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História Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Future or Darkness


Escrita por: MiniPuffe

Notas do Autor


Oi gente aqui está,
meio tarde rs, mas enfim saiu.
To bem esgotada nem consigo escrever aqui haha.
É um capitulo de transição, vai explicar melhor o que acontecerá daqui pra frente.

Espero que gostem!

(Qualquer erro me avisem por favor)

Capítulo 12 - Future or Darkness


Fanfic / Fanfiction Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Future or Darkness

O Corredor do terceiro andar estava totalmente vazio exceto pelas quatro sombras perambulando pela parede.

O sol do meio dia atingia os vitrais do castelo pelo leste, fazendo as sombras dos quatro bruxos que entravam apressados pelo corredor de mármore se projetar nas paredes iluminadas. Os passos ecoando ruidosos pelo espaço vazio, o que para Draco Malfoy era ótimo, pois assim não se ouvia os batimentos de seu coração e nem o barulho que havia em sua mente.

 A sensação dos lábios dela sobre os seus ainda era algo tão recente, era como se pudesse senti-los, isso o estava deixando extremamente embaraçado pois ela caminha ao seu lado pelo corredor. Draco já estava cansado de corredores.

Os dois seguiam Mcgonagall e Vincent, á sua frente, o auror havia o cumprimentado com um sorriso insolente no rosto, depois de ter visto Hermione correndo ao seu encontro.

Hermione.

Desde quando a chamara assim?

“Desde que eu a beijei minutos atrás”

A ideia era tão absurda que Draco teve que reprimir um sorriso sarcástico, mas ao mesmo tempo tudo que a garota havia lhe falado passava por sua cabeça. E o beijo, fora algo tão certo, como ela mesma havia lhe dito. Ele não sabia como agir, estava com a cabeça tão cheia,  a manhã mal havia começado mas ele já havia recebido uma coruja trazendo uma péssima noticia e beijado Hermione Granger, agora estava sendo levado a sala da diretora, realmente não era um bom dia para ser ele. Tinha sensação de que sua cabeça iria estourar, e quanto mais irritado ficava mais sentia falta do toque da garota. E isso o deixava ainda mais tenso e confuso.

Aquilo não poderia acontecer novamente.

Ele não conseguia explicar nem a si mesmo o que havia acontecido.

Suspirou, ela estava ao seu lado.

 Draco olhou-a.

Os cabelos castanhos dela beiravam ao dourado pela luz do sol que entrava, parecia distante e inquieta, mas quando notou o olhar do garoto sobre o dela se virou para ele, a expressão mudando completamente, eles se encararam por alguns instantes, mas foram interrompidos pela voz grave da gárgula de pedra que pedia a senha.

Amortentia – Disse a diretora para a gárgula, e a passagem foi liberada revelando a escada de pedra que levava a nova sala de Mcgonagall. Os quatro subiram as escadas um atrás do outro, Draco foi o último.

Enquanto subiam, ele observou a cascata de cabelos castanhos da garota a sua frente, podia sentir o perfume das mechas que lhe caíam sobre as costas, se perguntou se sentiria tal aroma na poção que Minerva acabara de mencionar, mas repudiou-se por tal pensamento. Tentou prestar atenção ao que estava acontecendo a sua volta, não poderia deixar levar-se aos seus pensamentos.

“Não posso deixar meus pensamentos me levarem sempre a ela...”. Pensou ele, já nos últimos degraus de pedra “Talvez tenha sido um grande erro, mas não há mais volta”.

 

 

Hermione estivera poucas vezes na sala do diretor, era um grande espaço circular, localizado numa torre. Havia muitas janelas, mas o sol não castigava seus olhos, estavam cobertas por longas cortinas aveludadas, ao canto, em cima de um grande armário cheio de antiguidades estava o lendário chapéu seletor. Ao redor deles, pendurados nas paredes, estavam os retratos dos antigos diretores e diretoras de Hogwarts, adormecidos, Hermione notou o retrato vazio de Fineus Nigellus, que passava as noites na antiga casa dos Black, e que agora era de Harry. Atrás da mesa da nova diretora, estava o grande retrato de Alvo Dumbledore, em sua cadeira almofadada. E, para surpresa de Hermione, ao seu lado estava o retrato de Severo Snape,o antecessor de Minerva Mcgonagall. A garota ficou imensamente feliz por isso, e agora todos saberiam da história verdadeira, a Ordem da Fênix deveria tê-lo posto ali, como uma homenagem aos seus atos de coragem.

A garota olhou para Draco, procurando alguma reação dele ao quadro, mas o garoto nada demonstrou, prestava atenção à conversa que a diretora tinha com Vincent, o auror.

– Então, sentem-se, por favor – Disse a diretora, indo até a sua cadeira. Ela usava suas vestes características escuras e abotoadas, mas as de agora tinham leves detalhes em dourado, e uma capa de cetim negro, o chapéu pontudo meio torto na cabeça.

Ela e Draco sentaram-se nas cadeiras á sua frente, Vincent postou-se em pé ao lado de Minerva na mesa, com a cabeça baixa, parecendo interessado em alguns papeis posto sob o móvel.

–Irei direto ao ponto, sei que os dois tem aula e não devem se ausentar delas, entendido, Sr. Malfoy? – Disse ela, com um olhar ríspido ao garoto. – Pela que sei de sua situação, vejo que não é prudente faltar às aulas, muito menos as tão importante para o seu...Caso. – Completou a diretora, erguendo as sobrancelhas para ele.

– Desculpe diretora, mas porque a senhora nos chamou até aqui? – Perguntou Hermione, não sabia qual o motivo de sua impaciência: A curiosidade de saber se houve algo grave ou a ansiedade de ser livre do embaraçoso momento, sentada ao lado de Draco Malfoy a qual acabara de...Beijar.

A menção da palavra, mesmo em sua mente, a fez arrepiar-se com tudo que ela sentira durante o toque do garoto, e de como se sentia confusa por sentir tudo aquilo com ele, mas não com Rony.

Afastou tais pensamentos que seriam inoportunos e prestou atenção ao que a diretora dizia:

– Pois bem, eu recebi algumas...Informações do ministério – Dizia Mcgonagall, olhando de esguelha para o auror postado em pé ao seu lado. – E vendo que hoje o Sr. Malfoy faltou a uma das aulas mais importantes para sua nova mudança, me parece que a companhia de Vincent não tem sido suficiente para fazer com que o Sr. Malfoy siga o que lhe foi dito pelo ministério.

Hermione viu a face séria de Draco, que olhava para um ponto além de Mcgonagall, alheio ao que a diretora lhe falava.

– Eu acho que o Drac...O Malfoy, recebeu algumas notícias ruins hoje de manhã e não pode comparecer a aula – Respondeu Hermione, de repente.

A diretora pareceu surpresa por ver a garota defendendo-o, e levou alguns segundos para responder:

– Bem, se foi algo realmente importante... – Disse a diretora, olhando para Draco esperando uma resposta. O garoto demorou-se a responder, e quando o fez, disse sem olhá-la:

– Minha mãe, ela será julgada e precisa de uma ou mais testemunhas – Respondeu ele, agora virando o rosto, irado, para a diretora – Mas sei que ninguém poderá depor a favor dela, então ficará trancafiada como uma lunática o resto de sua vida. É motivo suficiente?

Draco havia ficado muito vermelho e fechado sua mão em punho, Hermione resistiu ao impulso de tocá-la. Estava surpresa, sabia que era algo relacionado mas ele não a contara exatamente isso. Agora entendia os olhos vermelhos e inchados, e seu temperamento de antes. E como o que ela havia dito talvez o tenha ajudado, o sentimento fez com que ela quisesse confortá-lo.

Mcgonagall havia ficado muda por alguns instantes devido à resposta do garoto.

– Entendo, Sr. Malfoy. Mas deve lembrar-se que seguir o que lhe foi dito, e aproveitar essa segunda chance pode fazer com que ajude sua mãe também. – Disse a diretora, quase como se o consolasse – Eu fui em sua audiência, tenho certeza de que não me viu. Falei ao ministro para que lhe deixasse voltar a Hogwarts, e lembrei-me de você, Srta. Granger, sempre tão empenhada em apoiar causas antes perdidas. – Continuou ela, agora olhando para a garota, então era mesmo tudo ideia de Mcgonagall.

– Eu entendo o que a senhora diz e concordo. Mas o que espera eu faça? – Perguntou Hermione, sem pensar, e viu que suas palavras foram um pouco imprudentes.

Minerva suspirou antes de responder, ao lado de Hermione, Draco havia voltado ao seu estado de “contemplação do nada”, mas ela sabia que ouvia cada palavra das duas.

– Posso estar exigindo demais da senhorita, depois de tudo que aconteceu – Respondeu a diretora, e Hermione logo se lembrou da noite na mansão Malfoy e seu estômago revirou-se. – Só peço que, como monitora, certifique-se de o Sr. Draco Malfoy compareça as aulas regularmente e hoje a noite mantenha a atenção para que ele aprenda alguns bons modos, e não falte a nenhuma reunião. E me notifique caso isso não ocorra, iria aplicá-lo uma detenção, Sr. Malfoy, devido às circunstâncias lhe darei mais uma chance. – Continua a diretora, dirigindo outro olhar ríspido ao garoto sentado ao seu lado.

Então o auror, Vincent, saiu de seu estado de observação e disse, pela primeira vez:

– Acho que temos dado muitas segundas chances ao Sr. Malfoy – Diz, com sua voz grave.

A diretora olhava do auror para Draco com uma expressão de dúvida em seu rosto:

Draco estava visivelmente consternado com a situação:

– Ora...Seu... – Protestou ele para o auror, mas então percebeu o olhar da diretora sobre si. – Garanto que não faltarei mais as aulas, se é que vocês me deixassem ir para a que eu tenho agora. – Completou ele, bufando de desdém. Estava voltando ao comportamento de antes, Hermione observou, não era o tratando assim que conseguiriam algo dele. Pelo pouco que ela estava observando, o ministério e aquele auror não o estavam ajudando em nada.

– Olhe, Diretora Mcgonagall, garanto que lhe manterei a par de tudo, e acho que a detenção não será necessária, passar mais tempo cumprindo ordens não é a saída para situação – Diz ela, olhando para Draco – Garanto que a reunião de hoje à noite e outras serão uma ótima oportunidade.  E convenhamos, diretora, vocês estão colocando pressão demais nisso.

– Sim, Mcgonagall. – Continua Draco, com um tom sarcástico – irei e cumprirei o que foi me dito, só parem de pegar no meu pé.  E no de Granger, ela não é minha babá. – E para completar, ele olha para Vincent – Eu faço a minha parte e você faça o seu trabalho.

– Farei, da melhor forma possível, você verá. – Responde o auror, calmo, porém rígido.

Hermione estreita os olhos para ele, era um homem de caráter duvidoso, parece que podia mudar sua personalidade o quanto quisesse dependendo com quem e sobre o que conversava, com ela havia sido simpático e um tanto agitado, ali estava sendo calmo, porém firme. Além de tudo ainda vinha à mente da garota o que o auror lhe dissera... Como tivesse algum tipo de poder paranormal, Legilimência... Vidência. Ele lhe causava calafrios, mas parecia querer demonstrar algo à diretora que os observava. Hermione duvidava de sua sinceridade, mas se tinham confiança nele, não seria ela que contestaria, já havia se metido em encrencas demais com o ministério no passado, porém não negaria uma conversa com seu amigo Kim Shacklebolt sobre Vincent.

–Enfim, veremos como se comporta hoje à noite e decidiremos tudo, estamos entendidos, Sr. Malfoy? – Voltou a dizer a diretora – Por favor, tenha mais cuidado com suas escolhas. E com o que anda fazendo.  Está dispensado, podem sair, os dois. Obrigada, Vincent. – Diz a diretora, lançando um estranho olhar a Draco, o auror a cumprimenta com a cabeça, então eles saem, a passos largos.

Hermione acompanha Draco com os olhos, até a saída, ele olha sobre o ombro para ela, mas então Vincent fecha a porta, que emite um leve ruído e eles se vão.

– Tenho certeza de que ele irá. – Diz Hermione, mais para si mesma, lembrando-se das palavras do garoto, como uma promessa.

–Não quero ser inconveniente, mas me parece que você e o Sr. Malfoy estão mais próximos. – Comenta a diretora, organizando alguns papéis em sua mesa, distraída.

Hermione arregala os olhos, surpresa, pensando se ela ou Vincent teriam visto o que aconteceu entre os dois:

–E-Eu... – Começa Hermione.

–Quero dizer, acho que isso pode dar certo, o clube. Pode ajudá-lo... – Diz a diretora, balançando a cabeça. – Esse garoto...

–... Fez todas as escolhas erradas. – Diz uma voz conhecida ao fundo da sala.

Hermione não pode acreditar quando ouviu: a voz de Dumbledore, vindo do quadro na parede oposta, os seus olhinhos azuis a observando pelos óclinhos de meia-lua, com a mesma expressão como se soubesse de algo de que a garota não sabia. E certamente era o caso.

– Dê uma chance. – Continuou o antigo diretor – Não julgue uma pessoa pelo que ela aparenta ser por fora, e sim tente entender o que é mais precioso: o que há por dentro. ...

–Não sei  bem o que posso fazer – Disse-lhe Hermione, em súplica.

–Você é uma garota esperta, Srta. Granger, sei que já tem algo em mente. E tem amigos que podem ajudá-la – Diz ele, de maneira enigmática, Minerva só o observava em perplexo silêncio – Foi ótimo vê-la senhorita Granger. Se me deem licença...

E do mesmo modo com que falara: de repente, ele vira as costas para as duas encerrando assim a conversa.

Hermione emocionara-se, a ultima vez que pudera falar com o diretor fora logo após a guerra, e agora ela estava ali novamente, por uma razão que nunca imaginaria que estivesse.

– Foram sábias palavras, tenho certeza que refletirá sobre o caso do Sr. Malfoy – Diz a diretora, pigarreando alto – Temos mais alguns assuntos, não quero tomar o tempo de sua aula, mas a Srta. Lovegood me procurou mais cedo, disse que não a encontrou... Alguns alunos da corvinal que participarão hoje à noite perguntaram que poderíamos unir o clube as aulas de reforço às matérias perdidas no ano passado, depois das outras atividades, é claro.

Luna não me encontrou porque eu estava nas masmorras com Malfoy.”

Pensou que se amiga a perguntasse onde estaria, o que Hermione lhe diria?

O que pensariam se contasse? Poderia ela contar alguém? Pensava que não. Com certeza não.

Tentou clarear os pensamentos: Era uma ideia brilhante de Luna, atrairia mais gente e faria com que todos trabalhassem juntos.

– Seria como a Armada de Dumbledore! – Exclamou Hermione, olhando novamente para o quadro.  – Está meio em cima da hora...Mas é ótimo.  – Continuou ela.

– Sim, vocês serão liberadas na última aula para confirmar tudo, se não for problema – Respondeu a antiga professora, e Hermione concordou – Agora eu tenho um assunto um tanto mais... Interessante.

A garota pode jurar que viu um meio sorriso brotando dos lábios de Minerva.

– Penso que é cedo para detalhes, mas, no dia primeiro de Maio eu e os outros docentes de Hogwarts resolvemos dar um baile em homenagem a vitória e para lembrarmos de todos que perdemos na guerra e celebrarmos sua memória, para que seu sacrifício não seja em vão,  usaremos o tema da paz e da união entre os bruxos – Disse a diretora, agora sorrindo levemente. Hermione percebera que a velha Minerva Mcgonagall também mudara, estava menos rígida, e com certeza muito mais empenhada em deixar a garota mais do que ocupada aquele ano.

– Formaremos um comitê do baile,que cuidarão dos preparativos – Informou ela – Não quero deixar a senhorita muito sobrecarregada, então vamos escolher um aluno de cada casa...

 Então era por isso que Gina lhe comentara sobre as vestes a rigor no trem, parecia ter sido séculos atrás. Hermione lembrou-se que não tinha levado nenhuma: Poderia escrever para sua mãe lhe mandar um vestido, porém como explicaria a chegada de Edwyn a casa? Pensar nos seus pais só fez seu estômago revirar ainda mais.

Estava sendo um dia cheio.

–Enfim, Pense a respeito, senhorita Granger, logo pensaremos em mais alguns detalhes – Continuou ela, se levantando, Hermione fez o mesmo –E nos vemos a noite então, boa sorte. Espero não exigir demais da senhorita, mas sabe...É uma ótima aluna, é bom que está aqui.

Concluindo, ela percebe que fora muito mais entusiasmada do que seria normalmente, ajeita seu chapéu, constrangida e acrescenta:

– Não bata a porta quando sair. – E dirige-se a uma entrada lateral, talvez para os aposentos dos diretores.

 

 

Hermione se vê sozinha na sala circular, suspira quase virando às costas a mesa, porém um brilho dourado sob ela lhe chama atenção.

Era uma carta com o selo ministerial, aberta, sob os papeis da mesa. A Hermione de antes jamais ousaria em olhar, mas já não sabia se continuaria sendo a mesma, não depois daquela manhã.

Decide não olhar.

Mas um nome lhe chama atenção.

Draco Malfoy.

Pega o pergaminho na mão rapidamente, antes que se arrependesse.

 

“Cara Diretora Minerva Mcgonagall

O Ministério da Magia informa por meio deste documento, que a varinha do então ex-comensal da morte e aluno de Hogwarts, Draco Malfoy, estará sendo mantida por vigilância do ministério da magia, caso o mesmo cometa a violação de executar qualquer uma das três maldições imperdoáveis, aurores do ministério serão enviados a Escola de Magia & Bruxaria de Hogwarts.

A senhora deverá analisar o anexo que enviamos e assinar o consentimento da quebra do feitiço de anti-aparatação caso o Sr. Malfoy execute tais feitiços.

 

Agradecemos a compreensão.

Departamento de Execuções das Leis da Magia,

(Seção de controle do uso indevido da magia)

 

 

A carta estava assinado pela letra curva da diretora.

Hermione conseguiu expiar o anexo por um momento antes de ouvir ruídos vindos da sala ao lado, no lugar onde estava escrito “Petição requerida por...‘ ’Estava o nome em que ela esperava encontrar: Ronald Weasley.

Ela sai da sala da diretora rapidamente, deixando a carta no lugar.

 Havia acontecido tanto a Hermione desde o café da manhã que se esquecera de comentar a Draco o que leu na carta de Gina, mas sabia que no fundo de sua mente pensara que Rony não conseguiria: Mas agora era real, estavam mesmo o vigiando.

Os seus amigos o consideravam um comensal da morte, perigoso.

E ali estava ela, beijando-o, pensando nele.

O que estaria fazendo? O que diriam dela?

Mas Hermione sabia que no fundo, Draco era só um menino precisando de ajuda, e ela sabia que também precisava, talvez precisassem um do outro.

Tudo lhe passava pela mente como um furacão.

O beijo no inimigo.

As cartas lidas.

A varinha vigiada.

O clube estudantil.

O baile.

Ela dirige-se inconscientemente ao corredor que levava a Torre da Grifinória, sabia que tinha alguns livros para pegar antes da próxima aula, deixou seus pés lhe guiarem pelo castelo enquanto sua mente flutuava longe. Para ele. Para as masmorras. Para o toque de sua mão fria.

E todas as complicações que vinham com isso.

Depara-se surpresa com já estava quase no salão comunal.

Um.

Dois.

Três passos.

E um puxão em seu braço, o mesmo de antes. A mesma sensação.

 

Estavam num corredor lateral, deserto. Mas ele a solta, não diz nada, simplesmente a solta e a olha nos olhos:

– Espere – Disse Hermione, o conteúdo da carta passando por sua cabeça – Eu tenho que lhe contar algo. Estão vigiando sua varinha.

Ela não sabia o motivo, ou a emoção que a levou a tal ato, mas explicou a ele o que sabia, sobre os aurores e o feitiço anti-aparatação. Ele ouviu tudo sem interromper, franzindo a testa nas vezes em que Hermione lhe disse que espionou as cartas.

– Granger, você espionando... – Respondeu ele, depois que Hermione acabara de contar, ela notou, mas não quis comentar, o uso de seu sobrenome, achou melhor assim: Passada a explicação, seu coração já estava ribombando no peito inquieto. – O seu namorado é mesmo um idiota, como se eu... Se eu fosse fazer algo, posso não dar motivos para provar, mas nunca faria isso.

Ele havia a encostado na parede oposta quando a puxou, a garota agradeceu mentalmente por isso, poderia cair a qualquer instante, dado seu nervosismo.

– Rony não é meu namorado – Disse, sem pensar. Mas sabia muito bem que poderia ser uma meia verdade, o garoto ruivo esperava por isso, ela tinha certeza. Mas era só algo a mais na lista de motivos para perder o sono – Ele só estava... Preocupado. – Acrescentou ela depressa.

Draco inclina a cabeça de leve, analisando-a:

– E você acha que ele deveria ficar preocupado? – Diz ele, apoiando o braço na parede, acima da cabeça da garota, um gesto casual, mas que fez os dois se entreolharem: tensos. Ele então pigarreia e se afasta. – Você acha que lhe faria mal? Que sou perigoso? – Continua ele, sarcasticamente.

– Não tenho medo de você. – Responde ela, na defensiva. – Mas sei que perdeu nossa aposta, feita no trem. - Continua Hermione, tentando mudar de assunto.

–Será que você não deveria ter medo? – Continua ele, insistindo no assunto, se aproximando novamente: parecia inevitável que ficassem perto um do outro, faziam isso inconscientemente.

– Você precisou de mim. E vai ter minha ajuda, com a sua mãe. Você perdeu a aposta, Malfoy. - Continuou ela, com um meio sorriso.

Ainda eram o sonserino sangue-puro e a grifinória nascida-trouxa, mas naquele momento não viam problema algum nisso, pelo menos não naquele momento.  Naquele meio segundo eram só os dois.

Olhos castanhos encarando os acinzentados.

Desafiando-os.

– E lhe devo algo, Granger?

– Veremos hoje á noite.

Ele olha para o chão, incomodado. Parecia não muito disposto a ir.

– Não pertenço a isso. – Diz ele, ela tenta alcançar seus olhos, mas ele olhava para o corredor ao longe. – Mas irei, já que sou obrigado. – Continua ele.

– Nos veremos lá, então...

–Granger...

– Olhe vai ser ótimo não pense desse jeito, vai ter algumas aulas extras, talvez ensine algo sobre Runas antigas ou feitiços, o Expecto Patronum ou...

– Hermione, escute. – Diz ele, ríspido, cortando-a – Já sei como serei tratado nesse maldito clube e sei que mereço. Mas não sei se fará alguma diferença. – Ele suspirou, embaraçado – E acho que deveríamos... Fingir que nada aconteceu.

Ele não se referia mais ao evento que aconteceria a noite, a garota não sabia se reagiria positivamente ou não, esquecer aquilo tudo lhe traria menos preocupações. Mas sabia que no fundo não era certo esquecer o que houve. Aquilo a estava deixando farta. Irritou-se com o garoto.

– Aconteceu e não há mais volta, Draco. – Respondeu Hermione, secamente. – Mas sim, devemos esquecer, posso te obliviar se quiser, se é assim tão insuportável para você, já que para mim certamente foi.  – Disse, com o mesmo tom que se referia quando falava com ele, tantos anos antes, no segundo ano, numa tarde ensolarada num treino de quadribol que resultara em lesmas sendo vomitadas.

Draco a insultara, Rony a defendera.

As provas eram incontestáveis, e com quem ela estava ali agora?

Com Malfoy.

Lágrimas escorreram pelo seu rosto.

– Eu não quero esquecer. – Disse ele, os olhos fechados, virando o rosto: parecia não querer vê-la chorar. – É tudo uma loucura, Granger. É tudo...

– Mas não precisamos ser inimigos. Não preciso ter medo de você e você não precisa me odiar, chega de ser esse...Esse idiota. Você está mais do que crescido para tomar as próprias decisões e saber o que fazer, e você sabe o que precisa: Uma testemunha que ajude sua mãe e que o ministério largue do seu pé, então chega Draco Malfoy. – Diz ela, explodindo com ele. Estava farta. Estava cansada.

Ele concorda com a cabeça, em silêncio, e ficam assim por alguns minutos.

 

Idiota? – Diz ele, segurando o riso. Dessa vez Hermione jurava ser verdadeiro.

Barata nojenta abominável e asquerosa. – Responde ela.

Ele coloca a mão no ponto exato em que ela lhe batera, no terceiro ano.

–Aquilo doeu de verdade. E meu pai ficou sabendo. – Com a frase dele, os dois caem na gargalhada.

Então era isso: estava dando gargalhadas com Draco Malfoy. A irritação se fora.

Não era de todo ruim, na verdade era mais do que maravilhoso.

Mas ela não podia pensar assim.

–É tudo uma bobagem mesmo. Uma loucura. – Comenta ela, enxugando as lágrimas, sua barriga doía pelas risadas. – Nós vemos a noite então.  Espero que vá, fuinha.

Ele a encara, já não sorria mais.

– Uma loucura. – Murmura ele, quase como um sussurro.

Ele aproximasse, como se para beijá-la, Hermione fecha os olhos.

Mas o beijo não vem.

Talvez fosse melhor assim.

Mas ela ainda sentia como se não fosse o certo, mesmo o certo sendo o contrário de tudo aquilo que estivera fazendo naquela manhã.

 Ele suspira, olhando para baixo.

– Não podemos. – Dizem os dois, em uníssono.

Os rostos tensos, as risadas já esquecidas. Mas era como se com Draco ela não sentisse que pisava em ovos, ou que teria que pensar cada frase antes de dizê-las, ele não fingiria ser outra pessoa para agradá-la, ele não mudaria para que ela o amasse. Ele seria Draco Malfoy, o verdadeiro e não o que o tinham ensinado a ser, ela aceitaria do jeito que ele era ou não.

Mas tudo aquilo não poderia acontecer mais.

– Não... Vai mais acontecer... Eu prometo – Diz ele.  – Nos vemos a noite, e não esqueça de me dizer.

– Dizer o que?

– O que lhe devo, pela aposta.

Hermione concorda com a cabeça e sorri

“Nós dois sabemos o que me deve, mas não pode acontecer”

Não vai acontecer.

 

Hermione ouve passos no corredor principal, e Draco dá meia volta, sumindo pelo outro lado.

Ela volta ao caminho que a levaria a sala comunal, seu rosto talvez ainda estivesse recoberto de lágrimas, Não sabia se eram de tristeza ou de felicidade, então era isso que Draco lhe causava. Parou um momento para secar os olhos, ouvindo os mesmos passos atrás de si.

– Vocês não deveriam estar na aula? Diz a voz grave.

Era o Auror. Ela não precisava nem olhá-lo para saber.

Hermione vira-se para o homem, resistindo ao impulso de tirar a varinha.

– Tive que vir pegar alguns livros. Responde ela, na defensiva.

– E eu fui pegar o correio, parece que nosso amigo tem muitas cartas de negócios – Rebate Vincent, mostrando todas as cartas abertas. – Tenho muito que fazer, acho que ele tem feitiços agora...É como voltar a escola. – Continua ele, com um sorriso frio.

– É como voltar à escola. – Responde ela secamente. – Acho que o senhor deveria ir, Auror.

– Você sabe se ele seguiu esse caminho ?Nos desencontramos...É algo comum num castelo tão grande, encontros e desencontros. – Diz ele, aproximando-se alguns passos, ainda sorrindo.

– Não o vi. – Responde ela, nervosa. O que aquele maldito Auror queria dela?

Ele levanta uma sobrancelha, a grande barba castanha ainda o deixava mais sinistro com as vestes gastas e as grandes botas.

 – A Srta. Está bem Srta. Granger? – Diz ele, a voz mudando de tom, fazendo Hermione lembrar-se de alguém: mas não sabia quem – Sabe, não mencionei, mas tenho um dom passado pela família da minha mãe... Posso ver o destino, ou melhor, o futuro mais provável, dependendo das escolha da pessoa, ele muda, é claro que não posso ver com clareza o destino de todos, mas o seu é algo curioso...

– Porque me diz isso? Pergunta ela, com sincera curiosidade. Sabia que havia algo de diferente nele.

– O seu futuro é grandioso, porém, pelo que vejo, passará por uma grande escolha.  Vejo uma estação de trem, e crianças de cabelos ruivos, e outra, bem, eu vejo escuridão.

Hermione ficou muda por alguns instantes, mas o homem continuava a falar:

– É engraçado porque não posso ver o meu próprio futuro, nem quando o futuro de alguém tem haver comigo, fica tudo embaçado... Ás vezes demoro a tomar decisões... E ver o destino de outras pessoas é tão mais simples...

– Obrigada pelo conselho. Mas tenho que ir.

Hermione tenta lhe virar as costas e ir embora, mas ele continua:

– Sei que o viu. Ele foi por ali. – Diz, então segue pelo mesmo corredor lateral que Draco.

 

Antes que pudesse falar algo, ele havia sumido.

Ela então sobe até a torre da Grifinória, e é com alívio que vê o conhecido retrato da mulher gorda, parecia ter feito anos que saíra dali ainda cedo.

“Vejo uma estação de trem e crianças de cabelos ruivos”

“Escuridão”

 

“Uma escolha”

“Uma escolha pode mudar realmente o meu destino, pode mudar tudo então” – Pensa Hermione, dizendo a senha e passando pelo retrato, ainda com os lábios dele em sua memória.

 

 


Notas Finais


Até quinta que vem

Beijos de Lumos o/
Comente ai se quiser, adoro ler os comentários!


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