História Heartbreak Girl - Ela é minha única fraqueza

Um dia depois... 

Sexta-Feira – 5:45am 

Scarllet White 

 Acordei resmungando como sempre, com vontade de jogar o despertador contra a parede e gritar tão alto que eu acordaria a vizinhança inteira; porém eu apenas grunhi de raiva, desliguei o despertador, virando repetidamente para os lados até achar coragem de me levantar e ir tomar meu tão prazeroso banho quente. Todos os dias era esse mesmo processo. 

Observei-me no espelho do banheiro.
Eu estava horrível; estava difícil fingir para todos que estava tudo bem, fingir que eu não estava sofrendo. Meus olhos inchados e as olheiras estavam bem visíveis do que o normal, nada que uma bela maquiagem não cubra. Joguei um pouco de água no meu rosto e abri o chuveiro, enquanto tirava minhas peças de roupa. 

Ao sentir a água quente entrar em contato com minha pele, um calafrio percorreu todo meu corpo, me fazendo estremecer. Fechei meus olhos e tentei me concentrar nos pingos fortes que caiam sobre meu corpo, tentando interferir qualquer tipo de pensamento ruim na minha cabeça, mas não era 100% possível. Era totalmente difícil não permitir que James entrasse em meus pensamentos, era difícil não pensar nele, difícil esquecer todas as burradas que ele já fez e me magoaram. Mais difícil ainda esquecê-lo ou não o amar. 

Tratei de terminar meu banho antes que desabasse ali mesmo. Saindo do box, fui para meu guarda-roupa e puxei a roupa escolhida; me vesti e voltei para o banheiro para pentear meu cabelo e rebocar meu rosto. 

Se Emma visse minha face nesse estado, ela ficaria louca e me pararia no meio da rua para me maquiar. Ela era dessas, e por mais que isso seja um pouco ridículo, adorava isso nela, por isso era minha melhor amiga há mais de dez anos. Tive sorte de conhece-la na mesma época que Luke, tive sorte de ter ela e Larie na minha vidinha naquela época, as coisas eram complicadas por causa da separação de minha mãe com o meu pai – que por sinal nunca mais vi desde que saí de nossa antiga casa. Antes não entendia o porquê daquilo tudo, só fui realmente compreender quando completei 14 anos e minha mãe decidiu me contar. 

Eu estava tentando pensar nesses últimos dias no meu tão esperado aniversário de 18 anos, porém, com todos os últimos acontecimentos nem consegui pensar nisso direito. Só queria minha mãe aqui para desabafar e pedir ajuda com tudo isso que estava acontecendo em minha volta. 

Decidi esquecer da situação estranha com meus amigos nos últimos dias, talvez fosse só coisa da minha cabeça mesmo. E talvez eu faça só uma festinha mesmo aqui em casa, com os mais conhecidos. 

Ao acabar de me arrumar, desci para a cozinha, já conseguindo sentir o cheiro do café da manhã preparado por Lily. Entrei na cozinha e não me deparei com ela. 

Onde que ela está? 

— Lily? — Exclamei, me sentando na mesa. Logo a mulher baixa dos cabelos castanhos apareceu com um lindo sorriso no rosto.
— Oi, meu amor, eu fui trocar de avental. Bom dia — Depositou um beijo em minha testa. Caminhou até o forno e de lá tirou um bolo cheio de chocolate. Arregalei meus olhos ao ver o que ela realmente tinha feito, oh meu Deus. — Percebi que você não estava muito bem nesses últimos dias, e como você não quer me contar... decidi fazer algo que possa te alegrar um pouco. 

— Muito obrigada, Lily! — Agradeci, sorrindo de orelha a orelha. — Não sei nem o que eu faria sem você! 

— Não é lá um café da manhã saldável, mas é gostoso, isso que importa. — Deu de ombros, colocando-o em cima da grande mesa e indo até a geladeira, de onde ela tirou uma jarra de suco. 

— Não me diga que é... 

— Suco de maracujá natural! — Completou e se sentou junto a mim na mesa. — Será que agora você pode me dizer o que aconteceu? 

— James me fez escolher entre ele e Luke, nós brigamos hoje, discutimos anteontem no intervalo e agora eu não consigo nem olha-lo no rosto! Mas o pior é que eu não consigo odiá-lo.. — Respondi fraco, cortando um pedaço do bolo, pondo no meu prato. — E eu escolhi o Luke. 

— Vocês terminaram? — A voz de Lily saiu incrédula, e seus olhos permaneciam arregalados. Apenas assenti em resposta, olhando para baixo, segurando as lágrimas. — Você sabe que eu nunca gostei desse James. Por mais que você o ame, ele nunca te fez bem, minha querida, e mesmo além do relacionamento de vocês, ele continua não te fazendo bem. 

— Você e Luke falaram a mesma coisa. — Comentei, comendo uma garfada do bolo de brigadeiro. 

— Falando em Luke, como estão vocês dois? — Perguntou num tom curioso, com uma de suas sobrancelhas finas arqueadas. 

— Estamos bem. — Dei de ombros, terminando de comer meu bolo de chocolate. Tomei meu último gole do meu suco preferido desde pequena que só Lily e mamãe sabiam fazer. — Muito bem. — Sorri ao lembrar de como ele anda sendo fofo comigo nesses dias. Não pude deixar de perceber o sorriso empolgante de Lily; ela sempre ficava desse jeito quando se tratava de minha amizade com Luke. 

Senti meu celular vibrar em cima da mesa, uma mensagem de Luke. 

Já estou pronto, venha logo!, li. 

Dei um beijo na bochecha de Lily e fui buscar minha mochila no quarto; desci, indo de encontro ao Luke, que já me esperava na porta de minha casa, junto ao carro de Ashton. Emma e Larie estavam também. 

— Será que a madame pode vir logo? — Ash gritou, revirando os olhos. 

— Também te amo, Irwin! — Berrei de volta, dando um beijo na face de Luke e entrando na parte de trás da minivan. 

— Ainda temos que buscar Calum, Mike e Lara. — Larie respondeu, me dando um beijo no rosto. Fiz a mesma coisa com os outros, Ashton deu partida. — Ash acordou com vontade de dar carona pra todo mundo. — Riu, deitando a cabeça no ombro de seu namorado.

ღღღ 

Intervalo 

Luke Hemmings 

Nem sei como consegui sobreviver as três primeiras aulas, as duas primeiras foram de química e a outra de matemática, agora me fala o porquê que um cantor precisa aprender essas coisas? São totalmente desnecessárias na minha vida. 

Só tive aula de matemática com a Scarllet, mas dessa vez foi estranho. Ela entrou na sala e foi direto para o fundo. Simplesmente me ignorou, fingiu que não havia me visto, e se sentou na última carteira no canto da sala, bem no fundo de todos. Tentava não olhar para ninguém, apenas para a lousa e para a professora. Talvez porque o grupinho de James estava na sala de aula e ficaram rindo o tempo inteiro, soltando gracinhas e várias indiretas que conseguiam ser diretas para ela. Sei que odiava com todas suas forças isso. 

Quando o sinal do intervalo bateu, foi a primeira a sair correndo, sem me deixar falar consigo e até agora ninguém a achou.
Não estava em lugar nenhum dessa escola. Nem no refeitório, nem na biblioteca, nem nos banheiros, em nenhuma sala de aula, nem no campo de lacrosse e de futebol americano, em nenhum dos auditórios, definitivamente em lugar nenhum. 

— Achou ela? — Larie perguntou, ofegante, assim que se encontrou comigo e os meninos. 

— Em lugar nenhum! — Respondi desesperado, olhando para todos os lados. 

— Luke, calma! — Mike disse, me dando um soco no ombro. — Deve estar tudo bem, ela não é de sumir assim, bro! 

— Gente! — Ouvi a voz alta de Lara vindo do final do corredor. Olhei imediatamente para onde estava vindo. — James também não está mais aqui! — Foi aí que meu corpo inteiro se esquentou e o sangue subiu de ódio. Fechei minhas mãos e me preparei para socar a primeira coisa que passasse por mim nesse estante.

— Eu vou matar ele. — Grunhi e saí andando, procurando Scarllet mais uma vez.
Passei por todas as salas e nada. Decidi ir para o outro lado do colégio procurar ela. Essa hora não tinha nenhuma aula por lá, estaria vazio. E eu juro que se eu encontrar ela lá com o idiota do Henderson, eu mato ele e não falo mais com ela na minha vida! Nunca mais! 

Pare de mentir para si mesmo, Luke. Você não conseguiria ficar um dia sem falar com ela. 

É, definitivamente, aquela garota consegue me deixar paranoico. 

Ela é a minha única fraqueza.

ღღღ 

O resto das aulas se passaram rapidamente e tranquilamente, pelo menos para os outros alunos, porque para mim foi horrível e agoniante. Scarllet ainda não tinha sido encontrada e muito menos James, e eu odiava pensar que eles poderiam estar juntos em algum canto. 

Acabei indo para casa sozinho depois que meus amigos me abandonaram, nenhum deles nem ao menos se dispuseram a me trazer em casa. Talvez porque passei o dia inteiro reclamando e resmungando. 

A raiva que sentia nesse dia aumentava cada vez mais só de lembrar que Scarllet e James não estavam em nenhuma aula depois do intervalo. E o pior era que eu não sabia de quem sentia mais raiva: se era de minha melhor amiga, que não me contou o que estava acontecendo, fugiu de mim praticamente a manhã inteira e desapareceu sem me avisar, ou de James, que do jeito cafajeste e safado que sempre é, conseguia mexer com a cabeça dela em segundos. 

Para ser sincero, já era para eu estar acostumado; isso acontecia direto, só que quando eles namoravam ela sempre me avisava – mesmo que eu nunca tivesse vontade de saber. 

Cheguei em casa, correndo para meu quarto, mas no meio do caminho uma pessoa acabou me assustando. 

Scarllet White 

Sabe quando você precisa de um tempo só para você poder pensar na sua vida, nas suas atitudes, ou até mesmo nos seus próprios pensamentos? Ficar um tempo longe de muita gente, um tempo só para você? Era a única coisa que eu precisava hoje. 

Fiquei distante de todos os meus amigos depois que cheguei na escola, e principalmente, longe de tudo que me lembrava James. Me afastei de todos durante as três primeiras aulas e farei isso agora no intervalo. 

Fui a primeira a sair da sala de aula. Eu imaginava ir para a árvore, mas meus amigos iriam me achar lá e como disse antes, queria ficar longe até deles. 

Tinha várias coisas ocupando minha cabeça desde que acordei, coisas que nunca se quer imaginei pensar que poderiam um dia acontecer; sentimentos que nunca aconteceram comigo. 

Iria para a quadra de basquete, onde ninguém me perceberia e eu ficaria em paz durante meia hora. Assim que virei o corredor inverso do que daria ao refeitório, dei de cara com um garoto alto. Quase caí no chão, porém, ele me segurou. Olhei para cima, encarando a última pessoa que queria ver agora. 

— Toma cuida... — Ele dizia até perceber que era eu. — Ah, é só você! — Soltou com desdém, revirando os olhos. Me soltou, me deixando cair no chão. — Cadê o seu melhor amiguinho? Pensei que agora que você não está mais namorando comigo, ele ficaria grudado em você. Aliás, como sempre. — Debochou, rolando os olhos novamente. — Acho que foi bom te encontrar agora, já que está sozinha. Queria conversar sobre nosso término. Estou com saudades de você. 

— Você me fez terminar com você, James. — Retruquei, me levantando do chão, preparando-me psicologicamente para dar na cara dele. — Você me fez escolher entre você e o Luke, lembra? A culpa é sua disso tudo estar acontecendo! — Aumentei o tom de voz. Se ele queria falar alguma coisa sobre nosso término, vou aproveitar e falar tudo o que ficou preso na minha garganta. 

Mas uma atitude repentina sua me assustou.
James me puxou com força contra ele, prensando-me contra a parede, segurando meus pulsos com força na altura de minha cabeça, com a cara fechada e sua testa totalmente sexy, franzida. 

— Não fale alto comigo, sabe que sempre odiei isso. — Sussurrou, olhando em meus lábios, subindo até parar em meus olhos. — Por favor, me perdoa e volte para mim! Por favor! — Implorava. 

— James, me solta! Está doendo! – Choraminguei baixo, tentando não olhar em seus olhos castanhos escuros e hipnotizantes que me deixavam louca. 

— Não até que responda a pergunta corretamente. — Sorriu irônico e ao mesmo tempo malicioso. 

— Se você acha que desse jeito vai me fazer voltar para você, pode ir perdendo as esperanças. — Tentei me soltar. — Eu nunca voltaria pra você! NUNCA! — Gritei e logo senti meu corpo ser arremessado bruscamente contra o chão. — O que aconteceu com você? – Indaguei, deixando as lágrimas invadirem meu rosto, enquanto ainda me encontrava incrédula. 

— O que aconteceu comigo? — Perguntou sarcástico, fingindo estar pensando. — VOCÊ! FOI VOCÊ QUE ME DEIXOU ASSIM! VOCÊ ME DEIXOU DESSE JEITO PORQUE ME DEIXOU, ME ABANDONOU! MAS VOCÊ SERÁ MINHA NOVAMENTE, POR BEM, OU POR MAL! — Vinha para cima de mim com a cara irritada, vermelha, suas veias saltadas no pescoço, e, nesse momento, eu já me encontrava desesperada. Fechei meus olhos com força, esperando o que viria a seguir. 

Nada. 

O que ouvi foi um barulho alto demais, junto de um gemido rouco de dor. Abri minhas pálpebras assustada, me encolhendo mais. Vi James caído no chão com o nariz sangrando.

 Olhei para o outro lado; era Liam. Sorri para ele, feliz por ter aparecido antes que algo horrível me acontecesse. Payne me ajudou a levantar, me abraçando. 

— Obrigada por ter chego nesse exato momento! — Sussurrei, exasperada. — Não quero nem imaginar o que teria acontecido. 

— Tinha que ser o perfeitinho! — James riu maldoso, se levantando. — Sempre estraga meus esquemas, não é mesmo, Payne? 

— Sua mãe adoraria saber o que você estava fazendo agora com a Scarllet e adoraria muito mais descobrir o que você anda fazendo naquela quadra de basquete durante os intervalos, não acha? — Sugeriu Liam, com suas sobrancelhas arqueadas, passando seu braço por volta de meus ombros. 

— Você não falari... — James ia dizendo, mas Liam o atrapalhou. 

— Encoste um dedo novamente em Scarllet, que eu juro que conto e acabo com sua vidinha miserável, querido meio irmão. — Continuou sarcástico, dando um sorriso cínico. James não falou mais nada, apenas saiu andando em direção ao corredor do refeitório. — Você está bem? — Payne me olhava. — Ele chegou a te bater? 

— Não, ele não fez nada. — Menti, deixando minhas lágrimas continuarem a cair. — Eu não sei o que aconteceu com ele! Não sei porque ele estava assim! Eu nunca havia o visto desse jeito! Nunca! 

— Eu sei o motivo dele agir desse jeito, mas se te contasse, te deixaria mais magoada, então não irei dizer agora. E você também não está pronta para ouvir isso — Disse, me abraçando novamente. — Agora uma pergunta muito importante, por que estava indo para a quadra de basquete? 

— Ficar longe dos meus amigos. — Respondi, fitando o chão. — Não estou num dia muito bom. 

— Gabriela tinha essas coisas também, foi por isso que eu me apaixonei por ela, ela era estranha. — Contou sorrindo, me levando até a porta de saída que havia na quadra de basquete. — Vou te levar para casa. 

ღღღ

 

Depois de Liam me deixar em casa, fui direto tomar meu banho, querendo que Lily não me visse e começasse a fazer várias perguntas. Mas me viu, pois por ironia do destino, ela se encontrava limpando meu quarto. Acabou me convencendo de contar tudo o que havia acontecido e começou a falar várias coisas, tentando dar conselhos, mas nenhum era viável para mim no momento. Por fim me liberou da bronca de ter matado aula e foi ligar para a escola avisar que eu tinha passado mal e vim embora, me deixando – finalmente – sozinha. 

Tirei minha roupa, dobrando e colocando-a em cima da mesa do computador que agora se encontrava arrumada graças a ela. Fui para o banheiro e abri o chuveiro, esperando a água esquentar para poder entrar. Assim que o fiz, suspirei, sentindo a melhor sensação do universo; minha pele ao contato da água deliciosamente quente. 

Depois de longos minutos ali, saí e fui me trocar, colocando um pijama de frio qualquer que estava em meu guarda-roupa. Joguei-me na cama, visualizando e não respondendo todas as 543 mensagens de meus amigos preocupados, ou só fingindo estar preocupados. 

Um dos motivos de eu estar estranha hoje é que: são todos eles! Todos estão escondendo coisas de mim há meses e ninguém pode me contar o que é. Todos eles. Até mesmo Luke. 

Isso me deixa frustrada, irritada e traída, porque sempre contei tudo o que acontecia na minha vida para todos eles. Sempre. Por isso falo que minha vida é um livro aberto com meus amigos. 

Coloquei meu celular no silencioso e bloqueei a tela. Liguei minha televisão, colocando em qualquer filme que se passava na televisão no momento. Acabei deixando na TNT, onde exibia ‘Como se fosse a primeira vez’. Pronto, melhor filme para se assistir nessas condições. 

ღღღ 

Duas horas depois... 

Depois de chorar vários litros vendo o filme, decidi descer e ir comer alguma coisa na cozinha. A essa hora, Lily já deve ter ido para a casa de Luke; toda quinta-feira ela vai lá fazer uma faxina geral e me abandona aqui. Brincadeira, amo ela. 

Fui até a cozinha, esquentando minha comida. Depois de comer, subi novamente e vi que tinha mais milhares de mensagens, comecei a ler as de Luke, ele estava realmente preocupado e literalmente puto da vida. 

“Sky, cadê você?” – 09:55. 

“Porra, Scarllet, eu to aqui que nem louco te procurando. Você some desse jeito, nem avisa, eu to preocupado! Está tudo bem?” – 9:56. 

“Sky, por favor, me diz que está tudo bem! Onde você está?” – 10:00. 

“Tá todo mundo preocupado e te procurando por todo lugar!” – 10:01. 

“Porra, Scarllet! Para de visualizar e me responde logo!” – 10:15. 

“Olha só, desisti de ser trouxa e te procurar por toda a caralha dessa escola, quero que se foda também! Cansei de sempre correr atrás de você e você sempre fazer isso comigo! Cansei!” – 10:33. 

“Mentira, onde é que você está? Eu to quase morrendo aqui, Scarllet Lee White!” – 10:33. 

“A Emma já está me irritando, ela está chorando aqui, e você sabe que eu tenho vontade de dar na cara dela quando ela faz isso, pelo amor, me fala que está tudo bem!” – 10:35. 

“Olha, Sky, agora falando sério, cansei. Eu fiquei que nem uma barata tonta te procurando naquela escola, literalmente um trouxa e você só visualizando essas mensagens, nem se disponibilizou para falar um “está tudo bem, fique despreocupado”. O James também sumiu e eu juro que se você estiver com ele, nunca vou te perdoar, você sabe tudo o que ele te fez e mesmo assim voltaria com ele? Mas eu espero que não esteja com ele, só queria mesmo saber se você estava bem e nem isso consegui.” – 11:06. 

“Beijo, fica com Deus.” – 11:06. 

Acabei ficando com dó só de imaginar como ele deve estar se sentindo agora. De todos eles, Luke é o que mais me ama, o que sempre esteve do meu lado e sempre se importou comigo. Ele era praticamente meu irmão; parei e refleti tudo o que havia pensado sobre ele e tudo o que eu fiz hoje, ficando mal novamente. 

Eu sou muito burra, meu Deus. 

Me troquei e arrumei meu cabelo num coque frouxo simples e desci, indo até sua casa. Nessa hora nem seus pais e nem seus irmãos estariam lá, graças a Deus. Lily estava lá para abrir a porta para mim. 

Expliquei a situação para ela, que quase puxou meus cabelos pelo o que eu havia feito. Fui muito mais idiota do que pensei. 

Lily deixou-me esperá-lo em seu quarto e então fui sem pensar duas vezes. Faltava mais ou menos meia hora para ele chegar em casa. 

Em seu quarto, me joguei na sua cama, suspirando alto. Me virei, dando de cara com um de seus cadernos. Sentei no meio da cama e puxei o marca página, abrindo numa página cheia de rasuras e várias coisas escritas. Foliei algumas páginas atrás para ver se dava para entender alguma coisa ali – o que era meio impossível. 

Por fim, achei a primeira página daquelas coisas escritas e comecei a ler. 

Você me ligou 

É como um disco quebrado 

Dizendo que seu coração dói 

Que você nunca vai superar ele superando você 

E você acaba chorando 

E eu acabo mentindo 

Porque eu sou apenas um otário por qualquer coisa que você faz 

E quando a ligação finalmente termina 

Você diz obrigado por ser um amigo 

E nós estamos andando em círculos de novo e de novo… 

A porta se abriu e acabou me assustando, fazendo-me soltar o caderno com rapidez e soltar um gritinho.

— Scarllet? — Luke perguntou sem entender, e logo arregalou os olhos ao ver seu caderno aberto ao meu lado.

"Nós não temos que ser comuns 

Cometa seus melhores erros

Porque não temos tempo para lamentar

Então, querida, seja o centro das atenções

Estou te dizendo para se arriscar, pode ser assustador

Corações vão ser partidos

Porque não temos tempo para lamentar

Então, querida, seja o centro das atenções... "

Continua...