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História Hatsukoi - HIATUS - Deixe o sentimento fluir


Escrita por: sypha

Notas do Autor


Hello people! Aqui estou eu em mais um dia para postar Chapéu <3 – eu explico esse apelido depois hahaha

Esse foi um dos capítulos mais longos que eu já escrevi! Eu sempre tento colocar um limite de palavras, mas no final, acabo os ultrapassando ;^;

Eu quero alerta-los que tem uma música que deve ser colocada para tocar em um ponto específico do capítulo. Eu iriei avisá-los (sim, terei que apelar as famigeradas n/a). Mas enquanto não chega, vocês podem escutar ouvindo a música You’ve got the love da Florence and the Machine. Os links se encontram nas notas finais

Bom, espero que curtam o capítulo <3

Capítulo 4 - Deixe o sentimento fluir


 

Sometimes it seems that the going is just too rough

And things go wrong no matter what I do

Now and then it seems that life is just too much

But you've got the love I need to see me through

 

Amanda olhava para o seu reflexo no espelho do banheiro. O papel de parede mantinha o ar clássico que o trem emanava – os tons pastéis da decoração faziam com que o rosto de coloração esquisita da Campbell se destacasse. Uma mistura de vermelho com verde; uma maçã quase madura.

O tom carmesim era graças aos seus lábios e bochechas, que coloriam a sua expressão com um misto de vergonha e desejo. Já o esverdeado estava presente devido aos enjoos – os meios de transporte sempre a fizeram ficar assim.

Amanda levou a água ao rosto duas vezes tentando se refrescar. Aquela cabine estava quente; quente demais. “Nem parece estarmos próximos do inverno”, pensou a loira secando o rosto e desejando, em seu âmago, uma xícara de café.  

Respirando fundo, dirigiu-se de volta à cabine. A felicidade tomou lugar para uma sensação estranha. Ela estava feliz sim, mas foi tão repentino! Era um misto de surpresa, felicidade e uma sensação esquisita que a loira não sabia identificar. Sem sombra de dúvidas, parecia que Amanda estava tomando um café delicioso, só que sem apreciá-lo direito, o virando em um gole só, e ignorando a fervura.

Andando devagar, a loira parou em meio ao corredor. Podia sentir seu rosto quente, assim como o palpitar do seu coração. Um verdadeiro tambor criando um ritmo delicioso, mas ainda assim, assustador para ela.  

“Que raio de homem é esse que me deixou assim? Eu nem o conheço direito! ”

Os olhos castanhos fitaram o teto claro. Não era medo de Lysandre que ela sentia, àquela altura, a última coisa que ela iria sentir era medo do rapaz – o calor foi forte demais para deixar tais sentimentos invadirem seu coração –, mas a ideia de se aventurar com alguém desconhecido não a agradava totalmente.

Amanda não era metódica, mas também não menosprezava a rotina e certos rituais pré-estabelecidos por ela – como conhecer alguém, minimamente, para sair. Também não era nenhuma santa, mas ela sempre tinha em mente que deveria conhecer bem a pessoa antes de beijá-la; isso era de lei. O que sabia de Lysandre era que ele trabalhava com música e tinha uma belíssima voz – provável que ele falara mais coisas, mas os olhos dele a encantavam de uma forma!

Era um fluxo intenso de pensamentos, todos se contradizendo. Amanda, no fundo, sabia que tinha caído em alguma espécie de encanto, mas não iria admitir! Não agora, não nesse estado onde se sentia insegura com o menor movimento dado.

Desistindo de divagar, voltou a andar até à cabine. Segurava-se para não lembrar e, por consequência, se distrair e comportar-se como uma boba. Amanda não queria isso, ela não precisava disso.

Abrindo a porta devagar, viu que agora estavam acompanhados. A cabine foi ocupada por mais um casal, dois homens que já cochilavam apoiando a cabeça um no outro.

Lysandre alternava o olhar entre a janela e o bloco de notas. Anotava algo sem parar ao mesmo tempo em que admirava a paisagem alaranjada. Só notou que a loira havia retornado quando a mesma se sentou na poltrona.

– Você está bem? – Perguntou o rapaz preocupado. Os tons esverdeados o remetiam a algo, mas Lysandre sempre teve uma péssima memória para lembrar de imediato.

– Sim, não se preocupe. Eu me enjoo com facilidade com meios de transporte. – Amanda tentou tranquilizar mesmo sentindo seu estomago revirando. – Pense em mim como O Pequeno Baco Doente de Caravaggio. Sou como a fase doente do pintor.  

– Fase doente?

– É que quando ele pintou esse quadro, ele se encontrava muito doente. – Explicou Amanda, gesticulando concentrada. – Por isso os tons esverdeados retratando não só Baco, mas a si mesmo. É um autorretrato.

Lysandre escutava tudo com atenção. Quando a loira falava sobre arte, ela emanava uma paixão e mostrava bastante dedicação. Seus olhos brilhavam determinados e alegres. Essa atitude dela só reforçava o quão boa ela era naquilo que fazia.

Ainda atento, uma lembrança repentina veio à mente do Ainsworth. Por um breve momento, ele teve vontade de rir, mas segurou-se. O motivo de Amanda lhe lembrar a sua cor favorita não era nenhuma analogia poética, e sim o mais simples e puro enjoo. O detalhe tão simples fez ele sorrir de leve.

“Ela é realmente uma caixinha de surpresas, ”, pensou descontraído.

Eles continuaram a conversar, mantendo o tom de voz baixo para não acordar o casal à frente, mas, aos poucos, a loira aparentava sinais de cansaço e acabou por adormecer apoiada no ombro do rapaz.

[...]

Eram duas da manhã quando chegaram em Colmar. Amanda não sabia como tinha conseguido dormir, já que os enjoos não a permitiam. Ficou extremamente sem graça quando acordou e viu que adormecera apoiada no ombro de Lysandre.

“Que vergonha!”, pensou com o rosto vermelho. Andava em direção à saída junto do platinado, mas mantinha-se a uma distância que considerava segura.

Lysandre não estranhou e tão pouco questionou. Era natural, considerando que os dois mal se conheciam. Por um momento, o rapaz chegou a se arrepender por ter sido impulsivo, mas ao lembrar a forma como Amanda correspondeu, tirou tais pensamentos da cabeça.

Tudo era uma questão de tempo e ele, paciente, iria aos poucos. Já tinha consciência de que o que sentia era avassalador e não iria amenizar tão cedo. Há certos acontecimentos na vida que não são questionados, apenas aceitos. Lysandre tinha a certeza que aquela fase na sua vida era assim.

Já haviam descido do trem e iam retirar a bagagem para logo mais se despedirem e irem para o hotel. Até o momento nem Amanda e Lysandre pensaram nesse ínfimo detalhe.

– Vocês conseguiram dormir? – Perguntou Leigh, aparecendo de supetão.

A loira tomou um susto leve, e logo olhou desconfiada para o moreno. “Foi ele que apareceu na cabine, certo? “ Ela tentava se recordar a todo custo.

– Me perdoe a falta de educação. – Desculpou-se Leigh, corrigindo a postura. – Me chamo Leigh, sou o irmão de Lysandre. – Apresentou-se, por fim, gentil.

– Amanda. – Respondeu a Campbell apenas amenizando o olhar, mas ainda um pouco desconfortável.

– Estávamos indo pegar as bagagens.

Lysandre deu um passo e esperou que os dois viessem, logo Amanda e Leigh estavam andando junto do platinado lado a lado. A loira achava a situação um tanto incômoda. Ela observava tudo desconfiada, mal aproveitando a vista esplêndida do local – com direito a um teto de vídeo mostrando o quão estrelado o céu estava.

Às vezes, os irmãos conversavam entre si, fazendo comentários rápidos. O silêncio preencheu a maior parte do caminho, mas não chegava a ser incômodo. Pelo contrário, Amanda agradecia que os dois não forçassem assunto com ela.

Não sendo alguém que se obrigava a exalar simpatia, Amanda preferia se manter na sua zona de conforto: a boa e velha educação sem firulas. Não achava que deveria distribuir sorrisos e muito menos puxar assuntos sem nexo apenas para preencher o silêncio.

Essa falta de assunto seria contornada com a convivência e, deduzindo ela, que Lysandre ficaria perto de si – algo que, apesar de lhe causar espanto, a fazia desejar tal acontecimento infinitamente. Logo mais, a loira se veria enturmada com seu irmão e quem quer que aparecesse para se juntar ao passeio deles.

Foram e voltaram em silêncio com suas malas. Lysandre fez questão de ajudar Amanda a carregar uma mala pesada que ela trouxera.

– Não é necessário! – Amanda tentou negar ajuda

– Eu faço questão. – Respondeu Lysandre, sorrindo gentil e já carregado a mala sem se importar com o peso.

Andaram mais um pouco. Todos estavam com fome, mas apesar de Colmar ainda ser uma cidade maior comparada às anteriores, ainda sim, era uma cidade pequena. Já era de se espantar a estação de trem funcionar àquele horário e ainda ter táxis à disposição, imagine, restaurantes abertos.

– Acho que deveríamos ir para o hotel direto. Duvido que tenha algo aberto a essa hora. – Pronunciou-se Leigh.

O moreno podia não aparentar, mas sentia-se sem graça com o ocorrido mais cedo. Atrapalhou o irmão e a moça, um pouco esquiva, em um momento íntimo. E pelo olhar que recebeu de Lysandre, aquela podia ter sido uma chance de ouro perdida.

– Concordo. – E lembrando-se de um detalhe até então esquecido, Lysandre olhou para Amanda e perguntou: – Você está hospedada em que hotel?

Hotel L'Europe Colmar. – Respondeu a loira, imaginando que seria ali que se despediriam.

Mas o destino sempre guardava surpresas.

– Nós também! – Leigh respondeu pelo irmão – Podemos pegar um táxi só.

Amanda sorriu de leve, até que não seria incomodo. Era uma tremenda coincidência os três terem reservas no mesmo hotel – considerando que Colmar não era uma cidade pequena e com hotéis escassos.

Mas mesmo feliz, a loira estava cansada. Queria apenas tomar um banho relaxante e dormir em um colchão foto e cheio de lençóis confortáveis. Ela quase dormiu no táxi, o que lhe deixou espantada. Ela não tinha facilidade para dormir mesmo cansada, era como se algo ou alguém a relaxasse.

Procurando poupar energia, a Campbell concordou em tomar café com os rapazes, e combinou com uma conversa quase monossilábica, que daria uma volta com Lysandre para conhecer a cidade – tudo isso graças ao cansado. Mas ela sabia que iria aceitar mesmo estando alerta.

Amanda podia ser arrisca, mas sentia em quem podia confiar. E mesmo querendo se enganar em relação ao que estava sentindo, a loira, lá no fundo, sabia que não importava que caminho escolhesse, todos a levariam até Lysandre.

Os três chegaram ao hotel e fizeram seu check-in sem demoras. Amanda estava hospedada no quarto 320, no terceiro andar, enquanto a dupla de irmãos estava em quartos separados, mas no quinto andar.

Despedindo-se dos rapazes e tendo a bagagem carregada pelo Lobby Boy, Amanda retirou-se para ter uma noite relaxante de sono. Os irmãos também foram para seus respectivos quartos, e apenas quando chegaram ao quinto andar, que Leigh lembrou-se de um detalhe:

– Você, dessa vez, pegou o número dela, certo?

Lysandre olhou para ele em silêncio. Havia esquecido... de novo.

– Você não tem jeito mesmo!

[...]

Já no seu quarto, Amanda tomou um banho rápido, ligou o ventilador de teto e caiu direto na cama. Seu corpo, contrariando o costume, relaxou de imediato. A tamanha dificuldade para dormir, mesmo em seus dias mais felizes, foi esquecida.

A loira não tardou a adormecer, e por consequência, sonhar.

“As linhas do ambiente não eram muito definidas. Amanda não sabia dizer onde estava ao certo, parecia ser uma sala, mas não havia um sofá e a decoração era escassa. Andou um pouco insegura sobre o que fazer ali. Era um ambiente solitário e sem muito nexo.

A loira andava perdida, procurando algo. Ela não sabia ao certo o que era, mas um pequeno barulho da respiração de alguém a instigava. Normalmente, Amanda repudiava alguns sons, mas naquele caso, aquele em especial, a fazia querer se aproximar e ouvir mais de perto.

Entrando na porta à sua esquerda, uma que ela não havia notado antes, a Campbell se viu em um quarto. Esse sim tinha o ambiente bem definido e caracterizado – com um lustre extremamente luxuoso no teto e uma cama parecendo aquelas que só se vê em filmes.

O barulho ficava mais forte e próximo, atiçando sua curiosidade. Tentando ver de onde vinha, Amanda assustou-se quando ouviu o mesmo som a milímetros do seu ouvido e um choque de respiração quente. Uma mão pousou na sua cintura e a virou lentamente. Por fim, a Campbell viu foi um par de olhos bicolores a encarando intensamente.

Sua boca secou e qualquer coisa que ela pretendia falar foi abacado pelo forte nevoeiro que tomou conta de sua mente. Era tudo tão misterioso!

Amanda engoliu em seco quando sentiu, novamente, a respiração intensa contra seu ouvido. Uma provocação deliciosa para ela.

– Lysandre? – Fechou os olhos e chamou com a voz falha. Claro que era ele! Tinha que ser ele!

A garota esperava qualquer resposta, menos um silêncio torturante. Amanda não sentia mais a presença do rapaz perto de si. Assustada, abriu os olhos e se viu sozinha no quarto escuro.

Ainda atordoada, novamente, um pequeno barulho, dessa vez de passos, fez-se presente. Amanda mal teve a chance de virar-se e ver quem era, pois uma mão gentil tocou-lhe a cintura e puxou-a para um intenso beijo.

A Campbell não precisou abrir os olhos para saber quem era. Logo sentiu seu corpo sobre a cama e tudo se tornou uma dança improvisada. Com Amanda puxando os cabelos de Lysandre, e o mesmo lhe despindo e sussurrando ao seu ouvido:

– Minha Amanda…”

[...]

Já era de manhã, o sol entrou incômodo pelas cortinas, acordando a loira. Amanda odiava quando isso acontecia. Por descuido seu, acabou por não fechar as janelas completamente.

Mas isso era o de menos! O sonho que teve, e que a acordou ofegante, foi o suficiente para abalar sua mente e coração ao mesmo tempo.

– Eu não vou conseguir encarar ele! De jeito nenhum! – Dizia para si mesma em frente ao espelho.

Sentia que seus hormônios estavam à flor da pele; igual a uma adolescente em busca de um amor de verão. Naquele caso, era um de outono, e Amanda era a adolescente perdida que ignorava todos os seus limites, os ultrapassando.

Arrumando-se rápido, a loira desceu até ao salão para tomar café da manhã. Avistou de primeira Lysandre e Leigh sentados em uma mesa, apreciando a comida. A loira respirou fundo. Uma hora ou outra teria que encarar a sua vergonha escondida.

– Bom dia. – Disse, cumprimentando, e sentou de frente para Lysandre.

– Bom dia. – Responderam os dois irmãos juntos.

Amanda serviu um pouco de café para si. Pegava algumas guloseimas na cesta de tiras posta em cima da mesa. A loira evitava olhar para Lysandre, concentrando-se somente na sua comida – flashs do sonho iam e vinham na sua mente, o que a atordoava.

Distraída, a Campbell se absteve de toda a conversa e foi tirado do seu mundo dos sonhos apenas quando o platinado pronunciou o seu nome.

– Amanda?

– Sim? – A loira encarou diretamente os olhos do Ainsworth, mas não conseguiu sustentar o olhar por muito tempo.

– Hm, nós vamos encontrar a namorada do Leigh daqui a pouco e vamos passear pela cidade. – Informou o platinado a encarando – Você quer vir conosco?

Amanda tomou mais um gole do café antes de responder. Não havia um para porquê negar, não é como se tivesse planejado uma agenda sem o menor espaço para os rapazes – era até bom ter uma companhia por mais que ela não se sentisse totalmente confortável.

Ela apenas queria visitar o museu da cidade e fazer algumas anotações sobre alguns quadros para um artigo que estava fazendo para Universidade de Oxford. Então, não via nada que a impedisse de fazer isso acompanhada.

– Bom, eu aceito. – Respondeu a loira. – Nos encontramos na recepção?

­– Sim. – Lysandre respondeu e sorriu.

Os três terminaram de tomar o seu café da manhã tranquilos, e logo subiram para seus quartos para se arrumarem e, por fim, encontrarem-se na recepção do estabelecimento.

Amanda divagava enquanto esperava o elevador. Será que estava sendo imprudente?

[...]

Todos os pontos turísticos de Colmar se encontravam no centro. O mesmo era um pouco extenso, mas podia ser percorrido a pé tranquilamente. A cidade parecia ter saído direta de um conto de fadas pelas cores vibrantes das casas.

O que diferenciava a cidade dos vilarejos anteriores, era que além de ser um pouco maior, Colmar também podia dizer que tinha sua própria Veneza.

Pequenos canais passavam por baixo das pontes, essas que com corrimões escuros e bem cuidados encantavam até mesmo os mais distraídos e relapsos. Andar pelo centro era respirar arte e ser transportado para uma época à parte – uma bolha sem o menor dos problemas.

Amanda, Lysandre e Leigh se encontraram na recepção e partiram em meio às ruas coloridas. A loira se sentia um pouco mais confortável com os rapazes, e conseguia ignorar as lembranças de seu sonho, mas continuava extremamente arrisca.

Quando o platinado tocou o seu ombro, a loira arrepiou-se e se esquivou na hora. Assim que olhou para o Ainsworth mais novo, viu os olhos bicolores confusos. Amanda não sabia o que falar exatamente, mas preferia manter distância. Estava confusa demais.

Sendo assim, a partir daquele momento, Lysandre parecia evitar tocar nela, mesmo quando precisava e almejava fazer isso.

Toda vez que conversavam, o rapaz parecia manter uma distância segura, certificando-se que Amanda não ficaria incomodada. A Campbell notou isso, e por um momento desejou que ele parasse de o fazer. Era uma via de mão dupla; sentimentos opostos e confusos se chocando na mente da loira.

Os três entraram em uma adega especializada em vinhos tintos. O ambiente de decoração rústica e com pequenos detalhes em cristais para todos os lados estava com uma movimentação leve. Normalmente os turistas abarrotavam o local depois do almoço.

Amanda observou um pouco a decoração, percebendo cada detalhe – desde o piso extremamente listrado até a uma viga que tinha uma leve ranhura – andou e andou, quase distanciou-se da dupla, mas foi despertada quando uma voz feminina e alegre aproximou-se dos rapazes.

Os cabelos longos e platinados chamaram a atenção da Campbell. A princípio pensou tratar-se de uma parente dos irmãos, afinal, Lysandre tinha cabelos naquela coloração. Mas logo enganou-se quando viu a mulher beijar os lábios de Leigh.

Amanda aproximou-se um pouco mais, mas logo se arrependeu. Seu coração apertou-se sem sua permissão. A moça desconhecida abraçou Lysandre com vontade e, sabe-se lá o porquê, a Campbell sentiu um sentimento de posse tomar conta de si. Era o mais puro ciúme, mas amenizou-se quando a mulher soltou o rapaz, que retribuiu o abraço sem jeito, e logo enlaçou os braços junto aos de Leigh.

Observando a cena como uma espectadora, Amanda não fazia questão de se enturmar – e muito menos falar algo para mostrar que estava andando junto com os irmãos, caso fosse mais íntima de Lysandre, com certeza faria isso, mas a própria barreira que impôs a si mesma a impediu. Daquela vez, o anonimato que foi imposta lhe incomodou um pouco.

“Quem é essa mulher? ”, pensou, carregando os pensamentos com um leve ciúme.

Lysandre olhou para trás e viu Amanda parada observando a cena. Vendo que a loira estava, aparentemente, perdida, aproximou-se dela levando em seu encalço Rosalya e Leigh.

– Rosa, essa é a Amanda. – Apresentou o rapaz, ficando ao lado da loira.

– Prazer, Amanda. – Cumprimentou animada Rosalya e estendeu a mão.

– Prazer. – A loira olhou em direção à mão estendida e retribuiu o cumprimento. Era desconfiada, não mal-educada.

– Nossa, vocês irão amar a cidade! Estou aqui faz uns dois dias, é tudo incrível! – Falava a mulher sem parar.

Leigh pontuava algumas coisas que tinha visto e Lysandre falava quando seu nome era chamado. Os três decidiram sair da adega e visitar o comércio local e alguns monumentos.

O primeiro a ser escolhido foi Maison Pfister, um palacete alto e imponente – difícil de não ser notado. Suas paredes exteriores tinham pinturas que remetiam aos imperadores germânicos do século XVI, fazendo com que a construção se destacasse ainda mais das demais.

O local estava aberto para excursão. O quarteto entrou para admirar o interior antes de irem almoçar. Rosalya e Leigh andavam na frente enquanto Amanda e Lysandre estavam um pouco afastados observando os mínimos detalhes.

– Amanda. – Chamou o rapaz.

A loira deixou de observar os detalhes arquitetônicos e olhou diretamente para o platinado. Dessa vez sustentou o olhar, mesmo que seu cérebro gritasse para que não o fizesse.

– Eu sei que pedi desculpas anteriormente, mas vou reforçá-las caso tenha feito algo de errado. – Disse Lysandre, segurando-se para não se aproximar de vez de Amanda.

A loira arregalou os olhos. Ele não havia feito nada de errado! Aquela questão era dela. Tamanha foi sua preocupação consigo mesma, que a loira não percebeu que suas atitudes causavam confusão no rapaz.

– Não, você não fez nada! – Respondeu afobada.

Amanda deu um passo em direção ao Ainsworth, tentando mostrar alguma confiança, mais para si do que para ele.

– Eu... – Ela não sabia ao certo o que dizer. Sentia que podia errar as palavras e ser rude. Estava vermelha e sem graça.

– Você quer ir com calma, não é?

Amanda balançou a cabeça, confirmando. Lysandre havia tirado as palavras de sua boca, era como se tivesse lido a sua mente.

Em silêncio, o rapaz aproximou-se um pouco mais da loira, mas não ficou perto o suficiente de encostar na mesma. A loira observou atenta o movimento, sentiu seu coração palpitar forte. Era como uma barreira vencida.

Logo os dois começaram a andar lado a lado, um pouco próximos, mas não tanto. Mas o que arrancou o sorriso de vez de Amanda foi quando as mãos se encostaram de leve. Foi um toque pequeno, mas que rendeu um olhar cúmplice entre eles.

[...]

O local escolhido para o almoço foi l'Arpege, um restaurante conhecido por se encontrar a meio de um jardim encantador. Sendo quase uma estuda, a decoração era feita, basicamente, por plantas e mais plantas. O local tinha janelas com vitrais coloridos, o que causava uma explosão de tons quando a luz do sol adentrava.

Sentados próximos a uma enorme janela, estavam o pequeno grupo esperando o almoço ser servido. A mesa retangular de madeira escura tinha uma passadeira floral a percorrendo. Lysandre se encontrava sentado ao lado de Amanda e de frente para Leigh. Rosalya estava sentada ao lado do namorado.

Enquanto esperavam o almoço, os assuntos mais triviais surgiam. Rosalya conversava sobre o desfile que estava organizando e que era inspirado no Rococó, assunto este que causou interesse na loira – mas apenas por se interligar com seus ofícios.

Mas logo o assunto morreu. A namorada de Leigh tinha uma certa inconstância para se manter no assunto – logo lembrava-se de outra coisa que interligava e o tema na mudava. Era ela que conduzia a conversa, adaptando ao seu bel prazer.

Amanda a achou um pouco invasiva, pois muitas vezes forçava assuntos que não a interessavam, ou simplesmente não conseguia ficar em silêncio. A loira desistiu de acompanhar quando seu celular tornou-se mais interessante.

Digitando sem parar em intervalos curtos, a Campbell só levantou o olhar novamente quando Rosalya dirigiu-se diretamente para si.

– Está respondendo ao seu namorado? – Perguntou a mulher descontraída.

A platinada não sabia muito sobre Amanda. Ela mal falava, era bem quieta. O pouco que viu da loira foi a mesma andando e conversando  exclusivamente com Lysandre e, às vezes, com Leigh. Deduziu que a Campbell fizesse parte da turma de amigos do Ainsworth que ela não conhecia.

Amanda encarou Rosalya séria e respondeu:

– Não, é o meu marido – Disse, voltando a digitar logo em seguida.

O silêncio na mesa foi imediato. Lysandre, que bebia um pouco do suco, quase cuspiu a bebia em Leigh tamanho foi o susto.

– Como assim marido?! – Perguntou assustado e com a voz alterada. Os olhos bicolores encaravam Amanda chocados com a resposta. Esperava tudo menos aquilo.

Amanda levantou o olhar e o percorreu por todos na mesa. Não entendia o porquê do choque deles. Leigh limpava com uma carranca as gotículas de suco que escaparam da boca do irmão e atingiram seu rosto.

Rosalya olhava espantada também, mas era mais pela reação do amigo do que da resposta da loira à sua frente.

Vendo a confusão em que se metera, Amanda tratou logo de explicar sua fala confusa.

– Vocês entenderam errado! – Falou, largando o celular sobre a mesa – Quando me refiro a marido, é ao meu emprego. Minha mãe sempre me ensinou que na vida primeiro precisamos de um bom marido, que é um bom emprego, e o restante são os namorados, que são os homens – Explicou a loira da maneira mais clara que conseguiu.

– Nossa, que analogia interessante. – Disse Rosalya se divertindo com a reação de Lysandre.

– Você me assustou com a resposta. – Falou Lysandre aliviado.

Amanda sorriu tímida. Não era a sua intenção causar aquela confusão, mas logo o clima, até em então, denso, se dissipou por hora. Rosalya continuou a conduzir a conversa para onde bem entendia, mas dessa vez fazia isso apenas para Leigh. A Campbell e o platinado agora conversavam entre si e se conheciam cada vez mais.                        

[...]

Rosalya estava hospedada em outro hotel, mas ainda sim acompanhou os três no restaurante do L'Europe Colmar para jantarem juntos. O local, com decoração clara e leve, estava abarrotando de gente. Os garçons se desdobravam para atender tamanha demanda e manterem o serviço de boa qualidade.

Amanda estava um pouquinho decepcionada, já que o Museu da cidade, o Bartholdi, estava fechado naquele dia. Mas até que não foi uma tarde desperdiçada, visto que, com o museu fechado, a moça pôde andar tranquila junto de Lysandre e até conhece-lo mais.

“O clima frio não impedia, não causava nenhum incômodo para o casal. Amanda andava lado a lado de Lysandre e, até em então, não teve nenhum momento que pôde chamar de arrisco.

Os dois caminhavam em silêncio em direção ao outro lado dos canais. Apesar de se enjoar com meios de transporte, a loira tinha a curiosidade de andar de barco por lá. Parecia ser uma experiência única.

Mas diferente de Veneza, que Amanda já havia visitado, lá os canais eram muito estreitos para se velejar. Os arcos das pontes não eram tão altos assim. Uma pena.

– Nossa, eu realmente queria que desse para velejar. – Falou Amanda. – Mesmo eu enjoando facilmente.

– Bom, não podemos velejar, mas se não me engano tem um ponto na cidade onde o canal vira um rio. – Comentou Lysandre. – Você quer ir lá ver?

– Sim. – Respondeu. – Rosalya e Leigh vão conosco? – Perguntou a loira, olhando para o lado e vendo o outro casal conversando concentrado.

– Hm, não. Vamos só nós dois.

Amanda sorriu. Aquela resposta a agradou totalmente. Já estava acostumando-se com o fato de apreciar a presença de Lysandre e, mais ainda, por ele não ter tentado nada – por mais que fosse de seu agrado.

Os dois andaram devagar. O platinado mandou uma mensagem para Leigh avisando que iria para uma parte mais afastada da cidade junto de Amanda e que o encontraria no hotel para jantarem.

Toda a paisagem tinha arquitetura enxaimel e misturava-se com as árvores de folhas alaranjadas. A cada vez que se aproximavam mais do rio, mais as casas se tornavam escassas e a vegetação de outono aumentava.

Estavam caminhando em silêncio quando um pequeno coelho apareceu no caminho. Amanda parou. Ela gostava de animais, mas preferia observá-los de longe, só interagia com os que tinha plena confiança.

– Você tem medo? – Perguntou Lysandre vendo a loira parada.

– Não exatamente. Acho bonito, mas prefiro ver de longe. – Respondeu, assistindo logo o pequeno animal adentrar na pequena floresta que ia se formando ao leste.

– Eu gosto de coelhos. – Comentou o Ainsworth. – Cresci em uma fazenda, lá tinha inúmeros animais e os coelhos eram os meus favoritos.

– Você cresceu em uma fazenda? – Perguntou a Campbell espantada. Era difícil imaginar o rapaz como um menino do interior.

– Todo mundo se espanta quando digo isso. – Respondeu descontraído. – Eu e Leigh moramos perto da Normandia em uma fazenda até nos mudarmos para Paris. Mas isso só foi na época do Premier.

– Eu cresci em Londres. – Revelou a loira. – A minha mãe é francesa, vira e mexe vinha para cá quando mais nova. Mas sempre ia para Nice visitar os parantes.  

– Então está conhecendo o leste francês pela primeira vez?

– Também não. – Sorriu. – Já tinha vindo aqui antes com uma amiga. Estou viajando a trabalho, vamos assim dizer.

Lysandre olhou questionador para Amanda, pedindo em silêncio que ela se explicasse melhor.

– Pesquisas. – Esclareceu a Campbell. – Estou fazendo um artigo sobre curadoria nos museus da região da rota dos vinhos.

– Está ainda na fase de desenvolvimento?

– Sim, logo que eu terminar vou engatar no projeto da Bienal.

– Sua vida profissional não para. – Observou o rapaz.

– Ela é bem agitada e eu gosto dela assim. – Amanda falou, fazendo um leve ziguezague enquanto andava. – Sem contar que estou acostumada com ela assim graças aos inúmeros cursos que fazia.

– Cursos extracurriculares?

– Uhum, desde o Year 1 até o 13 foi bem agitado. – Esclareceu Amanda. – Cheguei até fazer aula de canto!

– Vejo que temos mais coisas em comum, então. – Observou Lysandre sorrindo.

Logo os dois avistaram o rio. A imagem era dignada de uma pintura ou fotografia. Amanda sorriu ao admirá-la. O sol iluminava em um belíssimo tom alaranjado a paisagem, e a água cristalina e limpíssima refletia perfeitamente o rosto do casal quando se aproximaram.

Lysandre tirou o bloco de notas e anotou algo enquanto Amanda abaixou-se e colocou as mãos na água morna. Passou-se mais alguns minutos com eles assim, em silêncio, até o rapaz falar:

– Acho melhor voltarmos, é muito chão até ao hotel.

– Oh, sim. Vamos voltar. – Concordou, secando as mãos no casaco e colocando, em seguida, uma mecha do cabelo atrás da orelha.

Lysandre andou e parou um pouco mais à frente, estendendo a mão para Amanda. Espantado ficou quando viu que a loira a segurou de bom grado e não a soltou até chegarem ao hotel."

O resto de tarde passada com o rapaz deixou Amanda com o espírito leve. Estava feliz por conhecer um pouco mais de Lysandre e via o quão natural estava se tornando a convivência deles. O platinado não forçava nenhum assunto e o silêncio, quando surgia, era aproveitado por ambos.

Sentada de frente para Lysandre, a loira não se incomodava com o ambiente cheio. Nada abalava, até então, o seu bom-humor. Era possível ouvir um constante burburinho graças à quantidade de pessoas no local, mas tudo controlado.

Na mesa ao lado tinha uma criança bem fofa sentada e que dava um certo trabalho para o pai, que tentava a todo o custo alimentá-la sem sujar a mesa demais. Rosa, ao observar a cena, sorriu encantada.

– Nossa, crianças são tão fofas! – Observou entusiasmada. – Você gosta de crianças Amanda?

– Não.

Amanda respondeu sincera. Nunca escondeu o fato de achar esses pequenos seres um pouco incômodos.

– Não sente vontade de ter filhos?! – Perguntou Rosalya espantada.

– Também não. – E querendo esclarecer de vez o assunto, a loira deu a palavra final: – Não acho que maternidade seja para mim.

– Ah, bom, se você pensa assim. – Falou a platinada um pouco inconformada com a informação nova, mas logo mudou de assunto. – Ah! Lysandre, você não sabe o que eu soube!

– Soube o que?

– Christina está em Basiléia também! – Contou entusiasmada. – Peggy comentou comigo que ela estava passeando por lá, acho que é uma boa vocês...

– Rosa, por favor, não. – Dessa vez não foi nem Lysandre que se pronunciou, e sim Leigh. – Não vamos nos meter nesse assunto!

– Mas Leigh...

– Por favor Rosa. – Lysandre pediu e lançou um olhar agradecido para o irmão.

Amanda estava perdida em meio à conversa, mas sentiu uma sensação ruim. Algo não estava certo e tudo se confirmou quando o resto do jantar passou-se silencioso e com um clima desagradável.

[...]

Já era de noite. Amanda estava em seu quarto e havia acabado de sair do banho. Lysandre ficou um pouco esquisito no restante do jantar, parecia que o nome da mulher citado o incomodou profundamente.

A loira não pediu explicações, tão pouco tivera tempo para tal. Assim que terminaram a refeição, Leigh foi levar Rosalya até ao hotel e parecia conversar sério com ela até onde a Campbell pôde observar. Já o platinado foi para o seu quarto assim como ela. Parecia querer ficar sozinho.

Deitada em sua cama, Amanda não colocou o pijama. Não sabia o porquê, mas sentia uma sensação esquisita no coração e o sentimento a fazia querer sair do quarto e procurar por Lysandre.

A loira mordeu o lábio inferior. Respondendo ao instinto, levantou-se rápido, e com os cabelos úmidos, saiu apressada até ao quinto andar. Chegando lá, bateu na porta, mas não houve resposta.

– Agora, aonde ele está?

Não teve paciência para esperar o elevador. Desceu apressada pelas escadas até ao salão principal do hotel, observando todo o recinto.  Entrou em um corredor escondido e foi andando mesmo sentindo que hospedes não tinham a permissão de estar lá.

Foi um som de piano que incentivou a loira a prosseguir. Sentia que estava perto do seu destino final.

Atraída pelo som, Amanda parou em frente a uma porta envelhecida. A empurrou devagar e esfregou o nariz de leve graças à poeira. Aquele era um ambiente à parte, talvez fosse restrito até para hóspedes. A moça observou a decoração por alto e a identificou como art nouveau – apesar da maior parte dos móveis estarem cobertos por lençóis encardidos.

Tudo tinha um certo requinte, mesmo em meio a poeira. O piso de madeira estava gasto e as paredes necessitavam de uma nova mão de tinta. Mas mesmo com todo o desgaste, a sala mantinha seu ar imponente. Tudo graças aos arcos arredondados e ao grande espelho na parede central.

Um enorme círculo ornado com um belíssimo perfil feminino, esculpido no lado esquerdo e com detalhes precisos, estava pendurado. Sua moldura restante era, o que foi nos dias de glória, um dourado resplandecente. O objeto pegava uma boa parte da parede, potencializando a capacidade refletora.

Foi assim, graças ao reflexo, que Amanda viu Lysandre tocando concentrado no piano velho. Às vezes o rapaz cantarolava sem a menor pretensão de formar alguma letra específica, mas dedicava-se totalmente criando uma melodia um tanto rápida e intensa. Parecia estar bem chateado e descontava tudo no piano velho.

A loira aproximou-se devagar, não queria atrapalhá-lo. Era tão bom o observar! O coração da Campbell deu um salto quando, sem o menor aviso, Lysandre mudou bruscamente a melodia para uma mais calma, e quem sabe, até mais romântica.

A garota parou faltando apenas alguns metros para enfim alcançá-lo. A música a deixou estática. Amanda conhecia essa música! Ela não entendeu direito o valor dela quando a escutou pela primeira vez, anos atrás, mas agora, em meio aos lençóis sujos de poeira e próxima a Lysandre, percebeu o quanto aquela canção combinava, não só com o momento, mas sim com a sua vida. (n/a: coloquem a música)

O platinado já havia a notado e mudou propositalmente a canção. Estava chateado sim, mas não iria estender a sua frustração para a loira. Olhou Amanda nos olhos, sorriu de canto. Logo mais, começou a cantarolar:

City of stars, are you shining just for me? City of stars, there's so much that I can't see.

– Essa música... – Amanda apertou os lábios, colocando uma mecha dos cabelos, ainda úmidos, atrás da orelha.

A sua pequena preocupação foi esquecida quando o rapaz cantou, mesmo melancólico. Sorrindo resignada, a loira caminhou até ao Ainsworth e sentou-se, ao lado dele na banqueta. Lysandre voltou sua atenção, momentaneamente, para as teclas envelhecidas. Amanda observou o rosto concentrado, mas alegre, próximo de si. Por fim, não resistiu e acabou por cantarolar junto, dando um tom mais alegre à canção:  

That now our dreams, they've finally come true...

O rapaz deixou com que Amanda conduzisse. Fechando os olhos e encostando a cabeça no ombro dele, a loira cantou e riu anasalada quando ele soprou-lhe o topo da cabeça, a fazendo quase se perder na letra.

Como se já tivessem ensaiado, começaram a cantar em sincronia. Lysandre encarou intensamente Amanda, levando a que errasse uma nota, que logo foi contornada. Mesmo em seus erros, para a loira, ele era perfeito.

Seus cabelos começavam a secar, e os sentimentos que acumularam durante todo um dia foram, enfim, libertados. De um modo esquisito e sem o seu menor consentimento, a loira podia dizer que estava apaixonada. Talvez perdidamente ao ponto de cantar.

A única coisa que ela sabia era que não iria questionar, não naquele momento. E sorrindo ainda mais, Amanda permitiu-se beijar Lysandre pela primeira vez naquele dia.

Um beijo leve e apaixonado que terminou com uma fala que até ela mesma se surpreendeu.

– Você me deixou preocupada, Lypin...

 

Sometimes I feel like throwing my hands up in the air

I know I can count on you

Sometimes I feel like saying "Lord I just don't care"

But you've got the love I need to see me through

You got the love


Notas Finais


Música para o capítulo em geral: https://www.youtube.com/watch?v=PQZhN65vq9E
Música para o ponto específico e que se vocês ignorarem eu dou-lhe um tapa na cara: https://www.youtube.com/watch?v=GTWqwSNQCcg

Bom, que capítulo longo, não? AAAAAAAAAAAAA EU PLANEJAVA ESCREVER NO MÁXIMO 2.500 PALAVRAS E FALHEI MISERAVELMENTE TOT

QUERO ENALTECER A @Ankhy!!!!!! RAFA, TE AMO DEMAIS <3 VOCÊ BETOU MESMO ESTANDO COM SONO AAAAAAAAAAAAAAA Relaxa que capítulo de BDM sai no meio da semana como recompensa <3 Nosfa, sério, agradeçam a Rafa porque se isso não tivesse sido betado eu não iria postar :B

Apesar da puta preguiça que eu to ao escrever isso, vamos as explicações nas notas finais <3

O Pequeno Baco Doente de Caravaggio -- É um quadro de Caravaggio, o maravilhoso e, bom, eu não tenho muito o que falar porque a Amanda explicou sobre ele no capítulo. Então, essa é suave.

Hotel L'Europe Colmar. -- Esse hotel existe e está localizado em Colmar sim. Eu não sei como ele é por dentro gente, então, qualquer descrição feita foi pura especulação e licença poética (Na real, eu só escolhi esse hotel porque ele tem piscina).

Lobby Boy -- Esse guri ai é tipo o cara que carrega as malas. Eu não sei explicar bem o que é um Lobby Boy, mas quem viu o The Grand Hotel Budapest do Wes Anderson, sabe, minimamente, o que é um. Desculpa se não consegui esclarecer @_@

Maison Pfister -- É um palacete bem alto e imponente encontrado em Colmar. Ele é do ano de 1537 e por isso tem uma arquitetura que lembra o período gótico. Seu interior é esplendido e tem pinturas no exterior que remetem os imperadores germânicos (Me amem, porque tive que ler o texto em francês).

l'Arpege -- É um restaurante de Colmar que eu só peguei o nome emprestado HAHAHAHA. Desculpa gente, ele é completamente diferente da descrição que tinha feito. Ele é bem rústico e não tem nada que remeta uma estufa. Mas sacomé, eu já tava com a descrição pronta. Só precisava de um nome :B

Museu Bartholdi -- É um museu feito na casa que o próprio Auguste Bartholdi, o escultor francês e criador da Estàtua da Liberdade, residiu. Amandinha vai ter a oportunidade de entrar nele depois, ou não. Depende do meu humor.

Premier -- Seria como o nosso segundo ano do ensino médio aqui, só que na França. Foi quando Lysandre saiu do interior e veio pra Paris estudar.

Year 1 ao Year 13 -- É assim que os anos britânicos são divididos. No caso, vale lembrar, que a Amanda nessa fic é britânica. Então, onde ela estudou era diferente do Lysandre.

Lypin -- Apelido exclusivo criado pela @Muun para a oc dela. É a junção de Ly de Lysandre + Lapin (coelho em francês). Por favor, não usem esse apelido. Eu mesma só estou usando porque tenho a autorização da @Muun <3

Enfim gente, acho que é isso. Espero que tenham matado a saudade! Os capítulos agora tem data certa para sair, somos profissionais aqui. No caso, eles saíram uma vez por mês, ok?

Eu fiz um jornal explicando sobre isso: http://socialspir.it/7945531

Ah, quem quiser dar uma olhadinha eu to com uma fic nova hehe. O nome é O beijo da morte https://spiritfanfics.com/historia/o-beijo-da-morte-7970830

AH! ALIÁS, MINHAS AMADAS AMIGAS, AS VAGARANHAS (risos eternos com esse nome) ATUALIZARAM UM MONTE DE FIC:

DEEM UMA OLHADA NESSE JORNAL AQUI PORQUE TEM TODAS LÁ E ELAS SÃO MARAVILHOSAS GENTE, PORQUE SÃO AS MELHORES AUTORAS DO SS (MINHA HUMILDE OPINIÃO HEHEHE). http://socialspir.it/8045062 < link do jornal.

ENFIM, FINALMENTE ATUALIZEI. VEJO VOCÊS NO DIA 6 DE MARÇO, OK? ~ou 12 de março, depende da minha disposição, amém

AH, EU HAVIA ESQUECIDO DE EXPLICAR O APELIDO DA FIC AAAAAAAAAAAA Entonces, é bem básico. A @Muun e o resto das meninas chamam a fic de Hat, mas como a dona Amanda é a piadista ela logo leu Hat e traduziu ao pé da letra (no caso, Hat = Chapéu em inglês para as manas que não pagaram o boleto da Fisk). Então, por isso apelido de Hatsukoi é chapéu hahahahaha

E OUTRO DETALHE MARAVILHOSO, A AMANDINHA AMADA TA FAZENDO TRAILERMENTO E FEZ UM MARAVILHOSO PRA CHAPÉU AAAAAAAAAAAAAAAA: https://vimeo.com/203746318

ENALTEÇAM, 2BJS!!!!


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