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História Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Nightmare part one


Escrita por: MiniPuffe

Notas do Autor


Oi gente, então como prometido, essa é a primeira parte do capítulo. Já vou postar a outra.
Antes eu queria dizer que: é só o comecinho da fanfic ok? Vai se passar a maior parte em Hogwarts, não se preocupem.
Eu estou tentando fazer ela o mais completa possivel

Espero que gostem!
Comentem / Critiquem se quiserem
eu quero saber o que vocês estão achando!
Beijos

Capítulo 4 - Nightmare part one


Fanfic / Fanfiction Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Nightmare part one

14 de Julho de 1998.

 Hermione observava a garoa escorrer pela janela de sua sala de estar. Estava anoitecendo rapidamente na capital inglesa, e como sempre, mesmo em Julho o tempo era frio e úmido. Ela sentava-se na poltrona de sua mãe e tomava uma grande xícara de chá Earl Grey , o seu favorito. Uma das histórias favoritas que seu pai costumava contar era sobre esse chá, ele dizia que um diplomata durante a gestão de primeiro ministro inglês, Earl Grey, salvou a vida de um homem chinês e este em forma de gratidão, entregou a receita ao ministro para ser levada a Inglaterra, lembrando-se da história Hermione sentiu-se tão sozinha naquela casa, na qual tivera tantos momentos felizes com seus pais.

Sua mãe, que a influenciara a ser compreensiva, mas persistente nos seus objetivos e o seu pai, que a inspirava tanto a se dedicar aos estudos, sempre curioso a aprender sobre vários assuntos. Hermione os contara suas aventuras vividas em Hogwarts. Os pais sempre ficavam muito preocupados e confusos com as histórias. Mas sempre se orgulhavam da dedicação dela a escola e aos amigos. Ela se lembrava dos brilhos nos olhos deles quando recebera a carta de Hogwarts, escrita pela Prof. Mcgonagall.

 Lembrando-se da carta, a garota percebe que, estivera tão ocupada com os preparativos da viagem que não pensara no que a antiga professora de transfiguração havia pedido: Ela presidiria o novo clube estudantil de Hogwarts, e teria que pensar em um nome, uma bandeira ou brasão e as atividades que este realizaria. Agora com a viagem resolvida, estava na hora de cumprir o que havia prometido.

Animada por ter o que afastar sua mente de seus pesares, Hermione levanta-se e sobe as escadas até seu quarto, voltando rapidamente, estando com pena, tinteiro e pergaminho na mão começa pelo mais importante: O nome. Um clube estudantil que visaria diminuir as diferenças entre os bruxos era algo muito importante a ser levado a sério pela garota. Algo que ela poderia continuar fora da escola, talvez no ministério. Hermione ainda não tinha muita certeza de que tipo de cargo almejaria, já tinha considerado a possibilidade de sonhar com um cargo em Hogwarts...Mas havia o seu interesse pelas causas dos nascidos-trouxas e é claro, não tinha desistido do F.A.L.E, que pretendia levar adiante. O pensamento a fez lembrar-se de Dobby.

“Tenho que começar isso logo, antes que as lembranças ruins me alcancem” Suspirou a garota.

Ela rabiscou vários possíveis nomes no pergaminho, mas nada do que lhe agradasse.

“Queria que Gina estivesse aqui, ela que deu o nome a Armada de Dumbledore”. Com isso, começou distraidamente a escrever uma carta à amiga. E quando viu estava perdida em pensamentos sobre Rony, hesitou com a pena na mão... Precisava tanto falar com Gina, havia tanto tempo que não falava com ninguém, queria desabafar o que estava sentindo.

Mas o que realmente estava sentindo?

Ela tentou refletir, mas somente flashes de tudo que havia passado com Rony vinham-lhe a cabeça, parecia uma piada cruel o fato de os dois não conseguirem se entender depois de tudo. Ela pensou que depois da Guerra seria o final, em seu desespero, pensou que estaria tudo resolvido depois que Voldemort fosse derrotado, mas ela sabia que era só o começo de uma nova vida. Pensando sobre isso, lembrou-se de todos os momentos com o garoto, e de como ele havia mudado.

“Será que ele mudou por mim ou para mim? Mudou simplesmente para me agradar?” Pensou Ela.

E se aquele Rony que ela beijara durante a batalha de Hogwarts, não continuasse sendo o mesmo, pois não era o verdadeiro Rony? Ela estava tão confusa. Precisava responder tantas perguntas, decidiu em sua cabeça que o melhor seria se afastar por um tempo, na Austrália com seus pais e depois em Hogwarts. Só queria ter uma conversa de verdade com alguém, que não fosse Rony, tinha medo que acabassem brigando, quando estava com ele sentia-se sempre assim, se ela falasse a coisa errada ou se ele falasse a coisa errada...Não queria acabar em um relacionamento que precisasse de terapia.

Percebendo que tudo aquilo a estava fazendo ficar ainda mais pesarosa, decidiu enviar a carta a Gina, de um jeito superficial, explicando sobre a viagem para a amiga não ficar preocupada, quem sabe ela poderia vir até lá para conversarem antes do voo, talvez até mandasse uma carta para Rony, explicando que porque tinha ido tão de repente, que não estava brava com o amigo, mas que precisava de um tempo consigo mesma.

 Hermione havia adquirido uma coruja recentemente, já que seu gato Bichento acabou indo a Austrália com seus pais, ela havia o deixado em casa antes de partir para a Toca, aquilo parecia ter acontecido há tanto tempo...

Enquanto ia até a gaiola, Hermione lembrou-se que havia divagado tanto, que esquecera o real motivo de ter pegado o pergaminho e a tinta, deixando a carta de Rony para depois, pois realmente não sabia como escrevê-la, ela sentou-se em sua poltrona e começou a pensar.

“Hogwarts... Movimento Estudantil... Nascidos-Trouxas...” Ela refletia e rabiscava em seu pergaminho. “Um movimento para unir os bruxos”

 Alunos unidos de Hogwarts

Hogwarts Alunos Unidos

Hogwarts Unida

HogwArts UNiTEd Students

HAUNTED’S

Ela rabiscou tudo isso no pergaminho, e chegou à palavra H.A.U.N.T.E.D., assombrado em inglês, achou que faria sentindo. Qual bruxo que não era assombrado pela guerra? Só não sabia se os outros participantes do movimento entenderiam a sua lógica. Era assim que Hermione estava se sentindo: Assombrada.

 Era por isso que não conseguia seguir em frente? Pensar em um futuro? Em um futuro com Rony.

Talvez não houvesse um futuro para Hermione Granger, porque ela era assombrada.

Assombrada.

Depois de algum tempo Hermione mal percebeu que soluçava, em meio às lágrimas e com esses pensamentos, logo adormeceu na poltrona de sua mãe, deixando a pena cair de sua mão em cima do pergaminho, ela mergulhou em um sono profundo.

 

No sonho ela estava novamente no balanço de pneu em sua casa, mas dessa vez aparentava ter a idade que tinha, usava um vestido branco, bordado em renda, com a bela tiara que Fleur usou em seu casamento. Virando para trás, Ela o viu: Em um belo terno escuro, e a gravata azul, os cabelos ruivos já despenteados, e ela sorriu, mas de repente flashes do antigo pesadelo retornavam e uma dúvida formou-se em seu peito.

Era com ele que passaria o resto de sua vida?

Dessa vez ela não foi jogada do balanço. Ela pulou. E foi caindo, caindo, acabando no mesmo chão polido da mansão Malfoy: A faca de prata, os olhos cinzentos amedrontados, o sussuro no escuro...

15 de julho de 1998

Acabou dormindo muito mais tempo do que esperava, havia dias que as suas noites de sono não eram completas, havia noites em que ela simplesmente desistia de dormir e ia ler algum livro, acompanhada de uma caneca de chá forte, outros, ela simplesmente sentava-se a varanda da casa observando as estrelas. Sem nunca chegar perto do balanço. Os pesadelos a deixavam amedrontada. Acordou com o pescoço dolorido e com as pernas dormentes, meio confusa, tentou lembrar o que havia acontecido na noite passada para cair tão de repente no sono, então pensou no pesadelo, já quase esquecido: A face de Rony quando ela saltara pra longe dele na escuridão.

“O que significou tudo isso?” Verificou o relógio, ainda era cedo, mas sabia que teria que se preparar: Iria para Austrália aquela tarde.

Manhã do Dia 15 de Julho de 1998.

Draco estava deitando em sua cama, os lençóis macios e caros pinicavam sua pele como farpas. Não sabia o que havia de errado, em meio a tanto caos recentemente, sempre havia alguma coisa errada. Estaria perdendo a cabeça?

 Havia ido dormir com os pensamentos na viagem que faria naquele mesmo dia, estudando os papéis que Sr. Harrison lhe dera, e em estratégias de negócios. Mas sua mente acabou vagando, aqueles assuntos realmente não interessavam, a não ser, é claro, pelo dinheiro. E sabia que seria um homem de negócios pelo resto de sua vida. Passava os dias sozinho na mansão, a não ser pelos aurores, a qual não trocava sequer um “bom dia”.

Estava farto de tudo aquilo. As assombrações da casa o atormentavam, pensou se não poderia vender a casa, mas não antes do julgamento da sanidade de sua mãe. Se ela fosse condenada a prisão domiciliar, era preferível que fosse em um lugar conhecido. Manchas de sangue e as sombras daquela mansão o deixavam enjoado.  O Lustre destruído pelo maldito elfo havia sido consertado, mas as marcas de arranhões continuavam no assoalho que um dia fora lustroso que agora só ostentava o que Draco mais queria esquecer: O sangue daqueles que morreram, que estava não só em sua mãos e sua memória, mas impregnado naquela casa. Ele havia visitado o porão em que Pedro Pettigrew havia sido encontrado morto enforcado por sua própria mão de prata, um “presente” do Lord das Trevas.   Impedido de usar magia, não poderia fazer muito pela casa por enquanto, primeiro teria que passar por Hogwarts e pelo maldito “movimento estudantil” de Mcgonagall.

“Que piada” Pensou ele “Um homem marcado com a marca negra, aprendendo sobre costumes trouxas e como devemos respeitá-los, o ministério realmente acha que isso dará certo comigo?... É realmente brilhante!”.

 E teria o detalhe da Granger, será que Potter e seu namorado ruivo também a seguiriam para Hogwarts? É claro que os heróis da história estariam lá para colher às glórias da vitória. Como ele conseguiria suportá-los ainda não sabia, só queria passar por aquele ano infernal em Hogwarts para ser um homem livre. Tinha ficado quieto as ordens do ministério, já que esperava ter a condenação muito pior do que realmente fora. Mas dadas as circunstâncias, frequentar Hogwarts no atual estado das coisas seria como Azkaban estava sendo para seu pai. Seu pai, será que a condenação à prisão não era o bastante? Draco o condenava também...

E pensar que tudo que seu pai não sabia quando Voldemort retornava no quarto ano, quando entregou a mão de prata a Pettigrew, naquela época Draco ainda era o que hoje é apenas uma lembrança: O garoto sonserino orgulhoso. Sem a menor ideia do que estava se metendo, no que o Lord das Trevas havia planejado a ele, por punição a sua família.

Draco odiava os momentos em que começava a pensar demais. Tinha que manter a mente longe daquilo tudo, parar de se lamentar pelas próprias escolhas e pensar no que seria daqui para frente: Um homem de negócios orgulhoso.

Um homem orgulhoso – Desdenhou ele, rindo de desgosto.

“Ou  sempre serei o garoto atormentado?”

  Suspirando, finalmente levantou da cama, consultou o relógio: Ainda era muito cedo. De estomago vazio, serviu-se de sua primeira dose de bebida, enquanto se preparava para um banho.

Olhando-se no espelho do banheiro esfumaçado, ele viu um garoto de barba por fazer e olheiras de baixo dos olhos. Havia emagrecido também e o cabelo andava sempre desgrenhado, muito diferente do cuidado que tinha antes. Ele já não se importava mais com coisas que antes eram-lhe tão relevantes.

“Um brinde ao Sr. Malfoy” E virou o copo todo de uma vez.

 

Mais Tarde, naquela manhã, Draco havia mandando os novos elfos domésticos prepararem o almoço, quando se trancou no escritório examinando os últimos registros das finanças de seu pai, quando ouve uma batida na porta.

– O que foi agora? – Disse já impaciente, foi até a porta e a destrancou.

O pequeno Elfo de orelhas pontudas o olhou de baixo para cima, amedrontado. Tinha grandes olhos cor violeta, do tamanho de bolas de tênis e tufos de cabelos cinzentos entre as orelhas.

– Sr. Malfoy os dois aurores chegaram para ver o senhor – Fungou o elfo, nervoso. Olhando para baixo novamente – Eles esperam o senhor na sala de estar.

– Tudo bem, agora retire-se da minha frente - Disse Draco com um aceno de cabeça, o elfo lhe fez uma longa reverência e se retirou novamente para a grande cozinha.

 Draco seguiu pelo corredor escuro, a maioria da casa era assim, ele não abria as janelas há semanas. Por entre a luz que penetravam invasivas pelas cortinas de tecido grosso, ele pode ver os retratos dos Malfoy anteriores, observando-os com seus olhos frios. Alguns sussurravam no escuro.

“O último herdeiro da nossa família” disse um Malfoy, com roupas do começo do século, com desprezo.

O nome da família jogado na lama” sussurro em resposta outra mulher, uma pintura mais recente.

Prometendo a si mesmo que queimaria todos aqueles retratos, Draco entrou na sala. E deparou-se com o mesmo homem que vira antes, no Caldeirão Furado. O estranho com a longa barba castanha, junto do Auror que já conhecia, Carlton Brandford, que o acompanhara na visita ao Sr. Harrison, no Gringotes.

– O que você faz em minha casa? – Pergunta Draco, ao estranho.

Os dois estavam em pé desconfortavelmente no meio da sala, e o garoto não tinha intenção nenhuma de os manda-los sentar-se.

O Auror que o acompanhara ao Gringotes se pronunciou primeiro:

– Nós fomos os aurores escolhidos a escolta-lo a sua viagem à Austrália – Disse, com a aparenta calma de sempre – Viemos mais cedo para discutir os detalhes da viagem.

–E quem é esse? – Disse Draco, indiferente ao que o homem lhe dissera, sentou-se confortavelmente em sua cadeira, servindo-se de mais uma dose – O que foi, você não fala? – Continuou o garoto, com desdém após o momentâneo silêncio na sala.

– Sou Vincet Graham, mais conhecido como Vident– Disse o estranho, sua voz era estranhamente familiar – Estive afastado do Ministério depois que Voldemort o assumiu. Recusei-me a seguir as ordens de Pio Thicknesse e fugi desde então. Até a queda dele em Maio.

Draco observou o homem aparentando total desinteresse. Mas em sua cabeça tentava procurar alguma lembrança, se o tinha visto antes, talvez sem aquela barba, o reconheceria.

– Então, o que iremos discutir? Perguntou Draco, passando o dedo pela borda do copo, já vazio pela segunda vez.

– Vincent é um auror muito experiente, por isso o Ministério o escolheu, para que o Sr. não tente nada, mas é claro, Sr. Malfoy, o senhor não irá tentar nada estúpido nessa viagem, sabe que está sob vigilância. – O Auror esperou uma reação do garoto, mas não a obteve, e continuou – O Sr. enviou ao ministério a localização das terras. Iremos pegar o transporte trouxa que passa pelos continentes, com escala em... Em um país das arábias...

A falta de conhecimento daquele Auror o entediava.

– Quando aterrissarmos – Continuou o Sr. Brandford– iremos, também de transporte trouxa terrestre, de carro, até a cidade onde estão localizadas as terras e a família que o senhor disse estar interessada em comprá-las.

 Os dois aurores ainda continuavam em pé, no meio da sala de estar de Draco. A ideia de que estavam no mesmo lugar que ocorrem tantas mortes, no mesmo lugar que o próprio Lord Das Trevas caminhara dias antes, era no mínimo, bizarra. E cômica, para o garoto. Se dois aurores entrassem naquela mansão meses antes, haveria uma luta.

– Ficaremos hospedados em um hotel bruxo, que localizamos na mesma cidade. – Disse Vincent, finalizando as explicações.

– Espero eu que não no mesmo quarto. – Riu-se Draco. Os homens só continuaram-no olhando com a cara séria.

– Houve um outro problema... –Continuou Carlton Brandford, mas Draco o cortou.

–Outro? Espero que o privar de minha companhia durante a noite não seja um problema para o senhor. – Disse Draco, com mais uma risada sem graça.

O Auror só inspirou fundo.

– Devo frisar que não somos seus empregados, muito menos seus guarda-costas, e sim seus supervisores, não tente mais nenhuma gracinha – Disse, avançando contra o garoto, Draco ficou surpreso de o vê-lo perdendo sua calmaria – Nós não conseguimos a vaga na primeira... Primeira classe do transporte, o senhor ficará sozinho durante a viagem de avião, mas nos entregará sua varinha assim que embarcarmos, estamos entendidos? – Concluiu o homem, num tom que não tolerava objeções.

Draco levantou-se de sua cadeira lentamente, deixando o copo em cima da mesa de centro. Ajeitando a gravata, disse, parecendo intimidado, pela primeira vez:

– Entendo. Sr. Brandford. Mas devo lembra-lo de que não sou mais nenhuma criança. E estou indo a essa viagem obrigatoriamente, a tratar de negócios. – Disse, e os dois se encararam alguns instantes.

No momento seguinte, o mesmo elfo que o havia avisado da chegada dos aurores, aparece à porta da sala, avisando que a comida havia sido servida mais cedo, por conta da viagem. Tremendo, o elfo faz mais uma reverencia e se retira para a sala de jantar.

– Imagino que já devem estar prontos para partir, iremos em breve. Juntem-se a mim, senhores. – Diz Malfoy, com uma frieza que os aurores puderam perceber. Virando de costas aos homens, seu rosto se tornou sombrio.

Chegam a minha casa, pensando que vou obedecer a suas ordens humilhado, amedrontado como uma criança...”.

 Mesmo assim ainda não tirava de sua cabeça, de onde aquele homem de barba castanha lhe seria familiar. Com um muxoxo de desdém, resolveu esquecer a questão.

 

“É só mais um rato do Ministério”

 

15 de Julho de 1998, 11:00.

 Da janela de seu quarto, Jorge Weasley observava os irmãos, lá fora, no pomar Gina treinava quadribol com Harry. Montada em sua vassoura, os cabelos ruivos levados pelo vento enquanto voava ao redor do Namorado. Eles haviam improvisado um Aro, na qual Rony defendia, era um dia quente de verão, com uma brisa suave. Não havia nenhuma nuvem no céu. Mas Jorge Weasley não aproveitaria esse dia. Nem os próximos que viriam.

 Já faziam 75 dias que ele se fora. Que os dois se foram. Porque quando Fred Weasley deixara este mundo, levou o irmão gêmeo consigo. Os familiares, os amigos diziam para ele seguir em frente, preservar as boas memórias, que seria o que Fred ia querer para ele...

Mas como seguir em frente quando uma parte de você está morta?

Como seguir em frente, quando você deixa uma parte sua para trás?

Já fazia 75 dias em que ele não se olhava no espelho, já fazia dias que não sorria.

Ele não conseguia olhar para si próprio e não se lembrar do irmão. E ele sabia que sua mãe sentia o mesmo. Ela não suportava olha-lo, era uma lembrança constante do irmão. Constante.

Ás vezes ele pensava que deveria ir embora, mas isso deixaria sua mãe ainda pior. E o que ele faria? Não sentia mais vontade de fazer nada. Nem de sorrir. Nem de contar piadas. Porque a parte feliz que ele tinha consigo, se fora há 75 dias. Jorge Weasley vira de costas a janela, e para de observar os irmãos, perdido sem sua própria dor.

 

No mesmo instante lá fora, Gina desvia para a esquerda de Harry em sua vassoura, o garoto tentara bloquear pela direita, ela avança até o aro, os cabelos ruivos esvoaçando atrás dela, ela arremessa a goles improvisada:  Rony, que parecia distraído e distante, não chega a tempo e Gina marca.

– E a multidão vai a loucura! – Diz a garota, jogando os braços pro alto. Então ela nota, Jorge encostado na janela do quarto – Ei, Jorge! Jorge? Olhe aqui, vou dedicar essa vitória a você! – Grita ela para o irmão, que se vira e lhe dá um sorriso fraco.  Gina o observa e voa até o chão, já com o coração apertado, lembrando-se dos sorrisos radiantes que o irmão sempre lhe dava.

Harry e Rony também haviam pousado e desmontado de suas vassouras.

– O que houve com você hoje cara? – Pergunta Harry, franzindo a testa para o amigo. Os três começaram a recolher os materiais de quadribol do gramado, já era quase hora do almoço. Eles haviam decidido treinar, pois Gina seria a capitã do Time de quadribol da Grifinória aquele ano, e queria estar mais preparada, fazia um bom tempo que não jogava.

– Nada... Eu só estava pensando na Hermione– Diz o irmão de Gina, de cabeça baixa, recolhendo as vassouras.

A amiga havia partido á alguns dias, tinha ido a Londres arrumar os preparativos para a viagem a Austrália, a procura dos pais.

– Eu não sei como vocês dois conseguem complicar tanto as coisas– Retruca Gina, os três atravessavam o Jardim, até o local onde guardavam os matérias esportivos. – Se vocês se gostam e se beijaram, agora era para ser tudo muito simples.

– Não somos que nem você e o Harry – Responde Rony, depois de um longo silêncio, os três caminhavam em direção à porta que dava acesso a cozinha da Toca.

– Então vocês não são almas gêmeas? – Pergunta Harry, rindo. Gina entende a piada, sorri e o abraça. – Vocês só deveriam sentar e conversar, como a Gina disse a parte mais difícil já passou.

–Mas ela resolveu ir para a Austrália – Responde Rony, a voz cheia de pesar. – Como se tivesse fugindo de mim.

Eles haviam chegado à cozinha da Toca, o aroma da comida da Mãe de Gina encheu os narizes dos garotos e os deixaram com água na boca, fazendo-os perceber o quanto estavam com fome.

Gina suspirou e abriu a boca para responder a Rony, mas sua mãe a cortou:

– Nada disso, os três vão lavar as mãos antes de comer. Já. – Disse a Sra. Weasley, ríspida. – E Harry, querido, fiz sua comida favorita... – Continuou ela, mudando de tom rapidamente com o garoto.

– Obrigado, Sra. Weasley, não precisava. – Respondeu o namorado, envergonhado.

“Ele a mamãe mima” Pensou ela, consternada.

Depois de serem considerados higienizados, os três sentaram a mesa e esperavam a Sra. Weasley chamar Jorge, o pai de Gina como sempre estava atrasado.

 Gina começou a comer, mas estava com a consciência pesada demais para aproveitar o almoço. Na noite anterior a garota havia recebido uma carta de Hermione, onde a amiga contava sobre como estava preparando a casa em Londres, para receber seus pais de volta. E os problemas que teve com os voos para Austrália.

 

Querida Gina.

A vida em Londres tem sido solitária depois que vim para cá. Cheguei aqui só para descobrir uma casa empoeirada e fria, mas já estou arrumando tudo para os meus pais.

Sinto muita falta de você, dos meninos e de tudo na Toca, principalmente da comida da sua mãe!

Tive problemas para conseguir um voo,com toda a documentação trouxa.

Enfim consegui uma passagem, com escola em Abu Dhabi, partirei por volta das 14h30 da tarde de amanhã, chegarei lá de madrugada. Acabei ficando com a última vaga, que era somente na primeira classe!

(e isso custou muito do meu dinheiro trouxa)

Espero que o Rony não tenha ficado com raiva de mim por ter ido embora tão de repente, mas eu realmente precisava tirar um tempo para pensar sobre nós dois, estou com a mente tão confusa... Mas isso não significa que você não possa me visitar antes de eu embarcar!

Mas por favor, venha sozinha, preciso desabafar com a minha melhor amiga!

 

Abraços.

Hermione.

P.S: o endereço está no verso.

Gina havia ficado feliz por ter recebido notícias da amiga, que partira há alguns dias. Mas a carta mal mencionava Rony, e ela não queria que o irmão ficasse magoado, além disso, Hermione dizia que somente queria que ela a visitasse: Isso deixaria ele devastado. O que Gina iria fazer se seu irmão era um cabeça dura?

 Entre uma garfada e outra, ela suspira.

– O que foi Gina, agora é você que parece pensativa... – Comenta Harry, no momento em que Jorge desce as escadas e se junta a eles na mesa. Isso os faz distrair da conversa.

– Bom dia Jorge, você me viu jogar hoje? – Pergunta a garota, tentando animar o irmão.

– Vi, foi um bom jogo – Responde Jorge, de cabeça baixa, e com a voz fraca.

A cozinha logo mergulha na mesma tensão de sempre, o único baralho é Mãe de Gina lavando um dos pratos. Percebe-se que ela está nervosa porque poderia estar fazendo isso por magia.

– Talvez um dia você possa treinar com a gente – Comenta Harry, cauteloso.

Jorge nem sequer ergue a cabeça para responder.

– Qual é Jorge, você adora quadribol... – Continua Gina, Seu irmão havia perdido sua identidade, depois da morte de Fred, se tornara quieto, recluso e frio. Ela não o reconhecia mais e se preocupava muito com o irmão que tanto amava.

– Não aborreça o seu irmão, Gina – Repreende a Sra. Weasley. Ainda de costas. Ela mal o olhava.

Jorge resmunga algo sobre almoçar no quarto e se levanta, ele sempre fazia isso, e os pratos eram devolvidos quase sempre com a comida pela metade.

– Queria que Hermione estivesse aqui, ela consegue manter uma conversa... Sinto falta dela. – Diz Rony, entre uma garfada e outra.

Inconformada de ver mais um irmão sofrer, Gina conta a ele sobre a carta de Hermione, porém não menciona o fato da amiga querer somente a visita dela.

– Ela vai para Áustrália HOJE?... Porque não me contou isso antes? – Pergunta Rony– Vamos agora mesmo! Ele diz já se levantando, com o humor renovado.

– Vocês não vão a lugar algum antes de terminar de almoçar – Repreende a Sra. Weasley, sentando-se a mesa – Mas garanto Hermione vai gostar que vocês apareçam para se despedir.

“Se ela quisesse que Rony a visitasse...” Pensou a garota.

Gina então teve uma súbita inspiração: Se fosse para aqueles dois ficarem juntos essa seria a hora. Ela só queria que os amigos fossem felizes como ela e Harry estavam sendo: depois de tudo que passaram durante a guerra, estavam conseguindo superar os fantasmas e seguir em frente, na medida do possível. É claro que Harry havia sido muito afetado, Rony a contou que o garoto tinha muitos pesadelos e geralmente acordava nervoso e assustado. A guerra havia lhe causado mais cicatrizes do que a que havia em sua testa. Todos haviam sido mudados. Mas não deveriam deixar as sombras do passado vencê-los, agora mais do que nunca, deveriam buscar a felicidade, e Gina sabia que Rony e Hermione ficariam felizes juntos.

“Com uma ajudinha, é claro” Pensou a garota, risonha.

–Então, eu e Harry deveríamos ficar e treinar quadribol... Ele sabe como preciso me preparar ainda mais... –comentou, casualmente, do jeito mais ingênuo que conseguia.

– Mas eu queria ir... – Começou Harry, então Gina lhe lançou o olhar, que, ela esperava, o fez entender tudo.

“Garotos – Pensou ela – E sua habilidade de serem lerdos”

A Sra. Weasley pigarreou, do outro lado da mesa:

– Será que é uma boa ideia, Rony, você ir sozinho? – Disse ela, com as bochechas vermelhas e lançando um sorrisinho discreto a Gina.

Rony, que já estava entendendo onde as duas queriam chegar, disse, envergonhado:

 – Acho que sim, nós temos muito que conversar. – Ele estava claramente desconfortável, discutindo o assunto na frente da mãe.

–Tudo bem, mas volte cedo, você sabe que... – Já falava a mãe de Gina, com o sermão de sempre, a garota parou de prestar atenção. Ela e o namorado se entreolharam, Gina sorriu, sabia que estava fazendo tudo por uma boa causa.

“Hermione vai entender, eu só quero o seu bem”. Pensou ela, e assim esperava.

Ouviu então o estalo característico de aparatação: O Sr. Weasley acabara de chegar. Estava cada vez mais ocupado, depois da promoção. Parecia estável, apesar de tudo, o salário era bem melhor, e ele tinha algo a que se dedicar e distrair a cabeça, após a morte do filho.

– Olá Weasley’s, e Harry é claro– Disse o pai de Gina, entrando na cozinha, estava mais bem vestido do que usualmente, agora no novo cargo, e parecia apressado. Beijando Molly na bochecha, ele se acomodou a ponta da mesa.

– Como foi o trabalho, Sr. Weasley? Perguntou Harry, ele sempre gostava de saber como andavam os julgamentos, o último importante que o pai lhes confidenciara fora o dos Malfoy.

– A correria de sempre, agora mais do que nunca, além dos julgamentos ainda tive que providenciar toda a documentação de viagem para dois aurores... Você saberá como é, Harry, quando se juntar a nós – Respondeu o Sr. Weasley, que sempre se empolgava quando contava assuntos do trabalho. – E como foi o dia de vocês? – Continuou ele, enchendo o prato com uma montanha de batatas coradas.

Nóf jogamo quadribol, a Gina nof ganho– Contou Rony, com a boca cheia, já em seu segundo prato.

– Essa é a minha garota! – Comemorou o pai de Gina, sorridente.

– Não que ela não tenha trapaceado – Implicou Rony, enchendo seu copo com suco de abóbora.

– Rony! – Indignou-se Gina, e retrucou – Pai, sabe da novidade? Rony vai se despedir de Hermione em sua casa em Londres, ele está de viagem para a Austrália hoje.

Rony ficou com a ponta das orelhas vermelhas e concentrou-se em seu prato.

–Austrália ein? – Comentou o Sr. Weasley, distraidamente – Os meus aurores vão ser mandados para a Austrália hoje, também.

Harry, que já acabara de comer, franziu a testa:

–Porque tão longe? Perguntou.

 – Eles irão acompanhar o Draco Malfoy, que está sob vigilância do Ministério, ele irá a negócios...Então Sr. Weasley,  antes distraído, se da conta de quem e para quem estava falando. – Espere, a Hermione irá viajar também? Pergunta ele, confuso.

Houve um estrépido, quando Rony largou o garfo que usava em cima de seu prato.

– Ela irá! E hoje! Ele deve estar no mesmo voo que Hermione! – Diz ele, já levantando.

–Rony, fique calmo... – Pediu Gina, o que acabara de acontecer?

 


Notas Finais


O próximo capitulo sai sábado
agradeço a todos que estão acompanhando!
Beijos de lumos

@TrioDourado

*A história sobre o chá Earl Grey eu pesquisei na internet, o nome de um chá a hermione tomar, e apareceu num site chamado chá e cia.


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