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História Heart Like Yours - Never Be the Same


Escrita por: fifthondrugs e Carolursic

Notas do Autor


Editado!

Capítulo 37 - Never Be the Same


Fanfic / Fanfiction Heart Like Yours - Never Be the Same

Camila

3 meses haviam se passado e agora as coisas estavam menos estranhas do que antes, porém continuavam bem diferentes do que éramos habituadas durante os anos.

Lauren se privou de viver com as outras meninas por muitas vezes para dedicar todo seu tempo livre pra mim e sua família, seus pais já começavam a suspeitar de algo entre a gente e minha mãe fazia de tudo para nos manter afastadas em nosso pouco tempo de folga, e isso era uma grande merda.

— Camila, está me ouvindo? – Lauren chamou minha atenção.

— Ah, oi Lolo. – sorri amarelo pra ela.

— O que está acontecendo? Você não está aqui nesse quarto. – ela revirou os olhos.

— Desculpa, só estava pensando em qual será a próxima desculpa da minha mãe para não deixar a gente passar essa folga juntas. – dei de ombros.

— Camz... – ela suspirou se sentando na minha frente na cama. — Você não acha que devemos contar para nossos pais agora? Acho que eles podem nos entender. – deu de ombros.

Eu sabia que era mais fácil L.A nos dar liberdade do que nossos pais aceitarem um relacionamento entre nós duas. A verdade é que por mais que nossos pais fossem super amigos uns dos outros, eles jamais gostariam de nos ver juntas. Mas se Lauren estava disposta a tentar eu também estava.

— Você quer mesmo fazer isso? Acha que está preparada?! – perguntei cautelosa.

— Bem, eu não sei – riu nervosa. — Eu só não aguento mais ver eles tentando nos afastar, ele tem que entender a gente. – ela pareceu triste.

— O que você quiser fazer, eu faço! - sorri para ela.

— Escute! Você não precisa fazer isso, e se quiser eu posso ficar quieta também. – neguei com a cabeça imediatamente.

Lauren era o tipo de pessoa que pensava muito antes de qualquer coisa, e eu sei que aquela coragem de contar para os nossos pais logo iria embora caso demorasse.

— Nós podemos fazer isso! – disse empolgada.

— Vai ficar tudo bem. – ela pegou minha mão e me puxou pra perto dela.

Nós selamos nossos lábios por alguns segundos até algumas batidas na porta do quarto nos chamar a atenção.

— Lauren. – era a voz da Clara.

Vi Lauren arregalar os olhos e ficou calada ao invés de responder ao chamado da mãe. Nós não estávamos esperando por uma visita de qualquer um de nossos pais e estávamos quase na hora do show então teríamos que partir em breve.

— É melhor você responder... – falei bem baixinho.

— Estou indo mãe. – Lauren revirou os olhos e andou até a porta. — Pode me deixar sozinha com ela? – perguntou antes de abrir.

— Claro Lolo. – me levantei da cama. — Boa sorte. – dei uma um selinho nela.

Lauren abriu a porta e deu espaço para que a mãe dela entrasse, eu cumprimentei a mulher antes de sair do quarto e resolvi ir até o quarto de Dinah. Enquanto andava pelo corredor procurando pela porta de meu destino e antes que eu pudesse abrir quando a encontrei, um homem com o cabelo arrumado de forma impecável trajando terno e gravata me chamou a atenção. Ele não parecia ser nenhum de nossa equipe, eu nunca havia o visto por ali.

— Boa tarde, posso ajudar? – chamei atenção dele.

— Oh, na verdade sim Srta Cabello. Ainda bem que encontrei você. – ele sorriu para mim. — Tem alguns minutos? Precisamos discutir sobre uma música. – eu olhei ao nosso redor.

Eu nunca tinha visto aquele cara na minha vida, mas eu sabia que para estar no mesmo andar do hotel, ele era alguém envolvido com nossa equipe de alguma forma.

— Não temos que esperar pelas meninas? – perguntei confusa.

— Na verdade não, eu preciso falar só com você. – o homem engravatado disse.

— Okay, daqui a pouco começa o show e... – ele me interrompeu.

— Venha comigo, Cabello, tenho alguém que quero que conheça. – começou a andar na minha frente e eu apenas o segui.

Quase no final do corredor, o homem sumiu de minha visão entrando em um dos quartos. Ao entrar no mesmo local que o homem, encontrei Roger, meu empresário e amigo, e ao lado dele um menino magro, alto, com tatuagens cobrindo todo o seu corpo conversando com ele.

— Olá Roger. – andei até o homem e o abracei.

— Camila. – ele sorriu pra mim e me apertou. — Quero que conheça meu amigo! – ele apontou para o menino que antes conversava. — Este é Colson Baker, ele é rapper.

— Prazer, Cabello. – o menino sorriu pra mim e esticou a mão.

— Prazer, Baker. – sorri de volta e apertei sua mão.

— Eu estava conversando com o empresário dele durante essas últimas semanas, que é este homem que trouxe você até aqui e nós dois pensamos que seria ótimo ouvir uma parceria entre vocês dois. – Roger parecia animado com aquela ideia.

— Eu não discordo deles. – Colson se pronunciou. — Para falar a verdade, eu já até tenho uma música em mente, acho que se encaixaria perfeitamente com a sua voz. – deu de ombros.

— Bem, eu estou bem enrolada com toda essa loucura que tem sido a turnê, então não sei se isso é uma boa ideia. – tentei não parecer desinteressada.

— Isso não será problemas para nós, Srta. Cabello! Colson está fora de turnê e poderia gravar quando você estivesse disponível e arrumasse qualquer pouco tempo. – seu empresário tentou me convencer.

— E acima de tudo Camila, não deve se preocupar com sua agenda porque eu consigo um tempo para você gravar com eles se for o caso. – Roger colocou a mão no meu ombro.

— Só basta você falar sim e nós faremos tudo acontecer, Camila. – Colson ficou me olhando como se esperasse a resposta.

— Mas não precisamos da resposta agora, queremos que você pense se quer isso e se quiser pode deixar que nos encarregamos de todo o resto. E a propósito, me chamo Patrick Straight, não fomos apresentados antes. – eu assenti com a cabeça.

— Tudo bem, Straight e Baker eu pensarei e em breve dou uma resposta para Roger e ele passará para vocês. – sorri para eles. — Agora se me dão licença, eu preciso ir me arrumar para sair daqui a pouco para o show.

— Camila, pode me chamar de Colson ou MGK, você quem sabe. – eu assenti e deixei a sala.

Eu não queria fazer mais um trabalho sem as meninas, foi uma tremenda dor de cabeça a primeira vez e as coisas já não estavam 100% para eu fazer isso e pôr em risco o grupo. Eu sabia também que fazer um feat com um rapper ou qualquer outra pessoa do gênero masculino, seria mais um prato cheio para a mídia me intitular a garota de alguém, e Colson seria mais um na lista de dores de cabeça da Lauren.

De qualquer forma, eu iria pensar na proposta, como havia prometido a eles, mas a resposta já estava bem óbvia na minha mente.

Eu estava voltando para o quarto que estava dividindo com Lauren, mas ao chegar próximo da porta percebi que Clara estava falando com a voz um pouco mais elevada do que o normal. Será que Lauren havia contado a ela sobre nós e elas agora estavam discutindo? Eu tive a confirmação quando ouvi Lauren gritar alguma coisa e sua voz era de choro.
 

Lauren

Minha mãe observou Camila sair e negou com a cabeça antes de começar a notar a desorganização que estava o nosso quarto.

— Que bagunça é essa Lauren? – ela cruzou os braços.

— Mãe, chegamos ontem de viagem e estávamos cansadas demais para nos preocuparmos com um quarto bagunçado. – revirei os olhos.

— Isso não parece um quarto de meninas, você e a Cabello são extremamente bagunceiras, prefiro quando divide quarto com a Allyson. – minha mãe deu de ombros. — Por falar nisso, quanto tempo você não divide quarto com nenhuma delas que não seja Camila? – ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas. — Todas as vezes que te visito em algum hotel, é com ela que você está dividindo.

— É, não passa de uma coincidência ou o problema é você então. – dei de ombros e desviei o meu olhar.

— Vocês sabem que devem tomar todo o cuidado do mundo, as pessoas falam e são más o suficiente para enfiar vocês duas em algum escândalo por simplesmente dividirem quarto. – ela parecia preocupada.

— Relaxa mãe, ninguém tem informações sobre com quem dividimos quarto, relaxe. – tentei tranquiliza-la.

Ela não estava errada. Ela era a minha mãe e já me viu ficar completamente devastada por algumas notícias que divulgaram sobre nós, e ela achava ser mentira, mas a verdade era que eu estava devastada porque eu sabia o que viria a seguir e não por ser uma mentira divulgada. Mas eu consegui não manter o assunto e minha mãe começou a contar as novidades sobre as coisas que estavam acontecendo em casa enquanto eu estava rodando o mundo em uma turnê.

Clara me contou que Chris havia arranjado uma namorada e que seu time tinha sido o campeão no campeonato de vôlei. Contou que meu pai chorou enquanto o ajudava a empacotar suas coisas para a faculdade e me alertou que Taylor agora ficava mais tempo trancada em seu quarto do que antes. Eu não julgava minha irmã, ficar sozinha em casa com a minha mãe as vezes podia ser bem chato e elas passavam basicamente o dia inteiro sozinhas até meu pai chegar em casa do trabalho.

Em toda a minha infância sempre foi assim, meu pai era a diversão da casa e mesmo cansado do trabalho arranjava um tempo para brincar comigo e com o Chris já que Taylor era apenas um neném. Minha mãe ficava com as partes chatas da nossa infância, porque era ela quem nos obrigava a fazer os deveres da escola, os projetos, nos colocava pra dormir enquanto estávamos assistindo tv e não tínhamos o mínimo sono, nos botava de castigo por qualquer coisa e principalmente nos privava de muitas coisas sem razão alguma. E eu sabia que nenhuma dessas coisas tinham mudado, Clara continuava a mesma mãe que sempre foi.

— Mas e vocês, como tem sido a turnê? – me perguntou.

— Ah, você sabe... Estamos com a agenda bem apertada e fazendo um show atrás do outro! Extremamente cansativa. – dei de ombros.

— E Louis?! Tem tempo que não vejo você com seu namorado. – ela sorriu pra mim.

— É, Louis é pai e está dedicando um tempo ao seu filho, mãe. – me expliquei.

— Eu li um pouco sobre isso. – deu de ombros. — Tanto homem no mundo e minha filha foi se envolver logo com um que já tem filho. – negou com a cabeça. — Por que não ficou com o outro? Aquele que saiu da banda, ele é bem bonito Lauren. – revirei os olhos.

— Zayn?! – ela assentiu. — Ele namora mãe. – eu realmente não queria falar sobre aquilo. — Mas, enfim...

— Me conte mais sobre o Louis, por que nunca nos apresentou ele? – ela iria realmente insistir.

— Não temos tempo, nossas agendas não batem muito. – respirei fundo.

— Pois eu quero conhecê-lo, você não pode estar namorando por tanto tempo sem a gente conhecer ele, Lauren. Seu pai está surtando, ele quer saber se ele é um bom cara para a garotinha dele. – eu sorri ao ouvir falar de meu pai.

— Louis é uma boa pessoa, mãe. Para falar a verdade ele é uma ótima pessoa. – me levantei da cama. — Ele sempre está comigo quando é preciso.

— Tenho medo, Lauren. Eu vi algumas notícias desse rapaz sobre envolvimento com drogas e... – deu uma pausa.

— Mãe, você não deveria me falar algo desse tipo. Sabe bem como a mídia gosta de distorcer as coisas, e se ele usa algo ou não é problema dele. – dei de ombros. — Ele é uma ótima pessoa para mim e para todos ao seu redor.

— Se ele é essa ótima pessoa, por que não chama ele para almoçar lá em casa? – dei de ombros. — Você já teve algumas folgas, podia ter chamado ele e poderia até mesmo levar o filho para a gente conhecer.

— Falarei com ele sobre isso. – me limitei a responder.

— Fale mesmo, você conhece a criança? E a mãe da criança? Sabe que exs podem ser perigosos para os atuais né? – assenti. — Ainda mais você, que também é famosa e...

— Mãe, podemos falar de alguma outra coisa que não seja meu relacionamento? – é mãe, aquele relacionamento que não existe.

— Não! Chris está namorando a menos de 3 meses e nós já conhecemos sua garota, queremos conhecer o seu namorado também. – concordei.

— Okay, já entendi essa parte. Agora será que podemos falar de outra coisa? – quase implorei.

— Camila está namorando com Shawn ainda? – me perguntou e senti meu estômago revirar.

— Não. – fui para o banheiro.

— Ah, que pena. Sinu adorava o garoto, ela me contou que uma vez ele convidou ela e o Alejandro para jantarem na casa dele, acredita? – ela riu. — Enquanto você e seu namorado perfeito, nunca nem ligaram para nós.

— Mãe. – eu respirei fundo me apoiando na pia do banheiro. — Eu não estou com o Louis. – abri os olhos encarando meu reflexo no espelho.

— Me desculpe. Vocês terminaram? – ela parecia triste agora.

— Nunca estivemos juntos. – saiu sem eu pensar.

— Como assim Lauren? O que está falando? – ela se levantou e ficou parada na porta do banheiro.

— Assim como Camila nunca esteve com o Shawn de verdade. – dei de ombros.  — Nós duas fomos obrigadas a namorar alguém, escolhi Louis por ser um amigo. – expliquei.

— Está vendo? Eu falei! – ela parecia estar irritada. — Vocês não podem ficar andando junto que logo acham que vocês são sapatão. – negou com a cabeça. — Quero que se afaste dela o mais rápido possível.

— Por que? – perguntei virando pra ela.

— Por que eu não quero que uma filha minha fique com fama de sapatão, Lauren. – ela falou como se fosse normal.

— Isso não vai acontecer, não mesmo. – disse firme.

— Vai sim, eu alerto vocês desde o início de todos os boatos, e você sabe as pessoas vão continuar a falar e... – a interrompi.

— Não, você não está me entendendo. Eu não estou me referindo ao o que vão dizer, estou dizendo que não vou me afastar de Camila de novo. – voltei a olhar meu reflexo no espelho.

— E por que? Você ficou tanto tempo sem falar com ela por causa dos comentários maldosos. Eu te vi chorar várias vezes por causa disso, não quero que isso venha acontecer de novo Michelle. – fechei os olhos.

— Eu nunca fiquei triste pelos comentários, e dessa vez é diferente. – eu estava tentando conseguir coragem para contar.

— Diferente por quê? – ela parecia estar irritada com a conversa.

— Eu estou com a Camila, mãe. – senti um frio percorrer minha espinha.

— O que? – ela pareceu entrar em choque.

Eu não conseguia olhar para minha mãe diretamente, mas eu conseguia imaginar sua feição no momento.

— Eu estou apaixonada pela Cabello, na verdade eu sempre fui. – dei de ombros. — Mas agora eu tomei coragem e estamos junto. – agora olhei para ela. — Então se quiser almoçar com a pessoa que estou namorando, Camila é a convidada.

Acontece que eu sempre quis falar aquilo em voz alta para que o mundo ouvisse, mas agora que tinha assumido meus sentimentos para apenas uma das pessoas mais importantes do mundo para mim, eu sentia meu corpo completamente elétrico descarregando toda sua potência em mim sem a mínima dó.

— Você só pode estar brincando comigo. Nunca mais brinque assim. – ela soltou os braços.

— Por que eu brincaria com algo desse tipo? Eu não estou brincando, eu a amo mãe. – dei de ombros.

Parecia que um peso havia saído de meus ombros, mas a reação de minha mãe não foi bem o que eu esperava. Antes que eu conseguisse raciocinar eu senti o lado esquerdo do meu rosto esquentar e o barulho do tapa ecoou pela minha mente.

— Você vai para casa comigo, agora. – ela disse segurando no meu pulso.

Eu arregalei os olhos. Minha mãe tinha acabado de me dar um tapa na cara por eu ter dito que amava uma garota?

— Eu não vou a lugar nenhum. – eu senti minha voz fraquejar.

— Lauren, você não vai discutir comigo sobre isso. Vamos para casa e você vai passar um tempo longe das outras meninas, você só pode estar enlouquecendo se acha que eu vou permitir que você namore uma menina. Isso é uma doença, você está doente. – ela aumentou seu tom de voz.

— O gênero de quem eu amo realmente te importa? – perguntei indignada.

— É claro que sim. O que sua irmã vai pensar de você? Não quero que ela ache que isso é normal. – ela disse com certo desprezo. — Isso é uma doença.

— O amor nunca vai ser normal para você, Clara. – dei de ombros. — Eu não vou a lugar nenhum com você. Eu não estou doente, mãe. Eu não mudei só porque estou apaixonada por alguém do mesmo gênero que o meu.

— Pare de repetir que a ama, isso é mentira. – ela já estava gritando.

— EU NÃO VOU PARAR DE REPETIR ISSO, PORQUE ESSA É A MINHA VERDADE E VOCÊ VAI TER QUE RESPEITAR ELA. – eu gritei.

— Não grite comigo, Lauren. – ela me puxou para o quarto. — Pegue suas coisas agora, vamos.

— Desculpa mãe, mas você não manda mais em mim! Sou legalmente maior de idade e você não pode me obrigar a mais nada. – suspirei com os olhos fechados. — Por favor, saia do meu quarto e só volte quando estiver com a cabeça mais fria e tiver digerido isso. Eu sei que pode ser muito para você conseguir processar e aceitar mas... – fui interrompida.

— Eu nunca vou aceitar isso, Lauren. ISSO NÃO É NORMAL. Eu não quero um filho assim. – ela me olhava nos olhos com frieza.

— Então não volte mais. – senti minha voz fraquejar. — Eu não...

— VOCÊ PREFERE RENEGAR SUA MÃE POR CAUSA DE UMA COISA ERRADA? – ela gritou.

— AMAR NÃO É ERRADO. E EU NÃO PRECISO QUE VOCÊ ACEITE ISSO, NÃO PRECISO DA SUA PERMISSÃO PARA ME APAIXONAR POR NINGUÉM. – senti minhas lágrimas descerem por meu rosto. — EU SÓ PRECISO QUE RESPEITE ISSO, PORQUE EU A AMO E NÃO VOU DESISTIR PORQUE VOCÊ ACHA QUE É ERRADO OU SEI LÁ O QUE.

— Para Lauren, chega. – minha mãe passou a mão pelos cabelos nervosa. — Vou ligar para o seu pai, você vai sair daqui hoje porque isso não é certo. Nem que eu tenha que rasgar o seu contrato.

— Eu só precisava que você entendesse. – neguei com a cabeça. — Eu só precisava que você ficasse do meu lado, mãe, foi por isso que eu te contei. Tem mil pessoas lá fora colocando o dedo na minha cara por pensarem que amo uma menina, e minha mãe, aquela que me ensinou o que é amor desde cedo, está fazendo a mesma coisa. – minha voz falhava algumas vezes devido ao choro. — Eu quero que saia daqui, eu quero que não tente se intrometer no meu relacionamento porque é isso que está me fazendo feliz, e eu já passei por muita coisa para chegar até aqui. Eu não preciso de ninguém mais me julgando.

— Eu... – a porta do quarto foi aberta.

— Lauren? Tá tudo bem? – Camila me olhou preocupada.

— Não, não está nada bem e a culpa é sua. – minha mãe olhou Camila com ódio. — A culpa é toda sua. – ela andou na direção de Camila mas eu a segurei pelo pulso.

— Chega! Vá embora. – ela puxou o braço da minha mão e passou por Camila esbarrando nela.

A porta do quarto bateu com força exagerada e eu me joguei na cama enquanto me permitia chorar. A verdade é que por mais que a gente saiba que nossos pais podem não aceitar de primeira, a gente espera que eles te mostrem algum tipo de apoio e minha mãe fez completamente o inverso. Era difícil ver a pessoa que você mais confia te virar as costas por culpa do amor, eu estava sentindo meu coração doendo e não tinha como voltar atrás agora.

Talvez esse seja um dos processos mais dolorosos que existem. Nós passamos por um tempo nos recriminando por amar alguém, e depois quando finalmente alcançamos a tranquilidade quanto a isso e resolvemos externar isso, as pessoas tendem a te jogar com brutalidade para o armário.

— Lauren, seu rosto tá vermelho... O que aconteceu? – Camila passou as pontas dos dedos pelo meu rosto.

— Eu contei pra ela. – forcei um sorriso. — Eu contei para ela sobre a gente e a marca no meu rosto é o suporte que ela me deu.

Eu vi os olhos de Camila se encherem de lágrimas, ela me abraçou e deixou que eu chorasse ficando um tempo calada. Vieram nos chamar para irmos para o show, e eu não estava nem um pouco no clima para aquilo, mas eu sabia que tínhamos que ir. Saímos do quarto e eu recebi o olhar curioso das outras meninas, eu não queria falar sobre aquilo e nenhuma delas me perguntou deixando a van em perfeito silêncio durante nossa ida à casa de shows.

Tiramos algumas fotos com os fãs no meet&greet e depois fomos para o camarim nos arrumar para por fim irmos fazer o show. O show correu bem, eu consegui esquecer um pouco o que havia acontecido à pouco e estava dando o meu melhor para o público, até que antes de gonna get better começar, Camila começou um pequeno discurso.

— Como estão se sentindo essa noite, Orlando? – ela sorria enquanto falava. — Bem, a música que vem a seguir, diz que as coisas vão melhorar... e eu tenho umas coisas para dizer sobre isso. – deu uma pequena pausa como se estivesse escolhendo suas palavras. — Mesmo quando tudo parece que só vai piorar, quando as coisas saem do nosso controle e todo mundo aponta para você e te julga como maluco por alguma coisa, seja essa coisa quem você ama, o que você gosta de fazer ou o que você é, eu quero que saibam que as coisas sempre vão melhorar! – deu um sorrisinho. — Se dizem que é louco por causa de alguém que você ama, continue sendo louco, o amor sempre vale a pena. Se dizem que é louco pelo o que gosta de fazer, eu serei louca com você. Se dizem que é louco pelo o que você é, não tenha vergonha de espalhar a sua loucura para todos. Eu vou sempre estar aqui, sempre. – seus olhos encontraram os meus por alguns segundos. — E eu te amo, nunca se esqueça disso. – ela sorriu e voltou a olhar para os fãs.

Todos gritavam alto o suficiente para deixar alguém surdo, Camila deu um tchauzinho para eles e logo a batida da música tomou conta do ambiente para começarmos a cantar. Eu sorri, sorri porque eu soube que o que ela estava falando era sobre o que tinha acontecido mais cedo. Eu cantei aquela música com mais paixão do que nunca, e em squeeze eu recebi um abraço apertado de Normani me confortando mesmo sem saber o que era.



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