_Park (Kim) Jimin_
Eu queria muito levantar e fazer minhas coisas, queria ajeitar tudo pois logo logo minhas aulas voltariam, eu deveria estar agora no restaurante ajudando Tae e trabalhando para conseguir pagar as mensalidades da faculdade .
Mas ao invés de tudo isso estou aqui nesta cama chorando como uma criança perdida de seus pais.
Eu chorava tanto, meus olhos a esse ponto provavelmente se encontravam inchados e avermelhados, meu nariz não está muito diferente. Certamente meu rosto está duas vezes mais inchado e minha cabeça doía como o inferno.
Eu não posso nem ao menos cuidar de mim mesmo, quem dirá de uma criança.
Se Jeong Min descobrir sobre ele... Sua vida vai ser a porra de um inferno pior que eu.
Esse filho, além de tudo, vai parar ainda mais a vida de Taehyung e vai impossibilitar que ele viva feliz sua vida com as pessoas que ama...
E Jeon...
Eu não posso contar a ele sobre a criança, diga-me... O que seria da vida de Jeon se a mídia descobrisse que ele traiu a esposa e que agora seu "amante" esta esperando um filho dele?
"Mas Jimin, vocês só falam de mídia e blá blá blá."
Essa é a minha, essa é a nossa realidade. Hoje em dia somos monitorados vinte e quatro horas por dia graças a internet e tudo mais.
As pessoas conhecem meu rosto.
As pessoas conhecem o rosto de Jeon, que aliás é uma pessoa em certos termos "importante".
Somos feitos de opiniões alheias, se ele tiver uma má fama seus negócios terão má fama, o que resultaria em falência de seus negócios e baixa popularidade no mercado de trabalho.
Jeon pode ter me feito chorar e sofrer por dois anos, mas a última coisa que desejo é estragar sua vida.
Eu não sou nenhuma pessoa ruim sem coração.
Nao para chegar a esse ponto.
E relacionado a mim... Isso afetaria o trabalho de Tae de uma maneira catastrófica, afinal quem iria querer ir a um restaurante onde o ômega amante do marido de Minatozaki Sana trabalha, que aliás é marido de Kim Taehyung dono de um dos grandiosos e bonitos restaurantes de Seul?
Tae e Sana são grandiosos por aqui.
Sinto meus sentidos embaralhados fazendo-me ter uma leve tontura, coloco a mão sobre a boca correndo apressado para o banheiro.
Eu vomitei tudo que havia em meus estômago...
Ou seja, nada.
Eu não como nada desde hoje de manhã.
E lá fora já está ficando escuro.
Enxugo a boca com o pano fino do casaco e me sento ao lado do vazo me encolhendo abraçando meus joelhos. Isso é assustador, eu não estou pronto para ter um filho e muito menos apto a formar uma família agora.
Deus... O que meus pais pensariam de mim ao saber que eu engravidei ao passar meu cio pela primeira vez de forma completa com alguem que nem sequer me marcou?
Eu amo esse bebê, eu amo meu filho... Mas se eu der a luz a essa criança eu vou destruir tantas vidas...
Por que isso tem que acontecer comigo? Justo comigo?
- Jimin...? - Ouço uma voz serena me chamar e bater na porta do banheiro com delicadeza. - Está sentindo algo, meu anjo?
Ah Tae... Você nem imagina.
- Eu estou bem... - Sussurrei fraco sentindo meu estômago se revirar novamente. Respiro fundo contendo o enjôo e me levanto abrindo a porta para o avermelhado.
Ele me envolveu em seus braços com carinho e amor, afagou meus cabelos como se estivesse consolando uma criança chorona logo depois de perder seu brinquedo favorito. Tae me conhecia o suficiente para saber que eu estava pensando primeiro em todos antes de pensar em mim, ele já devia imaginar o que eu estava sentindo.
- Eu estou aqui, não se preocupe. Se não quiser contar a Jeon não tem problema, eu vou criar esse filho como o meu próprio. - O apertei contra mim ao ouvir suas palavras.
Eu estava feliz e triste ao mesmo tempo.
Essa era uma oferta maravilhosa.
Mas eu não aguento mais destruir a vida das pessoas.
Sorri fraco para Taehyung que me encarou confuso ao afastá-lo de meu corpo, puxei todo o ar que consegui e o soltei lentamente me acalmando.
- Eu preciso sair e tomar um ar... - Ele me encara e abre a boca para falar. - Sozinho... Eu preciso ir sozinho, Tae.
Ele pareceu hesitante no começo, contudo logo concordou contra sua vontade .
Eu precisava pensar, decidir o que fazer.
Caminhei até meu armário e peguei meu casaco preferido, o vesti. Já usava calças confortáveis e aparentemente boas o suficiente para sair. Taehyung me encarava preocupado, eu tinha tanta vontade de o confortar e dizer que estou bem... Mas não quero mentir ainda mais.
O dei um último abraço e um beijo estalado na bochecha esquerda do avermelhado e sai do quarto em direção a porta principal.
Há muito em que se pensar.
( ̄^ ̄)
O banco branco dessa praça é confortável, me faz ter muitas lembranças da infância. Costumava vir aqui com meus pais e meu irmão mais novo quando era época de festivais, aqui sempre era bem iluminado e fantástico aos meus olhos.
Era um lugar maravilhoso até mesmo agora - já com o céu pintado de preto -, ao longe era possível enxergar uma família com uma pequena criança no parquinho ali perto. Balançavam a menininha no balanço enquanto a mesma dava gargalhadas gostosas.
Ter uma familia deve ser maravilhoso.
Ter uma familia com Jeon deve ser ainda mais perfeito.
Mas não é como se tudo isso fosse possível, não é como se minha vida fosse escrita por uma pessoa entediada, não é como se minha vida fosse uma fanfic.
Mas caso seja...
Autora, eu te imploro, deixe-me ter um final feliz.
- Mas que diabos eu estou pensando? - Dei deles tapinhas em minha cabeça afastando aqueles pensamentos idiotas.
O casal com a criança havia ido embora.
Alisei minha barriga de leve sentindo o sopro gélido da brisa da noite fria de Seul.
Eu poderia permitir que ele nascesse, mas quando o mundo descobrisse a verdade ele iria sofrer, sofrer muito ao descobrir que foi fruto de uma traição e que há um maluco psicopata atrás de nós dois caso ele descubra de sua existência.
Eu poderia permitir que ele nascesse, poderia o enviá-lo a um orfanato e deixar que ele viva sem os pais, e quem sabe, caso tenha sorte consiga pais antes dos dezoito anos, pois se não conseguir irá provavelmente se tornar alguém sem teto e sem estrutura.
Eu poderia permitir que ele nascesse, deixá-lo aos cuidados de um estranho sem saber se mais tarde ele sofreria abusos ou quem sabe coisa pior, quem sabe que tipos de coisas ruins ele possa viver.
Ou..
Eu poderia o abortar enquanto não sente dor, não tem sentimentos e ainda possui sua completa e total inocência como um anjo dormindo dentro de meu ser.
É injusto a felicidade de alguem estar em minhas mãos.
Mas eu queria saber... Qual então seria a melhor escolha?
Viver sofrendo e com risco de morrer ou não nascer e ter sua total e inocente vida poupada de uma terrível realidade?
Ah... Por que a vida é tão cruel? O que podemos fazer quando amamos a pessoa a ponto de não querer que ela viva uma vida de dor e miséria?
Eu... Eu amo muito meu filho.
Mas não quero que ele sofra.
Ouço meu celular tocar e o atendo.
- Jimin, já está tard-
- Tae, eu vou abortar essa criança...
Deus... O senhor pode me castigar, mas eu não aguentaria ver minha criança sofrendo nesse mundo terrível...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.