História Heartbreak Hotel - Say It

Johnny e Ten passaram pelo hall de entrada até finalmente saírem do hotel.

Ten esperava encontrar Doyoung logo já esperando, mas o garoto ainda não havia chegado.

— Vou fazer uma ligação, tudo bem?

Johnny apenas afirmou com a cabeça e logo cruzou os braços vendo o menor se afastar.

Chittaphon pegou seu celular e discou o número do garoto e logo colocando em sua orelha.

Enquanto o garoto ligava para Doyoung, Youngho aproveitou para pegar seu smartphone provavelmente estava à espera de alguma mensagem ou ligação.

Ten se aproximava e Johnny guardou seu celular no bolso rapidamente dando um fraco sorriso para o menor.

— Ele já está vindo. — Ten notou que havia algo estranho. — Está tudo bem com você?

— É. Sim, está tudo bem. — Johnny disse mexendo em seus cabelos.

— Se estiver muito preocupado com a sua avó, pode ir até lá, Johnny. Provavelmente tem um endereço, não é?

— Provavelmente.

—Então... — Chittaphon disse se aproximando do garoto e o entrelaçando em seus braços, não deixando de olhar para os olhos dele.

— Não quer que eu vá com você? — Johnny disse sorrindo pra Ten.

— Que papo é esse? Eu que te chamei. — O menor sorriu imensamente.

Johnny olhou bem para o rosto de Ten em silencio por alguns segundos, mas com um pequeno sorriso.

— Você não entende. — Johnny deu um pequeno beijo na testa de Ten e saiu do entrelaço de seus braços logo pegando em seu celular.

— Não entende o que? — Chittaphon estava extremamente confuso com aquela conversa.

Johnny, de longe avistou um carro com três garotos. Um cantando uma música muito alta pela janela, outro ao lado dele rindo e ao volante um que aparentemente parecia de saco cheio.

Chittaphon viu que Johnny estava focado em algo atrás dele e virou-se lentamente dando de cara com um Yuta cantando loucamente com a cabeça para fora do carro.

— Parece que são seus amigos.

Ten colocou as mãos no rosto morrendo de vergonha.

Doyoung estacionou, abaixou o volume do rádio e olhou para Ten da janela do banco da frente.

— Desculpe por isso.

Ten começou a rir e olhou pra Johnny.

— É melhor você ir na frente.

Johnny apenas assentiu.

Ten abriu a porta de trás e entrou já se curvando cumprimentando todos no carro. 

Yuta cumprimentou Ten e logo se jogou para o lado para que Ten pudesse ter seu espaço, fazendo com que o garoto loiro ficasse espremido na janela.

— Perdão, eu gosto de fazer contato físico com você. — Yuta disse para o loiro logo o presenteando com um tapa fazendo com que o mesmo olhasse malicioso para Yuta.

— Entendi a sua ocorrência, Doyoung hyung.

— Então, Ten... esse é o Hansol.  — Yuta disse olhando para Chittaphon e ao mesmo tempo apontando para o garoto loiro.

Ten mesmo sentado curvou-se cumprimentando o garoto loiro.

— Hansol, esse é o Ten. Nos conhecemos lá na universidade.

— É um prazer, Ten.

Chittaphon apenas balançou a cabeça.

Ten estava muito preocupado com Johnny e gostaria de saber o que ele estava pensando. Ele não tirava os olhos de seu celular.
 
E também ele havia lhe dito “você não entende.” O que? Não entende o que? Ten estava tão curioso.

Imerso em seus pensamentos, Ten não havia percebido que Yuta e Hansol estavam aos "carinhos" ao seu lado.

Chittaphon ficou vermelho, e abriu os olhos tão abertamente que por um momento achou que eles iriam criar vidas e sair por aí.

Ele tossiu alto pra que percebessem o desconforto, e Yuta começou a gargalhar.

— Perdão, Ten. É difícil se conter, entende?

Ten riu baixo e apoiou a cabeça no vidro do carro.

— Quem é esse que veio com você?

Chittaphon cutucou Johnny do banco de trás pra que ele se apresentasse.

— Hã? Ah, eu sou o Johnny.

— É um prazer. Uau. Você é muito gato. Sou o Yuta, de qualquer forma.

Johnny apenas assentiu a cabeça sorrindo e se arrumou no banco.

Ten estava em chamas. Não sabia o que era aquilo. Tinha odiado a forma como Yuta havia chamado Johnny. Entendia que era o jeito dele, mas era um tanto demais, não?

Parecia que não era só Ten que estava irritado, o garoto loiro tinha feito uma cara emburrada e cruzado os braços como uma criança e aquilo era hilário.

— Então, vocês namoram? — Yuta disse sem tirar os olhos de Johnny.

— Não. — Ten disse seco cruzando os braços fingindo não dar a mínima.

Ten podia jurar que Johnny no banco da frente sorriu para o que tinha acabado de ouvir.

— Por que estou sentindo uma tensão por aqui?

Yuta não obteve nenhuma resposta mas se ajeitou no banco dando um sorriso irônico sabendo que havia algo ali.

✖

— Por que está assim comigo?  — Yuta dizia pela milésima vez para Hansol que o ignorava.

— Vou dar uma volta.  — O garoto loiro levantou da mesa da lanchonete e atravessou a rua colocando as mãos nos bolsos do seu moletom.

Yuta estava indignado e fez como se estivesse tocado com aquilo.

— O que eu fiz?  — Yuta perguntou para Ten na inôcencia. 

— Eu não faço ideia, Yuta hyung.

— Doyoung, eu sei que eu te implorei para me acompanhar, mas você irá ficar bravo comigo se eu ir atrás dele?  

— Vou. Claro que vou. — Doyoung disse sem hesitar.

Ten olhou para Doyoung como se quisesse dizer que estava tudo bem se ficassem somente eles ali.

— Ah! Está tudo bem. Vá atrás dele. — Doyoung disse resmungando.

— Eu te amo, você sabe não é?  — Yuta disse de longe já correndo para alcançar Hansol.

Doyoung deu um longo suspiro e balançou a cabeça como forma de negação.

— Desculpe vocês dois. Está tudo bem se quiserem ir embora. 

— Vamos ficar, não é? — Ten disse olhando pra Johnny de soslaio.

Youngho apenas assentiu, como sempre.

Ele estava muito calado desde que chegaram ali. Apenas concordava e sorria disfarçadamente. Com absoluta certeza, havia algo de errado com ele.

— Tudo bem, eu vou pedir algo pra gente beber. — Doyoung se levantou sorrindo e entrou dentro da lanchonete.

Ten olhou para Johnny esperando que ele reagisse mas ele nem percebeu a presença dele ali.

— O que está acontecendo?

— O que?  — Ele disse caindo em si.

— Você está estranho. 

— Eu sou estranho.

— Você sabe do que eu estou falando.

— Não, não sei. — Ele disse frio.

— Inacreditável. — Ten disse desviando o olhar para a rua que estava extremamente calma.

— Desculpe. Não quis falar com você desse jeito. Nós acabamos de nos conhecer, certo? É algo meu. Não acho que entenderia. Ou que eu gostaria de explanar pra você.

— Tá tudo bem. — Chittaphon continuava sem olhar para Johnny.

— Não está tudo bem, não é?  — Youngho disse rindo.

— O que? Por que está rindo? — Ten estava indignado.

— Você é lindo. — Ele disse colocando o rosto nas mãos.

— Não acredito que está sendo fofo. Pare de ser fofo. — Ten sorriu mostrando os dentes.

— Só se você atravessar essa mesa e vir me beijar. — Johnny se ajeitou na cadeira como se lançasse um desafio para Chittaphon.

— Eu não vou fazer isso. — Ten disse seguro e cruzando os braços.

— Oh, Tennie. TENNIE! Venha me beijar. — Johnny disse com uma explosão de aegyo, gritando alto fazendo o coração de Ten acelerar e o mesmo ficar abismado com a vergonha que ele estava fazendo o garoto passar.

— Não acredito que está fazendo isso. Fique quieto!  — Chittaphon ria alto.

— Tennie, realmente não virá me beijar?  — Johnny dizia com uma voz tão fina e fofa que Chittaphon não sabia lidar. Se ria, ficava assustado ou se iria até ele.

Chittaphon foi até ao lado de Johnny sem parar de rir e calou a boca dele com as duas mãos.

— Está proibido de fazer isso de novo. — Ten disse tirando as maos da boca dele devagar.

— Estou esperando.  — Johnny disse sorrindo.

— Aqui está!  — Doyoung chegou com tres copos em mãos.

Pareciam copos de milkshake, mas era apenas refrigentes ali.

— Ah, obrigado hyung. — Ten disse sorrindo voltando para sua cadeira sem tirar os olhos de Johnny que liberamente parecia frustrado. 

— Eu atrapalhei algo?

— Claro que não. Não é, Tennie? — Johnny disse pegando o copo e logo colocando o canudo na boca olhando para Chittaphon.

— Tennie? Que apelido é esse? — Doyoung ria e Ten não podia deixar batido o como era realmente engraçado o modo como o garoto dava risada. — Tão fofo.

— Não me chame assim! Parece que eu sou um bebê. — Ten disse cruzando os braços.

— E você é. — Doyoung e Johnny disseram ao mesmo tempo deixando Ten totalmente abismado.

— Tá, podemos falar de outra coisa? Sobre o Johnny, que tal? — Chittaphon olhou erguendo uma de suas sobrancelhas para Youngho o fazendo ficar curioso. — Pergunte algo, hyung.

— Você trabalha? Ou estuda?

Ten adorou a pergunta. Desde que se conheceram, Chittaphon não tinha informações completas sobre ele.

— Preciso mesmo responder? Está bem. Quando eu tinha seis anos, o meu pai faleceu. Mas, ele era bem rico. Tinha muita grana mesmo. Então, todo mês cai uma grana na minha conta. O que... vocês sabem. Não preciso trabalhar. Ou estudar. Não me interesso e não preciso. — Ele finalizou dando mais um gole em sua bebida. 

Ten estava chocado. Não sabia que ele podia ser tão sincero. 

Quem dera ele conseguisse ser desse jeito. 

Seus pais tinham dinheiro. Mas, sempre se preocuparam com o futuro de Ten. E o que ele viria a ser.

Por um segundo, Ten pensou se ele havia crescido sozinho. E se sentindo sozinho, sem ninguém para o aconselhar. Apesar de ter sua avó, não havia lhe contado sobre sua mãe. Ou se tinha irmãos.

Chittaphon tinha certeza que queria conhecer Johnny. O verdadeiro Johnny.

— Eu gostaria de ser rico. — Doyoung disse cortando a tensão que aconteceu ali.

Ten adorava Doyoung e sua personalidade.

— Nossa, já é tarde. Eu estou exausto. — Ten disse pegando seu celular e vendo ás horas.
Na verdade, Ten queria ficar sozinho com Johnny.

— Eu também. E amanhã temos aula. Você gostaria de uma carona?

— Claro, seria bom.

— Só vou ligar pro Yuta hyung. Um segundo. — Doyoung levantou da cadeira e se afastou ali da mesinha onde se localizavam.

— Por que está me olhando assim? — Johnny disse com um tom preocupado.

— Eu não estou exausto. Só quero passar um tempo com você. Por que não dorme comigo hoje?

— Você sabe que eu não posso. Mas, eu fico com você.

— Prontos? — Doyoung disse com as chaves do carro em mãos.
✖

Ten e Johnny haviam acabado de entrar dentro do quarto e logo Ten pulou na cama e se sentou.

— Até que não foi entediante.

— Claro que não foi, eu estava lá. — Ten caiu de costas na cama abrindo os braços.

Johnny subiu em cima de Ten e o prendeu na cama o enchendo de beijos.

— Nunca vou me cansar disso. — Ten disse sorrindo.

Johnny respirou fundo e se ajeitou na cama.

— O que foi? 

— Como é o nome do seu primo mesmo?

— Bhuwakul. Por que?

Johnny riu.

— Como ele é?

— Não muito atrativo, na verdade. Qual é o ponto disso?

— Não é nada, ciumento. Eu só tenho curiosidade em você.

— Eu não sou ciumento!

— Acha que não vi do banco da frente? Foi hilário. Você ficou morto de ciumes daquele garoto. — Johnny ria de Ten enquanto ele estava indignado.

— Que mentira! Isso é tudo mentira. 

Johnny calou Chittaphon com um beijo. 

Que se elevou para outros cem.

Ten estava gostando muito de Johnny. Até demais. Mas sabia que havia algo errado.

Havia algo muito errado acontecendo ali.