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História Heart tied to the devil - No qual Anezka serve a seu Lorde.


Escrita por: itshobbit_

Capítulo 6 - No qual Anezka serve a seu Lorde.


Fanfic / Fanfiction Heart tied to the devil - No qual Anezka serve a seu Lorde.

Eu não comia a dias. Não sei quanto ao certo. Achei um pequeno riacho onde eu matava a minha sede e eu sempre acabava voltando ao mesmo, portanto não conseguia seguir meu caminho até Ramsay.

Eu não sabia onde Ramsay estava. Onde eu estava. As noites são sempre tão longas e amedrontadoras, as gélidas brisas do inverno que se aproxima congelam cada centímetro do meu corpo fraco. Cada segundo parecia eterno e eu sempre repetia o mesmo processo todos os malditos dias. Juntava minhas pernas, abraçando-as e pousava meu crânio sobre os meus joelhos surrados. Minhas madeixas negras escorriam como cascatas ao lado do meu corpo trazendo um mínimo de calor ao mesmo. As gotículas de água escorriam por meu rosto morrendo em meus lábios, trazendo ao meu paladar um sabor salgado, misturando-se ao amargo de minha angustia. Em minha mente os momentos que havia passado na Última Lareira se repetiam como uma doce lembrança e eu cantarolava uma música que minha mãe, Aldora, ensinou-me desde muito jovem. A saliva envolvia cada parte de minha boca ao lembrar os banquetes que eu me deliciava, Rickard, meu pai, admirava com orgulho sua pequena filha alimentando-se bem. Suas íris brilhavam como a chama de uma fogueira recém-acesa. As mulheres que trabalhavam para a minha família mimavam-me com perfumes e belos vestidos. Meu vestido musgo agora tinha uma coloração marrom, assim como meu rosto, encardido de terra e alguns machucados que permaneciam abertos. Elas também acariciavam minha pele com tecidos macios encharcados de água enquanto eu me banhava. Escovavam meus longos cabelos delicadamente, deixando-os impecáveis. Em meio aos meus devaneios, adormeci, repousando-me ao pé de uma grande árvore. Encolhi-me tentando afastar o frio, ainda assim o tremor envolvia cada parte de mim. O sono era como o descanso da minha alma, algo agridoce ao meio de tanta tormenta. O único momento no qual eu podia estar bem longe de tudo aquilo, onde a única fome que me atingia era a de aventura e a minha única tristeza era não ter a velha Hermien contando suas histórias para que eu pegasse no sono.

Senti os primeiros raios quentes de sol tocarem-me, despertando-me. Mas não eram apenas eles que me tocavam, uma pequena faca encontrava-se rente a minha garganta e ao percebe-la mal pude me mover. Sabia que as coisas não estavam boas, mas não imaginava que podiam piorar. Pensei em suplicar por minha vida, clamar por piedade ou apenas deixar que fizessem de mim o que bem entendessem.

— Devemos mata-la, pequeno Lorde.

Uma voz grosseira ditou.

— Não, não devemos. Deixe-a em paz!

Minhas íris finalmente puderam observar algo que não fosse meus próprios pés. Soergui minha visão, observando dois jovens rapazes, um tinha as madeixas douradas e profundas esferas verdes como o gramado no auge do verão, não era muito alto e seu corpo era magricelo. O outro tinha os fios castanhos espessos, cobrindo um pouco de seu rosto esbranquiçado. Esse estava ao lado de um homem alto e gordo de barba mal feita. Realmente muito alto, parecia ter ao menos dois metros e só sabia repetir uma única palavra “Hodor”. Uma jovem de cabelos longos e castanhos parecia desconfiada, não retirando sua atenção de mim nem ao menos um segundo. A mulher que ameaçava-me com a lâmina afastou-se um tanto, seu corpo possuía inúmeras cicatrizes expostas e trazia madeixas escuras e desgrenhadas. Um dos rapazes se arrastou, avizinhando-se de mim.

— Quem é você? Está perdida? — Aproximou seu palmar de meu rosto, fazendo com que eu recuasse um tanto, grudando-me ao tronco da árvore em que eu estava próxima, encarando-o visivelmente assustada — Não vou machuca-la. Meu nome é Bran Stark. Esses são Hodor, Osha e os irmãos Reed. Meera e Jojen. Agora que sabe quem nós somos, precisamos saber quem você é.

— Não é uma boa ideia dizer quem é para a desconhecida, Bran.

Meera pousou seu palmo sobre o ombro do garoto Stark, fazendo com que ele mudasse sua atenção para ela por alguns segundos, logo voltando-a para mim. Parecia apreensivo, o silêncio predominava o local.

— A...Anezka...Umber. Meu nome é Anezka Umber.

Impulsivamente um sorriso dócil surgiu em meu rosto encardido.

— Como ousa mentir? Nem ao menos parece uma Umber!

Osha vociferou, partindo em minha direção novamente, prontamente para me atacar. Firmei meus dedos sobre o solo, impulsionando-me para trás com o auxilio de meus pés, enquanto minhas palavras escapavam de minha boca rapidamente.

— Aldora. Aldora é minha mãe, sei que deve saber quem ela é. Me pareço com ela, infelizmente não tive o prazer de ter os fios de fogo dos Umber.

A selvagem agarrou com brutalidade meu rosto, fixando suas íris sobre mim, analisando-me com as pálpebras semicerradas por alguns segundos. Minha respiração parecia mais precisa a cada instante, tornando-se ofegante. Fui solta sem muita delicadeza, estatelando-me para trás.

— O que uma Umber faz aqui? Longe da Última Lareira, suja e maltrapilha?

Jojen indagou, agachando-se a minha frente. Enlaçou seus dedos macios sobre o meu pulso, ajudando-me a voltar a minha postura inicial.

— Eu...me perdi. Meu irmão resolveu caçar e eu sempre quis participar de suas aventuras e acabei aqui. Não sei nem ao menos onde estou. Vocês tem algo para eu comer? Estou faminta. Peço-lhes isso encarecidamente, apenas um pequeno pedaço de qualquer alimento.

Não sei se haviam acreditado na mentira sobre a caçada, mas espero que atendam as minhas suplicas. Sem nada dizer, Bran apenas esticou seu braço, entregando-me um pedaço de pão. Apanhei o alimento com rapidez, colocando-o todo sobre a boca, faminta.

— Fique junto a nós, levarei-a de volta para casa, Anezka.  

No mesmo instante encarei o Stark, chacoalhando a cabeça como se negasse a ajuda que ele acabara de oferecer. Engoli o restante do pão, manifestando minha opinião contrária a sua oferta.

— Não faça isso, Milorde. Sei dos ocorridos em Winterfell, precisa se proteger e isso seria arriscado.

— Não acha arriscado você perambular sozinha por um lugar que mal conhece, sem alimento ou água?

— Eu sou apenas...eu, Milorde Stark. A minha casa serve a sua, eu devo me arriscar por você e não ao contrário.

— Então, como seu Lorde, exijo que se junte a nós. Não posso deixar que morra, jovem Anezka. Não me perdoaria.

Ouvi ligeiramente o descontentamento de Meera. A garota xingou alguns palavrões, soltando o ar pesadamente e caminhando para longe dali. Assenti delicadamente percebendo um pequenino sorriso nos lábios rosados de Bran Stark. 



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