História Heart In Flames - Famale Power

*25 de dezembro de 2016 10:35am*

   Orlando acordou com algo no seu pescoço que ele não identificou até ficar bem acordado e notar que era Katy levando beijos de seu pescoço até seu rosto, parando na sua boca.

   -Bom dia amor. – Ela disse empolgada.

   -Que horas são? – Perguntou esfregando os olhos.

   -Já são dez e meia. – Katy disse deitada ao lado dele o abraçando, mas ele tirou seus braços de volta e levantou. – Amor, está tudo bem? – Perguntou preocupada ao notar que ele havia acordado estranho.

   -Porque não estaria? – Disse seco e foi até o banheiro da suíte. Katy levantou e foi atrás.

   -Que horas você acordou? – Ele perguntou virando-se para ela.

   -Agora pouco, eu pensei em tomarmos café juntos... – Ela disse na porta do banheiro.

   -Eu preciso sair. – Foi curto e direto.

   -Onde você tem que ir em pleno Natal a não ser passar o dia com a sua família? – Katy perguntou achando o marido totalmente estranho e mal humorado.

   -Katy, não importa. Tenho assuntos a tratar na rua. – Disse tirando ela da porta e a fechando.

   -Orlando abre a porta, eu não terminei de falar com você. – Disse já sem paciência batendo na porta e ele abriu.

   -Droga Katy, me deixa tomar um banho em paz. – Disse por fim e voltou a fechar a porta. Katy suspirou e saiu do quarto.

   Foi ate o quarto de Theo, ele ainda estava dormindo. Parecia um pequeno anjo. Abaixou-se na frente da pequena cama infantil e alisou seus cabelos que já estavam compridos.

   -Vamos acordar? – Disse deixando um beijo na testa do menino que se mexeu e então abriu os olhos.

   -Bom dia mamãe. – Disse sonolento esfregando os olhinhos.

   -Vem, vamos levantar. A vovó e o vovô estão nos esperando lá embaixo para tomarmos café.

   -E o papai? – Perguntou o pequeno que sempre se interessava em saber onde o pai estava.

   -Você é um grude com ele não é mesmo? – Sorriu e o menino afirmou – Ele está tomando banho.

   -E a Mila? – Perguntou tentando pronunciar o nome da irmã mais velha.

   -Vou acorda-la daqui a pouco. Estão todos lá embaixo. – Já disse antes que o menino perguntasse de mais alguém. – Sabe quem esta lá também e quer brincar com você?

   -Stella? – Perguntou já se sentando na cama.

   -Aham. – Katy riu com a felicidade de Theo, ele amava brincar com a sua prima que era apenas um ano mais velha. – Vem, vou ajudar você a tirar o pijama.

   -Não precisa mamãe, eu sei tirar sozinho. – Disse e Katy riu.

   -Tudo bem, vou ligar a ducha para você.

   Katy colocou Theo no banho e o deixou sozinho por um tempo para ir até o quarto de Camila, mas no caminho viu Orlando pela fresta da porta de seu quarto e entrou.

   -Olha, eu espero que você não continue com essa droga desse mau humor pelo resto do dia porque ninguém aqui fez nada para você acordar desse jeito e mal falar comigo direito. É bom que se você tiver problemas na rua para resolver, que não traga para dentro da nossa casa. – Ela disse e saiu antes que Orlando respondesse.

   Passou pelo quarto de Camila e viu que ela não estava mais na cama. Deduziu que ela estivesse no banho então voltou para tirar o filho debaixo do chuveiro.

                                          ***

POV’S Orlando*

   Acordei com Katy me dando beijos, como na maioria das vezes. Ela sempre foi adorável, por isso me casei com ela, mas eu não estava no clima de ficar agindo como adolescente junto com ela. Levantei e fui tomar um banho. Ontem a noite um amigo em comum com a Rita disse que ela já havia o dito que tinha uma quedinha por mim anos trás. Para ele foi apenas um comentário, mas para mim aquilo foi ótimo porque de alguns meses para cá eu comecei a me interessar por ela. Sei que sou casado e amo a Katy, mas a Rita me faz sentir tão bem... Me faz querer arriscar e tentar coisas novas e eu vou tentar, Katy não precisa saber disso. Saí do quarto e dei bom dia para a família da Katy que estavam hospedados em nossa casa, dei um beijinho em Theo, não vi a Camila e não olhei muito para Katy antes de sair. Ela me irritou na hora em que entrou n quarto.  Sai e fui direto até a casa de Rita, que eu sabia bem onde ficava porque já fui varias vezes junto com a minha esposa. Bati na porta e já estava quase indo embora, mas a maçaneta girou e ela apareceu do lado de dentro do seu apartamento só de camisola. Ela parecia paralisada a me ver, parecia não acreditar que eu estava ali.

   -O... Oi. – Ela disse por fim – Orlando, oque você faz aqui? – Perguntou. Ela estava linda com aquela camisola de seda verde.

   -Posso entrar? – Ela não disse nada, apenas deu passagem para mim entrar e eu entrei.

   -Sente-se. Você quer beber algo? – Ela parecia estar sem saber oque fazer. Parecia estar sem jeito e eu estava gostando daquilo.

   -Não, não precisa. – Disse me sentando e então ela se sentou na minha frente e ficou quieta esperando que eu continuasse a falar. – Rita... Eu gosto muito de você e se que você também gosta de mim. Já notei o jeito que você me olhar e... – Ela interrompeu.

   -E oque? Oque você esta pensando? – Ela perguntou nervosa.

   -E eu queria ficar com você. – Fui direto olhando nos olhos dela e sentei-me em seu lado. Ela pareceu hesitar, mas não saiu dali.

   -Mas e a Katy?

   -Ela não precisa saber.

   -Mas... Orlando... – Eu já estava beijando o pescoço dela e ela fechou os olhos e suspirou. – Eu sou apaixonada por você desde sempre, mas você a escolheu. Porque esta me escolhendo só agora?

   -Percebi que é você quem eu quero. – Menti. Na verdade, eu a queria mesmo, mas amava ter a Katy ali quando eu estava sozinho. Amava o corpo dela, a boca dela e tudo, mas a queria só quando eu não tivesse mais nada. E a Rita... Seria apenas um entretenimento. Eu mesmo poderia me chamar de idiota, mas era oque eu queria. As duas.

   -Então pede divórcio. – Me distanciei dela e ela me olhou pensando no que tinha falado e com medo que eu a xingasse ou algo do tipo.

   -Eu não quero, mas é por causa de meus filhos. Desculpe. Mas ainda podemos ficar juntos. – Ela parecia frágil, então era apenas eu insistir até que ela cedesse.

   -Tudo bem. – Ela subiu no meu colo e eu tirei a sua roupa que mal a cobra.

POV’S Off*

                                             ***

POV’S Camila*

   Caminhei até chegar ao Central Park. Estava nervosa e muito ansiosa. Só conseguia pensar em como Adam reagiria ao colocar os olhos em mim e oque eu faria quando o visse. Minhas mãos estavam suando frio. Sentei no banco debaixo da árvore com flores roxas que foi onde combinamos de nos encontrar. Eu cheguei dez minutos antes com medo de se atrasar, então fazia sentido ele ainda não estar ali. Saí com uma saia branca, tênis all-star, um cropped preto de mangas compridas e um laço preto nos cabelos. Minha mãe perguntou onde eu iria toda produzida e eu disse que ia na casa da Sophia – minha melhor amiga – eu não gosto de mentir para a minha mãe, mas se eu dissesse que estaria indo conhecer um carinha que eu gosto ela com certeza não iria deixar. Não é pelo fato de ser um garoto e sim pela palavra “conhecer” porque eu o conheci na internet.

   Fiquei mais vinte e cinco minutos esperando. Ele estava atrasado. Eu estava triste por ele não ter ido, mas estava mais ainda preocupada porque poderia ter acontecido alguma coisa. Já estava levantando para ir embora, então uma menina ruiva de óculos apareceu na minha frente.

   -É você que é a Camila? – Eu não iria responder. Não a conhecia, mas ela sabia o meu nome então apenas assenti.

   -Quem é você?

   -Meu nome é Sharon. Prazer. – Ela sorriu simpática para mim e eu retribui. – Você deveria estar esperando Adam... –Me apavorei na hora, como ela sabia disso? Será que era conhecida dele?

   -Ah... Sim! – Sooei um pouco exagerada então respire e respondi de novo. – Sim.

   -Bem... Eu não sei bem como te dizer isso. – Ela coçou a nuca e eu comecei a ficar preocupada. – Mas, ele pediu para mim te levar a um lugar.

   -Um lugar? – Perguntei confusa.

   -Sim, você vem? – Ela esticou a mão para mim e eu hesitei, mas por fim, peguei e ela me guiou para fora do Park em um beco no meio de dois grandes prédios.

   -Oque estamos fazendo aqui? – Ela soltou minha mão e me puxou pelo braço mais para o meio do beco e eu comecei a ficar com medo.

   -Olha só quem chegou? –Lucia disse e do lado dela apareceu Ricky e Sasha, os meus três colegas de classe que me odiavam a praticavam bulliyng comigo e eu nem mesmo sabia o porquê.

   -Oque vocês querem? Cadê o Adam? Oque fizeram com ele? – Comecei a soltar uma pergunta depois da outra – Como vocês sabem dele?

   -Querida – Sasha falou e riu, todos riram – Ai ai, Ricky explica para ela.

   -Me explicar oque? – Disse desconfiada já com os olhos cheios d’agua.

   -Own, sua fofinha. – Ricky começou a falar fazendo beicinho – Adam nunca existiu. Eu criei ele para brincar com você, boneca.

   -Oque? – Disse incrédula. Não queria acreditar no que ele havia dito. Eu havia me apaixonado por alguém que não existe? Por Ricky na verdade? Comece a chorar, não queria mas ficar um segundo ali então me virei para sair, mas Lucia me puxou com força pelo braço. –Me solta! – Gritei.

   -Ninguém pode te ouvir daqui. – Eu apenas a olhei. Eram quatro contra mim que era a menos de todos. Ou pelo menos, aparentava ser. – Eu odeio você sabia? Ninguém aqui gosta de você.

   -Você acha que eu nãos sei? – Puxei o meu braço a fazendo soltar, oque a fez me olhar com raiva nos olhos como se eu fosse a sua presa e estivesse reagindo – Vocês me tratam como um lixo todos os dias na escola, mas nunca me disseram o porquê disto.

   -Não precisa ter porque, você é horrível garota. Não serve para nada. Acha mesmo que alguém tão legal e bonito como o Adam, que a gente criou iria gostar de você? Acorda menina. – Ela falava aquilo tão naturalmente que eu até me perguntava se ela tinha gelo no lugar de um coração.

   -Eu vou embora. – Disse virando de costas e saindo.

   -Não antes disso. –Sasha disse.

   Quando me virei um soco me atingiu direto no maxilar e eu caí no chão com as mãos no rosto, mas isso não evitou que outro soco me atingisse na boca e um chute na barriga. Eu não conseguia acreditar que isso estava realmente acontecendo comigo. Fu muito burra de ter aceitado o convite daquela menina que eu nem mesmo conhecia. Mas não eram os socos e chutes que estavam me machucando e sim o fato de eu ter me apaixonado por nada. Agora as duas meninas me batiam e Sharon e Ricky apenas assistiam. Eu não tive como me defender, era duas e quando os outros dois vieram eles todos saíram correndo por que estava chegando alguém. 

   Levantei-me do chão e olhei para os lados. Não vi ninguém então me senti segura por estar sozinha.  Sentei-me novamente encostada na parede e comecei a chorar. Sem duvidas esse foi o pior dia de toda a minha vida.  Como eu contaria para a minha mãe? E para o meu pai? Eu não contaria nada sobre isso.

   Fiquei um bom tempo com o rosto escondido entre minhas pernas e então quando levantei o olhar já tinha escurecido. Leve um susto, pois havia saído cedo e acabei me perdendo no tempo. Peguei meu celular no bolso da calça e não me surpreendi quando vi a tela toda quebrada, obviamente foi pela queda que tive no chão com ele no bolso.

   Levantei e fui para casa. Não fazia a mínima ideia de como eu estava, mas eu tentaria entrar escondida pela porta dos fundos e não teria problema.

POV’S Off*

*19:43pm*

   Katy estava impaciente sentada em um banco da bancada da cozinha. Ela balançava os pés, batia com os dedos no mármore e não tirava os olhos do relógio. Já fazia duas horas que ela havia se despedido da família que partiu de volta para casa. Theo estava dormindo como um anjinho em seu quarto e Orlando ainda não havia chegado desde manhã na hora em que saiu. Camila não atendia o seu celular e nem sua amiga Sophia. Katy estava preocupada, mas sabia que quando Camila ia à casa de sua amiga a mãe dela sempre o trazia aqui em segurança quando escurecia. O barulho da porta da frente a tirou de seus devaneios. Katy foi até o hall de entrada achando que era Camila, mas então quem viu foi Orlando que passou reto por ela sem dizer nada subindo as escadas em direção ao quarto. Ela subiu atrás.

    -Você não vai falar mais comigo? Porra Orlando, oque foi que eu te fiz? – Disse entrando no quarto e batendo a porta atrás de si e se surpreendeu quando ele chegou mais perto e a beijou. Não foi um beijo calmo com amor e saudade, foi um beijo intenso e quente.

   -Me desculpa, ok? – Ele disse se rendendo, mas na verdade só pensava em como não a deixar o “incomodando”. Ela aceitou seu convencimento e se entregou por completo.

   -Tudo bem, meu amor. Mas, por favor, não faça mais isso comigo. Eu não aguento. – Disse e ele a pegou no colo e a jogou na cama tirando o roupão que estava em seu corpo.

                                         ***

   Foi sem duvidas o sexo mais intenso que eles já tiveram. Orlando saiu de cima de Katy se deitando ao seu lado e ela se aconchegou mais nele.

   -Amor? – Katy o chamou levantando a cabeça para olha-lo.

   -Oque? – Perguntou olhando para o teto com os braços cruzados por trás da cabeça.

   -Acho que preciso de outro banho. – Disse sorrindo, mas ele não deu à mínima.

   -Não tem nada impedindo você de fazer isso, Katy. – Ele disse indiferente. Katy apenas levantou e foi em direção ao banheiro da suíte.

POV’S Katy*   

   Enchi a banheira e coloquei os sais de banho. Quando vi que já estava cheia o suficiente e com uma temperatura boa, entrei dentro e fechei os olhos. Uma lagrima escorreu.

   Orlando estava me tratando tão mal de umas semanas para cá ele estava agindo estranho. Saía e nunca tinha horário para voltar, mas não era isso que me machucava e sim o fato de ele não estar me tratando com amor e carinho. Esse não foi o homem pelo qual me apaixonei. Ultimamente ele nem fala comigo direito e sempre acabamos brigando e depois se reconciliando na cama, oque não é uma das melhores coisas porque nem na cama ele me trata como tratava antes.

   Quando senti que a água estava ficando gelada, saí da banheira e coloquei meu roupão. Ao sair do banheiro da suíte vi que Orlando estava dormindo, então fui até o quarto de Theo para checar se ele ainda estava dormindo e ele estava. Do corredor vi a luz do quarto de Camila acesa e fui até lá. Pensei que ela estava dormindo então abri a porta devagar, mas a cena que vi não me agradou nada. Ela estava na frente do espelho apenas de lingerie e tinham marcas em seu corpo. Ela se assustou quando me viu na porta e tentou se esconder, mas não teve jeito.

POV’S Off*

    -Quem fez isso com você? – Katy perguntou firme enquanto estava de braços cruzados encostada na porta do quarto. Camila a olhou e se sentou na cama se cobrindo.

   -Ninguém. –Disse em tom baixo e nem a olhou.

   -Camila, fala agora! – Katy se alterou e Camila a olhou assustada. Suspirou, fechou a porta atrás de si e então foi sentar-se ao lado da filha. – Me deixa ver. – Camila hesitou por um segundo então Katy a destapou e viu as marcas roxas na sua barriga e sua coxa direita, na qual ela bateu no chão quando caiu. Viu a marca de mãos em seu braço esquerdo e depois o seu lábio cortado e as marcas perto da bochecha. Camila começou a chorar e Katy a abraçou sem acreditar no que estava vendo. – Meu amor, quem fez isso com você? – Algumas lagrimas já escorriam de seu rosto, ela não aguentava ver a filha daquele estado. Camila não respondeu, apenas a abraçou. – Você precisa me contar.

   -Esta bem. – Ela começou – Umas meninas na escola... –Katy estava alisando os cabelos dela e ela ainda chorava enquanto falava – Elas não gostam de mim. Me xingam todos os dias. Elas usam palavras horríveis, elas me falaram tantas coisas... Eu nunca dei bola, mas... Eu conheci um menino na internet e eu gostava dele. Mãe, eu gostava dele, mas ele não existe! – Soltou um soluço fino e alto e continuou chorando, Katy não entendeu muito bem, mas a abraçou. – Eu o amava, mas ele não existe. Elas o criaram para brincar comigo e hoje quando eu marquei de me encontrar com ele... Era uma armadilha. Elas me xingaram e me bateram.

   -Filha... –Katy estava totalmente assustada. Ela não conseguia acreditar no que ouvia. Não sabia nem oque dizer. – Eu sinto muito. – Deixou um beijo na testa de Camila. – Eu sinto muito que você tenha que passar por isso todos os dias, você deveria ter em contado filha... Isso foi agressão, você deveria ter me contado a verdade sobre onde iria. Eu poderia ter perdido você, por favor, não faça isso comigo de novo. Isso é muito sério! – Disse já chorando – Poderia ter acontecido algo pior, não quero mais que você minta para mim. Me promete que vai me contar tudo a partir de agora? – Camila balançou a cabeça afirmando e Katy beijou o alto de sua testa – Vai ficar tudo bem, já esta tudo bem. Eu estou aqui com você meu amor.  – Agora, coloca uma roupa comprida está frio na rua. –Katy disse levantando.

   -Aonde nós vamos?

   -Vou te levar no médico, você precisa fazer um exame de corpo de delito e depois vamos à delegacia.

   -Não mãe, eu não quero ir. Deixa assim, por favor...

   -Camila, espancaram a minha filha na rua, eu não vou deixar assim. Se arruma e vamos. Vou acordar seu pai.

   -Não conte para ele, mãe eu... –Katy a interrompeu.

   -Camiz, vamos. Você não tem escolha.

   -Posso tomar um banho antes? –Camila pergunta.

   -Não. Tome na volta. –Katy disse saindo do quarto.

   Antes de entrar em seu quarto ela suspirou e secou algumas das lagrimas que ela deixou escapar.

   -Eu não acredito nisso. – Pensou alto. –Orlando. –Balançou seu braço.

   -Oque você quer Katy? – Ele disse ainda de olhos fechados.

   -Acorda, precisamos sair. – Disse calma.

   -Você só pode estar brincando. Me deixa dormir. – Em um impulso só, ela puxou todas as cobertas que o cobriam.

   -Levanta e escuta oque eu estou falando. – Ela disse alterada e sem paciência.

   -Porra Katy, que droga! Oque você quer? – Disse levantando e se aproximando dela para dar-lhe um tapa, mas parou com a mão no ar ao ver como ela ficou assustada.

   -Oque você ia fazer? –Perguntou incrédula.

   -Esquece isso. –Suspirou – Oque é?

   -Vamos levar a Camila ao médico.

   -Oque ela tem? Porque não a leva sozinha?

   -Orlando... –Suspirou – Você não vai acreditar... Machucaram a nossa filha. Bateram nela, entendeu? Eu preciso leva-la ao médico e quero que você vá até a delegacia dar um jeito nisso. – Ele ficou calado tentando absorver tudo oque havia sido dito. Saiu do quarto e foi em direção ao quarto de Camila.

   -Filha, como você está? – Perguntou checando o rosto da menina e a abraçou. – Eu vou matar quem fez isso em você.

   -Pai, vamos. – Ela não queria ter que explicar de novo e nem falar mais sobre isso.

   -Tudo bem. – Ele saiu do quarto com ela. Ela era sua princesinha, mesmo que ultimamente ele não tenha dado muito atenção a ela.

   -Vamos. – Katy apareceu na porta já com uma calça jeans marrom, um casaco preto e um coturno da mesma cor com o Theo no colo dormindo.

   Eles foram todos no mesmo carro. Orlando dirigiu e Katy foi no banco de passageiro. Theo foi dormindo  e Camila foi ao seu lado olhando a paisagem pela janela. Quando chegaram ao Hospital, antes de descer decidiram com quem Theo ficaria. Katy pediu para Orlando deixa-lo na casa de Mia, pois o hospital não era um bom lugar para um bebê e nem mesmo uma delegacia. Ele assentiu. Katy iria ficar no hospital com Camila e Orlando iria restar queixa contra os colegas de Camila.