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História Healer - Veneno


Escrita por: mjonir

Notas do Autor


Oi? Tem alguém aqui?
Me imaginem colocando a cabeça pra dentro de uma sala cheia de vocês sentadas me esperando chegar! kkkkkkkkkk
Eu disse toda sexta né? Só não disse de que mês, ano, sei lá.
Me perdoem! Eu tinha TODO o capítulo na cabeça e não conseguia escrever, e hoje saiuuuuuuu! Amém! E ainda saiu com mais coisas que eu imaginava.
Se deliciem.
Aliás, acho que temos uma categoria nova! Heheheeh!

Capítulo 5 - Veneno


Fanfic / Fanfiction Healer - Veneno

 

Um pingo grosso e gelado de água caiu na testa de Allya fazendo com que ela acordasse. O céu estava de um cinza escuro, parecia madrugada e o vento forte fazia com que as árvores sacolejassem violentamente.

As orelhas do tigre branco se abaixaram. Ele parecia estar com medo da tempestade que viria logo a seguir, e mesmo com todo aquele rebuliço, Allya sentia algo diferente.

Ela se sentou e olhou ao redor. Aquela maldita sensação de ser observada havia voltado. Mas não era igual à sensação que ela teve com o tigre.

Era diferente.

Parecia mais perigoso.

Desde que havia chegado naquela floresta, Allya não tinha sentido medo do desconhecido. Nunca tinha descartado que pudesse haver outras pessoas ali, até porque acreditava estar em Midgard, porém, isso não significava que estivesse totalmente a salvo.

O tigre levantou seus olhos e de seus lábios saiu um pequeno rosnado.

Allya se pôs de pé. Seus dedos seguraram a espada na bainha. Ela estaria preparada para o que viesse.

Diana e Sif a ensinaram a não temer e continuar com sua espada em riste para qualquer perigo que a assolasse.

Desistir não era uma palavra no vocabulário das asgardianas.

O tigre se levantou como Allyana e se pôs à sua frente como uma espécie de escudo. A ruiva franziu o cenho.

Freyja havia dito que ele não era um animal de estimação, mas agora eles estavam conectados.

A chuva que antes era apenas uma garoa fina engrossou e o farfalhar do vento nas árvores já não parecia tão alto quanto o barulho de algo se mexendo entre as folhas. Allya semicerrou seus olhos azuis pare enxergar naquela escuridão.

Seu tigre rosnou de novo.

Ela se escondeu atrás de uma das árvores. O tigre sumiu de vista, mas ela o ainda sentia próximo. Allyana se manteve atenta.

‘’Maldito seja o momento em que aceitei essa droga de missão’’

Ela pensou.

Onde estaria Freyja com seus comentários insuportavelmente irônicos e irritantes que mais a deixavam confusa do que clareavam sua mente?

Nada naquela floresta fazia sentido. Nenhum dos seus sonhos fazia sentido. Estar ali não fazia sentido e ainda mais, com um tigre.

Allya viu algo correr para dentro da campina onde estava. Seus olhos encontraram um lampejo dourado. Dois olhos pequenos observavam tudo na outra extremidade da campina.

O tigre estava lá a observá-la. De frente para ela enquanto a campina ficava entre eles.

Allya semicerrou de novo os olhos. A chuva havia engrossado e o chão ficava cada vez mais irregular.

Os pingos gelados faziam com que seus pelos se eriçassem.

Tinha um quê de energia naquela chuva. Algo eletrizante, que a fazia senti-los com mais precisão.

Não era como uma chuva normal de Asgard. Por mais furiosa que ela fosse, aquela lhe era estranha.

Uma chuva torrencial que caía todas as noites. Não parava de chover um só minuto desde que seus pés asgardianos tocaram aquele solo e por mais que não conhecesse absolutamente nada daquele lugar, Allya confiava em seu sexto sentido.

Diana costumava falar a ela que mulher tem um sexto sentido tão apurado que não é sempre que erramos com uma impressão errada sobre algo.

Geralmente sobre pessoas, sua mãe, não costumava errar muito. Se ela duvidava de alguém, o melhor jeito de lidar com aquilo era se prevenir e esperar.

Allya com o passar do tempo, desenvolveu um senso crítico como o dela. E sempre fora orientada tanto por Diana como por Frigga que o preconceito não era uma porta para o sexto sentido e nem uma primeira impressão.

O sexto sentido parecia mais como uma sensação estranha na boca do estômago ao ver algo ou alguém. Uma sensação quase inexplicável que você tenta reprimir. O preconceito não, é apenas um torcer de nariz e um claro e inaudível ‘’não quero entender isso’’ refletido pelos olhos.

Na campina, um vulto passou correndo.

Parecia um homem aos olhos de Allyana, e assim que ele passou, o tigre pulou de seu esconderijo e passou a persegui-lo.

Allyana sorriu discretamente.

Uma perseguição num cenário como aquele era no mínimo instigante.

Mesmo que ela estivesse irritada com aquela situação, Allyana estava mais entediada do que irritada.

Seu ombro estava curado e o tigre lambia seus dedos como uma mascote.

Ela queria ação, fora pra isso que deixou toda a sua família em Asgard.

Allya precisava daquilo.

Suas mãos e seu corpo se sentiam inúteis se ela não estivesse presa em uma batalha.

Fora assim que se tornou senão uma das melhores guerreiras asgardianas de seu tempo, afinal, sua mente vivia em uma batalha enquanto estivesse de mãos paradas.

Enquanto sua espada, ou suas flechas se cravavam em alvos, sua batalha interna se mantinha pacientemente à espera de que ela descansasse para enfim atormentá-la.

Ela correu pela floresta como um espírito livre atrás do tigre enquanto ele rugia para o objeto de perseguição.

Allya quase alcançou seu tigre quando ele parou.

Suas orelhas estavam atentas e ele olhava de um lado a outro à procura de sua presa.

A ruiva parou também e respirou fundo tentando regularizar seu batimento cardíaco.

Seus olhos estudaram o lugar. Ela parecia cada vez mais dentro da mata. As árvores ficavam cada vez mais altas e suas folhas mais densas.

E foi naquele momento, naquele pequeno momento de distração que Allyana se viu no chão sendo socada por mãos fortes.

Ela tentou se livrar do peso que estava sobre si.

Seus olhos se abriram e por meio de seus braços ela pôde ver um homem negro furioso.

Ela encontrou os olhos de um tom quase dourado de seu inimigo e se deu conta do que estava acontecendo.

Seu tigre rugiu ao longe e a antes voz de Freyja que embalava quase todas suas batalhas desde que havia chegado ali, não estava presente.

Era apenas o barulho da chuva e a dor em seu corpo por ser surrada com tanta intensidade.

Allya grunhiu e em um movimento rápido parou o braço de seu agressor no ar.

Ele soltou um grito.

Estava quebrado.

Allya sorriu para ele e o levantou junto com seu corpo.

Ninguém! Ninguém mesmo a deixava no chão por muito tempo.

E não seria hoje que isso aconteceria.


 


 

Asgard

Diana andou pelo enorme palácio à procura de Loki. Era madrugada e o que diabos ele faria fora de sua cama em uma hora como aquelas?

Antes de procurar por mais lugares, ela passou na grande cozinha. Seus desejos estavam ficando insuportáveis e os doces de Asgard eram tão deliciosos. Quase uma combinação terrível e mortífera para a criatura faminta que crescia dentro dela.

Ao voltar pelos corredores enquanto carregava um prato de ouro e uma caneca com hidromel, Diana não pôde deixar de observar um feixe de luz dentro da sala do trono.

Seus pés teimosos a levaram lá.

Diana costumava ouvir de Loki que sua curiosidade não pertencia a nenhum dos nove reinos porque em lugar algum ele conheceu alguém com tamanha curiosidade como a dela.

Mesmo que não concordasse com aquilo, a morena sabia que às vezes seus pés a levavam para lugares em que não deveria estar, porém, nem mesmo Diana podia se conter.

E também, ela só estava procurando seu… Loki.

Ela se aproximou da sala do trono. A luz vinha da sala de reuniões que Diana conhecia bem.

Uma espécie de de javu a tomou. Anos antes ela estava por ali enquanto Odin fazia uma reunião e ela se esgueirava. Aquilo a fez querer rir, mas se calou assim que ouviu a voz de Thor e de Loki.

Eles estavam ali e juntos. O que diabos estavam tramando?

‘’Não podemos deixar, Thor!’’

Diana se esgueirou para mais perto da porta e os ouviu sussurrando. Loki parecia falar entredentes com o irmão que não parecia entender. Ou talvez não quisesse entender.

‘’Loki, eu não quero esconder nada! Jane e principalmente Diana devem saber!’’

‘’Diana é a última pessoa que deve saber disso, Thor! Temos como abafar isso. Já não basta tudo…’’

‘’Tudo que ela passou. Eu sei, irmão! Jane às vezes tem pesadelos.’’

‘’Você não sabe o que é realmente ter pesadelos! Diana agora tem um pouco de paz e… Eu insisto, Thor! Ela não deve saber disso. Nós cuidaremos desse problema e ainda mais, ninguém tentaria...’’

Diana franziu o cenho. O que ela não deveria saber?

Seus pés teimosos a levaram até a porta da sala e ela deu um pigarro.

Thor e Loki se surpreenderam com o barulho.

O deus da trapaça reprimiu um silvo de raiva ao ver sua… Diana encostada ao batente da porta com uma taça de hidromel e um prato de ouro com guloseimas.

Diana levantou as sobrancelhas e cruzou a perna mostrando a fenda de sua camisola negra que ia até o chão.

Loki se distraiu um pouco com a visão de sua perna desnuda e Diana reprimiu um sorriso porque, afinal, queria respostas.

— A sua esposa sabe onde você está, Thor? - Diana questionou ainda com suas sobrancelhas levantadas.

O deus da trapaça piscou os olhos e voltou à realidade após ouvir a voz de Diana.

— Ahn… - Thor sorriu sem graça – Claro que…

— É claro que não! - Diana rebateu – Se eu fosse você, ouviria meu conselho e não deixaria sua esposa sozinha na cama de madrugada. Não é uma boa escolha, não é mesmo, Loki?

Thor apertou os lábios reprimindo um riso.

Loki semicerrou os olhos.

— Estou de acordo – ele disse ainda entredentes e olhou para Thor com mais raiva ainda.

Por que diabos Diana estava ali? Se ela tivesse ouvido alguma coisa que eles haviam dito, ela o perturbaria e o seguiria até o inferno se possível para saber o que ela não podia saber.

— Jane dorme como uma pedra, Diana e eu nunca a deixo só…

— Nunca? - Diana levantou as sobrancelhas – Aliás, não foi isso que eu ouvi dizerem. Parece que ela tem problemas pra dormir como eu.

Diana disse levantando um leve sorriso irônico.

Loki soltou um silvo. Ela havia ouvido.

O deus da trapaça sabia que não podia esconder algo dela por muito tempo, se tem uma coisa que ele aprendeu foi não subestimar Diana, mas…

Loki mal conseguiu terminar seu pensamento ágil enquanto ela mexia as pernas. Quanto mais Diana se mexia, mais a fenda de sua camisola o desconcentrava.

— Nem sempre. Na verdade, na maior parte do tempo ela dorme bem, mas, seu conselho é realmente sábio. Com licença, Diana! Eu preciso voltar para minha esposa. - Thor disse enquanto passava pelos dois.

O deus do trovão deu batidinhas nas costas do irmão e saiu da sala enquanto Diana o acompanhava com os olhos. Ela jurou tê-lo visto esconder uma risadinha.

Vocês sabem como irmãos são. Eles se amam, mas amam vê-los em uma enrascada como aquela.

Diana levantou as sobrancelhas para Loki e disse:

— Eu estava com fome, você desapareceu da cama e acabei ficando entediada.

Loki se aproximou com um sorriso torto e passou de leve os dedos pela mecha que havia soltado de seu coque.

Seus dedos escorregaram para sua orelha e logo para sua bochecha. Diana reprimiu um suspiro. Ela ainda estava apaixonada por ele na mesma intensidade, senão mais ainda, que antes. Parecia ser quase impossível que seu desejo por ele aumentasse a cada dia, mas não, não era impossível. Aquilo acontecia a cada raiar do sol e todas as vezes que Loki abria seus olhos para ela de manhã.

Loki não podia se sentir diferente. Por mais que estivesse irritado de vê-la ali o bisbilhotando, a única coisa que ele sentia era vontade de prensá-la na parede e beijá-la com toda a sua intensidade.

Por que diabos ela tinha que ser tão bonita e tão irônica?

— Agora você me tem e tem sua comida. Podemos voltar para o quarto…

— Hum… - ela disse – Sim! Mas antes, – Diana tomou um gole de hidromel de sua taça – gostaria de saber o que estava fazendo aqui com Thor.

Loki estalou a língua.

— São conversas sobre o reino, nada mais que isso.

Diana aproximou seu corpo do de Loki. Seus narizes se tocaram e ela o acariciou.

O corpo dela estava quente e ele podia sentir em sua pele como se houvessem choques elétricos.

— Nada que eu possa saber? - Diana sussurrou para ele.

Loki resistia. Ele também era especialista em usar eu charme para conseguir algo. Diana apenas havia aprimorado seus dotes ao decorrer do tempo e mesmo que ela estivesse indo muito bem, Loki não daria aquilo a ela.

Ela podia lhe pedir tudo. Ele daria o poder da Terra e ela se assim pedisse, mas aquilo não e Diana sabia disso.

— Nada relevante demais para que você precise se preocupar.

Diana mordeu os lábios e soltou um suspiro irritado.

— Você deveria confiar mais em mim – disse magoada.

Loki revirou os olhos e sorriu.

— É a única em quem confio – disse esfregando seu nariz no dela.

— Thor parece confiar na esposa dele – Diana tagarelou sem dar muita atenção ao que Loki dizia ou fazia.

— E eu confio em você. Você é minha… - Loki franziu as sobrancelhas – Você é uma parte tão minha quase como a minha magia. Se tem alguém em quem eu confio, esse alguém é você.

Ele disse baixinho.

Diana fechou os olhos e sorriu.

Ele havia usado seu charme para quebrar seus questionamentos, mas não deixou de dizer a verdade.

Loki franziu o cenho. Aquele sentimento estranho apareceu de novo. Pareciam faltar palavras para descrever o que Diana era para ele.

O deus da trapaça sabia que ele era completamente dela e ela dele, mas, ainda assim, soava estranho.

Diana sentia o mesmo, mas não se importava com aquilo no momento. O corpo de Loki estava próximo ao dela e seus lábios tão mais próximos que ela quase se esqueceu do prato e a taça em suas mãos.

— Vamos! - Diana o chamou.

Loki assentiu e pegou dela o prato para que sua mão fosse liberta.

Diana agradeceu mentalmente e encostou seus lábios no dele devagar.

Loki retribuiu sem ao menos pestanejar, porém logo se afastou dela. Ele deveria fazer aquilo antes que não pudesse mais soltá-la de seu abraço.

— Vamos!

Os dois voltaram pelo corredor ainda com o coração pulsando e pelos arrepiados com tanta energia.

Diana tentava dissipar um pouco daquilo enquanto devorava as uvinhas de seu prato.

Loki tomava o resto de seu hidromel e mal podia esperar para chegar até seu quarto.

 

 

 


 

 

Allya e o homem se atracavam no chão barroso da floresta. Seus cabelos grudavam em seu rosto, mas ela ainda socava seu oponente com fúria.

Em um movimento impensado, Allya abriu sua guarda e seu inimigo conseguiu fugir de suas mãos precisas e mortais. Ele se escondeu entre as árvores e a ruiva se pôs a persegui-lo após pegar sua espada que havia sido largada no chão em meio a briga

Seu tigre parecia ocupado com algo dentro da floresta também, talvez um segundo homem.

Seu oponente deveria se envergonhar de não estar vestido. Ele estava com peito desnudo, uma calça tão estranha quanto as marcas em seu corpo e um anel em volta de seu nariz.

Allya olhou de um lado para o outro na floresta. A chuva só havia piorado e seus ouvidos não estavam tão atentos.

O rugido de seu tigre a distraiu e por pouco não foi pega por seu oponente que tentou atacá-la com um elemento surpresa.

Ele estava com uma faca e Allya quase conseguiu desviar-se dela, mas, seu braço foi rasgado na vertical.

Ela reprimiu um urro de dor e brandiu sua espada.

O seu oponente já não estava em belas condições, mas ainda assim lutava bravamente. Ele possuía uma espécie de bastão e rebatia as investidas de Allya no ar.

Allya ofegou. Seu braço cortado doía e queimava como o inferno.

Enquanto lutava com ele, a ruiva pôde perceber que sua visão ficava turva e sua respiração mais rápida. Ela estava se cansando anormalmente rápido e aquilo não era bom.

Suas pernas doíam e tremiam de leve enquanto ela lutava.

Sua espada acertou em cheio o ombro esquerdo do oponente mesmo com uma visão turva e com uma tontura que antes estava leve e agora parecia aumentar.

Ele gritou e sangue gotejou dali. O homem soltou seu bastão e Allya brandiu sua espada de novo. Desse vez, um caminho de sangue levou o meta do umbigo até o queixo dele.

Allya o havia cortado.

As pernas dele cederam e ela quase desmaiou.

Suas narinas se inflaram e ela respirou fundo. As pernas ainda tremiam e seu braço queimava.

Ela tentou cortar um pedaço da calça para fazer uma bandagem para o ferimento, mas antes que pudesse fazer aquilo, ela olhou para cima e encontrou Naveen.

Allyana piscou os olhos sem parar e ele continuava ali, parado a mais ou menos um metro. Ela semicerrou os olhos enquanto lágrimas vertiam por seu rosto.

Seus pés se arrastaram e Naveen abriu os braços para ela.

Allya mal percebeu que o sol começava a raiar no horizonte. Ela não se importava. Seu pai estava ali.

— Como? - ela balbuciou.

Naveen abriu um sorriso e a encorajou a chegar mais perto.

— Estou feliz em vê-la – ele disse baixinho.

Allya chocou seu corpo contra o dele e apoiou a cabeça no ombro do pai. Ela encostou o nariz no pescoço dele e sentiu o conhecido perfume dele.

Lágrimas caíam de seus olhos.

— Como? - Allya disse mais alto.

— Você se tornou uma guerreira valente – ele disse enquanto pegava o rosto da filha com as mãos.

Allyana olhou para o pai e encontrou seus olhos castanhos. Tão familiares. Ela sentia tanta a falta dele.

— Eu sinto sua falta – disse entre lágrimas.

— Shhhh! - Naveen acariciou o rosto da filha – Eu sei! Eu também sinto.

Allya olhou por cima do ombro do pai. O sol começava a raiar.

— Eu… Eu estou morrendo?

Allya sentiu suas pernas fraquejarem. Ela olhou para seu braço que agora ficava roxo. A faca de seu oponente, ela se lembrou. Ele a havia envenenado. O corte parecia mais profundo do que havia imaginado. Sua perna também estava ensanguentada, assim como o lado esquerdo de sua cintura.

Naveen segurou as mãos da filha e a espada caiu no chão fazendo um barulho oco.

— Você vai ficar bem, Allya! Acabou de encontrar o que Freyja queria que encontrasse…

Allyana franziu o cenho.

— O quê?

Ela piscou os olhos. Estava sob o efeito do veneno maldito daquele homem.

Como poderia ter achado o que Freyja queria se parecia morrer aos poucos.

O rugido de seu tigre a fez fechar os olhos e engolir em seco.

A chuva torrencial e gelada lavava as lágrimas de seu rosto enquanto ela tentava entender o que estava acontecendo.

— Allyana! Olhe pra mim! - Naveen pediu.

Allya abriu os olhos e encontrou o rosto do pai. Ele sorria.

— Você vai ficar bem! Não há nada que não possa fazer, meu pequeno furacão vermelho.

Allya soltou um risinho ao ouvir aquilo e em meio ao seu riso, ela chorou.

Como sentia falta dele.

— Olhe só pra você! É uma guerreira como imaginei que seria.

— Eu estou com medo, pai! - Allya revelou – Não sei o que estou fazendo aqui. Estou com medo!

Naveen beijou sua testa e a fez encostar em seu ombro novamente.

— Você será vitoriosa, minha filha. Vitoriosa como sua mãe, Heide, em morte e vitoriosa como sua mãe, Diana, em vida.

Allya fechou os olhos.

— Não tema! - Naveen a abraçou novamente – Eu estarei com você sempre!

Allya se aconchegou nos braços do pai e sentiu que suas pernas tocavam o chão. Ele havia se ajoelhado na terra molhada com ela.

— Eu preciso ir agora, mas, não se esqueça! Eu estou aqui. - Naveen tocou o tórax de Allya.

Ela seguiu a mão do pai.

Naveen indicava o coração da filha. Ele estaria ali para sempre e os dois sabiam disso.

— Eu te amo, pai! - ela o agarrou com os braços e chorou encostada em seu peito.

— Obrigada, Freyja! - ele disse olhando para o céu.

Allya levantou seus olhos e encontrou o pai sorrindo para o céu carregado de nuvens.

Um relâmpago cruzou o céu e Allya não sentiu mais os braços de seu pai ao seu redor. Seu rosto sumia de sua visão ainda sorrindo para o céu.

Allyana queria gritar.

Ela abraçou o próprio corpo enquanto chorava.

‘’Eu também te amo, Allya!’’

Allya ouviu a voz de seu pai sussurrar enquanto a chuva caía nela e no chão deixando tudo com cheiro de água e terra molhada.

Ela levantou os olhos e encontrou dois pares de olhos azuis como o céu de Asgard a olhando atentamente.

Ele agitou as orelhas e aproximou o nariz do de Allya.

Seu tigre encostou o nariz gelado no dela e suspirou.

Allya ainda estava estarrecida.

Não era seu pai que estava ali, mas sim seu tigre. O tempo todo.

Ela levantou uma das mãos, incerta de sua atitude, e a apoiou na orelha direita do tigre.

Ele não se mexeu.

Allya o acariciou e seu tigre fechou os olhos apreciando o carinho.

Naquele momento, Allyana entendeu o que Freyja havia dito. Ela e o tigre estavam conectados.

Seu nariz se encostou no dele e ela chorou baixinho.

Seu coração batia mais forte e ela sentia como se não conseguisse respirar.

Allya se afastou de seu tigre e sentiu-se fraca e tonta.

Como em câmera lenta, seu corpo cedeu e ela caiu para trás.

O sol havia clareado um pouco o céu e tudo ao seu redor e antes de apagar, Allya viu o nascer do dia.

Seus olhos passaram do alvorecer do dia até as árvores ao seu redor. Ela semicerrou os olhos para que pudesse ver melhor. Seu braço ainda doía e seus pensamentos estavam confusos.

Allyana olhou de um lado a outro até encontrar de novo o rosto de seu tigre.

— Naveen… - ela sussurrou para ele.

Allya sentiu sua cabeça cair para o lado enquanto olhava dentro dos olhos de seu tigre.

Ela podia sentir a conexão entre eles ficar cada vez mais forte.

A ruiva puxou o ar em desespero e sentiu que tudo ao seu redor rodava.

Suas pálpebras cederam e antes de apagar, Allya encontrou algo medonho. Algo enorme e negro acima de sua cabeça e de seu tigre.

Era uma… Uma estátua, negra de… Uma pantera.


Notas Finais


Pantera?
QUÊ? GRITO DA PANTERA DA INÊS? UAAAAAAAAAAAH!
Gente que treta. Eu gosto é assim.
Diana e Loki kkkkkkkk vocês andam muito fogo puro, migos. Vamos parar!
Espero que tenham gostado e logo mais estou de volta. Tá?
Dei essa sumida porque estou na metade do meu original e pretendo terminar ele logo.
Então! Allons-y! E até mais, amores <3
Ps: Me indiquem uma música que vocês acham que combina com healer.
Até mais verrrrrr


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