História Heart - JiKook ABO - I remember you

《Jeon Jungkook》

Saí do restaurante com passos apressados, quanto mais rápido eu chegasse menos broncas eu ouviria de Sana. Entrei em meu carro e dei partida rápido, estava cansado e meus nervos a flor da pele por conta da viagem longa até aqui. Eu sentia que conhecia Kim, sentia de verdade, mas algo em mim dizia que eu estava louco era melhor eu ficar longe, bem longe.

Desde quando eu ouço o que eu penso?

Depois de alguns longos minutos cheguei em casa dando de casa com uma Sana batendo os pés e bufando, ri de sua cara surpresa ao me ver com a comida.

- M-Mas... Isso é muita comida. - Colocou a mãos sobre os lábios e começou a rir. - Jeon, você quer me engordar?

- Não, eu quero comer. E vamos nos poupar né. - Sorri de canto a vendo se irritar cada vez mais. - Sana, só vem comer, amorzinho. - Coloco as coisas em cima da mesa e ela suspira se aproximando.

- Pare de me chamar assim, nós dois sabemos que isso é estranho. - Socou fraco meu ombro. - Apesar de no fundo eu saber que é para me provocar.

Arrumei a mesa para podermos comer, me sentei e aguardei ela fazer o mesmo.

- Não é porque nosso casamento é para ganharmos mídia e dinheiro que não podemos nos tratar como amorzinhos. - Fiz um bico enquanto falava-lhe a última palavra.

Ela comia de forma faminta como se não se importasse com minha presença.

- Nós já somos melhores amigos, não está satisfeito com isso? - Sua boca respingava molho, rio alto com isso.

- É verdade... - Limpei seu rosto com calma enquanto segurava uma risada alta.

Ela iria acabar me matando.

- Mas sabe... - Ela disse quando terminou de mastigar, direcionei meu olhar à ela. - Não... Deixa, não é nada.

Estranhei o fato de ela se calar e decidi voltar minha atenção a minha maravilhosa e deliciosa.

Hoje o dia será longo.

~♥~♥~♥~♥~♥~

Estávamos terminando de arrumar as coisas da casa, já estava anoitecendo e Sana já estava dormindo no sofá, minha cabeça estava cheia com o trabalho e tudo mais.

Senti fome, conforme me aproximava da cozinha lembrei-me da comida que sobrou do almoço quase às quatro da tarde hoje. Peguei a comida e a coloquei no microondas, apertei os minutos corretamente e bocejei o máximo que pude.

Logo ele apita dando sinal de que o tempo já acabou, retiro meu prato de lá e começo a comer. Comecei a pensar nas entrevistas que teria que dar e as milhares de perguntas como sempre, além da atuação de casal perfeito, lembrei-me de que teria que enviar o dinheiro de Jeong Min depois de amanhã... Uhg. Senti minha cabeça começar a latejar e procurei algum remédio qualquer, assim que termino de comer o tomo e subo as escadas com preguiça, Sana ficaria bem dormindo no sofá, pelo menos agora não vou mais acordar no chão.

Deitei-me na cama e fechei os olhos na esperança de que meu sono chegasse rápido... E logo senti minha consciência esvair-se.
 

"Eu gostei desse urso! Ele é gigante, obrigado Jeon!"

"Eu gosto de você"

"Eu... Sinceramente não gosto muito de alfas"

"Esse parque é legal, entendo porque gosta dele"

"Você... Me promete que vai contar sobre seus sentimentos quando nos vermos novamente?"

Lá estava eu, sentado em uma sala escura com um telão, era como um cinema medonho. Tentei me levantar, mas por algum motivo meu corpo não me obedecia.

Um filme começou a passar, era uma sala... Era... A minha sala?

É verdade, eu era professor... Eu me foquei tanto em minha vida atual que esqueci do Jeon Jungkook. Eu me foquei demais em Young Do... Assim como Jeong Min queria.

Havia uma pessoa no canto da sala, cabelos laranjas e sorriso radiante. Eu conheço aquela pessoa.

As imagens no telão somem, aparece então misteriosamente um garoto caído no chão, me aproximo assustado e vejo que o mesmo havia se afogado, estranhamente no banheiro da escola, faço os procedimentos incluindo respiração boca a boca e ele cospe a água enquanto tossia.

Mais uma vez muda tudo em um clarão, um garoto escondido atrás de um urso gigante, sorrindo de orelha a orelha enquanto o abraçava. Pediu-me para eu o carregar e assim o fiz. Eu gostava de seu sorriso.

Aquele... Ele...

Tentei tocar seu rosto mas ele parecia ficar cada vez mais longe, muito longe. Eu não conseguia o tocar, o alcançar ou chamar seu nome.

"Eu gosto de você"

 

Acordei assustado com a respiração ofegante, era manhã a essa hora, eu estava assustado  e minha testa suava.

Eu lembrei.

Lembrei quem era aquele no restaurante.

Lembrei o real motivo por ter casado com Sana.

Lembrei do porquê de ter ido para New York.

Lembrei de tudo que meu maldito subconsciente cansado de sofrer por um ômega me obrigou a esquecer.

Lembrei de tudo que Jeong Min me levou a esquecer com trabalhos e mais trabalhos.

Eu lembrei de Park Jimin.

E chorei como não chorava a anos, chorei por ter esquecido do amor de minha vida, chorei pois não era eu ao seu lado.

Chorei...

Pois naquele dia, não era a mim que ele se referia como marido.

E dói... Isso dói.

Eu... Perdi a única coisa mais preciosa de minha vida.

Mesmo me casando para poder morar na Coréia novamente e o procurar...

Ao invés disso me tornei Young Do.

Jurei que era Young Do.

Vivi uma vida medianamente boa como Young Do.

Eu sou a pior pessoa do mundo.

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Eu estava ansioso, muito ansioso. Neste momento já estava em frente ao restaurante - que eu deveria saber que estava fechado já que eram seis da manhã - tentava enxergar lá dentro com a esperança de que alguém já estivesse aqui.

Mas ninguém estava.

Mordi o lábio pensando em como iria encontrar Jimin.

Eu só o queria em meus braços.

Kim... Kim Jimin.

Arregalei os olhos pensando no que havia lembrado.

Taehyung... Eu não sei se te agradeço ou te mato.

Me dirigi para o local que ainda lembrava como casa de Kim Taehyung.

Torcia mentalmente para ser no mesmo lugar.

Me direcionei para sua casa o mais rápido que pude, dirigi o mais rápido que consegui. Eu queria ver Jimin, sentir seus lábios, seu cheiro de morangos, seus braços me envolvendo.

Eu quero Jimin.

Estacionei em frente à casa exageradamente grande e chamativa, não me importo com nada. Que se foda tudo.

Corri para a porta principal e comecei a tocar a campainha com pressa, muita pressa.

Eu quero o ver.

Tocava uma, duas, três vezes.

Vinte, vinte e quatro, vinte e nove.

A porta se abre revelando um Jimin mal humorado coçando os olhos infantilmente como naquela época. Era como um anjo em minha frente, ah... Como é que pude te esquecer?

Meu coração doía enquanto se aquecia ao mesmo tempo. Era como um banho quente, tão fervente que doía mas ao mesmo tempo era bom.

- O que você quer...? Sabe que horas são? - Falou rouco, ah... O péssimo humor ao ser acordado.

Meus olhos já transbordavam.

Assim que ele abre os seus para me encarar eles automaticamente me fitam assustados.

O abracei como minha primeira reação, o abracei forte como se ele pudesse sumir a qualquer momento.

O abracei como se eu estivesse recuperando o sentido que faltava em minha vida, o buraco em meu peito estava tão preenchido.

Seu cheiro de morangos, até seus cabelos agora loiros estavam lindos e sedosos como sempre.

Mas dizem que felicidade dura pouco, e é verdade.

- Posso saber o que está acontecendo? - A voz grossa de Taehyung preencheu o local, Jimin me empurrou forte se afastando enquanto abraçava o próprio corpo.

Encarei Taehyung por um tempo.

Ele pareceu me reconhecer, seus olhos se arregalaram e suas sobrancelhas arquearam.

- Jungkook...? - Falou baixo, o brilho de seus olhos demonstravam felicidade. Isso foi por pouco tempo, sua expressão se fechou. - O que faz aqui?

Suspirei fraco pondo as mãos no bolso.

- Preciso conversar com vocês e-

- Não! - Jimin brandou firme, gritou alto me assustando, suas mãos espalmaram meu peito me empurrando. - Você não devia estar aqui! Eu quero que você vá para o inferno! Eu te odeio muito! Suma daqui!

- J-Jimin, você não entend-

- SOME! - Gritou rangendo os dentes. - Não me force a chamar a polícia... Suma antes que eu te mate.

Era tanto ódio em seus olhos...

Tanto ódio...

Eu me sentia mal... tão mal.

Eu fiz tudo isso para te proteger...

Você está querendo me matar com a minha própria arma?

Deixei que ele fechasse a porta em minha cara...

- Eu vou voltar, Park. - Usei minha voz de Alfa demonstrando o quão sério estava.

- Não me chame de Park! Eu sou Kim Jimin! Suma daqui agora!

Suspirei e me virei indo embora.

Espere por mim.

Eu ainda vou lhe contar meus sentimentos.