1. Spirit Fanfics >
  2. Heart tied to the devil >
  3. Um novo aliado.

História Heart tied to the devil - Um novo aliado.


Escrita por: itshobbit_

Notas do Autor


Amores, muito obrigado por estarem lendo. Me perdoem pelo tanto de reclamações da Anez, é que agora ela começou a cair em si. Afinal, ela é uma humana com sentimentos, não é? Estou tentando fazer vocês sentirem o drama dela.

Capítulo 16 - Um novo aliado.


Fanfic / Fanfiction Heart tied to the devil - Um novo aliado.

— Precisa se alimentar, pequena garota.

A voz masculina rouca tomou conta do local fazendo com que eu me virasse imediatamente na direção do soldado que havia se recusado a sair do meu quarto. Analisei-o por alguns instantes, passeando minhas íris desde seus primeiros fios de cabelo até sua bota de couro negra. Na verdade, suas madeixas onduladas eram da cor das penas de um corvo totalmente desajeitadas. Suas grandes esferas eram profundas e castanhas como canela, suas sobrancelhas não eram tão marcadas e o nariz era fino e estreito. A face lisa e o maxilar quadrado, seu rosto não era muito longo. Outra característica nem tão marcante era seu tamanho, não muito alto, porém extremamente robusto. Não me encarava com superioridade ou inferioridade, apenas trazia certa serenidade, não acreditava que talvez aquele homem possuísse algum tipo de preocupação com o meu bem-estar.

— Não estou com fome, guarde sua falsa preocupação para seu Lorde.

Mesmo que o odor divino do frango adentrasse minha cavidade nasal causando-me um grande desejo, sabia que assim que tentasse mordiscar um pequeno pedaço, vomitaria logo após. Retornei a minha posição inicial, observando a enorme janela que trazia um mínimo de claridade ao local já que o crepúsculo se aproximava. Os sons de calçado chocando-se contra o solo fizeram com que eu voltasse minha atenção ao soldado novamente. Franzi o cenho, indignada com sua aproximação sem nenhum tipo de permissão.

— Eu estou totalmente desinteressado no bem do Bastardo.

A dúvida cresceu dentro de mim. Ele pareceu ditar tal frase com veemência, sem temer o que podia acontecer se Ramsay soubesse de tal petulância. Em seus palmares trazia o recipiente com o alimento ainda intacto.

— Você está louco, homem?

— Louco por dizer a verdade a você, Milady? Por admitir que não me importo com o bastardo sádico de Roose? Me candidatei a tal tarefa por que estou cansado de lutar as batalhas de Ramsay, o homem que estuprou e fez de isca a minha única e amada irmã. Ao contrário de todos aqui, não tenho medo do bastardo de Forte do Pavor. De fato, até desconfio que ele tenha um pouco de medo de mim.

Um sorriso zombeteiro despontou em meu rosto brevemente, direcionei minha visão aos meus pés, imaginando o quão atrevido aquele soldado era e que provavelmente me causaria inúmeros problemas se continuasse em meu convívio.

— Assim como eu.

Respondi-lhe sem nenhum tipo de contato visual, trazendo deboche em meu tom de voz.

— E os homens daqui, mesmo que não admitam, temem você. Então, somos ambos temidos. Isso nos isola, não é? Pode nos deixar solitários, não é?

— Que presunçoso! — Esbravejei.

— E verdadeiro. Então, por que não nos conhecemos?

Indagou sossegadamente. Seus dedos encontraram-se delicadamente com meu queixo, soerguendo-o. Agarrei seu pulso com brutalidade, afastando seu palmar, deixando que minhas íris esbranquiçadas pousassem sobre o seu rosto jovial.

— O que?

— Talvez pudéssemos nos conhecer enquanto comemos esse apetitoso frango. Você gosta de frango, não é mesmo? As criadas contaram a Roose que é seu prato favorito.

— Gosto de frango, mas não gosto de você.

— Você não me conhece.

Tais palavras me calaram. Abandonei o pulso do rapaz, assentindo, indicando que o mesmo poderia se sentar ao meu lado. Assim o fez. Entregou-me um pequenino prato com um pedaço grande e suculento da ave, não me dei ao trabalho de usar talheres, apenas levei-o até a boca, faminta, rasgando-o. Constatei que estava sendo observada, então despreocupada, levei meus dedos até os lábios, passando a língua sobre a pele, na tentativa de limpar os resíduos.

— O que houve com sua irmã? Por que Ramsay cometeu tal ato? Por que me contou tanta coisa se mal me conhece?

Prossegui mastigando, enquanto me atentava a cada movimento e palavra do soldado. Virou-se para mim, ao ouvir minha questão, terminando de engolir a porção do alimento que havia apanhado. Um sorriso azedo se moldou em seus pequenos lábios rosados, uma risada satírica foi emitida pelo mesmo brevemente.

— Meu pai sempre me disse que vocês nobres não se misturam a miseráveis como nós. Mas você sempre foi diferente, não distinguia as pessoas. Ou talvez eu esteja errado, seu título de “bondosa da Casa Umber” não passava de uma enganação. Meu pai serviu tantos anos aos Umber e tenho certeza de que não faz ideia de quem ele seja. Ele morreu tentando salvar você, presenciou quando os Bolton tentaram leva-la da Última Lareira, não teve tempo para alertar mais homens, então enfrentou Ramsay e seus soldados sozinho. Sua garganta foi rasgada em apenas um golpe, é algo que revive todos os dias em minha mente —  A saliva atravessou minha goela como uma lâmina, a angustia de imaginar que um homem havia perdido sua vida para poupar a minha era como se eu fosse responsável por toda aquela desgraça — minha irmã ao testemunhar tal situação, gritou desesperada e então foi levada também. Eu tinha medo do que podiam fazer com ela. Ajoelhei-me para o bastardo, implorando que me levasse junto como um soldado juramentado da casa Bolton e assim ele fez. Jurei minha espada aos Bolton para salvar minha irmã. Tansy era minha única irmã, eu a amava mais que tudo. Tansy puxou minha mãe, era tão bela e adorável, a flor mais agradável de nossa família, não merecia ser a porra de uma isca para cães.

Constatei o sofrimento que tal história trazia ao mesmo, sua voz estava carregada de desgosto e então por algum motivo desconhecido interrompeu sua história, aquietando-se. As solas de seus calçados batucavam contra o piso. Seus lábios estavam crispados e suas pálpebras trancadas. Ouvi suas lamúrias que eram quase imperceptíveis.

— Ela foi a última caçada de Ramsay. Ele até levou aquele rato de estimação com ele e a vadia do canil. Myranda sempre teve inveja da minha irmã, dizia que ela se achava muito bonita. Acho que seu maior prazer foi vê-la sendo devorada pelas cadelas do bastardo. Como pode amar esse homem?

Seu olhar encontrou-se ao meu. Abri a boca inúmeras vezes a procura de uma resposta, mas a verdade é que não havia uma.

— Eu sinto muito.

Lamentei. Em um supetão o homem se levantou, sacando sua espada, agachando-se a minha frente. Repousou sua lâmina sobre o solo, declinando seu crânio.

— Eu, Enric Dalle prometo protege-la daqui até meu último dia de vida, Lady Umber. Servi-la como preferir, seus pedidos serão ordens e suas vontades serão as minhas também. Suas dores serão vingadas por mim.

— Por que está fazendo isso?

— Estou seguindo o que meu pai jurou fazer. Proteger os Umber.

Chacoalhei minhas mãos, sinalizando que Enric poderia se levantar. Fiz o mesmo, soerguendo meu crânio já que o rapaz era mais alto, cravando minhas íris no mesmo, sorrindo.

Os dias corriam apressados e o casamento de Ramsay e Sansa se aproximava. Myranda nunca esteve tão irada por ver o homem que amava prometido a outra. Havia alertado Sansa sobre o perigo que Myranda representava em função de sua paixão e que deveria se cuidar. Walda estava grávida e isso enfurecia Ramsay, não sei se posso chama-lo de bastardo, já que Roose mudou isso quando o rapaz conseguiu se apossar do Fosso Cailin.

A noite se aproximava tão fria que tive certeza que o inverno havia chegado. Meus ferimentos estavam menos visíveis, já conseguia caminhar sem o perigo de cair a qualquer momento. As criadas delicadamente corriam pequenos panos sobre a minha pele, banhando-a. Meu corpo já não possuía grandes manchas violetas e isso era um tanto animador. O vestido cor carne era ajustado em minhas curvas enquanto uma das mulheres acabava de trançar minhas longas madeixas negras. As criadas admiravam-me, elogiando como a cor vermelha realçava minha beleza. Apesar dos mimos, minha maior preocupação era Sansa. Apressei-me a sua procura, Enric e o outro guarda, seguiam-me por todo o percurso, como sombras. Aquilo já não me irritava, com o passar do tempo me acostumei em ser vigiada a todo o momento. Ao alcançar os aposentos da Stark, cessei minha caminhada, encarando-os homens, pousando minhas mãos na cintura, franzindo o cenho.

— Podem se retirar. Não irão entrar comigo.

Enric acatou minha ordem, redirecionando-se ao caminho no qual percorreu porém percebeu o colega ainda estático. Agarrou-lhe o braço, na intenção de leva-lo junto. Em vão. O homem se manteve carrancudo em sua posição.

— Ramsay mandou vigia-la a todo o momento.

— Mas vou ver Sansa, ela pode estar nua, é a intimidade dela. Não tem o direito de invadir a privacidade de uma lady...ou de qualquer outra mulher!

— Quais são os problemas aqui?

Aquela voz invadiu meus sentidos, causando-me calafrios. As lembranças da noite em que retornei a Winterfell invadiram minha mente, fazendo com que eu me calasse por alguns instantes. Acordei de meus devaneios com o soldado vociferando.

— Sua garotinha quer ficar sozinha, disse algo sobre privacidade...sabe o que é isso?

Gargalhou em tom de deboche. Cerrei meus punhos, enfurecida com a gozação do homem. Enric pousou seu palmar sobre sua espada, pronta para saca-la e empunha-la naquele que me aborrecia.

— É um dia de festa. Dê um tempo para a pequena Lady Umber.

As risadas cessaram, o soldado encarava-me transbordando a cólera que sentia, apenas sorri-lhe cinicamente, deixando-o ainda mais irritado. Em questão de segundos os soldados já não estavam mais ali.

— Está muito elegante, Milady. Não está pensando em fugir hoje, não é mesmo?

Voltei-me a Ramsay deixando que o sorriso anterior morresse.

— Quando irá entender que só tentei ajudar? Eu voltei. Voltei para você. Nunca quebrarei minha promessa, minha vida pertence a você.

Levei meus pequeninos dedos até as maçãs do rosto do homem, escorregando-os ali com delicadeza. Repentinamente fui atingida por um murro em meu rosto, fazendo com que eu cambaleasse, sentindo a dor se alastrando pelo local rapidamente. Tranquei minhas pálpebras por alguns segundos, digerindo o que havia acabado de ocorrer, deixando que algumas lágrimas de desprendessem, limpando-as sem muita demora.

— Você acha que eu sou tolo?!

Cuspiu suas palavras. Desviei minhas íris na direção do homem, tremula.

— A pior coisa que você já fez, o pensamento mais sombrio que você já teve...eu sempre estarei ao seu lado.

Minha voz estava embargada. O ódio queimava como as chamas de uma grande fogueira e dentro de mim algo gritava.

— Por que você faria isso?

— Porque eu amo você.

— Bom, que pena.

Mantive minha atenção no homem por alguns segundos, minha vontade era chorar até que um oceano tomasse conta do local, apoiei uma de minhas mãos sobre a parede, sentia como se eu realmente não significasse nada. Como se eu fosse apenas uma tola que aceitava ser destruída por um único desejo. Nesse momento, Myranda abriu a porta dos aposentos de Sansa, retirando-se em passos largos, parecendo estar consumida pela raiva. Bolton a seguiu e eu apenas adentrei o local em que a garota Stark se encontrava. A garota ainda se banhava e se assustou um pouco com a minha chegada, mas logo continuou a banhar-se. Acomodei-me ao seu lado, apanhando um tanto de água, levando meus dedos as madeixas cor de fogo da mesma, limpando-as delicadamente.

— Ela tentou me assustar.

Sansa se pronunciou após algum tempo de silêncio. Girou seu tronco em minha direção, observando-me, inexpressiva.

— Myranda? O homem no qual ela amava irá se casar. Não esperava outra reação. Mas você é uma nortenha, Winterfell é sua casa e eles nunca tiraram isso de você, Sansa. Winterfell pertence aos lobos e não importa o que façam os lobos sempre retornaram e tomaram o que é deles por direito.

— Eu estou com tanto medo, Anezka.

A ruiva declinou seu crânio, deixando que as lágrimas encharcassem sua face.

— Use o medo ao seu favor. Tudo vai ficar bem, dentro de você existe uma força que até você desconhece, mas que irá guia-la nos momentos mais difíceis.


Notas Finais


E aí, o que acharam do Enric? Acho ele super fofinho! Ele também é muito bonito, conseguiram imagina-lo? Dá para fazer um shipp? Fiquei com muita pena da Tansy. Lembram da garota que Myranda caçou junto ao Ramsay na série? Pois é... Mas será que essa história é verdadeira ou o Enric está tentando enganar a Anez? E a Sansa, tadinha. Estou morrendo de pena! Beijinhos, até o próximo cap ❤ ❤ ❤


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...