Eu não era de dormir em aviões pois não gostava muito deles, mas dessa vez estava completamente adormecida quando senti as mãos de Camila sacudirem meu corpo com cautela e sua voz chamar por meu nome bem suavemente.
— Hey! – acariciou meu rosto — Lolo, o avião já pousou. – ela disse assim que me viu abrir os olhos.
Ao olhar ao nosso redor vi que o avião já estava praticamente vazio e abri meu cinto rapidamente me pondo de pé para sair dali.
— Vamos, Camz. – abri um sorriso pra ela e ofereci minha mão.
— Lolo... - ela de um sorrisinho de canto meio triste.
Eu suspirei e voltei com a mão para perto do meu corpo retornando a realidade cruel onde não podíamos estar perto, tomei certa distância dela e saí na sua frente mas a todo momento queria olhar para trás para ver se ela estava me acompanhando mesmo sabendo que ela estava a alguns passos de mim apenas.
Antes que eu pudesse chegar até a saída, vi Camila tomar ainda mais distância de mim e tomar direção aos táxis que ficavam nas portas do desembarque do aeroporto. Eu queria ir para casa e ver meus pais e irmãos, mas também queria curtir pelo menos por uma semana com ela sem responsabilidades. Tive então uma ideia, puxei meu celular rapidamente do meu bolso para enviar uma mensagem a ela antes que perdesse ela completamente de vista.
L: "Hey Camz, o que acha de viajarmos ao invés de ficarmos em Miami?"
Esperei a sinalização de mensagem enviada e fiquei olhando para Camila esperando que ela pegasse a merda do celular, mas ela pareceu ignorar a vibração e continuou o seu caminho. Cliquei em seu nome na tela e logo começou a chamar seu número.
— Eu nem saí do aeroporto ainda e já está com saudades? – ela deu um sorrisinho e se virou pra mim.
— Será que a senhorita poderia checar suas mensagens? – ela concordou e então encerramos a ligação.
Fiquei olhando ansiosa para ela enquanto desbloqueava a tela e logo se pós a digitar.
C: "Pra onde pretende ir?"
Ela foi rápida na resposta, fiquei feliz por ter topado.
L: "Vamos pra qualquer lugar Camz, eu só não quero ficar aqui"
C: "Eu topo!!!!!!”
L: "O que acha do Canadá?"
Perguntei olhando para a grande tela que anunciava os próximos voos que sairiam em algumas horas.
C: "VAMOOOOS!!"
Eu sorri e coloquei o celular no bolso novamente para seguir até o Guichê mais próximo da companhia aérea que era a responsável pelo voo. Ao olhar para trás vi que Camila me seguia e abri um sorrisinho para ela que fingiu não ter visto, parei na fila do guichê e ela ficou logo atrás de mim.
— Sabe que seremos mortas por causa dessa viagem, não é? – apenas assenti com a cabeça lentamente sem olhar pra trás.
— Por que as meninas podem viajar juntas e nós temos que ir pra casa? – perguntei baixo.
— Elas odeiam a gente. – Camila deu uma risadinha baixinho.
Ficamos então caladas e esperamos que chegasse a nossa vez, comprei as duas passagens com o meu cartão e então seguimos com nossas mochilas para fazer o Check in, já que o voo estava próximo. Depois nos sentamos próximas do portão onde seria nosso voo.
— O que podemos fazer no Canadá? – ela perguntou.
— Sei lá, vamos descobrir explorando. – dei de ombros.
— Quanto tempo pretende ficar lá? – respirei fundo.
— Quando você quiser voltar a gente volta, Camz. – ela assentiu.
— Acha que sua mama vai brigar com você? – eu comecei a rir.
Ela parecia uma criança que estava louca para fazer uma besteira mas ao mesmo tempo tinha receio de que a mãe brigasse com ela por isso.
— Por que você não relaxa um pouco e tenta apenas curtir a nossa folga? – perguntei olhando pra ela.
— Tá bom, me desculpa. – ela abriu um sorriso amarelo.
— Está tudo bem, Camz. – segurei o impulso de tocá-la.
Não demorou para que Camila resolvesse dar uma volta no aeroporto em busca de algo para comer e quando voltou parecia que tinha ido às compras com algumas sacolas em seu braço.
— O que é isso tudo, Camila? – perguntei rindo.
— Comida, umas blusas que eu achei bonitinhas de uma loja que tem aqui pertinho, tem um perfume também porque o meu tá acabando e... – ela começou a olhar nas sacolas. — Droga, esqueci de comprar uma escova de dentes. – ela bateu na própria testa.
— Hey, acalme-se porque isso tudo nós podemos comprar lá, tá bom? – ela assentiu rapidamente.
Belisquei um pouco das coisas que ela havia comprado para comer e ouvi chamarem para o nosso voo, nós esperamos para entrar no avião e assim que nos acomodamos Camila puxou seu celular do bolso e começou a escrever alguma coisa em suas notas.
— O que é isso? – perguntei tentando não ler.
— Uma música. – ela deu de ombros.
Camila era extremamente criativa e se deixasse ela era capaz de produzir uma música por dia, isso se não fosse obrigada a isso. As notas do seu celular eram repletas de letras esperando por melodias para se tornarem músicas perfeitas e amadas pelos nossos fãs.
Eu me mantive quieta para não atrapalhar o raciocínio dela mas fiquei na expectativa da letra e fiquei de olho em tudo que ela escrevia, até que ela pareceu travar em uma parte.
— O amor é doloroso, o amor é doloroso... – ela ficou repetindo pra si mesma.
— Mas eu aceito a dor, se for por você. – eu completei e ela arregalou os olhos me olhando.
— Isso Laur, obrigada. – abriu um sorriso enorme. – O que acha de me ajudar aqui? – eu apenas assenti.
Nós ficamos tão concentradas em escrever uma música juntas e tudo parecia sair tão natural que nem nos demos conta quando o piloto nos informou que já estava se preparando para pousar o avião, passamos 2 horas e meia escrevendo. Nós saímos do avião quando tivemos espaço e paramos no meio do aeroporto antes de dar o próximo passo.
— Ok, e o que vamos fazer agora? – ela me perguntou.
— Nos hospedar em um hotel, isso se não quisermos dormir na rua. – dei de ombros.
Nós nos sentamos próximas do desembarque e pesquisei então um hotel para passarmos pelo menos uma semana, Camila me ajudou a selecionar um que tinha uma ótima localização no centro da cidade de Toronto e uma ótima avaliação dos hóspedes. Pegamos um táxi e informamos o nome do hotel que queríamos, o homem ouviu e tomou direção ao hotel. O táxi nos deixou na porta do hotel e nós saímos do carro pagando ao homem gentil que no caminho nos indicou alguns passeios e locais da cidade que geralmente eram frequentados pelos turistas. Fomos até a recepção e notei alguns olhares sobre nós.
— Olá meninas, boa tarde. Em que posso ajudar? – a recepcionista se dirigiu a nós assim que chegamos perto do balcão.
— Boa tarde, eu e minha amiga queremos um quarto. – eu disse para a senhora sorridente.
— Deixa eu ver se encontro um quarto para as damas. – eu assenti e ela pesquisou em seu computador por alguns segundos. – Bem, nós só temos uma suíte para casais. – ela nos explicou.
— Bem, não tem problema. Nós já dividimos quarto algumas vezes. – Camila disse dando de ombros.
— Bem, então ótimo a suíte é de vocês. – agradeci.
Eu sabia que não era uma boa ideia ficarmos em um hotel qualquer, sem nossos seguranças ou equipe por perto e ainda por cima dividir uma suíte de casal, mas foda-se. Agora já estávamos ali, então, que seja.
— Qual o nome para eu poder colocar na reserva? – a mulher perguntou depois de digitar algumas coisas no computador.
— Lauren. – dei uma pausa. — Lauren Jauregui.
Apresentei meu documento de identidade e Camila também teve que dar o dela para que fizéssemos o check in no hotel.
— Tudo bem senhorita Lauren, Johnson acompanhará vocês até a suíte onde ficarão hospedadas. – ela apontou para um rapaz uniformizado e eu agradeci andando até ele.
O homem nos guiou até o elevador e insistiu para carregar nossas mochilas, nós cedemos depois do homem praticamente nos implorar e então ele nos deixou dentro do quarto. Explicou algumas funcionalidades de algumas coisas que eram parte do quarto e então voltou para o elevador despedindo-se de nós.
— Então senhorita Lauren Jauregui, o que faremos hoje à noite? – Camila me perguntou se sentando na cama.
— Senhorita Cabello, nós vamos para a primeira boate que encontrarmos aqui! – dei de ombros. — E depois... – me aproximei mais dela — Nós vamos ficar bem juntinhas aqui nessa cama. – eu sorri e levantei seu rosto para lhe dar um selinho.
— Acho que gostei desses seus planos. – ela sorriu e selou mais uma vez nossos lábios.
— Ótimo, mas temos bastante tempo livre até a hora de sairmos. O que deseja fazer por enquanto? – perguntei a ela.
— Primeiramente, eu preciso avisar a minha mama onde eu estou antes que ela descubra por notícias distorcidas. – ela deu de ombros.
— Okay, eu avisarei para dona Clara também. – ela assentiu e pegou seu celular.
Eu peguei meu celular e andei até estar mais perto da janela do quarto, me sentei em uma poltrona que dava a vista perfeita para uma parte da cidade e então disquei os números de casa.
— Hallo mama. – disse assim que o toque parou e alguém atendeu.
— Olá meu amor, como você está? – ela disse gentilmente.
— Eu estou bem mãe, e como a senhora está? E meu pai? Chris e Taylor? O que estão fazendo? – metralhei de perguntas.
— Estamos todos bem minha filha. – ela deu uma risadinha. — Estamos com saudades, quando virá nos ver? – eu suspirei.
— Semana que vem eu devo ficar por alguns dias em casa com vocês, no momento eu estou no Canadá. – olhei pra Camila na cama.
— O que? Mas eu não me lembro de nenhum show de vocês no Canadá. Achei que estariam de folga. – ela parecia confusa.
— Não estou aqui para nenhum show mama! É mais como se fosse um tempinho de folga para nós e cada uma optou por um lugar. Eu e Camila estamos aqui. – Camila ouviu seu nome e sorriu pra mim.
— Então está com a Cabello? Cuide bem dela, ela é mais nova que você então é sua responsabilidade. – deu uma pausa. — E cuidado com o que vocês vão fazer por aí, você sabe como a mídia gosta de botar vocês duas como sapatão. – revirei os olhos.
— Lésbicas, mãe. – ela bufou.
— Não importa Lauren, tomem cuidado.
— Okay, preciso ir agora. Boa tarde, mãe.
— Boa tarde, chica. Se precisar de qualquer coisa ligue para nós. – eu sorri e desliguei a chamada.
— Sinu está comprando as passagens para vir ficar com a gente. – Camila chamou minha atenção.
Ela parecia estar completamente desanimada agora.
— O que? – eu falei desacreditada.
— É, ela não confia em mim sozinha sem ninguém em outro país. – deu de ombros.
— Você não está sozinha Camila, está comigo. Deixe-me falar com Sinuhe, vou convencê-la que não precisa vir. – estiquei a mão para que ela me desse o celular.
Na mesma hora ela caiu na gargalhada e não falou nada, eu fiquei a encarando esperando uma explicação para tantas risadas do nada.
— O que foi Camila? – botei as mãos na cintura.
— Você acha mesmo que eu deixaria minha mãe atrapalhar a nossa tão esperada folga? – perguntou arqueando as sobrancelhas.
— Nunca se sabe, sei bem o quanto Sinu é protetora com você. – dei de ombros soltando as mãos.
— Eu não permitiria isso, Lauren. Agora sou uma adulta. – ela sorriu e me puxou para sentar do lado dela.
— Não sei se tenho o que vestir para sair logo mais, podemos comprar alguma coisa antes que tudo feche? – perguntou e eu assenti.
— Também não tenho nada para vestir, vamos procurar por algumas roupas por aqui por perto do hotel mesmo. E quero alugar um carro para podermos andar pela cidade. – ela concordou e se levantou.
Nós saímos do quarto trancando a porta e seguimos até o elevador, assim que as portas se abriram, apenas uma mulher e uma menininha loira estavam dentro e a menininha arregalou os olhos assim que nos viu entrando.
— May, May. – ela chamou baixinho a mulher ao seu lado.
— O que foi Jenny? – a mulher se abaixou um pouco.
— Fifi rarmo, elas. – ela apontou para nós duas tentando ser discreta.
A mulher pareceu nos avaliar e logo negou com a cabeça para criança desacreditando dela.
— É sim maninha, é sim. – ela nos olhava como se não acreditasse.
— O que foi pequena? – Camila se abaixou e perguntou para a menina.
— Camila? – ela perguntou meio incerta.
— Esse é meu nome. – Camila sorriu e a menina soltou a mão da mulher e se jogou nos braços dela.
Camila não podia ver uma criança que precisava falar e ficar por horas brincando com ela. A menina se soltou dela e me olhou um pouco acanhada e com medo de me pedir um abraço, então eu não esperei que ela pedisse e apenas a peguei no colo e a abracei com força. As vezes eu acho que os fãs tem uma visão de mim que os intimida.
— Então você conhece a gente, Jenny? – ela assentiu rapidamente com a cabeça.
— E qual é sua música preferida? – Camila perguntou.
— sledireme. – eu não podia evitar o sorriso no meu rosto.
— Você é nossa fã? - perguntei e a menor balançou a cabeça que não.
— Eu sou hamonizer. – me corrigiu.
Se é harmonizer então sabe os passos de sua música favorita, não sabe? – ela assentiu com a cabeça meio tímida olhando pra Camila.
— Hmm.... não sei se acredito nisso Jenny. Creio que terei que ver para realmente acreditar. – semicerrou os olhos para a criança. — Hey, o que acha de tomarmos um sorvete amanhã? Ai você pode me mostrar os seus passos. – Camila pegou em sua mão.
— O que acha? – me direcionei para a mulher parada encarando a cena com um sorriso.
— Ótimo, me digam a hora que estarei pronta com ela. - a mulher concordou.
— Sério maninha? A gente vai tomar sorvete com fifi rarmo??? – ela se moveu rápido demais em meu colo e eu a coloquei no chão.
Era engraçado a agitação da criança e sua pronúncia errada das palavras.
— Vamos sim Jenny, mesmo se a mamãe não deixar a gente dá um jeito e eu trago você. – a irmã mais velha disse e a pequena se agarrou na perna dela.
A porta do elevador já estava aberta a algum tempo e estávamos paradas no saguão, nós nos despedimos da criança e da irmã e seguimos até a saída do elevador. Andamos pelas calçadas da rua a procura de alguma loja que fosse de nosso interesse e durante todo o caminho tudo que Camila conseguia falar era sobre a garotinha que havíamos encontrado no elevador, ela estava completamente apaixonada.
— Acho que perdi o meu lugar nesse seu coração para a pequena Jenny. – disse emburrada.
— Seu lugar no meu coração nunca será perdido, Lolo. – ela disse com um sorriso no rosto.
Eu queria poder beijá-la agora, mas estávamos no meio de uma rua movimentada e eu tinha certeza de que meus impulsos poderiam nos prejudicar mais tarde. Nós finalmente encontramos uma das lojas que estávamos habituadas a fazer compras e não foi difícil encontrar uma roupa que nos agradasse para poder sair mais tarde.
Na volta para o hotel nós fomos paradas algumas vezes por alguns fãs e tiramos fotos com todos e ficamos um tempo conversando com alguns deles. Foi começando a ficar mais tarde e voltamos ao hotel para nos arrumarmos. Camila foi a primeira a ir tomar banho, já que é a que mais demorava para ficar pronta, eu fiquei esperando e assim que ela deixou o banheiro eu entrei para me arrumar. Quando saí do quarto encontrei Camila apenas com as roupas íntimas enquanto se maquiava.
— Porra Camila... – disse negando com a cabeça.
— O que foi? – ela disse sem entender.
— Nada! – dei de ombros com um sorriso safado.
Ao passar por ela dei um tapa em sua bunda e ela me olhou repreendendo minha ação, mas eu apenas ignorei e segui até a roupa que eu comprei para sair. Comecei a me vestir e quanto terminei de colocar a última peça de roupa Camila acabou de se maquiar.
— Pode me maquiar? – ela me olhou meio assustada.
— Tem certeza? Não sei se saberia maquiar alguém, minha única experiência é com a Sofi e... – eu apenas assenti.
— Faça o seu melhor. – dei de ombros e ela andou até estar perto de mim.
Ela trouxe suas maquiagens junto com ela e as espalhou em cima da cama, tombei um pouco a cabeça para trás e ela começou a passar algum produto em meu rosto. Eu não quis me ver e deixei tudo nas mãos dela e eu só me toquei que estava sendo zoada quando ela começou a rir me olhando.
— Do que está rindo Camila? – franzi o cenho.
— Olhe você mesma. – ela pegou na minha mão e me fez ficar de pé.
Me arrastou até o espelho que antes ela usava para se maquiar e me fez ficar de frente e só então eu vi a maquiagem totalmente borrada e desproporcional em meu rosto.
— Sério, Camila? – cruzei os braços.
—Merda Lauren, olhe pra você. Continua linda mesmo depois de eu ter zoado toda a sua maquiagem. – ela negou com a cabeça rapidamente.
— Você não vale nada, Cabello. – respirei fundo e me permiti sorrir.
Não tinha como ficar brava com ela.
— Deixa eu te maquiar de verdade agora, vai Lauren, vem aqui. – ela me chamou com o dedo.
— Me chamando assim, não é a maquiagem que vai conseguir fazer... – apontei pra ela avisando.
— Nossa, quantas ameaças Lauren Jauregui é capaz de fazer? – ela colocou a mão no queixo e fingiu estar pensando.
— Você me tira do sério, Camila. – revirei os olhos.
— Deixa de ser chata e vem logo aqui pra eu te arrumar. – foi o que eu fiz.
Me sentei novamente na cama e deixei que Camila desfizesse o que tinha feito em meu rosto, suas mãos me tocavam com delicadeza e talvez ela estivesse com medo de me machucar. Ela tinha me zoado e achei então que estava na hora de eu pregar uma peça nela, esperei ela encostar novamente o algodão em meu rosto e eu gritei fingindo sentir dor.
— LAUREN. – ela gritou se tremendo.
O líquido de um frasco com demaquilante caiu todo em meus olhos e eu senti a ardência na mesma hora.
— MERDA. – eu gritei levando as mãos aos olhos.
— AI MEU DEUS, LAUREN VOCÊ VAI FICAR CEGA? MEU DEUS DO CÉU. – ela perguntou desesperada.
— PELO AMOR DE DEUS CAMILA, ERA PRA SUPOSTAMENTE VOCÊ ME ACALMAR E NÃO ME COLOCAR MAIS MEDO. – tentei abrir os olhos mas foi uma tentativa falha. — Eu não consigo abrir meus olhos, estão ardendo pra caralho.
— Eu vou ligar pra sua mãe, ela deve saber o que fazer, ela é mãe... – ela começou a andar pelo quarto.
— Camila. – a chamei.
— Eu duvido que ela nunca tenha derrubado algo em seus olhos, Lauren... – ela parecia estar quebrando o quarto todo.
— Camz... – ela parecia não me ouvir.
— Ela não pode me culpar se você ficar cega. – abri um pouco os olhos e vi ela procurando algo dentro da mochila.
— Babe. – ela se virou pra mim na mesma hora.
— Do que me chamou? – seu sorriso se fez enorme em seu rosto.
— Babe! – abri um sorriso. — Eu estou bem, isso vai passar e eu só preciso que me leve até o banheiro para eu lavar o rosto. – ela assentiu rapidamente.
— Se segura em mim. – eu concordei e me levantei da cama.
Camila me guiou meio sem jeito até o banheiro e lavou o meu rosto me molhando praticamente inteira. Se um dia eu ficasse cega, Camila ia ter muito o que aprender para não enfiar minha cara em todas as paredes que encontrássemos.
— Acho que a boate fica para amanhã... – ela disse meio sem jeito.
— Tá tudo bem, temos alguns dias ainda para irmos a boates, Camz. Eu só quero que você se divirta e aproveite essa folga. – ela sorriu e envolveu meu pescoço com seus braços.
— Eu quase te cego e você me diz isso, eu te amo Lauren Jauregui. – eu sorri e selei meus lábios aos dela.
— Eu amo você Camila Cabello, e sempre vou amar! – dei uma pausa e fiz um carinho em sua cintura. — Não importa se um dia eu ficar cega, perder minha audição ou capacidade de fala. Mesmo que qualquer coisa aconteça comigo, o meu coração sempre pertencerá a você. – seus olhos se encheram de lágrimas e ela me abraçou.
Nós ficamos presas em um abraço sem a mínima intenção de interromper o nosso contato, e ter Camila comigo daquele jeito me deixava mais feliz que mil copos de bebidas, que a música alta de uma boate ou qualquer coisa que pudesse ter acontecido naquela noite se tivéssemos saído, ter ela era tudo o que me importava.
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