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História Heart tied to the devil - O retorno.


Escrita por: itshobbit_

Notas do Autor


Obrigada por estarem lendo meus amores! ❤❤❤ Fico imensamente feliz que estejam acompanhando e gostando.

Capítulo 14 - O retorno.


Fanfic / Fanfiction Heart tied to the devil - O retorno.

Meu cavalo não cessou sua corrida até que chegássemos à muralha, pedindo passagem aos corvos e algum alimento para continuar até Winterfell. Sim, Winterfell. Ouvi Roose comentar sobre sua nova morada, a antiga casa dos Stark. Porém, antes de partir para o local, precisavam do Fosso Cailin que estava ocupado por Homens de Ferro. Eu estava fora há um bom tempo, com toda certeza os Bolton já haviam se apossado da capital nortenha.

Ao finalmente chegar à muralha, não me fizeram muitas perguntas, se preocupavam com o exercito de selvagens que marchava em direção ao Castelo Negro. Recebi míseros pedaços de pão, no entanto, tão pouco parecia um banquete para mim que estava faminta. Haviam me concedido um mínimo de água, mas foi o bastante para que eu chegasse a Winterfell. Completamente esgotada pedi para que os soldados abrissem os grandes portões da fortaleza após gritar meu nome, usando as forças que me restavam. Saltei do animal, percorrendo minhas íris por cada mínimo detalhe. Winterfell estava arruinada, em pedaços, devastada. Alguns homens trabalhavam em sua reconstrução, passavam por mim com pressa, até trombando em meu corpo estático que apenas pendia para frente, não conseguia desviar minha atenção de tamanha destruição. De forma inconsciente, a saudade apertava no coração, conduzindo as lágrimas aos olhos e fazendo-as escorrerem por minha face. Levei meus pequeninos dedos as minhas bochechas, arrastando-os por ali, na tentativa de seca-las. O gosto salgado se misturava ao meu paladar. A minha frente tive a certeza de enxergar duas crianças correndo, rindo animadas. Recuei alguns passos, sentindo uma grande moleza tomar conta de cada mínimo pedaço de meu corpo cansado. Não eram crianças reais, apenas lembranças. Meu pai me trouxe algumas vezes a Winterfell, não me lembro ao certo o motivo, mas me lembro perfeitamente do primeiro filho de Eddard e Catelyn. Tinha grandes esferas azuis como as águas das cachoeiras de Tarth, suas madeixas tinham um belo tom de castanho avermelhado, pequeninos lábios e muita disposição. Robb Stark era alguns anos mais velho, mas isso não me importava, eu era completamente e perdidamente apaixonada pelo rapaz que me arrancava suspiros e belos pensamentos. Imaginava que em um futuro casaríamos e nossos filhos cresceriam em Winterfell. Sonhos de uma criança tola, o destino está sempre em movimento, pobre de mim que um dia cheguei a pensar que isso poderia ter um final feliz. Recordo-me exatamente a dor que senti quando soube da morte do Jovem lobo, não pude se quer mostrar algum tipo infelicidade com o ocorrido, Ramsay com toda certeza usaria isso contra mim. Padecia desde então por não ter tido a chance de avisa-lo. Não sabia mais se teria forças para insistir, estava quebrada e atormentada. Mas não imaginava que podia ser ainda mais despedaçada. Senti uma pressão sobre os panos negros de minha vestes, meu braço estava sendo brutalmente puxado e meu corpo facilmente levado com violência, aos tropeços. Não tinha forças para reagir, então apenas me permitia ser levada, não queria mais lutar contra isso. Passei por extensos corredores de rocha, sendo arremessada para dentro de um quarto, chocando-me contra o chão frio.

— Não acredito que fugiu de mim. Roose está muito chateado, sabia? Você não está satisfeita com o que tem aqui, querida lady?

Ramsay indagou, agachando-se a minha frente, crispando seus pequenos lábios sem cor.

— Ramsay, eu não...

— Não quis fugir? Estou entendendo errado?

— E..eu só quis ajudar na caça aos Stark, também os odeio e quero eles fora do seu caminho, milorde.

— Uma garotinha...em uma caça? Me diga, onde estão os garotos Stark então, caçadora?

— Eu não os encontrei... e..eu juro que tentei, mas...

O bastardo avizinhou-se de mim, pousando seu indicador sobre os meus lábios, pedindo o meu silêncio.

— Onde está Locke então? — Soergui meu crânio, encarando-o — Sei muito bem que saiu com ele.

— Ele morreu em combate.

Sua mão veio ao encontro de minha goela, apertando-a com força.

— Acha que sou algum tipo de idiota? Um Umber indo matar Bran e Rickon Stark? Locke morto? Acha que não sei o que está fazendo?!

Vociferou, cuspindo suas palavras, suas grandes esferas quase esbranquiçadas pareciam saltar de seu rosto.

— Ramsay, eu não...eu te amo, eu nunca...

Antes que terminasse a frase com o mínimo de ar que restava, fui golpeada no rosto com o punho fechado do homem, a dor se alastrou pelo local em segundos. Meus cabelos foram amarrados aos dedos do bastardo de Forte do Pavor, fazendo com que um grande desconforto tomasse conta de meu crânio. Desferia inúmeros tapas sobre a minha face, alguns murros e eu sentia o sangue escorrer, pingoteando sobre os panos de minha roupa. Já pendia praticamente desacordada, minhas pálpebras pesavam. Perdia meus sentidos, tudo ao meu redor parecia girar, choquei-me sobre o solo, quase impossibilitada de respirar. Meu corpo ardia com os pontapés que levava, me contrai, curvando a coluna, sendo golpeada ainda mais violentamente. O medo me invadia, nunca imaginei tal flagelo. Meu maior desejo era morrer, mas eu ainda não podia, ainda não tinha acabado. O líquido vermelho banhava meus lábios trazendo-me um gosto agridoce. Tremula, elevei meu palmar destro, desviando minhas íris na direção de Ramsay. Lágrimas as encharcaram.

— Piedade.

As palavras foram emitidas quase imperceptivelmente. O inesperado ocorreu. O homem cessou seus golpes, descendo até finalmente aproximar-se de meu ouvido, sussurrando-me algo.

— Se acha que isso vai ter um final feliz, não está prestando atenção. — Se dirigia a saída, quando recuou — Ainda bem que voltou. Foi dada como morta na Última Lareira. Receio que Roose já tenha contado-lhe, não? Ficará para sempre aqui. — Um grande sorriso se moldou no rosto do bastardo.

Não sei dizer ao certo quanto tempo fiquei desacordada. Despertei com alguém chacoalhando meu ombro, podia ouvir uma voz ao longe. Calmamente conseguia finalmente abrir minhas pálpebras, ainda turvas a primeira imagem que constatei foi a de uma garota cujo cabelos eram avermelhados espessos e grandes esferas de um azul vivo. Eu já sabia quem ela era. Ainda respirava com dificuldade, meu corpo inteiro estava dolorido eu mal podia me mover.

— Sansa...Stark.

Franziu o cenho no mesmo momento com uma expressão de dúvida.

—Sou Anezka Umber. Nunca quis brincar comigo, mas acho que se lembra de mim.

A dificuldade era tanta que pareci levar horas para completar uma frase tão curta, tossindo incontáveis vezes. Fui levada atrapalhadamente até uma cama próxima, na extremidade do acolchoado a garota se encontrava acomodada.

— O que faz aqui?

Indagou, provavelmente curiosa com a minha situação.

— Roose me trouxe. Não sei o motivo, mas...estou aqui. Enfim, a pergunta seria o que você faz aqui?

— Winterfell é a minha casa.

— E você acha que vale a pena sofrer para ter a sua casa de volta?

— Eles não podem roubar o que é meu. Você deixaria eles roubarem o que é seu, Umber?

Aquela pergunta me trouxe muitas dúvidas e apenas uma certeza, eles já haviam roubado o que era meu.

— Queria ter a sua força de voltar para a casa. Última lareira me faz uma falta indescritível, sinto falta dos longos dias ao lado das criadas que me mimavam e as noites com a minha família. Sempre tive uma boa relação com meu pai, Rickard, eu sou a única filha dele e ele sempre me tratou como uma joia rara, como se eu fosse toda a sua riqueza, não conseguia demonstrar muito bem seu afeto por mim, mas sei que fazia o possível.

Vagamente as lembranças de uma tarde de verão em que eu havia me machucado vieram a minha mente. Meu pai se desesperou e foi apenas um pequeno ralado nos joelhos, ele tratou aquilo como se fosse o fim dos tempos, ficou ao meu lado e não me deixou andar, levando-me nos braços para todo lugar que eu desejava. Uma tentativa de sorriso se fez em meus lábios, mas meu rosto doía muito.

— Minha mãe não se desgrudava de mim. Trançava meus cabelos todos os dias, contava-me histórias, cantava belas canções. Sempre ficava ao meu lado até que eu adormecesse. Sempre me falava sobre o seu amor por mim, que era maior do que todo o amor que eu conseguia imaginar. Já meu irmão, Antoine, não se fazia muito presente. Mas foi ele quem me ensinou a andar a cavalo e outras muitas coisas que sei. Sempre me defendeu daqueles que se aproximavam, não queria que tocassem em sua irmã mais nova. Porém, ele sempre acabava tocando em todos. — Sansa inclinou sua cabeça, crispando os lábios, mostrando a dúvida que nutria no momento — Ele não gosta de garotas, Sansa.

— Então, ele...?

— Sim, isso mesmo.

— Acha que um dia vai conseguir voltar para a casa?

— Esses não são meus planos, Stark.


Notas Finais


E aí, meus amores, o que acham que vai acontecer com a Anez? E quais são os planos dela, já que não são de voltar para a casa? E agora a Sansa chegou, nem imaginavam que as duas já se conheciam, não é? E essa história de criança com o Robb? Que amor ❤


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