História Hear me now - Piloto

-P.O.V Manuela-

Eu estava na 4ª série,tentando me concentrar na aula de matemática, uma tentativa falha,tal como nas outras aulas.Meus olhos rondavam por toda sala, parando no relógio, 11:47.A professora faz um sinal com os dedos indicando para todos os aluno pararem de guardar seu material, todos estavam apressados para irem para casa.Quando todos se viraram para frente novamente, ela falou calmamente:

-pessoal, a vice-diretora vai vir aqui, e vocês conhecerão seu novo colega.Por favor, quero que todos sejam legal e gentis.-ela deu um sorriso indicando que havia terminado de falar.

Continuo guardando meus livros,  e quando estava virada para trás, Melissa me cutucou

-Uau, como você acha que ele é?Espero que seja bonito- E eu apena sorri de volta, pois a minha inocência acreditava que ainda estava muito cedo para namorar.

Iria respondê-la, mas fui interrompida pelo barulho da porta rangendo. Em um silêncio incômodo, a vice-diretora se pronuncia.

-Olá alunos! Gostaria de apresentar a vocês um novo colega!- Um menino moreno e miúdo estava escondido atrás  da silhueta alta e magra de nossa coordenadora. Ela volta a falar- Este é o João Pedro....

Forçando um pouco minha visão, consigo encontrar um rosto para o menino desconhecido. Ele timidamente dá um sorriso e volta a se esconder.

Olho novamente para o relógio. 12:00. Enquanto imaginava o que iria almoçar, a professora começa a conversar com o aluno novo. O sinal bate, e eu fico esperando a Melissa levantar.

-Vamos Melissa! Eu estou morrendo de fome- Começo a apressá-la com pequeno empurrões.

-Já vou! Espera um pouco.....quem sabe "ele" queira falar comigo- Ela faz aspas com o dedo encarando nosso novo colega.

Eu suspiro e a deixo para trás, saindo em silêncio.    

- P.O.V Marina-

Vocês já perceberam que para tudo tem um começo? Sim, agora por exemplo são exatamente seis horas da manhã e eu estou sendo o Pitágoras, estranhamente este pensamento veio a minha cabeça, primeiros passos, primeiras palavras, primeiros sentimentos concretos, primeira escola, amigos, namorado...

Enfim é o meu primeiro dia de aula, em uma escola totalmente nova, estou com vergonha alheia sem fim, como de costume, mas aqui estou, no meio de vários adolescentes que adotam a critica das pessoas como profissão, mas se não fosse por isso, o universo paralelo da escola não existiria.

Querem um parágrafo sobre mim? Não? o.k... já tinha imaginado isso.

Aquela turma era algo que jamais tinha visto, não havia pessoas más, nem as patricinhas, os excluídos, nerds, nada! Todos andavam embaralhados, procurando uma personalidade, um motivo para serem quem deveriam ser. Ninguém me conhecia, mas eu já tinha conhecido todos, aliás, um dos meus hobbies é ser uma detetive, e devo dizer, sou uma das boas.

Certamente várias pessoas encheram meus olhos castanhos escuros de interesse, os quais eram protegidos por um grande óculos com base preta. Um menino cheinho e baixo, de aparência relativamente bonitinha, com olhos verdes e com olheiras, causadas por seu cansaço matutino que logo identifiquei como Miguel. Uma menina alta e magra, com olhos verdes, um longo cabelo loiro chamada Maria Antonieta. Duas melhores amigas que tinham nomes que combinavam: Melissa e Manoela. Um garoto alto e magro, com a pele bronzeada, um cabelo preto escuro, e um tanto bonito que também me chamou a atenção, e uma garota de pele morena e cabelos crespos, baixa e magra, que seria muito importante para minha história. Hoje eu vejo que todos fazem parte da minha vida, todos são importantes, até aquele garoto com cabelos longos e esperto que gostava de mim, todinhos.

- P.O.V Melissa-

Os detalhes daquela manhã comum e sem tanta graça com certeza seriam esquecidos daqui um tempo, mas nada importava na hora, só aquele novato. O.K, quem consegue pensar em relacionamentos bonitos, casais que se amam e querer algo assim somente no 4° ano? Exato, eu. Possivelmente eu lembre que no seu primeiro dia de aula na escola nova ele sentou do meu lado e eu dei bom dia, ma ele, tímido como era, ignorou e continuou pegando o material na mochila. Talvez eu me lembre da sensação boa daquele "calorzinho" que subia no meu peito em direção ao meu rosto. Pena que era muito nova pra entender que aquele "calorzinho" era na verdade algo que iria mudar meu ensino fundamental inteiro por se tratar de uma pequena paixão não correspondida. Droga, queria tanto que eu soubesse o que me custaria e pudesse evitar o que viria a seguir. Mas é o destino, não é?Coisas ruins sempre acontecem antes da calmaria, onde tudo ocorre bem. Só espero que talvez a gente possa passar do nível de possíveis melhores amigos.