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História Heartbreak Girl - Capítulo 16 - From another point of view


Escrita por: Luali

Notas do Autor


Olá, pessoinhas lindas da minha life!
Que saudades de vocês! Saudades de postar! Saudades de tudo!
Já vou começar essas notas me desculpando pela demora... Minha vida está uma loucura! Não gosto de ficar fazendo drama e inventando desculpas, mas não me matem, por favor!
Eu já falei que moro em uma casa com mais outras seis pessoas, certo? Então... Minha prima estava desempregada e passava o dia todo estudando com meu notebook, logo não dava para escrever durante o dia...
Por vezes demais, eu estava exausta pela noite...
A faculdade está consumindo meu espírito...
Estava com todas as minhas energias sendo sugadas pela rotina e tudo o mais...
Estou estudando, fazendo terapia, estudando mais um pouco e ajudando em casa... Ainda tenho que ouvir minha família reclamando e tudo o mais...
Por isso não escrevi... Minha inspiração vacilou, eu estou meio exausta da minha situação atual e ainda meu notebook foi praticamente possuído por outra pessoa...
É nesse cenário deprimente e maluco que eu tenho vivido o última ano e meio... Desculpa se eu demorei dois meses para postar...
Ainda estou viva, sabe?
E aqui estou eu com mais um capítulo gigante e que deu bastante trabalho, porque eu nunca fui um garoto para saber o que se passa na cabeça deles... Espero que esteja bom...
Obrigada a quem não desistiu de HG!
Amo vocês!
Agora, boa leitura!

Capítulo 17 - Capítulo 16 - From another point of view


Fanfic / Fanfiction Heartbreak Girl - Capítulo 16 - From another point of view

POV Luke

Às vezes, a vida nos dá algumas chances de sermos felizes. E precisamos agarrar essas chances com unhas e dentes fortemente e não deixa-las escapar. São chances únicas e devemos saber reconhecê-las. Eu já fui apresentado a duas dessas chances.

A primeira apareceu quando Ashton se juntou à banda e Louis Tomlinson ouviu nosso cover.

Mas antes disso, fizemos aqueles shows nos bares. Em uma daquelas apresentações, a vida me mostrou um vislumbre do que seria a próxima chance, mas eu ainda não sabia que aquela maluca de pijama se tornaria tão importante na minha vida.

 - Esse é o último estojo, Ash? – perguntei assim que subi no pequeno palco. Entreguei ao baterista o que parecia ser a caixa que ele guardava os pratos.

 - Sim. Obrigado, cara! – ele pegou o estojo e voltou a montar a bateria no fundo.

Tirei minha guitarra da case e conectei o cabo na caixa de som. Regulei os agudos e ajeitei o volume. Testei as notas e passei mais uma vez a nossa música. A única que era de nossa autoria, no momento.

Mike e Calum faziam a mesma coisa. Cada um absorto em sua função. Michael passava a mão toda hora naquela franja. Cal sorria para o baixo, estudando as notas. Eu sabia que não éramos péssimos, mas o nervosismo começava a se condensar perto de nós.

No bar, pessoas começaram a chegar. Até então, havia cerca de 20 pessoas. E alguns minutos a mais e uma loira adentrou o ambiente, com um sorriso enorme e orgulhoso no rosto.

Aleisha McDonalds se aproximou do palco, o que me fez descer rapidamente da pequena elevação e abraçar a minha namorada. Ela beijou rapidamente os meus lábios e sorria enormemente para mim.

 - Boa sorte, Hemmo! Estarei aqui na frente assistindo! – ela beijou minha bochecha e se juntou a uma amiga que estava por ali há alguns minutos.

 - Você é tão metido com essa namorada, cara! – Mike riu de mim quando voltei ao palco.

 - Cala a boca, Clifford. – bati em seu ombro. – Já está tudo pronto?

 - Aqui atrás está tudo certo. – Ash disse já sentado atrás da bateria.

 - Estamos prontos, Hemmings. – Cal sorriu e se posicionou do lado esquerdo do palco.

Eu tomei meu lugar ao centro e Mike se preparou à minha direita. Aproximei-me do microfone e anunciei:

 - Nós somos a 5 Seconds of Summer. Espero que aproveitem. – das vinte pessoas que estavam ali, apenas oito nos olhavam. Balancei a cabeça e contei silenciosamente até três.

Ash bateu as baquetas e eu toquei o primeiro acorde. Começamos com um cover de Blink 182. E quando chegamos ao refrão, a porta do bar se abriu mais uma vez. Por ali, entrou uma garota. Voltei a olhar para Aleisha, mas ela conversava com a amiga.

A garota que acabara de entrar tinha cabelos castanhos. Ela vestia uma camisola de algodão cinza, por cima um sobretudo aberto. Ela estava toda descabelada e com algumas olheiras fundas. E mesmo toda desgrenhada, ela conseguia ser linda.

Concentrei-me mais na música. Olhei novamente para a garota, que me encarava, finalmente. Pude captar seus olhos cinza por um instante antes de desviar o olhar para Aleisha mais uma vez.

~*~

E aqueles olhos cinza nunca saíram da minha cabeça. Depois daquele dia, a garota de pijama e olhos incríveis não deixou meus pensamentos. De tempos em tempos, a imagem de uma linda garota desarrumada e que parecia destruída rondava a minha memória. Principalmente depois de um passeio de metrô.

Good Charlotte tocava no volume máximo nos meus fones de ouvido. Eu estava escorado no poste do metrô, havia acabado de ceder meu lugar para uma senhora que usava bengala. Olhei em volta procurando algum espaço vago, mas estavam todos ocupados. Olhei para a garota ao meu lado. Ela era morena, e passava os dedos na tela do celular freneticamente.

O perfil dela era familiar, mas não tinha certeza de onde a conheceria. O uniforme que ela usava acusava que ela estudava na Tyndale Christian School. Alguns fios se soltavam do rabo de cavalo, dando um ar desleixado à menina. Ela olhou rapidamente para frente e tive uma rápida visão do conteúdo na tela do seu celular.

As palavras “she looks so perfect” estavam escritas na caixa de busca do Google.

Quando pensei em me aproximar e perguntar se ela procurava a nossa música, a voz nos alto-falantes anunciou a próxima parada. A garota desconhecida pescou sua mochila do chão e olhou para o meu lado, mas não me enxergou ali. Porém eu finalmente reconheci seu rosto. Era a garota de pijama no bar. Ela parecia muito diferente desde aquela vez. Parecia mais viva, mais arrumada, mais alegre.

Quando dei um passo para falar com ela, o metrô parou e a garota saiu pela porta, antes mesmo de eu poder ajudá-la.

~*~

E desde então, foquei cada vez mais na música. Em alguns meses, a banda já estava fazendo shows maiores, fomos ouvidos por Louis e, num piscar de olhos já fomos contratados para abrir a turnê da One Direction

Durante esse tempo, o meu relacionamento com Aleisha chegou ao fim e a imagem da garota de pijamas e de uniforme azul marinho e branco me perturbava, às vezes. E eu estava tão focado em fazer um bom trabalho e deixar minha família orgulhosa.

O palco se estendia a minha frente. Em alguns segundos eu estaria na frente daquela plateia. Inspirei o ar profundamente. Expirei longamente. Olhei para meus amigos. Eles pareciam tão nervosos quanto eu.

Alguém do Staff nos deu permissão para entrarmos no palco. Apertei o braço da guitarra, sentindo as cordas e os contornos. Coloquei os fones, apertei a palheta na mão direita e andei até o microfone. Fumaça de gelo seco cobria todo o palco e poucas luzes guiaram meu caminho.

Eu mal conseguia respirar quando ouvi a contagem das baquetas de Ashton. E soltei o primeiro acorde de She Looks So Perfect. E a partir desse momento, voltei a respirar, a ouvir os ruídos das pessoas e saí do meu transe.

A adrenalina tomou conta do meu corpo, minha voz soou nas caixas de som e ecoou nos fones de ouvido e por todo o estádio. Eu me sentia incrível cantando e tocando para aquela plateia.

Olhei para Michael e para Calum. Parecia tão natural estar ali em cima, tocando guitarra e cantando nossas músicas. Parecia que eu estava em casa, então antes do refrão, eu saí do meu lugar e me movi até o lado de Mike.

Nunca senti tanta vontade de pular. A música me envolveu e tomou conta de mim e do meu corpo. Pela primeira vez, eu senti que pertencia a algum lugar. Aquele era o meu lugar no mundo, fazendo o que eu mais amo.

~*~

E a minha vida mudou completamente a partir de então. Turnê, shows, entrevistas, fãs, paparazzi, músicas novas, gravações. E então veio aquela promoção da rádio, que eu ainda não entendi como nosso produtor aceitou.

E eu finalmente pude conhecer a tal garota misteriosa dos olhos cinza.

Eu estava jogado no sofá de qualquer jeito, vasculhando meu Twitter atrás de alguma coisa interessante enquanto esperava as duas ganhadoras do concurso. Por algum motivo desconhecido, eu estava ansioso. Mia Scodelario e Chloe Hudson. Esses nomes sempre voltavam à minha cabeça.

Seria legal ter pessoas diferentes passando um tempo conosco, mas ainda seria muito estranho. Duas garotas e quatro garotos em uma casa... O que isso vai dar?

E fui arrancado dos meus devaneios pelo assovio de Ashton. Olhei para trás e me deparei com duas estranhas. A ruiva estava paralisada e atrás dela estava uma morena, que me olhava, também. Nossos olhos se encontraram. Azul no cinza. Abri um sorriso e mordi o piercing inconscientemente. A morena sacudiu a cabeça e empurrou a ruiva para o lado.

A ruiva pareceu acordar do seu estado de paralisia e soltou um grito, de repente, a única coisa que vi foi um vulto vermelho pular no sofá, em cima do Mike. Todos riram da cena depois que Mike reagiu e devolveu o abraço.

 - Pessoal, essa louca aí é a Chloe e essa coisa linda aqui é a Mia. – Ashton as apresentou.

Calum se levantou do sofá e foi até a morena e a cumprimentou com um abraço de urso. Meu estômago revirou e eu não entendi muito bem a sensação.

 - Mia, eu sou o Calum. Bem vinda à nossa casa. – o moreno falou enquanto abraçava a garota.

As risadas só aumentaram. Cal é meio tapado. Ela é nossa fã, certo?

 - Eu sei quem você é Cal! É o meu baixista preferido, seu maluco! – Mia zoa o garoto, que fica corado.

Mas a risada que Cal cedeu, foi interrompida pelo raio vermelho chamado Chloe, que pulou nas costas dele. Eu fiz careta tentando entender o que se passava na cabeça daquela criatura ruiva.

 - Ela está mais louca que o normal, eu juro! – a morena fez piada da amiga.

Depois dessa, decidi me aproximar da garota simpática. Quando cheguei mais perto a sensação de familiaridade preencheu todo o meu ser. Franzi a testa tentando me lembrar daquela pessoa. Os profundos olhos cinza, os lábios rosados, o rosto delicado. Todos esses detalhes eram familiares, mas alguma coisa não se encaixava.

 - Eu acho que já te vi em algum lugar. Nós não nos conhecemos? – perguntei curioso.

- A-acho que não. Imagina! Eu, Mia Scodelario, conhecer Luke Hemmings! Acho que você está me confundindo. – ela tentou desviar o foco, mas eu sabia que não me enganaria daquela maneira.

- Não acho que existam muitas pessoas parecidas com você. Mas se você está dizendo. – depois eu tentarei descobrir quem é essa garota. - Sou Luke! – estendo a mão.

 - Eu já sabia. – ela dá de ombros e aceita o cumprimento. E assim que aperto sua mão, a puxo para um abraço.

 - Eu já vi você em algum lugar e vou me lembrar de onde. – sussurro no ouvido dela. Pelos poucos segundos em que a abracei, pude sentir calor irradiar de Mia. Eu sentia que ela era especial.

 - Eu também quero um abraço dessa pessoa fofa! – Mike nos interrompe.

Abro espaço para o meu amigo e tento lembrar de Mia Scodelario. Eu ainda vou descobrir de onde eu conheço essa garota!

~*~

E em poucos dias Mia Scodelario já não era mais a garota misteriosa do bar. Tornamo-nos amigos. Ela me contou segredos e problemas que me fizeram querer protegê-la de todo o mal.

Mia era a pessoa mais incrível que eu conhecia. E naquela noite eu vi tão claramente a pureza da sua alma, toda a inocência e todo o sofrimento dela. A minha Mia não merecia tudo aquilo.

E naquela mesma noite me fiz uma promessa. Que eu iria cumprir custe o que custasse.

Eu saí do banheiro após um longo banho quente. Fui até meu armário e vesti uma box branca e minha calça de moletom. Joguei-me na cama e olhei para o teto.

Cada dia que se passava, cada detalhe do rosto de uma certa morena ficava mais claro na minha mente. Cada traço daquele rosto delicado. Cada relance dos olhos cinzas e todas as tonalidades de acordo com a luz do ambiente. Os sorrisos, as risadas, todos os tons de rosa que seu rosto adquiria quando ela corava. Tudo.

Quando eu a vi, cabisbaixa depois de falar com o namorado, meu peito se apertou e eu senti que devia animá-la e protegê-la de seja lá o que fosse.

Eu virei para um lado e vi meu celular e os fones de ouvido na cabeceira. Alcancei-os e coloquei Living On A Prayer do Bon Jovi para tocar. Não conseguia dormir. Os sorrisos de Mia não paravam de me atormentar.

Todo o álbum de This Left Feels Right tocou e eu ainda não pegara no sono. Então decidi tomar um copo de água. Assim que pisei no corredor, um grito irrompeu no escuro da noite. Um grito profundo de dor. Como se alguém estivesse morrendo. E era um grito feminino.

Corri para o quarto das meninas e bati na porta, mas ninguém atendeu. Os gemidos de dor continuaram e eu conseguia identificar a voz de Mia resmungando coisas ininteligíveis em meio aos suspiros e movimentos bruscos. Abri a porta sem hesitar mais nenhum segundo.

Mia estava sentada na cama, sem os lençóis e o edredom. Ela suava frio e a expressão no seu rosto revelava que ela havia tido um pesadelo horrível.

Lágrimas escorriam do seu rosto e sem demora, corri e abracei-a. Ela parecia apavorada. O que será que aconteceu?

 - Calma, calma... Foi apenas um pesadelo. Já passou. – tentei acalmá-la enquanto acariciava seus cabelos.  – Eu estou aqui com você agora.

Devagarzinho ela foi se acalmando, a respiração se normalizando. Os soluços diminuíram e ela apertou os braços ao meu redor. Minha única reação foi a de continuar embalando-a.

- Você quer falar sobre isso? Pode ajudar. – ofereci suavemente.

Ela acenou e afastou a cabeça do vão do meu pescoço, isso permitiu que eu olhasse nos olhos cinza tempestuosos. E vi um brilho misto de medo e fragilidade. Eu não gostava de vê-la tão frágil e parecendo destruída, de alguma forma.

Então Mia começou a falar. Ela me contou sobre a noite que nos conhecemos. Sobre a depressão. Sobre o namorado babaca que ela tinha.

E ela chorou. E ela riu. E me agradeceu.

E eu apenas conseguir prometer uma coisa a ela e a mim mesmo. Eu sempre estaria por perto para secar as lágrimas dela. Sempre estaria ali para proteger a garota dos olhos bonitos.

 - Obrigada, loiro! Você é demais! – ela sorriu e beijou minha bochecha.

Distraí-me com a sensação dos lábios dela na minha pele. Eu sentia uma atração enorme por Mia. Não apenas fisicamente, embora ela seja linda. Mas é uma atração diferente, um sentimento de pertencimento e aproximação inexplicável.

Quando dei por mim ela estava se deitando novamente na cama e olhei confuso para ela.

- Não acho que a Chloe vai voltar para o quarto. Vamos dormir mais um pouquinho... Está amanhecendo. – apontou-me a janela e ofereceu a cama da ruiva.

Deitei-me na cama ao lado e olhei-a mais uma vez. E com os olhos fechados disse:

 - Boa noite, baixinha!

 - Boa noite, girafa! – respondeu tão baixinho que quase não pude ouvi-la.

E sem perceber, adormeci. Um sono leve que velava pela menina ao lado.

~*~

Cada momento que eu passava com Mia Scodelario e Chloe Hudson eu me surpreendia mais.

Mia era uma talentosa cozinheira, que cantava bem e tinha o nobre sonho de cuidar das pessoas. E isso me encantava nela. Toda essa dedicação e carinho que ela coloca nas coisas que ela faz. Tudo isso só me deixava mais e mais envolvido com a morena.

E já era o fim da semana que passamos juntos. E estávamos cada vez mais próximos. Cada vez mais amigos. E a única coisa que eu conseguia pensar era sobre curar as feridas de Mia, porque eu sabia que eu não poderia protegê-la de tudo.  Além disso, eu temia que ela se esquecesse de mim.

Eu já não conseguia imaginar um futuro sem ter nenhum contato com essas duas. Principalmente com Mia. E tanto ela quanto Chloe se tornaram as caçulinhas da família.

Isso mesmo. Agora éramos uma família de seis e não mais de quatro.

E, falando em família, os pais da Mia foram tão incríveis comigo e com os garotos, que me senti em casa.

Quando descemos da van, depois da entrevista na rádio, fomos recebidos pelas famílias Hudson e Scodelario. Fiquei encantado de ver a interação entre todas as pessoas. O modo como Mia tratava o pequeno Phill, o modo como abraçava o pai e a maneira como os chamava de Papai e Mamãe. Era encantador vê-la agindo com as pessoas que tanto ama.

Não acreditei que o nome da mãe de Mia era o mesmo da nossa Girafa inflável! Mas era incrível como Luce cozinhava bem. Deu para entender de onde Mia havia herdado suas habilidades.

Durante o jantar, Mia parecia pensativa e eu travei uma conversa incrível com Luce. Ela lembrava, de alguma maneira, a minha mãe. Sempre acolhedora e maternal.

 - Luke, você e Mia ficaram bem próximos, certo? – Lucinda perguntou.

 - Eu adoro a Mia. Ela é minha melhor amiga, de verdade. – respondi e olhei para a garota que dominava meus pensamentos nos últimos dias.

 - Eu percebo o jeito que você olha para ela. Como se fosse a coisa mais rara do mundo e a mais importante para você. – ela sorriu encantadoramente.

 - Ela é especial e eu queria poder protegê-la de tudo, mas sei que ela vai se machucar eventualmente. Pelo menos posso ajudá-la a curar as dores. – Sorri para a mulher ao meu lado.

 - Oh, querido, é tão gentil da sua parte! – Ela sorriu agradecida. – Mia precisa de mais pessoas como você ao redor dela, principalmente depois de tudo o que ela passou.

 - Ela me contou sobre a depressão. – comentei.

 - Sério?! – ela surpreendeu-se. – Ela não contou nem para o namorado. Isso quer dizer que ela realmente confia em você.

 - E eu confio nela, Luce. – olhei novamente para Mia. – E eu gosto realmente da Mia.

 - Eu queria que ela namorasse você ao invés daquele Jacob. – ela que me surpreendeu dessa vez, quase me fazendo engasgar com o suco.

 - Desculpa. Você me assustou. – ri envergonhado.

 - Acho que esse namoro não renderá muito. – ela deu de ombros. – Mia voltou diferente depois dessa semana.

 - Eles brigaram muito nesses dias. – contei. – Fiquei meio preocupado, mas acho que ela está melhor agora.

 - Jacob não é uma pessoa ruim, sabe? Mas ele não combina com Mia. Ela é muito madura para ele. – ela explica. – Eu a conheço melhor que ela mesma e sei que logo ela mudará de ideia sobre esse relacionamento.

 - Eu só espero que ela saia dessa sem estar com o coração partido. – falei baixinho para Luce.

 - Eu também. – ela deu uma garfada na comida. – Ela não deve se sentir abandonada novamente.

 - Se depender de mim, não deixarei isso acontecer. – sorri confiante. – Eu vou estar longe, mas não abandonarei Mia.

 - Eu acredito em você, Luke. – ela sorriu acolhedoramente. – Mas me diga, o que está achando da minha comida?

 - Está deliciosa! É muito parecida com a da minha mãe e com a da Mia. – elogiei.

 - Mia aprendeu comigo. – vangloriou-se.

E o jantar continuou leve e tranquilo. Até que chegou a hora de ir embora. E essa parte foi a mais difícil. Mia se despediu dos meninos primeiro, enquanto eu me despedia das outras pessoas. Quando chegou nossa vez, ela me apertou tão forte, mas tão forte. Parecia que ela não me deixaria ir embora.

 - Vamos nos ver logo, pinguim. Até mais, Mia! – sussurrei no ouvido dela, afastei meu rosto o suficiente para beijar a testa dela. – Vou sentir saudades.

 - Também vou sentir sua falta, girafa. – ela respondeu e me apertou mais uma vez antes de me soltar e me deixar entrar na van.

Meu coração se afundou quando a porta foi fechada. Essas baixinhas fariam muita falta.

 - Quem quer uma cerveja quando chegarmos em casa? – Ash perguntou, ele queria animar Mike que parecia um cachorrinho perdido sem a Chloe.

 - Acho que todos estamos precisando de um pouco de álcool. – Cal concordou.

 - Só uma garrafa não tem problema. – aceitei, porque eu realmente estava querendo me distrair dos olhos cinza de uma certa garota.

 - Apoiado! – Mike bateu palmas para a ideia.

O resto da viagem foi quieta, somente Metallica tocando no rádio. Quando a van parou na frente da casa, ela parecia maior que o normal e muito vazia por dentro.

Ashton foi direto para a cozinha e trouxe quatro garrafas de cerveja. Eu e Mike estávamos jogados em um dos sofás, Calum ocupou o outro e Ash se deixou cair no chão mesmo.

 - Sou só eu ou essa casa está meio deserta? – Calum perguntou.

 - Não é só você, cara. – Ash concordou.

 - Eu acho que estou apaixonado. – Michael confessou.

 - Só você não tinha percebido antes. – comentei e todos riram. – Ela te faz bem, Mike. Aproveita que ela não está comprometida com outra pessoa.

 - Você está ferrado, Luke! – Cal riu da minha cara.

 - Eu sei. – ri sarcasticamente.

 - Você também? – Mike riu da minha cara. – Bem a sua cara gostar das mais difíceis.

 - Vocês até podem estar apaixonados, mas ninguém vai sentir mais falta da Mia do que eu. – Cal resmungou.

 - Por quê? – ergui a sobrancelha para ele.

 - Ela é a única que sabia o que está falando quando o assunto era futebol. Além disso, aquelas panquecas são melhores que as da minha mãe! – Cal deu mais um gole na cerveja e riu em seguida.

- Tira os olhos da garota do Luke, Calum! – Ashton bateu na cabeça do moreno.

 - Pena que ela não é minha de verdade. – lamentei.

 - Afinal, onde estava o namorado da Mia? Ele não foi ao jantar. – Mike perguntou.

 - Eles brigaram a semana toda. – dei de ombros. – Ela ficou muito brava com o estúpido.

 - Espero que esteja tudo bem com a Little Mia. – Ash disse preocupado. – Ela é como uma irmãzinha.

 - Vou sentir a falta da Chloe! – Mike choramingou e terminou sua cerveja e foi à cozinha buscar outra.

 - Todos vamos sentir faltas das nossas garotas. – Cal concluiu.

~*~

Eu nunca senti tanta falta de alguém na minha vida inteira. As semanas que se passaram longe daquela garota foram estranhamente vazias. Eu só sabia pensar em Mia Scodelario. Eu só conseguia pensar em como os sentimentos cresciam assustadoramente dentro de mim. Ela se tornava mais especial a cada dia. Cada dia mais importante para mim. Cada dia mais dona dos meus pensamentos.

E todos esses sentimentos que tanto me atormentavam, se transformaram em uma música.

Assim que chegamos ao Reino Unido, com a turnê quase chegando ao fim, Calum apareceu com uma melodia que não saia da minha cabeça. Eu cantarolava a melodia o dia todo. Quando estava comendo, no banho, escovando os dentes.

Depois do show, quando cheguei ao hotel, fui para o quarto, peguei qualquer caderno e lápis e rabisquei algumas palavras. Mandei uma mensagem para Cal vir me ajudar com os arranjos.

“I’ll call you tomorrow at 10”

“I’m you’re cure”

“Thanks for being my friend”

“Friendzone”

“I’m so close to confession”

“You belong with me”

“Heartbreak girl”

“Hold you tight”

“You call me up”

“You heart hurts”

“Again and again”

“I can’t get over him getting over me”.

 - O que é isso? – meu amigo perguntou assim que leu as frases e palavras desconexas no papel.

 - Sabe aquela melodia que você começou outro dia? – perguntei. – Eu estou tentando escrever a letra.

 - Por quê? Nem era uma canção boa, Luke. – ele reclamou.

 - Não ligo para isso, cara. Só não consigo tirar ela da minha cabeça. E a letra está quase se formando. Veja! – peguei o violão e toquei as primeiras notas.

You call me up

It’s like a broken record

Saying that your heart is hurt”

 - Ok. Isso pode ficar bom. – ele concordou. – Mas de onde você conseguiu isso?

 - Tente pensar em duas coisas ao mesmo tempo, não vai dar certo. – respondi.

 - Como assim? – Cal sentou-se do meu lado e começou a rabiscar outra folha do caderno, escrevendo as notas.

 - Nos últimos dias, cantarolei isso o dia todo e, ultimamente, não paro de pensar na Mia. Junte um mais um. – confessei.

 - Entendi. E você quer ajuda com isso aqui? – o moreno perguntou e eu apenas concordei com a cabeça.

 - Preciso tirar isso da minha cabeça, mesmo que não fique realmente bom. – pedi.

 - Vamos salvar sua sanidade, então. – Ele pegou o caderno e me mostrou as notas da melodia. – Acho que o terceiro verso não está cem por cento. Ao invés de “is hurt”, tente apenas “hurts”.

Eu obedeci e toquei mais algumas notas. E logo a mensagem que ela me mandou alguns dias atrás veio a minha mente.

 - “Saying that you heart hurts/ That you’ll never get over him getting over you”. – Continuei.

 - Boa, vou anotar essa. – Cal escreveu. – A Mia é sempre sensível, certo?

 - Você não imagina o tanto. Ela sempre acaba chorando depois de brigar com o Babaca. – comentei.

 - Certo. Então ela sempre acaba chorando. Você já pensou que se você se confessar pra ela, isso pode acabar? – olhou-me com a testa franzida.

 - Eu sempre estou tão perto de fazer isso. Sempre tenho vontade de gritar para ela que eu estou aqui e que ele é um idiota que não merece ela, mas sempre acabo mentindo. – declarei. – Espera!

Toquei mais algumas notas e escrevi no caderno mais dois versos: “And you end up crying/ And I end up lying”.

 - E por que você só não fala de uma vez? – Calum pareceu não entender.

 - Porque eu sou um idiota que tem medo de perder ela. E sempre vou fazer de tudo por Mia. – desabafei.

 - Você realmente é um otário por cada coisa que a Mia faz. – ele negou com a cabeça e escreveu mais alguma coisa no caderno.

 - E sempre que se despede depois de me ligar, ela simplesmente diz que eu sou um bom amigo. Isso acaba comigo, Cal. – reclamei. – Espera, isso pode se encaixar.

Toquei desde o começo e adicionei mais alguns versos. “Cause I’m just a sucker for anything that you do/ And when the phone call finally ends/ You say ‘thanks for being a friend’”.

 - Cara, sinto muito em dizer isso, mas parece que enquanto você não falar nada, vocês vão continuar andando em círculos. – Calum deu dois tapinhas nas minhas costas.

 - De novo e de novo. – peguei o caderno e anotei as palavras. – “We’re going in circles again and again”.

 - Quem sabe você não canta essa música pra ela? – ele sugeriu.

 - Acho que terminamos a primeira estrofe. – Olhei as frases nas linhas, agora começando a fazer sentido.

Toquei tudo o que já tínhamos. E toquei as notas do refrão. Apenas as notas. Cantarolei e as palavras pularam da minha boca.

 - “I dedicate this song to you/ The one who never sees the truth.” – anotei no caderno e olhei para Cal, buscando alguma espécie de aprovação.

 - Quem sabe assim ela não perceba que você realmente gosta dela? – Cal encarava os versos que já estavam rascunhados nas folhas anteriores. – “Cure” rima com “Hurt”, certo?

 - Mais ou menos, por quê? – olhei a letra torta do meu amigo.

 - Que tal o refrão ficar assim... – pegou o violão e tocou enquanto cantava. – “I dedicate this song to you/ The one who never sees the truth/ That I can take away you hurt/ Heartbreak Girl/ Hold you tight/ Until you be  alright/ I’m always here/ Are you going realize /That I’m your cure/ Heartbreak Girl.

 - Ainda não soou perfeitamente. – tentei me lembrar de alguma situação com Mia, que me despertou a vontade de segurá-la.

E, imediatamente, a lembrança de vê-la chorando desesperadamente após um pesadelo tomou minha mente. Eu apenas abracei-a até o dia amanhecer. Eu apenas queria dizer para aquela garota que eu sempre estaria bem aqui para curá-la.

Mas quanto tempo duraria para que ela percebesse?

Risquei alguns versos que Calum havia escrito. E anotei na frente. Cal olhou para o papel e reproduziu as palavras.

“I dedicate this song to you

The one who never sees the truth

That I could take away your hurt

Heartbreak girl

Hold you tight

Straight through the daylight

I’m right here

When you’re gonna realize

That I’m your cure

Heartbreak Girl”

 - Eu estou começando a gostar disso aqui. – Cal falou, rindo.

 - Eu estou começando a me sentir aliviado por tirar isso da minha cabeça. – concordei.

Mas o fluxo de pensamentos não fugia das minhas conversas com Mia. As vezes que ela me falava sobre o namorado estúpido. As vezes que eu simplesmente ficava de boca fechada para pensar no que falar ao invés de apenas gritar que o cara não a merecia. A vontade que eu venho cultivando de apenas falar para ela que ela devia estar comigo, que sei cuidar dela.

 - I bite my tongue/ But I wanna scream out/ You could be with me now – cantarolei e Calum fez questão de anotar o que eu acabei de falar.

 - Mas você sempre acaba falando o que acha que ela quer escutar, certo? – ele riu da minha péssima situação.

 - É isso aí! – ri da minha desgraça. – Eu só não sei o que Mia sente por mim. Ela pode não estar pronta para fazer isso agora.

 - É frustrante, não?

 - Você não tem ideia. – neguei com a cabeça e ri tristemente. – Sabe o que é pior?

 - O quê? – ele ergueu a sobrancelha, curioso.

 - Ela gostava ou ainda gosta de um cara que só trata ela mal! – cocei a nuca. – Eu até posso não ser um exemplo vivo de cavalheirismo ou perfeição, mas eu sei que faço bem a Mia. Você não acha?

 - Com toda a certeza! – apoiou-me. – Não é justo, Hemmo.

 - Espera! Me passa esse violão! – puxei o instrumento repentinamente. Em seguida peguei o caderno e escrevi versões do que acabamos de discutir. – But I end up telling you what you wanna hear/ But you’re not ready/ And it’s so frustrating/ He treats you so bad and I’m so good to you/ It’s not fair.

- Você realmente está inspirado! – ele olhou para o caderno mais uma vez. – Toca as próximas notas, por favor?

 - Claro! – obedeci.

Calum parecia estar concentrado nos próximos versos. Ele virava as páginas freneticamente. Escrevia rapidamente. E quando me olhou novamente, foi apenas para me mostrar o que estava rabiscado. Eu toquei as palavras seguintes.

- And when the phone call finally ends/ You’ll say ‘I’ll call you tomorrow at 10’/ And I’m stuck in the friend zone again and again – e emendei mais um refrão.

- Acho que podemos fazer uma ponte e encerrar com dois refrãos, o que acha? – ele analisou o conteúdo da folha e me olhou inquisidoramente.

 - Ótimo! – sorri mais animado.

 - O que você tanto quer falar para a Senhorita Mia? – ele me perguntou.

 - Que, na verdade, eu queria que ela fosse minha. – sorri de lado. – E eu sei que ela é teimosa e que não vai perceber que eu gosto dela, mas eu espero o dia em que ela vai esquecer que conheceu o tal Jacob para eu ter a minha chance.

 - Estou orgulhoso de você, Lukezinho. – Cal secou uma lágrima imaginária.

 - Cala a boca e escreve o que eu falar. – bati em seu braço.

 - Manda.

 - I know someday it’s gonna happen/ And you’ll finally forget the day you met him/ Sometimes I‘m so close to confession/ I’ve gotta get it through your head/ That you belong with me instead.

 - Você está me surpreendendo, cara! – Cal lançou um sorriso gigante para mim. – Acho que só falta ajeitar a letra na melodia e fazer o arranjo.

 - Obrigada, Calum. – sorri cansado para meu amigo.

 - Estamos aqui para isso. – ele bagunçou meu topete. – Mas podemos fazer isso amanhã, certo?

 - Claro! Você parece estar tão cansado quanto eu estou. – coloquei o violão na poltrona do quarto e me joguei na cama enorme.

 - Boa noite, loira! – ele foi se aproximando da porta.

 - Boa noite, Cal! E valeu mais uma vez! – acenei e o moreno saiu.

Agora eu só precisava esperar mais quatro dias para ver Mia. A minha garota de coração partido.

~*~

E desde que Heartbreak Girl foi finalizada, apenas o que eu fiz foi esperar. Esperei que Mia reconhecesse e entendesse o significado da música. Esperei até o momento que ela desse o próximo passo. Esperei por algum sinal de que eu poderia avançar mais um pouco.

Mas nada.

Eu até tentei ser paciente. E eu tentei respeitar o tempo de Mia.

Mas eu sabia que podia ser melhor pra ela do que aquele tal de Jacob.

E eu quase estraguei tudo. Quase!

Porque o nosso beijo foi um acidente!

Assim que Mia finalmente se despediu da minha família, entramos no carro e fui guiando o veículo pela noite de Sydney. A morena ligou o rádio e começou a tocar Yesterday.

- Jura?! – riu para mim. – Você viciou sua sobrinha de quatro anos nos Beatles e está tocando isso no seu carro?

 - Eles são clássicos! – defendi-me. – Além disso, Zoe precisa de boas influências. Ben costumava ouvir uns raps pesados quando éramos adolescentes.

 - Eu amo os Beatles! Não estou reclamando. –sorriu do jeito doce que eu amava.

 - Que bom que você tem bom gosto musical. Isso é uma das coisas que mais adoro em você. – falei arriscando mais uma vez outra indireta.

 - Também amo seu gosto musical! – e dessa vez ela soube devolver o comentário. – E amei a forma como você cuida da Zoe! É encantador!

 - Obrigado. Eu adoro a Zoe! – sorri orgulhoso da minha menininha.

 - Eu sei. Dá pra ver. – ela concordou.

Então um silêncio tranquilo se instalou no ambiente, sendo interrompido pela voz do McCartney e do Lennon. E minha mente viajou para a Mia cantando para Zoe dormir.

Here Comes The Sun nunca fora tão bonita! A voz suave da minha amiga soou tão angelical e calma, transmitindo tanta paz para Zoe quanto para meus pensamentos turbulentos.

E conforme as ruas iam passando, eu também recordava momentos do dia anterior, na loja de brinquedos. Toda a animação quase infantil estampada no rosto da garota por quem estou me apaixonando mais e mais. Aquele sorriso refletido nos olhos. E o brilho inocente de uma garota romântica iluminava todos os contornos do rosto dela.

E eu quase me deixei levar. Quase desisti de esperar que acontecesse naturalmente. Quase joguei tudo para o ar e quase beijei Mia.

Tão perto!

Por que eu tinha que ser tão bom? Por que eu decidi esperar até que Mia superasse o namorado para investir mais diretamente?

Ainda bem que depois da cena, fomos interrompidos. Não queria que ficasse um clima estranho entre nós dois. Eu não conseguiria lidar com um clima ruim entre eu e Mia.

Mas ainda estou surpreso por ela não ter visto nada sobre LuMia. Isso estava sendo comentado nos fã clubes há mais de dois meses. Na primeira semana depois da entrevista com Kyle e Jackie, éramos uma das tags mais acessadas do Twitter.

E durante esses dois meses, tantas coisas aconteceram. E, dessa vez, o tempo passou tão rápido! A ansiedade de voltar para casa nunca fora tão grande. Os motivos de estar de volta à Sydney, sempre pareciam o suficientes para nos fazer acelerar o ritmo.

Quando me dei conta, já estávamos na frente da casa de Mia.

- Obrigada pelo dia e pela carona. – ela agradeceu.

 - Não foi nada. – dei de ombros, sorrindo.

 - Que dia você sai em turnê? – perguntou curiosa.

 - Em três dias estamos saindo. Vamos ficar por volta de um mês fora. – respondi.

 - Ah. – suspirou. – Acho melhor eu entrar, quero saber qual foi o resultado do teste da minha mãe.

 - Teste? – fiquei curioso.

 - Acho que minha mãe está grávida! – contou animada.

 - Sério?! – arregalei os olhos.

 - Sim! Hoje comprei o teste para ela, antes de ir para sua casa. Estou ansiosa. – seu sorriso rasgava o rosto.

 - Me conte assim que souber, ok? – pedi.

 - Ok. Até mais, Luke! – disse abrindo a porta.

 - Até mais, pinguim. – girei a chave na ignição.

Quando ela colocou as pernas para fora, virei o rosto para conferir que ela estaria entrando em casa bem. O objetivo era esse, mas os planos da vida eram diferentes. Porque neste mesmo momento Mia voltou a cabeça para dentro e veio em minha direção, como que para me beijar.

E foi exatamente isso o que aconteceu. Os lábios rosados dela tocaram os meus. Acidentalmente. Não ousei me mover. Eu temia que se eu movesse um músculo, ela recuaria. E a única coisa que eu queria sentir naquele instante era a maciez e delicadeza da boca de Mia.

Então quando ela mesma se aproximou e moldou sua boca na minha, ainda que surpreso, retribuí sem hesitar.

Portanto, tão rápido quanto começou, o beijo terminou. Mia saiu do carro correndo. E me deixou ali, sozinho. Apenas com os batimentos acelerados, a respiração alterada e um sorriso idiota estampado no rosto.

~*~

 - Mia! – Calum gritou para a tela do meu notebook.

 - Kiwi! – minha garota sorriu para meu amigo.

 - Sai daqui, Cal! – empurrei o moreno para fora da minha cama.

 - Agora você está me expulsando? – ele fez uma expressão ofendida. – Mia, diz pra ele que você quer a minha companhia também!

 - Luke! – ela me olhou com aquela carinha de cachorrinho que caiu da mudança. – Estou com saudade dos meninos, não seja egoísta! Por favor!

 - Ok! – revirei os olhos e pesquei meu celular. – Estou chamando eles aqui.

 - Ashy! – Mia sorriu feliz para a ideia de ver os outros meninos.

Isso sempre causava um misto de sensações na boca do meu estômago. Ciúmes e alegria. Sim, eu sentia um pouco de ciúmes da baixinha. E eu ficava tão feliz e satisfeito por poder fazer o que ela me pedia e vê-la sorrir.

 - Mia! – duas criaturas apareceram no meu quarto em menos de dez segundos depois e se jogaram no colchão.

 - Meninos! – ela exclamou. – Por que eu não consigo falar com você, Ash?

 - Sobre o que vocês tem falado? – perguntei curioso.

 - Tá com ciúmes, girafa? – Mia perguntou com um sorriso do Coringa.

 - Claro que não! – neguei. – Só curioso.

 - Curioso? – Ash pressionou-me. – Sei. Mas não se preocupe. Eu estava aconselhando a Little Mia sobre uns assuntos. Nada demais. Apenas lembre-se de me agradecer em algum momento.

 - Esse papo está ficando estranho. – Mike interrompeu. – Mia, mande um beijo para minha Chloe, por favor. Diga que logo nos veremos.

 - Eu falo pra ela, mas vocês não se falam todos os dias? – ela estranhou.

 - Sim, sim. Apenas reforce. – ele piscou para a tela do computador. – Agora irei me retirar. Vou ali dormir mais um pouco. Não descansei muito depois do show.

 - Boa noite, Mike. – Mia acenou para ele.

 - Noite? – ergueu a sobrancelha, mas riu em seguida. – Deixa pra lá. Boa noite, Mia. Bons sonhos com um príncipe encantado loiro.

 - Calado, Mike! – minha garota ficou corada, mas sorria mesmo assim.

 - Eu também vou sair. Quando puder, manda mensagem, Little Mia. – Ash avisou. – Vou tentar te ajudar. Boa noite, baixinha!

 - Até mais! – despediu-se do mais velho.

Observei os dois garotos saindo do quarto de hotel que estávamos hospedados. Olhei para o lado e Calum ainda estava jogado ao meu lado e mexendo no próprio celular.

  - O que foi? – ele perguntou assim que percebeu que estava olhando pra ele.

 - Quando você vai sair? – questionei.

 - Apenas quando a Mia me prometer que fará panquecas para mim quando chegarmos a Sydney. – ele deu de ombros.

 Olhei em seguida para a tela do notebook e ergui uma sobrancelha. Mia riu da minha expressão, mas concordou com a cabeça.

 - Era só ter falado, Cal-Pal. – ela fez sinal positivo com o polegar.

 - Você está louca para se livrar de mim, né, esposa? – ele perguntou ofendido. – Você irá me trair com esse loiro azedo e magrelo?

 - Claro que não, Kiwi! – ela sorriu conspiratória. – Apenas irei usá-lo até anunciarmos nosso casamento ao mundo todo.

 - Certo. Vou nessa, esposa. Espero minhas panquecas! – mandou um beijo para a tela do computador e saiu do quarto, ignorando-me.

 - O que foi isso tudo? – perguntei atordoado.

 - Não se preocupe, Hemmings. Você não precisa entender o que está acontecendo. – ela sorriu docemente. - Que tal você continuar me falando sobre o fim da turnê?

 - Onde eu estava? – perguntei retoricamente. – Ah! Vamos terminar esses shows aqui nos Estados Unidos em dezessete dias e iremos voltar para a Austrália.

 - Jura?! – animou-se. – Vocês estarão de volta logo! Mal posso esperar!

 - Sim. Em vinte dias. Pode começar a contagem regressiva. – falei.

 - Não estou tão ansiosa assim! – ela exclamou, mas bocejou em seguida.

 - É tão chato assim conversar comigo? – brinquei.

 - Não fale assim, estou cansada. Hoje tivemos mais um jogo do campeonato. – ela coçou os olhos, mas estava sorrindo orgulhosa.

 - Pelo seu sorriso já sei que ganharam. – refleti o sorriso de Mia. – Parabéns, pinguim! Espero poder vê-la jogando qualquer dia desses.

 - Quantos dias vocês ficarão aqui em Sydney antes da próxima turnê? – perguntou pensativa.

 - Uma semana. – disse meio decepcionado.

 - Se ganharmos o próximo jogo, passaremos para a final do campeonato. O jogo será na semana que vocês estarão aqui. – ela sorriu feliz com as possibilidades.

 - Estarei torcendo por vocês! – mas fui interrompido por outro bocejo. – Vamos, vou deixar você dormir.

 - Não! – ela negou veementemente. – Não quero desligar.

 - Mas você está exausta, pinguim. – falei preocupado.

 - Então cante para mim. – pediu. – Quero dormir ouvindo sua voz.

 - É só colocar os fones de ouvido e dar play na sua lista de reprodução. – brinquei.

 - Não. Quero ouvir apenas a sua voz. Por favor! – ela fez uma carinha pidona.

 - O que você quer ouvir? – sorri derrotado.

 - Qualquer coisa. Apenas cante. Amo quando você canta. – as bochechas de Mia ficaram levemente rosadas.

 - Você ainda cora quando me elogia, sabia? – falei abobalhado. – É tão fofo.

 - Para, Luke. Estou sem forças até para ficar brava. – ela fez biquinho e se ajeitou na cama, colocando o notebook de lado e repousando a cabeça no travesseiro. – Estou pronta. Pode começar a me fazer dormir.

 - Ok. – pausei um segundo e pensei em alguma coisa. A única música que me vinha a cabeça foi a que saiu. – Within a minute I was so packed up/ I’ve got a ticket for another world/ I don’t wanna go, I don’t wanna go/ Some words are hard to speak/ When your thoughts is all I see/ “Don’t ever leave” she said to me/ When we both fall asleep underneath the same sky/ To the beats of our hearts to the same time/ So close but so far away/ Can you hear me?

Antes mesmo de eu chegar ao refrão, Mia já tinha dormido. Eu fiquei observando-a por mais alguns minutos. E quanto mais eu decorava os detalhes do rosto dela, mais fácil era admitir que em poucos meses eu estava completamente apaixonado.

Eu amava Mia. E eu só torcia para que ela concordasse com a loucura que eu queria. Porque eu queria apenas estar com ela, cuidando dela, protegendo ela, amando ela.


Notas Finais


Pessoas!
Obrigada por lerem até aqui e continuarem acompanhando HG.... Obrigada por não desistirem!
HG não teria chegado ao capítulo 16 sem vocês! Então obrigada mesmo!
Um beijo para a Gabi, minha amiga linda, que sempre tem paciência comigo e me escuta reclamar da vida... Obrigada, Bibi!
E durante esses meses fora do ar, tive o prazer de conhecer uma leitora de outro site... A Mary tbm foi muito paciente comigo, além de ter confiado em mim e me permitido fazer parte de uma linda história de vida! Obrigada, Mary!
Obrigada a todos, de verdade!
Até o próximo capítulo!
Beijos da Lua!


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