História Haunted - Pandemonium Part.1

LEIAM AS NOTAS FINAIS!

“Toda vez que eu fecho os meus olhos, é como se fosse um Paraíso Obscuro.”

— Dark Paradise – Lana Del Rey

 Rodou os olhos pelo local, a procura do pequeno ser de cabelos cor de fogo, enquanto murmurava que aquela foi uma das piores coisas que ele tinha concordado em fazer. Começou a caminhar entre o aglomerado de pessoas que havia ali, até que esbarrou em uma mulher, iria começar a xinga-la quando viu que era Isabelle.

 Quando ele abriu a boca para lhe perguntar sobre Clary, ela colocou os dedos sobre seu lábios, franziu o cenho com aquela atitude e viu a preocupação na face da garota. Alguma coisa havia acontecido. Percebendo a confusão no rosto de Jace, tirou seus dedos dos lábios do garoto e com a voz meio falha, falou:

— Pegaram a Clary.

   15 horas atrás

  Clary não acreditava no que estava acontecendo a sua frente, sua mente estava em choque. Ela se recusava a acreditar, com certeza era sua mente pregando peças nela, ela ainda estava dormindo. Fechou os olhos com força e logo voltou a abri-los, repetiu o movimento mais três vezes, esperando que ela acordasse desse pesadelo.

 Percebendo que aquilo era real, involuntariamente as lágrimas começaram a cair, suas pernas fraquejaram. Antes que chegasse ao chão, os braços de Jace já estavam envoltos de sua cintura, levando-a para sentar, logo à frente da morena. Vendo que ela esperava impacientemente por respostas, Isabelle se prostrou

— Clary...Olha eu... — suspirou pesadamente, ela não sabia por onde começar. Conseguia ver a tristeza no olhar de Clary e aquilo lhe machucava muito, mas tudo o que ela havia feito, foi para ajudá-la. Respirou fundo mais duas vezes e continuou. — Sei o que você deve estar pensando, mas aquilo foi necessá...

 Antes que Isabelle terminasse de falar, Clary a cortou

— Necessário? Aquilo foi necessário? — Clary agora a olhava com um misto de raiva e mágoa, novamente ela sentiu seu coração afundar, odiava ser encarada assim, principalmente pela sua melhor amiga. — Eu fiquei devastada! Eu achei que tinha perdido você! E em todo esse tempo, eu me culpava, por pensar que a minha melhor amiga tinha sido atropelada por um maníaco louco, psicopata, que está me atormentando! Eu fiquei com medo de fechar os olhos e ele aparecer na minha frente e tentar me matar. Sabe quantas vezes eu pensei em te contar sobre tudo? As cartas, as ameaças...Todas as vezes em que eu a recebia, mas então eu pensava “Não posso fazer isso com ela, não posso envolvê-la nisso, porque se ela se machucar, a culpa será inteiramente minha".

 Àquela altura, as duas já não conseguiam segurar as lágrimas. Não sabendo qual seria a reação dela sobre aquilo, correu para abraça-la. Mesmo que ela a empurrasse, a xingasse, ou fizesse qualquer coisa para magoá-la, a abraçou. Por mais que toda aquela situação estivesse crítica, Isabelle queria mostrar que estava ao lado dela, para qualquer coisa e tentou transmitir isso em seu abraço.

— Por favor, Clary. Eu sinto muito. Eu falei que foi necessário pois queríamos atraí-lo. — Clary afastou-se do abraço e a olhou com o cenho franzido.

— Queríamos? Como assim? Você está envolvida nisso? — Nesse momento, Izzy olhou para Jace, logo Clary seguiu o olhar dela e por incrível que pareça, não se surpreendeu quando viu que ela encarava Jace. Por algum motivo, Clary sabia que Jace tinha um envolvimento maior do que deixava transparecer naquela bagunça toda. Mas ficou confusa, ao se tocar que Izzy parecia conhecer Jace, como o modo de falar que eles estavam “juntos” naquilo, porque ela tinha certeza, que não daria para planejar algo assim, com os dois dias que eles tinham se conhecido. Com isso na cabeça, virou-se para Jace. — O que você está escondendo de mim, Jace?

 Observou ele passar as mãos pelo cabelo em sinal de nervosismo. O que ele estava escondendo de Clary com certeza era algo ruim.

— Foi eu quem enviou as duas primeiras cartas. — Definitivamente, Clary não estava preparada para ouvir isso. Franziu o cenho e encarou Jace novamente, o que ele quis dizer com “as duas primeiras cartas?” e as outras? Quem havia enviado as outras? E também havia aquela mensagem, percebendo a confusão no rosto de Clary, continuou. — Mas nós sabemos quem enviou as outras e também a mensagem. Mas a ideia do acidente de Isabelle não fora minha. Magnus deu a ideia. Izzy tinha visto Magnus deixar a carta em seu apartamento, mas antes que ela saísse de lá e te contasse, ela sem querer esbarrou em Magnus, ele logo descobriu que ela tinha o visto. Vou confessar, ela é cabeça dura igual a você. — Ele soltou um riso. Clary estava começando a entender o que estava acontecendo, mas ainda havia muito para ela saber. — Ela não nos deixava em paz, queria saber o que estava acontecendo, quem éramos nós...Magnus logo percebeu que poderíamos usar isso a nosso favor, então ele apenas revelou o necessário a ela. Isabelle logo concordou em nos ajudar, então eu descobri que seu perseguidor estava aqui, em Nova Iorque. Nós logo começamos a bolar um plano para enganá-lo, conseguimos acessar seu histórico de mensagens, tudo. Então veio o dia em que colocaríamos o plano em prática, ele havia subornado um cara qualquer para atropelar Izzy, mas conseguimos fazer o cara mudar de ideia depois de um esforço, falamos o que ele tinha que fazer e voilà, o acidente aconteceu.

 Clary não pôde negar, o plano era realmente brilhante.

  — Nós subornamos o médico. — Continuou Izzy. — Desculpe, nós não. Jace subornou. — Corrigiu ela — Queríamos que ele pensasse que estava um passo à frente de nós, mas então, ele foi atrás de você e aconteceu toda aquela confusão no seu apartamento. Quando fiquei sabendo disso, imediatamente falei para Jace me trazer para vê-la, no começo ele relutou bastante, mas depois acabou cedendo por saber que eu não desistiria.

 Era muita coisa para Clary processar, caminhou em direção a cadeira e se sentou, soltando um longo suspiro depois. Izzy logo foi a seu alcance, pegando uma cadeira e se sentando em frente a ela.

— Por favor, Clary. Acredite em mim quando digo que isso foi para o seu próprio bem. No começo eu também fiquei meio assustada por fazer isso, sabia que você ficaria arrasada, mas se não fizéssemos, provavelmente ele faria algo pior. — Por mais que ela não queria admitir, Izzy estava certa. Mas ela estava com medo. Medo de que agora, acontecesse algo ainda pior.

— Tudo bem, Izzy. Eu acredito em você. — Viu ela soltar um suspiro e logo depois um sorriso, devolveu o sorriso mas logo voltou-se para Jace, ainda havia uma pergunta que precisava urgentemente da resposta. — Mas...Quem é ele?

 Antes que Jace pudesse responder, as portas duplas foram abertas e de lá entrou Magnus, viu ele olhar para Izzy e franzir o cenho, provavelmente ele não sabia que ela estava aqui, logo seu olhar pousou em Clary

— Ora, ora. Olha só quem acordou, eu já estava ficando preocupado. — Ele caminhou em direção a uma das cadeiras e se sentou, logo começando a se servir. Jace seguiu os movimentos de Magnus, se sentando em frente a Clary e Izzy endireitou a cadeira ao lado da mesma.

 Clary ainda encarava Jace, esperando por respostas. O louro, sentindo o olhar da ruiva sobre si, suspirou e devolveu o olhar. Sabendo que Jace não responderia a pergunta de Clary tão cedo, resolveu lhe dar uma meia resposta.

— Não se preocupe, se tivermos sorte, você irá conhecer ele hoje à noite. — Depois que Izzy disse isso, Magnus acabou deixando a faca cair, fazendo uma leve barulho quando ela se encontrou com o chão, ele logo virou-se para Jace, observando o olhar ameaçador sobre a morena. Izzy não se arrependerá de falar aquilo, por mais que ela sentisse medo de Jace, Clary precisava saber o que estava acontecendo, afinal, era a vida dela.

— Como assim? — respondeu Clary, encarando os três à espera de uma resposta.

— Ela não irá. — Respondeu Jace friamente. — E nem você, Isabelle.

 Izzy logo se prontificou

— Você não pode fazer isso! Ela merece saber quem é ele, assim como eu também! É a vida dela, você não pode fazer isso, Jace. — Observou Jace fechar os olhos, respirando fundo. Com os punhos cerrados e o maxilar trincado em um estado de completa raiva, tentou se acalmar, respirando fundo logo em seguida.

 Ele abriu os olhos e encarou Izzy. Clary teve medo de olhar para Jace, seus olhos estavam com um brilho assustador. Percebendo que aquilo traria uma confusão ainda maior, Magnus resolveu intereferir

— Você sabe que é verdade, Jace. Ela merece saber. — Isso fora tudo que Magnus falou, antes de Jace suspirar pesadamente e se levantar, dirigindo-se as portas, mas parou no meio do caminho, virou-se para Izzy, mas logo depois encarou Clary

— Tudo bem, vocês irão. — Izzy logo soltou um pequeno gritinho de exitação — Mas eu não quero que vocês saiam da minha vista, principalmente você, Clarissa. Vocês irão, mas ficarão comportadas, e quando eu mandar vocês saírem de lá, obedeçam.

 Aquilo fora tudo que Jace falou, antes de se virar e abandonar o local.

— Isso vai ser divertido. — Magnus murmurou enquanto Izzy balançava a cabeça em concordância.

☆☆

 Depois de terem saciado a fome, Clary e Izzy subiram para o quarto em que Clary havia passado os dias. Ela não podia negar, estava meio receosa sobre o lugar para onde iriam, havia perguntado a Izzy, mas a mesma também não sabia onde iriam, a única coisa que ela sabia era que, o cara que estava atormentando Clary, frequentava bastante esse lugar de acordo com a informação recebida por Jace, de um amigo que também frequentava o mesmo lugar.

 Por falar em Jace, depois do episódio que ocorrá mais cedo, Clary não havia o visto. Quando chegaram ao quarto, Izzy logo se jogou na cama, não tardou para a ruiva logo seguir seu movimento. Mesmo o silêncio estar agradável, Clary não o queria. Precisava conversar, pois ela não queria que seus pensamentos começassem a perturbá-la.

 — Quando você saiu do hospital? — Perguntou, enquanto virava para encarar Izzy.

— Logo depois que recebi a notícia de que você havia levado um tiro. — Respondeu Izzy. — Nunca imaginei que você levaria um tiro — Por mais que o comentário feita pela morena não fosse algo engraçado, Clary não segurou a risada, logo depois, Izzy estava acompanhando-a.

— É, nem eu. — Um silêncio logo se instalou depois da última fala de Clary. Percebeu Izzy ficar inquieta ao seu lado — O que foi?

Izzy a encarou

— Você não sabe que dia é hoje, né? — Pode se observar um pequeno olhar de tristeza de Izzy sobre si.

— Me desculpe, mas não. — Respondeu Clary — Eu estava meio inconsciente esses dias, na verdade, eu nem sei que horas são. — Izzy soltou um riso nervoso depois disso.

— Hoje é dia 19 de Novembro — Clary arregalou os olhos, era 19 de Novembro, hoje era

— Seu aniversário! — Clary gritou, logo levantando e começando a pular na cama, enquanto puxava Izzy consigo. Logo as duas estava, pulando, enquanto soltavam gritinhos de felicidade. Naquele momento, Clary estava se sentindo leve, porque aquilo era o normal para ela, e ela permitiu-se aproveitar aquilo, mas logo a felicidade das duas fora cortada pela porta sendo aberta com extrema violência, enquanto de lá, saia um Jace com a feição preocupada segurando uma arma na mão.

 As duas garotas logo pararam de pular, pelo susto que levaram e encararam Jace, que depois de perceber que não havia acontecido nada, guardou a arma no cós de sua calça

— O que diabos está acontecendo aqui? — Izzy logo soltou uma gargalhada sendo acompanhada por Clary, enquanto um Jace confuso às encaravam. — Vocês são loucas.

— Eu acho que as loucas aqui não somos nós, Jace. — Falou Izzy enquanto tentava parar de rir. Jace logo suspirou e saiu do quarto, mas logo apareceu novamente, causando um pequeno susto nas garotas, enquanto ele soltava um pequeno riso

— Vão se arrumar, sairemos em 1 hora. — e saiu. Logo Izzy fez o mesmo, alegando que voltaria com uma roupa para Clary, enquanto a mesma ia em direção ao banheiro se lavar.

☆☆

 Clary agora se encontrava encarando o espelho a sua frente, o vestido que Izzy escolhera parecia mais uma segunda pele, deixando a mesma desconfortável. Seus pés se encontravam com um par de saltos não tão altos, mas também não tão baixos. Seus cabelos cor de fogo escorriam em uma pequena cascata em cachos sobre suas costas e, por um milagre, Izzy havia maneirado na maquiagem. Ela estava pronta, e teve que admitir, a ansiedade estava a consumindo.

 Logo depois que Izzy aparecerá em seu quarto trajando um belo vestido azul, que realçava as curvas da garota, e com um decote, alá Izzy, nada discreto sobre o seu busto, dando destaque também ao colar com o que parecia ser um rubi no centro, com suas longas madeixas negras presas em um rabo de cavalo alto, elas desceram, não antes de Clary elogiar a amiga, é claro.

 Clary nunca havia sido uma garota que tivesse inveja das outras, por mais que a vida não tivesse sido fácil para ela, esse sentimento não era presente. Depois de descerem as escadas e esperarem mais 10 minutos até, finalmente, Magnus e Jace aparecerem, eles seguiram para a saída e logo adentraram em um carro.

 Jace e Clary foram na frente, enquanto Izzy e Magnus iam atrás. O caminho até o local aguardado não era tão longo, enquanto observava a linda noite que se formava, Jace estacionou o carro e eles logo trataram de descer. Clary estava ao lado de Jace, sentiu ele passar o braço direito ao redor de sua cintura e discretamente abaixar até a altura de seu ouvido

— Devo admitir, Fray. Você parece estar deliciosa nesse vestido. — Clary corou dos pés à cabeça, não acreditava que ele havia tido a ousadia de falar isso para ela. Percebendo a reação da garota perante o comentário, soltou um pequeno riso. Apertou ainda mais seu braço ao redor da cintura dela, fazendo com que ela ficasse grudada à ele — Não saia de perto de mim, Clarissa. — Depois disso, Jace deixou uma leve beijo abaixo da orelha de Clary, fazendo a ruiva estremecer da cabeça aos pés. Amaldiçoando-se por deixar Jace fazer isso com ela, logo foi puxada para caminhar junto a ele.

 Mais a frente, Clary se deparou com uma fila em frente ao segurança de cabelos negros. Clary franziu o cenho, conseguiu escutar a música alta vindo daquele local, logo ela deduziu ser uma boate. Chegando à frente do segurança, Jace a soltou e murmurou algo para ele, enquanto Clary observava mais o lugar, viu uma placa acima de sua cabeça, com letras grandes e vermelhas, que logo se perguntou como não havia visto aquela placa ali antes, forçou mais a visão e conseguiu ler o nome daquele lugar

...demon...

Pandemonium

 Clary logo escutou a voz de Izzy chama-la. Foi atrás deles, que a estavam esperando na porta da boate, não sem antes olhar novamente para o letreiro em vermelho vibrante que não parava de piscar. Clary não gostava daquele lugar. Logo ela acompanhou Izzy para dentro do lugar, mas não deixando a sensação de medo sobre seu corpo.

CONTINUA...