estava sorridente e parecia esperançosa enquanto parada a sua frente. Só que mesmo assim Maya não conseguia compartilhar de seu entusiasmo e sorriu meio amarelo, enquanto discordava totalmente e mentalmente de seu comentário e olhava para Farkle, que as estava encarando, em busca de alguma saída.

A loira nunca imaginara que seria ainda mais difícil participar desse projeto que parecera e ela precisava ganhar. Ela nunca imaginou que Riley fosse participar e muito mesmo ser sorteada com ela. Isso estava cada vez mais estranho. Ela podia jurar que era uma terrível coincidência, mas não existem coincidências e ela sabia disso. Uma coincidência é uma maneira do universo mostrar alguma coisa e mesmo que ela ainda não percebesse isso, Maya estava prestes a resolver bem mais do que planejava. E isso poderia muito bem surpreendê-la.