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História Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Turbulence


Escrita por: MiniPuffe

Notas do Autor


Oi gente, como esperado o capitulo de sábado está postado!
Espero que gostem, será o último que se passa antes de se iniciar sétimo ano em Hogwarts!

(Eu fiz uma playlist para a fanfic, confiram lá nas notas finais se quiserem)

Capítulo 6 - Turbulence


Fanfic / Fanfiction Haunted: Uma escolha pode mudar tudo - Turbulence

Draco Malfoy estava preso em um avião com Hermione Granger.

Os dois haviam se encarado por alguns instantes até a atenção do garoto ser desviada pela aeromoça que o perguntava se ele queria algo para beber. E é claro que ele queria, pediu uma bebida alcoólica, sua sede não suportava mais nada que não fosse alcoólico. Por alguns instantes se sentiu melhor por estar viajando na primeira classe, isso o fazia diferenciar-se dos outros tipos de trouxas da classe econômica, que não podiam apreciar uma bela taça de vinho. Porém ainda havia ela.

Como, de todas as pessoas no mundo, ela acabara justo no mesmo avião que ele?

“Merlin, só posso estar pagando pelos meus pecados”

A garota virara o rosto, tensa, e não olhara mais para ele, nem sequer se virava para o lado. Então ocorreu a Draco que ela poderia estar receosa ou enraivecida com sua presença ali.

“Ela deve estar odiando a viagem tanto quanto eu...”.

Mas apesar de sua aparenta calma, Draco havia ficado tenso, nunca pensou o que faria se encontrasse alguém que o conhecesse, do seu passado, e que o odiasse. Se fosse em algum lugar do mundo bruxo ele simplesmente daria as costas e iria embora, mas ali naquele maldito transporte trouxa, estava preso a mais de 10.000 metros de altura com alguém que considerava a sua mera existência algo desagradável, e era recíproco.

Draco notando suas mãos suadas as secava em sua calça quando a aeromoça mais uma vez passa pelo corredor, agora lhe trazendo o que pedira. Ele nem sequer agradece a moça  trouxa, ela então vai até Granger, ele disfarçadamente presta atenção na conversa que se segue:

– A Srta. está melhor agora? – Pergunta a aeromoça trouxa, sorrindo para Granger. Ela a olhava com atenção e parecia atenciosa, Draco não entendia esse tipo de pessoa.

– Eu estou sim, obrigada. – Responde a garota, mas ele nota o tremor e o nervosismo em sua voz. Seria por sua causa? Um sorriso perpassa por sua boca.

“Patética... Quanto maior o nervosismo da Granger, maior o meu divertimento”.

Porém o garoto nota que a aeromoça trouxa já deveria ter feito à mesma pergunta a Granger antes de ela o notar, e levado a água, ela poderia estar nervosa pelo voo.

  Ele lembrava-se das aulas em Hogwarts, talvez no primeiro ano, ele havia escutado uma conversa de Weasley e Potter sobre a garota, que tinha medo de altura.

“Como se eu me importasse”

Enquanto pensava isso, observando-a, ela vira de lado mais uma vez, tentando disfarçar, inutilmente e o olha pelo canto de olho, ele retribui o olhar, e dessa vez ergue as sobrancelhas,  e a taça de vinho em sua mão, como em brinde,  sarcasticamente só para se divertir com a reação dela: A garota fica muito vermelha e se vira novamente para frente.

Ouve-se então um rebuliço vindo da porta que levava a classe econômica, alguém estava tentando passar para a primeira classe a força. Draco ouve as vozes das aeromoças e de um homem, no corredor.

– Eu só precisaria dar um recado rápido a alguém, são questões urgentes – Dizia a voz, que o garoto reconheceu ser de Vincent.

“O que o maldito auror está pensando?”

Ele virou-se desconfortável na poltrona, ouvindo mais atentamente. Há essa hora todos estavam virados para trás para ver o que acontecia menos Granger, que continuava impassível mais a frente.

– Por favor, senhor, volte ao seu lugar – Dizia uma voz de mulher, Draco então escutou um barulho de porta, e uma voz masculina. Mais discussão, que ele não pode entender então um momento de silêncio, Draco pensou se ele não devesse ir até onde eles estavam.

– Volte ao seu lugar imediatamente – Disse a voz masculina, então mais alguma discussão e finalmente parecia que Vincent havia desistido. O que teria de tão importante a falar com ele, a ponto de discutir com os trouxas funcionários do avião? Pensou novamente em ir até o corredor, mas então o avião começou a chacoalhar violentamente e ele se agarrou ao braço da poltrona, engolindo em seco, mas então do mesmo jeito que veio, momentaneamente, a turbulência parou.

Olhando para mais a frente no corredor, Granger parecia ter feito o mesmo: agarrava o descanso da poltrona, parecendo tensa.

 

 

Hermione Granger não acreditava que estava presa em um avião com Draco Malfoy.

Quando se encararam pela primeira vez, olhos nos olhos, ele parecia assustado e tenso, afrouxando a gravata enquanto a olhava... Então ela desviou o olhar e pode sentir o peso em seu estômago. Começou a tremer mais do que nunca, seu nervosismo já ultrapassava o estado normal.

“Isso não pode estar acontecendo” Pensou a garota. Aquilo era para ser uma viagem tranquila, sim estava indo atrás do pais, mas também era para ser algum tipo de refúgio no mundo trouxa, para espantar os pensamentos que haviam que estavam lhe causando angústias e pesadelos.  Mas um de seus pesadelos estava a poucos passos atrás dela.

“Tudo bem, fique calma, é só o Malfoy... A mãe dele mentiu para Voldemort sobre Harry estar morto... Ele é só um garoto irritante, não me causará mal.” Pensou, tentando se acalmar. A fase em que odiava Malfoy havido sido deixada para trás, agora Hermione simplesmente era indiferente a sua existência, talvez sentisse até pena do que ele havia se tornado. Mas foram as próprias escolhas que o levaram ao seu destino, e ele estivera no lado perdedor da guerra. Talvez agora acordasse, ou simplesmente voltasse a ser só um garoto patético, não o comensal da morte.

Ela tentou respirar fundo algumas vezes. Então a aeromoça de olhos verdes voltara para ver se ela sentia-se melhor, não sabendo o porquê, Hermione o olhara novamente, agora ele parecia divertir-se com o nervosismo dela. Ela ficou vermelha, não sabendo o porquê, e desviou o olhar novamente.

“Só um garoto irritante” E tentou concentrar-se em manter-se calma, não sabia a quantos metros exatamente de altitude estava e muito menos queria saber. Mas tinha uma ideia, sendo Hermione Granger, ela raramente não sabia uma informação sobre algo. Respirando e inspirando ela conseguiu relaxar por alguns minutos, mesmo escutando vozes alteradas no corredor ela as ignorou.

Tentou pensar racionalmente. Lembrou-se de uma frase que escrevera mais cedo.

“Por toda minha vida, segui a voz da razão e agora, o que estou fazendo”? ’’

Começou a pensar sobre as baixas estatísticas de acidentes aéreos comparados aos automobilísticos, então uma turbulência forte começou e parou momentaneamente. Não sabia como conseguiria aguentar tantas horas de voo. Seriam 12 horas até a escala Abu Dhabi e mais 20 horas até Sydney, na Austrália. Ela agarrava o braço de sua poltrona como se um fosse uma boia salva-vidas. Olhando em volta, as outras pessoas não pareciam tão assustadas: Estavam acostumados com aquilo. Outra aeromoça agora passava com um carrinho repleto de alimentos, o estômago de Hermione doía por tantos motivos que a garota se perguntou se um deles seria fome.

Mal pode pensar muito na questão, ela sentiu a poltrona tremer de leve, por alguns segundos, após isso o chão e toda aeronave começou a tremer muito mais violentamente que antes, o carrinho de comida foi arremessado pelo corredor e a aeromoça por pouco não fora junto, Hermione agarrou sua varinha, a mulher conseguiu sentar-se em uma das poltronas vazias e fechar o cinto. Luzes começaram a piscar e alarmes a soar. Seu coração saltava no peito, ela fechou os olhos com força. 

Não sabia se olhava para trás.

Então sua dúvida passou, porque não via e não sentia mais nada.

 

Ottery St. Catchpole

 

Rony estava deitado em baixo de uma macieira. Não mais na casa de Hermione, mas em um grande morro próximo a Toca, havia retornado algumas horas antes, com a mente nebulosa em pensamentos e os cabelos ruivos bagunçados pelo vento da noite, o garoto fitava o céu estrelado. Havia escolhido o lugar por lembrar-se da casa de Hermione, o porquê não sabia. Ele havia desaparatado para lá confuso e enraivecido, talvez tenha sido melhor não se encontrar com a garota, talvez tenha sido melhor ele ter lido o bilhete por acidente. Será que ela o planejava enviá-lo?

Antes de ir embora, quando já estava prestes a desaparatar para casa, Rony havia ouvido o piar de uma bela coruja, percebeu que uma das janelas da casa, no segundo andar, estava aberta para ela, Hermione não a deixaria na rua. Ele não entendeu porque a garota não a levara, mas lembrou-se de que ela iria de avião. A bela coruja, porém foi até a varanda, e pousou no cercado em que a envolvia e ali ficou. Ele acariciou sua cabeça, ela não parecia brava e não o picou, resolveu então levá-la consigo até Hermione voltar.

As lágrimas ainda escorriam-lhe pelo rosto, estava perdido em pensamentos, deitado agora em baixo daquela árvore, o bilhete estava em seu bolso e parecia queimá-lo.

Por toda minha vida sempre considerei a razão ao invés da emoção e agora o que estou fazendo”? Mas desde que nos beijamos, eu e você não conseguimos mais agir normalmente um com outro, a adrenalina passou, e você me deixou confusa, não tocou mais no assunto não conversou mais comigo... Eu senti que não era o suficiente...Eu só queria que você tivesse me abraçado e dito todas as coisas que nunca disse,  agora fico pensando se tudo que eu imaginei que você sentisse era real.

Foi tudo real, ou foi apenas um sonho?

Tudo veio e foi embora tão de repente. As vezes acho que foi tudo minha imaginação.

E agora o tempo passa e já não sei mais o que sentir.

Nós nos beijamos. Envergonhamos-nos. Distanciamos-nos. E agora já duvido que você consiga ser o mesmo que era comigo antes, eu sei que tudo parece confuso, eu realmente não terei coragem de te dizer isso, mas minha cabeça está uma bagunça, preciso de um tempo. Talvez tenha sido melhor vocês não virem a Hogwarts, mas irei sentir falta de um grande amigo. Nos podemos ter estragado tudo, Rony, me desculpe.

Pode parecer muito dramático, mas é tudo que eu estou sentindo misturado a angústia e os pesares gerados pelos traumas... Eu preciso de tempo”.

Ele realmente se sentia um idiota, tinham chegado tão perto de se entender, tanto tempo demorara para isso acontecer, e agora estava tudo perdido. E o pior era pensar que ela não tinha coragem de conversar com ele, era o que mais doía, pensar que ele a fazia sentir assim.

Todas as palavras que não disse a ela martelavam em sua cabeça.

Todos os momentos passados.

Seriam grandes amigos ou ficariam juntos? Isso dependeria do futuro, se ela queria um tempo para pensar ele a daria, mas isso não significava que iria se afastar, ele iria lutar por ela. Iria dizer o que não havia dito. A reflexão o fez sentir-se melhor.

Pensou então no voo para Austrália e em Malfoy “Se ele encostar em um fio de cabelo dela...” Ainda estava nervoso pelo bem estar de Hermione.

“Só quero que ela fique bem”

“E bem longe dele”.

 

Draco Malfoy estava realmente desesperado.  A última vez que havia sido submetido ao total desespero fora quando Goyle invocara o fogo maldito na sala precisa, e fora Potter quem o salvara, fora um dos poucos momentos em que ela repensara o que havia feito a ele, o momento ainda era uma lembrança vergonhosa a Draco.

Mas agora tudo que passava em sua cabeça era um turbilhão, toda a aeronave tremia violentamente e muito diferente de antes, os trouxas começaram a ficar realmente nervosos quando o carrinho da aeromoça foi arremessado pelo corredor. A aeronave passava por uma grande turbulência e parecia perder altitude, um alarme começou a soar e o garoto só conseguia pensar que morreria no meio de trouxas e junto de uma nascida-trouxa que o odiava. Tentou ver o que acontecia mais a frente, mas tudo que conseguia enxergar era um borrão de pessoas, poltronas, tudo girava lentamente. Ele pode identificar Granger : Um borrão de cabelos castanhos mais a frente, o corpo meio deitado, não sabia se estava consciente ou não.  Draco pensa em ir até a garota, a única coisa que se passava em sua cabeça era:

“Ela tem uma varinha para desaparatar”

Mas então, tentando desafivelar o cinto, notou a cor de suas unhas que se tornavam azuladas. Então a mesma máscara de oxigênio que a aeromoça demonstrava antes caia do teto. Draco a coloca, desesperado. Os ruídos no lugar tornavam-se ensurdecedores, mais a frente, nota que realmente Granger estava inconsciente.  Reteu o máximo de oxigênio que pude, e conseguiu desafivelar o cinto. Quase foi arremessado pelo corredor, avançou desesperadamente até a garota, agarrando-se a poltrona dela, observando-a em meio ao caos, a varinha estava em sua mão, poderia facilmente pegá-la e desaparataria para longe dali...

O rosto da garota estava pálido.  

Ele poderia desaparatar...

Flashes do fogo na sala precisa ecoaram em sua mente.

Então, impulsivamente, ele coloca a máscara de oxigênio em Granger, desmaiada. O garoto já não aguentava mais, seus pulmões explodiam dentro de si, sentou-se ao lado dela, as mãos tremendo, e colocou sua máscara, ofegante, ele a olha:

“Respire... Respire... Droga Granger, se morrer colocarão a culpa em mim”.

A garota ainda estava desacordada, o avião pareceu dar uma guinada e começar a estabilizar, a turbulência ainda era muito forte e Draco começou a ficar com tonturas.

“Respire...”

A última coisa que viu foi o rosto de Hermione Granger.

 

Algum tempo Depois ... A garota abre os olhos e a primeira coisa que viu foi Draco Malfoy deitado ao seu lado.

O avião ainda tremia horrores mas parecia estável, as aeromoças haviam levado o carrinho que desvencilhara. Meio tonta, achou que ainda estava sonhando, mas ouvia a respiração dele, a máscara de oxigênio pendendo em seu pescoço, percebeu surpresa, que ela mesma também a tinha, tirando a máscara e a deixando de lado a garota começou a acordar lentamente.

 Realmente, Draco Malfoy dormia na poltrona ao seu lado.

Ela observa seu rosto, adormecido, ele parecia um garoto inglês comum, loiro, as vestes bem cuidadas, aparentando uma serenidade que ela sabia que ele não possuía. Ela estava sem ação.

O que faria? O que havia acontecido? Porque ele estava ao seu lado?

Todas essas perguntas sem respostas e a dúvida se ela o acordava ou não a deixaram ainda mais confusa. Mais a frente, uma outra aeromoça,  morena de olhos escuros, conversava com os passageiros que tinham crianças. Quando ela voltava pelo corredor, ela lhe perguntou o que havia acontecido, porque havia desmaiado.

– Graças a Deus que a Srta. está bem! – Exclamou ela, surpresa – A senhorita desmaiou pouco antes da despressurizarão do avião, tivemos um grande problema... Não se preocupe, recuperamos a estabilidade apesar dos tremores, faremos uma parada antecipada em Istambul e trocar de aeronave, a aeromoça que estava aqui tentou levantar e ajudar a senhorita, mas este bravo cavalheiro foi mais rápido. – Acrescentou ela, examinando o rosto de Malfoy.

– O-O que? – Perguntou Hermione, estava com a voz muito fraca – Ele fez o que? ...Eu... – Ela olhava de Malfoy para aeromoça, com uma expressão atônita.

Levantando-se mais na poltrona, percebeu que estava com enxaquecas terríveis e uma leve tontura causada pela sensação de dor em seu estômago. Estava faminta.

– Não é incrível o que ele fez a uma completa estranha? – Continuou a aeromoça, os olhos brilhando – Não se preocupem, os dois ficarão bem, foi por muito pouco e pedimos desculpas, não vai se repetir, a senhorita pode relaxar agora, trarei água e algo para os dois comerem. Ele acordará logo.

  E seguiu pelo corredor deixando Hermione boquiaberta, ela nem se lembrava de ter apagado, poderia ter morrido. Mas pelo menos não vira tudo que acontecera com o avião, deve ter sido assustador. Ela observa os outros passageiros, pareciam todos muito traumatizados, algumas pessoas choravam e se abraçavam.

“Uma completa estranha... Mal sabe a moça que nós conhecemos há anos, e o quanto nós dois nos odiávamos... Ou o quanto ele me odeia. Por que fez isso? Quando ele acordar terei que agradecer, é o Malfoy, mas ele acabou salvando minha vida...Ficarei com uma dívida eterna com ele...Por Merlin o que está acontecendo? ”

Ouvindo ruídos ao seu lado, seu olhar se voltou ao garoto e de repente, encarava aquelas olhos cinzentos novamente, estavam fora de foco, mas logo a notaram o encarando, então desviou o olhar. O garoto se mexeu desconfortável no banco, olhando para os lados e tirando a máscara de oxigênio do pescoço, vendo-o se mexer, Hermione se encolheu um pouco mais em sua poltrona.  Agarrando o seu acento com força, ela o olhou, ele a encarava de volta.

Ele franziu a testa para ela, ainda meio confuso sobre o que teria acontecido e então seus olhos recuperaram o foco, ele a olhou com uma face desconcertada por alguns instantes e então fez menção de se levantar. 

Hermione agarrou seu braço, por impulsividade.

– Granger, largue-me – Disse ele, com o rosto virado, tentando soar arrogante, porém com a voz fraca.

–A aeromoça disse o que você... O que você fez – Ela disse a voz quase num sussurro. Engoliu em seco, ele ainda não a olhava. – Você colocou a máscara...A máscara de oxigênio em mim, quando estava desacordava, você me salvou – Continuou ela, com o tom mais surpreso do que agradecido.

– Não seja ridícula, sangue-ruim, eu só estava tentando tirar sua varinha para escapar do acidente, iria deixá-la para morrer. – Responde o garoto, desvencilhando o braço com rispidez, agora encarando-a, os olhos cheios de frieza.

Hermione ergue as sobrancelhas, cética:

– Então porque você continua aqui? E porque ainda estou viva?

Ele se aproxima, olhando em seus olhos, a garota se afasta alguns centímetros:

– Não venha querer me taxar de herói, Granger, eu... A outra aeromoça deve ter salvado você, eu só me aproximei para roubar sua varinha e acabei... Desmaiando. Ela deve ter colocado as máscaras, não sei do que está falando.

Hermione olhou para baixo, sua varinha continuava na lateral de seu banco, onde antes estivera seu braço, intacta. Se ele não quisesse admitir, tudo bem,  mas ela não esqueceria aquela história. Ele lhe lança mais um olhar de repugnância e ela lhe diz:

– Obrigada, Malfoy. – Ela nunca pensou que diria isso.

– Me esqueça, Granger. – Ele responde e levanta bruscamente, sem olhar para trás.

Na Toca:

Harry estava inquieto.

Já era noite e Rony ainda não havia chegado,estavam Gina e ele na cozinha, a sua espera. Harry consolava a namorada, que parecia muito chateada, pensando que a fúria do irmão seria sua culpa, o que não era. O amigo simplesmente havia interpretado erroneamente a coincidência com Malfoy. Mesmo assim, Harry esperava que Hermione e Rony teriam conseguido se entender, isso faria com que Gina se sentisse melhor e toda aquela confusão se reparasse.  

– Não deveria ter tocado no assunto, agora eles não vão parar de brigar, com Rony daquele jeito. – Fungava Gina, chateada, sentada a mesa.

– Gina, não fique assim, talvez eles consigam conversar... – Harry a consolava – Só não sei como ela e Malfoy acabaram no mesmo avião.  Ele então consulta distraidamente o relógio que antes marcava onde cada membro da família Weasley estava como casa, trabalho, escola...Mas ele havia parado de funcionar após a morte de Fred, como se a essência da família estivesse se perdido.  Seria muito útil agora, para saber onde Rony estava.

Se o relógio estivesse funcionando, mostraria o ponteiro do Sr. Weasley indo de trabalho para casa, com o estampido de aparatação, ele acabara de chegar, e veio logo até Harry:

– Harry, podemos conversar, em particular? – A cozinha estava vazia a não ser por Gina, a Sra. Weasley estava ocupada com alguma atividade diária e Jorge estava trancado em seu quarto.

– Tudo bem, eu vou lá em cima. – Disse Gina, ainda com uma voz muito triste, e cabisbaixa.

– Temo que terei que voltar o trabalho ainda esta noite, Molly irá ficar furiosa, mas tive que vir perguntar sobre Rony...E entregar isso a vocês dois – Disse o Sr. Weasley, enquanto se sentava na mesa de frente para Harry, enquanto a filha subia as escadas. Ele parecia preocupado e apressado.

 O Sr. Weasley então lhe empurra uma carta com o selo do Ministério sob a mesa.

– Como novo chefe do Departamento de Execuções das Leis da Magia, eu lhe entrego formalmente a carta aceitação de você e Rony, e os convido a ingressarem definitivamente aos Aurores!  – Disse o Sr. Weasley, com um sorriso enquanto Harry examinava a carta, estupefato, era o emprego que sonhara desde Hogwarts.

– Queria que Rony estivesse aqui, ele iria gostar muito da notícia. – Comentou Harry.

– Ele ainda não voltou da casa de Hermione? – Perguntou o Sr. Weasley, consultando o relógio de pulso.

Harry então o explica tudo sobre a carta que a amiga mandará a Gina e que Rony havia pensando que Hermione iria encontrar-se- com Draco no avião.

– Foi tudo uma grande coincidência... – Dizia Harry.

 

No pomar da Toca, Rony caminhava pesarosamente até em casa, chutando alguns gnomos-de-jardim no caminho, não avista ninguém por perto, só a luz que vinha da porta entreaberta da cozinha, quando se aproxima, ouve vozes.

Eram Harry e seu pai conversando.

– Sabe, Harry, quando eu os contei sobre o julgamento dos Malfoy, você lembra? Um dia depois de Hermione ir para Londres, eu ando com a cabeça tão cheia... No julgamento foi decidido que Draco Malfoy voltaria a Hogwarts, me lembro que Mcgonagall estava sentada na plateia, não sei se ele a notará lá...Antes do veredito, ela conversou comigo e com o ministro, e decidimos sobre esse assunto, Mcgonagall então me contou sobre...Sobre algum tipo de Comissão estudantil, não me lembro muito bem...Que ela estava criando. – Contava o pai de Rony, parecia que só agora se dava conta da situação.

– Gina comentou que Hermione será a presidente dessa tal comissão– Respondeu Harry, muito sério, já começando a ligar os pontos.

– Naquele dia, era só uma possibilidade que ela estava considerando, então houve a sentença, você sabe o que quero dizer? Hermione voltará a Hogwarts e Draco fará parte da comissão que ela presidirá.

Harry começou realmente a ficar preocupado.

– Mcgonagall realmente espera que isso dê certo? Perguntou Harry, cético.

– E aí que está à questão Harry: Não sabemos, mas o ministro nos disse uma coisa,agora me lembro perfeitamente: Você não acha que é melhor tentar mudá-lo agora para que no futuro não seja como o pai? Não queremos mais nenhum Lucio Malfoy por ai a solta, não depois de tanto trabalho que tivemos para prender o original.

– Sim, entendo, não sei se realmente vale a pena, mas agora me arrependo de não voltar a Hogwarts, Hermione vai ter que encarar essa sozinha, bem, não sozinha, mas... Quando Rony souber disso ficará furioso.

O Sr. Weasley então olhou fundo nos olhos de Harry:

– Uma oportunidade dessas, como auror, é realmente algo muito bom para Rony, não posso esperar que ele deixe-a de lado... Entende? Eu sei que posso parecer, eu não sei, antiético, mas espero o melhor para o meu filho, é uma oportunidade que não se dá duas vezes. E além do mais, vocês já estão contratados.

Harry se sentiu desconfortável, não queria esconder isso de Rony, mas realmente não sabia de que jeito ele reagiria, talvez só pensasse no bem estar de Hermione, mas ele sabia que quando o amigo se alterava, perdia a razão.

– Entendo, mas Hermione não ficará sozinha lá, Gina e os outros estarão com ela, não acho que seja uma preocupação muito grande... Não depois que tudo que passamos.

O Sr. Weasley concordou com a cabeça:

– Talvez, mas depois de hoje, fiquei pensando sobre o assunto e acho melhor Rony continuar não sabendo disso, por enquanto.

Então a porta vai se abrindo lentamente, mostrando um Ronald Weasley consternado.

Istambul:

Pouco antes do pouso antecipado, O comandante da aeronave havia feito um comunicado, explicando as causas da turbulência de antes, eram um monte de termos trouxas que não interessavam a Draco. O Piloto também falara que, dê Istambul, os passageiros seriam divididos em dois grupos que seguiriam para dois aviões e que de lá seguiriam viagem. O garoto sentiu-se aliviado por talvez livrar-se de Granger, e perguntou-se o que fariam os aurores se eles ficassem em aviões diferentes.  Ainda nas explicações, o piloto anunciou que as famílias seriam priorizadas a ficarem juntas, as pessoas que compraram a passagem após o dia onze de Julho iriam para o portão B do aeroporto, e seriam levados até o voo número 456, que sairia dali a duas horas. Já os que haviam comprado a passagem antes da data prevista, sairiam num voo dali a meia hora, no portão G. Este era o de Draco, depois disso, parou de prestar atenção sobre as informações que o piloto dizia sobre o tempo.

Pensava no que havia acontecido, na turbulência, a varinha na mão de uma Granger desacordada, e o fato de que ele não havia desaparatado. Tudo isso deixando sua mente embaralhada.

“Por que fiz aquilo? Porque a salvei? ’’ Ainda não tinha uma resposta para essa pergunta.

Sentia os olhares dela sobre si, mas mantinha os olhos fixos na janela e na paisagem lá em baixo, sem de fato observá-la, perdido em seus próprios questionamentos.

Só esperava livrar-se dela logo.

Durante o desembarque em Istambul, porém, enquanto todos saíam da aeronave, ela fez aquilo que Draco realmente estava torcendo para que não o fizesse: Veio até ele.

– Eu... Eu queria dizer... – Dizia ela, no corredor, olhando para os lados, parecia não saber o que falar, e não o olhava realmente.

Ele então se levantou tentando passar por ela a força:

– Já não bastasse eu ter que aturá-la em Hogwarts, agora isso.  Disse, seguindo pelo corredor, com ela logo atrás.

Ouvindo o comentário, ela parou de repente.

– Você vai voltar a Hogwarts? Exclamou, meio alto demais, alguns trouxas os olharam curiosos, a garota falava com uma voz esganiçada, parecendo um misto de incredulidade e frustração.  A exclamação o fez irritar-se, mesmo não admitindo, ele salvara a vida daquela sangue-ruim e ela ainda não tinha a capacidade de disfarçar o seu desgosto por saber da noticia de conviver com ele nos próximos meses.

– Sim, voltarei. E Ficarei feliz em infernizá-la, já que serei obrigado pelo Ministério a frequentar a maldita aula de trouxas e seu clubezinho estudantil. – Comentou de propósito, para deixá-la ainda mais desacreditada.

Ela o encarou por alguns segundos, incapaz de expressar reação.  O garoto virou-lhe as costas novamente.

“Esse corredor não tem fim?... Onde estão os malditos aurores?”

– Eu o vejo em Hogwarts então Malfoy, sei que me verá mais do que gostaria, já que presidirei o tal clubezinho – Disse ela, desafiadoramente – Mas não sei se será tão ruim assim pra você, depois do que fez hoje, adorarei contar para todo mundo.

Mais uma vez Draco parou há alguns passos dela, a mão fechando em punho. Não a olhou, virando o rosto de lado, disse:

 – Não ouse mencionar esse... Seja lá o que tenha acontecido, eu não a salvei, e nunca o farei se puder evitar, não ouse mencionar meu nome em sua maldita boca, espero não vê-la tão cedo... – E para salientar ainda mais sua repugnância, acrescentou – Sujeitinha de sangue-ruim.

E saiu pelo corredor abrindo passagem pelos trouxas mais a frente até a porta que levava até a classe econômica, esperando encontrar os aurores e perguntar a Vincent o que havia acontecido antes, pode ouvir a voz de Hermione Granger, ao longe:

– Adeus, fuinha loira. Disse a garota, com o tom de voz irritante que ele já havia se acostumado a odiar, mas estava tremido, como se a garota risse da sua cara.

 

Mais tarde, enquanto agradecia mentalmente a Merlin por ter sido separada de Malfoy na troca dos aviões, Hermione refletia sobre o que o mesmo havia lhe falado. Talvez a Prof. Mcgonagall a tenha lhe colocado a presidir os Haunted’s de propósito, mas não lhe contara o fatídico detalhe: Que Malfoy participaria, e ela, sem saber, aceitara o cargo. Será que a nova diretora de Hogwarts esperava que ela o mudasse? E teria Hermione concordado?

“Aceitarei o desafio que será tentar fazer de Draco Malfoy uma pessoa melhor”?

Pensou em tudo que havia ocorrido durante a viagem.

“Sim, aceitarei o desafio”.


Notas Finais


Playlist da Fic (cada música corresponde ao tema de cada capítulo) : https://www.youtube.com/watch?v=NqmjBSurfWY&list=PLg_w0i1dhBn20uGQXh2bKJHNIzM80G0BD&index=6

O próximo capítulo sai Quarta a noite!
Beijos de lumos!
@TrioDourado


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