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História Heart tied to the devil - A força e a angústia de uma donzela


Escrita por: itshobbit_

Notas do Autor


Eu quero agradecer vocês por estarem lendo, fico muito feliz por isso! Estamos realmente nos capítulos finais e agora a história vai tomando seu rumo e o grande mistério está quase sendo revelado! ♥

Capítulo 21 - A força e a angústia de uma donzela


— Ramsay... — Levantei-me em um salto partindo na direção do homem com um largo sorriso estampado no rosto — Não imagina como é incrível poder encontra-lo vivo, admirar seu belo rosto ao meio da desgraça da guerra e sentir seu toque ardente em meu corpo que clama por você.

Ramsay cessou sua caminhada, franzindo o cenho, deixando que um riso irônico escorregasse de seus lábios. Senti no fundo de meus devaneios que aquilo era um sinal ruim e que eu deveria me afastar o mais rápido possível, mas como de costume não segui meus extintos, me entregando ao calor que a situação me trazia.

— Não imagina o tamanho de minha satisfação e surpresa ao vê-la viva, pequena Anezka. Não achei que fosse sobreviver, mas pelo que vejo é muito forte. Mais forte que qualquer outra que eu já tenha conhecido. Até mais que Myranda... ­— Suas íris se encontraram as minhas e travaram uma batalha por alguns segundos, até que mostrando minha derrota, desviei a atenção ao punhal que bailava sobre os dedos do bastardo. Meu coração batia descompassado e com tentativas falhas, fingia estar calma.

— Como assim? Não consigo compreender. Aconteceu algo? Myranda está bem?! Ela é minha amiga, não me deixe afundada em preocupação.

Ramsay soergueu seu palmar como se pedisse silêncio e eu o fiz.

— Myranda...ela esteve comigo quando todo o resto fugia, apavorados. Mas agora ela se foi. Porém, tudo isso tem uma parte muito engraçada. Sabe qual é? — Chacoalhei a cabeça indicando que não sabia qual a resposta para a sua pergunta e certamente temia a resposta — Você me entregou sua vida, ela me pertence. E agora, ela não tem mais nenhuma utilidade para mim e eu quero que ela termine. Roose não vai se preocupar com isso, tem assuntos mais importantes para tratar do que uma vadiazinha qualquer. Matar Myranda, ajudar Reek e a garota Stark em suas fugas...essas foram as escolhas mais tolas que já fez e agora terá de pagar por elas. Tudo tem o seu preço e o seu preço será a morte.

Antes que eu pudesse suplicar ou dizer algo, Ramsay avançou em minha direção, fazendo com que o meu corpo surrado fosse ao acolchoado com grande força. As lágrimas escorriam quentes pela pele avermelhada das minhas bochechas e eu berrava seu nome, pedindo piedade. Me esforçava para segurar seus braços, mantendo o punhal longe de mim, mas era quase impossível lutar contra o bastardo de Forte do Pavor. Era como se um animal selvagem e raivoso estivesse sedento em matar e eu fosse a próxima vitima. Uma presa fácil e indefesa ali mesmo. Cedendo as suas investidas violentas, meus braços começaram a afrouxar, fazendo com que rapidamente a grande mão de Ramsay tampasse meus lábios, abafando meus berros. Debatia cada centímetro do meu corpo, apavorada, de nada adiantava, mas eu não desistia de prolongar a desgraça que minha vida é. Com a mão livre, a lâmina corria sobre as minhas vestes novas, rasgando-as e minha garganta seria a próxima. Cravei os dentes sobre o seu palmar brutalmente, sentindo o líquido quente e vermelho vivo escorrendo por meus lábios, cessando assim os ataques de Ramsay. Mas isso só deixou-o mais furioso e em questão de segundos seu punhal estava muito próximo à pele quente de minha garganta, apenas algo o impedia de rasgar-me como um pedaço de porco. Minha mão. Meu palmo estava firme na lâmina, detendo-a com toda força possível. O olhar do homem trazia um mesclado de ódio e surpresa. Aos poucos consegui afastar sua mão, rangendo os dentes, o suor pingava sobre o meu rosto e o sangue se espalhava por todo o solo e uma dor insuportável tomava conta de mim, mesmo assim eu não considerava válido desistir. Eu estava em um campo de batalha e a força de um exercito de corajosos guerreiros cresceu em mim, como um sentimento repentino. Ofegante, consegui me afastar de Ramsay, meu peito subia e descia rapidamente. Escorei-me sobre uma peça de madeira na extremidade do cômodo e não demorou para que eu fosse atacada novamente, ligeiramente me livrei da investida. Nesse instante o som inesperado da porta se chocando com as paredes de rocha invadiu o local e claramente pude observar o homem alto posicionando-se a frente do bastardo com suas vestes grandes de ferro, fazendo Ramsay parecer uma pequena criança malcriada.

— Como sempre batendo em uma garotinha indefesa, quando um homem desafia-o, esconde-se como um rato. Imagino por qual motivo seu pai te legitimou, seria uma vergonha ter você como único herdeiro. Mas mostre aquele grande filho de uma puta que você serve para algo, me mate, pelo tanto que estou desafiando-o. Me mate por eu ter ajudado na fuga de Sansa e Theon. Me mate por eu ter jogado com todo prazer aquela vadia do canil e ter me deliciado com o som de seu crânio vazio se abrindo.

Meu desejo era berrar implorando para que Enric parasse com aquilo, eu suplicaria aos deuses para que todas aquelas palavras não fossem ditas, mas não acredito que teriam piedade de mim.

— Eu? Sujar as minhas mãos com você?

Ramsay indagou em tom de deboche, suas palavras foram seguidas por uma risada alta. Não queria olhar, mantive minha atenção em meus pés descalços, porém era impossível ignorar as íris veementes do bastardo sobre mim. Sem expressão, encarei-a por longos segundos, meu corpo todo doía, era cruel como meu coração formigava e minha cabeça girava. Machucava de tal modo que eu só queria chorar e chorar até formar um oceano por toda Winterfell matando todos ali, acabando com tal agonia. Quando voltei à realidade, sendo trazida brutalmente a realidade pelo som de Enric engasgando com seu próprio sangue, puxei a lâmina de meu punhal cravado em sua garganta vagarosamente, vendo seu corpo chocar-se ao chão. Com passos largos, passando por cima do soldado quase morto, aproximei-me de Ramsay com um extenso sorriso nos lábios encharcados de sangue.

— Meu querido Ramsay, irá possuir todo o Norte. Irá possuir tudo o que desejar e eu estarei aqui para apoia-lo, tirando todos que ousarem cruzar o seu caminho, meu doce Rei e Protetor do Norte. Seu nome estará em cada cantiga e até o mais pobre miserável saberá sobre você, o homem mais poderoso que já andou por esse vasto lugar.

Nossas íris esbranquiçadas se cruzaram e foi como se o gelo tomasse conta de todo o local. Podia me ver claramente refletida sobre seus olhos e então soube naquele momento que eu havia me tornado a pessoa que me feriu. Suas mãos frias encontraram-se as maçãs do meu rosto e em segundos seus lábios estavam colados aos meus. Soltou-me após alguns segundos, se encaminhando para fora de meus aposentos. Segui-o com as íris até sair dali, ficando de joelhos ao lado do corpo de Enric ao constatar sua partida. O homem definhava, o sangue banhava seus lábios sem cor e ele tossia muito, como se fosse dar seu último suspiro a qualquer momento.

— Enric...

— Olha só como cresceu desde que nos conhecemos, pequena garota. Sinto como se tivesse encontrado seus belos olhos ontem mesmo...mas já faz tanto tempo. Eu achei que viesse para cá apenas proteger minha irmã, mas no fundo sempre soube que você foi o motivo de tudo, você foi o motivo dos meus mais belos pensamentos e de cada coisa que já fiz por você. E eu — Pausou sua frase em função da tosse desenfreada, o que fez o desgosto e a dor crescer em mim — sinto por não ter te contado tudo antes. Mas olhe só, você não está nem se lamentando como faz sempre. Chorando e lamuriando. Consigo ver a mulher forte e corajosa que se tornou, pequena garota.

— Enric...não acredito em quem me tornei. Olha o que eu fiz a você, eu...

Fui interrompida antes mesmo que eu terminasse a frase.

— Sabe o que eu tenho mais a dizer? Eu não me arrependo de ter te conhecido, dos nossos caminhos terem se cruzado. Nem que isso tenha me feito questionar tudo. Você tem sido uma pessoa horrível, fez todas as escolhas erradas que acabaram com muitas vidas. E de todas as escolhas erradas que eu já fiz, essa deve ser a pior, mas não me arrependo de amar você. Não me arrependo de ter entrado por aquela porta para te ver viva, te proteger mesmo que pela última vez. Eu te amo, Anezka Bolton. Tenho algo muito importante a di..dize...dizer...

Suas palavras cessaram. Eu aguardei por alguns segundos, sorridente Enric completar sua frase, mas ele não o fez. A saliva atravessou minhas entranhas e eu segurei suas vestes, chacoalhando-o, na esperança de que ele dissesse meu nome e que tudo estava bem. Mas novamente ele não o fez. Ditei seu nome incontáveis vezes, mas em certo momento tive de aceitar que nunca mais veria sua feição carrancuda novamente. Curvei-me, aconchegando meu rosto sobre seu tórax, deixando que as lágrimas pingassem sobre o local. Minhas mãos agarraram-se aos panos, puxando-os com violência. A dor me matava por dentro aos poucos. Eu queria pedir perdão, mas ele não poderia mais ouvir. Queria pedir-lhe um abraço, um colo, mas ele já não estava mais ali. Comecei a me questionar sobre tudo, sobre cada escolha. Levantei-me, abandonando o corpo já sem vida e me direcionando para os corredores de Winterfell, achando um dos homens Bolton sem muita dificuldade.

— Peço para que retire o corpo de meus aposentos e dê aos cães que devem estar famintos.

— Ramsay pediu para que os restos de Myranda fossem dados aos cães, duvido que estejam com fome.

O homem contestou-me. Virei-me na direção do mesmo, franzindo o cenho, com um sorriso sacana marcado nos lábios.

— Acha mesmo que aquela cabra seca fez alguma diferença? Faça o que mandei, homem.

Ditei, iniciando minha caminhada até o pátio de Winterfell a procura do meistre, minhas vestes negras arrastavam-se pelo chão, mas antes de chegar ao meu destino, recostei-me sobre uma das paredes, sentindo meu estômago revirar. Em segundos o pouco que eu havia comido passou para o chão e eu lutava para não desmaiar. Minha vista escureceu e eu senti tudo ao meu redor desaparecendo.


Notas Finais


Obrigada por estarem lendo, amo vocêssss! ♥


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