História HeartBreak Hotel - Sua secretária

POV TAEYEON

 Ligação Conectada - JUNIEL

 — Sim? - Chamei sua atenção.

 — Faz um tempo desde que eu ouvi a sua voz. Você estava ocupada? 

 — Sim... Hum... O show está terminando em breve, certo? Quando você volta para a Coréia? - Perguntei passando uma de minhas mãos pelo rosto.

 — Planejo voltar em algum momento da semana que vem, após ter resolvido algumas coisas... Por quê? Sente tanto assim minha falta?

 — Não, é só que eu... Tenho algo que realmente preciso te dizer.

 Eu me casei Juniel... E ela está esperando um filho meu.

 — Hum, certo. Apenas me conte, o que aconteceu? - Ela tinha curiosidade em sua voz.

 Um nó se formou em minha garganta, minha língua adormeceu e mais uma vez, eu não iria conseguir dizer. Juniel ficará tão decepcionada que provavelmente... Vai me odiar pelo resto dessa vida miserável.

 — AAAAAAAAH!!! TAE-OPPA!!!

 Meus pensamentos foram interrompidos por um grito, muito alto por sinal, que vinha do corredor atrás de mim. Virei rapidamente em direção ao corredor. Algo aconteceu? Tiffany precisa de mim.

 — Te ligo depois!

 Finalizei minha chamada com Juniel, largando meu celular em algum lugar daquele cômodo. Corri rapidamente em direção ao banheiro com inúmeras sensações ruins correndo pelo meu corpo. E se ela acabou escorregando? Será que ela está machucada? MEU FILHO!

 Adentrei no banheiro sentindo o chão completamente molhado me fazer escorregar algumas vezes enquanto tentava chegar na banheira. Um jato forte estava saindo daquela direção. Assim que me aproximei, praticamente me joguei ali dentro, tentado evitar que a água se espalhasse ainda mais. Senti o jato bater contra o meu rosto o que dificultou a minha visão. Senti meu terno e meu cabelo já ensopados, mas aquela mangueira estava escorregando em minhas mãos, dificultando ainda mais as coisas. Agarrei aquele objeto quase precisando me deitar sobre ele, então finalmente consegui desligar.

 Respirei ofegante me sentando na borda da banheira sentindo as gostas de água escorrendo pelo meu rosto. Tiffany estava a algum a metros a minha frente com o cabelo todo ensopado e a toalha que embrulhava seu corpo não parecia diferente do seu cabelo.

 — Você... - Tentei falar enquanto controlava minha respiração. — Por que está fazendo isso? - Acabei tossindo alguma vezes. Eu havia engolido água.

 — Desculpe-me. Estava tentando limpar após tomar banho. - Tiffany me olhava com um certo medo. Suas mãos tremiam e a água escorria pelo seu rosto, deixando seu semblante assustado.

 — A empregada limpa o banheiro e tudo mais depois. Não precisa se preocupar com isso. - Suspirei, tentando não me irritar com bobagem.

 — Mas ainda assim... Desculpe-me. - Sua voz estava tremula. Ela vai mesmo chorar?!

 Suas mãos tremiam juntamente com os seus lábios. Eu não sabia se ela estava tremendo por estar completamente molhada, ou se estava com medo de que eu explodisse em raiva. Nesse momento Tiffany parece tão vulnerável e inocente, como se necessitasse de proteção.

 — Espere aqui. - Caminhei em direção ao armário onde a empregada deixava as toalhas. Acabei escorregando algumas vezes até conseguir pegar algumas toalhas. — Você tem que se secar. - Enrolei Tiffany na primeira tolha.

 — Eu estou bem. - a mesma disse em um tom baixo enquanto eu passava a segunda toalha por suas costas a deixando em algum tipo de casulo.

 — Você pode pegar um resfriado se continuar com frio, então... Por favor fique seca. - Fiz questão de buscar mais uma toalha para enrolar em seu corpo, tendo a certeza de que ela não iria passar frio. — Não está com frio?

 — Não, eu estou bem. - Sua voz foi abafada pela toalha que cobria boa parte da sua boca. Os fios da sua franja estavam grudados em sua testa, deixando sua aparência ainda mais fofa.

 Foi então que notei o quanto próximas estávamos. Seu olhar fixo em mim, eu podia sentir sua respiração descontrolada bater contra o meu rosto. E por um segundo meu olhar caiu sobre seus lábios finos que estavam tão próximos, pude sentir minhas bochechas queimar em sentir uma vontade louca de prova-los.

 — V-Vamos sair daqui. - Disse me afastando, dando passagem para Tiffany.

 Saímos do banheiro e deixei que Tiffany se trocasse em meu quarto. Enquanto a empregada limpava toda aquela bagunça achei melhor tomar um banho em outro banheiro. Não demorei no banho pois já estava tarde e eu pretendia secar meu cabelo antes de me deitar. Ao finalizar o banho, coloquei meu pijama e segui para o meu quarto para secar meu cabelo. Me surpreendia ao correr a porta e me depara com Tiffany sentada de frente para a penteadeira secando seu cabelo. Ela desligou o secador assim que me notou ali.

 — Ah... Vou terminar rápido. Desculpe-me. - Ela me lançou um sorriso assim que se virou para mim.

 — Não, está bem. Leve o tempo que precisar. Certifique-se de secar-se totalmente para não ter um resfriado. - As palavras saíram da minha boca automaticamente.

 — Sim. - Ela se virou novamente para o espelho, mas continuou me olhando através dele. — Hum... Quero muito te agradecer por mais cedo.

 — Claro. - Acabei sorrindo com suas palavras. — Acho que você pode me agradecer secando o meu cabelo!

 Tiffany me lançou um sorriso e se levantou da cadeira onde estava sentada, dando o espaço para mim. Me aproximei, sentando-me de frente para o espelho. Então Tiffany passou a secar meu cabelo cuidadosamente enquanto meus olhos ficavam presos em seu reflexo no espelho.

 POV TIFFANY

             Mais uma aula de preparação pré-natal havia começado, e mesmo com Taeyeon dizendo que nunca mais iria para esse lugar, eu resolvi vir por conta própria. Minha querida sogra havia dado esse presente á nós, seria falta de educação desperdiçar desta forma.

 Depois do acidente no banheiro de Taeyeon ontem, decidi não a perturbar por um longo tempo. Até mesmo fiz questão de levantar primeiro pela manhã para que Taeyeon não fique me observando, como, sempre faz. Antes ela me observa pela manhã, e sussurrava algo como "essa caracol" mas... acho que acabei por ouvi errado. 

 — Tudo bem, hoje é a primeira roupa que o nosso recém-nascido irá vestir. - A mais velha balançava uma pequena camisa em suas mãos, mostrando o quanto simples era aquela peça que teríamos que fazer. — Faremos roupas para o recém-nascido. Não parece divertido?

 — Sim! - Acabei me empolgando e dizendo, talvez, alto demais, fazendo alguns casais desviarem seus olhares para mim. 

 — Hoje, os pais farão a costura. Agora, pais, vamos levantar nossas agulhas e começar o trabalho. 

 Olhei para o lado mas infelizmente o assento estava vazio, Taeyeon devia estar ali. Passei o olhar pelo local e vi cada pai fazendo o seu trabalho enquanto suas esposas os ajudavam. Decidi ignorar a ausência de Taeyeon e fazer isso pelo meu filho. Peguei a agulha e passei a fazer meus pontos naquele tecido macio.

 — Taeyeon está ocupada? Seria o legal de ela pudesse estar aqui para fazer isso com você. - A mais velha dizia com um tom de voz triste enquanto me observava. Sorria abertamente para a mais velha demonstrando que eu não estava triste.

 — Ela está muito ocupada com os assuntos da empresa. De qualquer forma, ela provavelmente nunca segurou uma agulha antes, portanto, ela faria um trabalho ruim. - Deixei um riso escapar. Realmente, Taeyeon era muito mimada para ser capaz de fazer algo como tal. — Eu farei bem, não se preocupe.

 — Está bem, vá em frente. - Ela disse se curvando para mim.

 — Eu farei um trabalho ruim?

 Uma voz ecou pela sala chamando minha atenção, levei meu olhar até a porta de entrada, vendo uma Taeyeon me observando com os olhos cerrados. Ela usava seu terno de trabalho, ou seja, ela estava na empresa. Por um segundo achei que a mesma estivesse brava por conta da minha fala, mas ela acabou sorrindo, demostrando que não estava chateada.

 — Está atrasada. - Nossa superior disse assim que viu Taeyeon se aproximar.

 — Não é mais importante eu ter vindo? - Taeyeon disse em deboche. Eu apenas abaixei a minha cabeça e voltei a fazer minha tarefa.

 O que ela está fazendo aqui?!

 — Tiffany, o que você quer dizer com "trabalho ruim"? - Sua voz estava rouca e muito sinistra. Levantei minha cabeça para olha-lá. — Quando eu estava no exército, minha especialidade era o ponto de costura.

 Taeyeon já havia participado do exército? Aah, certo. Isso explica muita coisa a seu respeito...

 — Aguardarei ansiosamente para ver suas habilidades, pai da costura. - Foi a vez da nossa superior debochar de Taeyeon.

 — Espere e verá. - Ambas tinham um sorriso irônico nos lábios. Eu apenas ria em silêncio, entre elas.

 A mais velha se afastou rapidamente com um expressão desconfortável. Taeyeon se sentou ao meu lado, colocando os cotovelos sobre a mesa, com seus olhos grudados em mim. Ela espera que eu diga algo? Ou ela vai ficar me olhando até eu terminar?

 — É, hum... Pensei que não viria. Se estiver ocupada, pode ir embora. Eu faço isso. - Falei com minha atenção na agulha e no tecido.

 — Você disse que nosso bebê gostaria disso. - Ela juntou suas mãos, ainda me observando. — Não se pode chatear o bebê mesmo quando ele ainda está na sua barriga. - Sem duas, ela estava se esforçando para ser simpática. — Me passe a agulha.

 Sorri antes de á entregar a agulha e logo em seguida a linha que eu estava usando. Sem dificuldade alguma Taeyeon passou a costurar aquele tecido com imensa facilidade. A mesma passou até a fazer algumas brincadeiras enquanto me ensinava alguns "truques de costura". Ela fazia algumas expressões de esforço, como se aquilo fosse algo muito complicado.

 — Limpe meu suor. - Taeyeon aproximou seu rosto. Acabei rindo com o seu pedido, deslizando levemente minhas mãos pelo seu rosto. — Mais uma vez, mais uma vez. - Passei a abana-lá enquanto a mesma voltava sua atenção para a costura.

 Taeyeon dizia coisas como, "olhe o que eu sei fazer", "Esse é o nó vertical", " surpreendente, não é?". As pessoas a nossa volta passaram a nos observar, até mesmo rindo do jeito convencido de Taeyeon. A menor realmente sabia fazer um drama básico, talvez isso tenha chamado a atenção.

 — Incrível, você realmente é boa nisso! - Disse animada enquanto sorria abertamente. Eu estou feliz pelo nosso trabalho em equipe.

 Quanto Taeyeon fazia os últimos pontos no tecido, reparei em sua mãos, elas estão lisas. Taeyeon não está usando nossa aliança de casamento. Olhei para minha mão esquerda, e percebi o quanto boba eu era por usar aquilo.

 — Está bem, a partir de agora é muito difícil. O preste atenção. - Ela disse sem desviar os olhos da agulha que costura o tecido.

 Acabei rindo do seu jeito bobo, sua concentração e dedicação eram suas qualidades. Taeyeon fez um ótimo trabalho, aposto que de todos aqueles alunos, o nosso ficou com a mais perfeita costura. Eles com certeza invejaram Kim Taeyeon.

 A aula acabou então fomos liberados para ir embora. Taeyeon reclamou de dores nas costas por ficar muito tempo "costurando" e optou por descermos até o estacionamento de elevador.

 — Nhya, eu gostei! - Acabei dizendo pela quarta vez enquanto analisava aquela pequena peça em minhas mãos. Eu podia ver que Taeyeon estava tão boba quanto eu.

 Estávamos esperando o elevador, a menor a minha frente estava com um sorriso apaixonante nos lábios. Sei que no fundo ela queria se gabar pelo seu ótimo trabalho.

 — Por que está me olhando dessa forma? - Seu sorriso se desmanchou. — Está com fome se novo? - Ela apontou para minha barriga com uma expressão preocupada. Acabei rindo daquilo.

 — Não, quero te agradecer. - Passei levemente os dedos pelo tecido. — Vou cuidar muito bem disto e vesti-lo no bebê. 

 Taeyeon voltou a sorrir colocando as mãos nos bolsos da sua calça, o que a deixou bem fofa. Imaginar ver Taeyeon com esse humor todos os dias me fazia querer conhecer mais aquela pessoa, mas infelizmente eu tenho medo.

 — Por que vestir o bebê com algo como assim? Se você for em alguma loja do shopping, você encontrará tantas roupas de bebê de merca. - Ela parecia interessada no assunto.

 — Mesmo assim. Esta é uma roupa de bebê única! - Respondi sem muito ânimo. Talvez ela não se interessasse por coisas que geram sentimentos. — Se cuidar das roupas que o bebê veste pela primeira vez, mais tarde quando ele estiver crescido podemos mostrar isso à ele. Aposto que o bebê ficará feliz.

 Aquela garota séria e mimada de dias atrás, por um momento havia desaparecido, Taeyeon parecia até uma nova pessoa. Ela tentava se conter mas mesmo assim o sorriso era visível em seus lábios. Nossos olhares as vezes se encontravam por acaso, então ambas sorriam novamente, essa sensação é realmente ótima.

 Finalmente o elevador chegou em nosso andar, as portas se abriram. Taeyeon seguiu para adentrar no mesmo, fazendo eu a seguir, mas algo a fez dar dois passos para trás. Sem entender apenas me afastei para encara-lá. Uma garota que estava dentro do elevador, agora estava próxima a Taeyeon a encarando fixamente.

 — Ommo... Tae oppa? - A garota chamou a atenção de Taeyeon que pareceu ignora-lá. — Oppa, não sem lembra de mim mesmo? - Taeyeon pareceu pensar em algo muito desinteressante pela sua expressão. — Sou amiga da Juniel, Soo Hyun.

 Ouvir no nome de Juniel sempre me causou um certo receio, mas dessa vez uma sensação estranha se fez presente em meu estomago.

 — Ah, Se... Ah, eu me lembro... Soo Hyun. - Taeyeon falava com dificuldade.

 Abaixei minha cabeça e tentar ser a menos notada naquele pequeno "encontro de amiga da ex".

 — Mas o que faz por aqui? - A garota perguntou.

 Taeyeon travou, o silêncio se fez presente. Os olhos da garota caíram sobre mim, e em seguida ao meu lado, onde havia uma grande placa com as informações que ela precisava, " Cuidados Pré-Natal".

 — Vocês vieram juntos? - Soo Hyun insistiu em saber, mas Taeyeon continuava paralisada.

 Resolvi tomar minha posição e livrar Taeyeon de um possível infarto.

 — Nossa fábrica decidiu financiar projetos relacionados a crianças. - Disse sem dificuldade alguma, logo voltando minha atenção para o chão.

 — Então, n-nós estamos saindo da r-reuião. - Taeyeon estava prestes a estragar tudo.

 — Presidente, eu irei organizar os coisas que entrevistamos hoje... E lhe informarei amanhã pela manhã. - Olhei para Taeyeon e me curvei a ela. — Eu irei primeiro. Eu o vejo no trabalho.

 Olhei para o elevador, e por pura má sorte o mesmo já estava fechado. Suspirei seguindo em direção as escadas, meu caminho será por lá.

 — Com licença. - Garota que estava com Taeyeon chamou minha atenção. Me virei calmamente assim que percebi que ela vinha em minha direção. — Pode jogar isto fora?

 — Sim, claro. - Respondi sem graça, pegando o copo de café em suas mãos. Olhei por cima do ombro da garota tendo em minha visão, uma Taeyeon com a expressão indignada. Então, agora ela se importa?!

 — Procurar por uma lata de lixo é mais difícil do que procurar por ouro hoje em dia. - Me curvei para então poder deixa-lá para trás. — Você é tão boa! Sua secretária é realmente boa, oppa! - Ela se virou para olhar para Taeyeon. 

 Taeyeon não a respondeu, mas passou a sussurrar alguns xingamentos, pois li seus lábios, ela estava realmente irritada.

 — O que você disse, Oppa? - Soo Hyun perguntou.

 — Ah, nada. Nada. - Respondeu ironicamente.

 Me virei para seguir rumo a lixeira mais próxima. Pude ouvir os saltos da garota ir em direção a Taeyeon. Me virei para olha-lá, e por incrível que parecença, seus olhosme acompanhavam.

 — Oppa, você viu a apresentação da Juniel?

 — Não, eu não vi.

 Não demorou muito para que eu conseguisse sair do prédio. Caminhei até o ponto de ônibus onde achei uma lixeira. Me sentei torcendo para que o ônibus não demorasse, não queria que Taeyeon resolvesse aparecer aqui. Acabei por acariciar minha barriga levemente, ela não estava muito diferente do normal, mas meu filho estava crescendo ali.

 Senti que meu celular estava vibrando dentro da minha bolsa, não demorei para acha-lo e ver que a minha querida Mãe estava me ligando.

 — Sim, Omma?

 — Garota, você ainda não comeu? Por que soa tão fraca?! - Ela dizia gritando.

 — Por que eu estaria fraca? Seus ouvidos estão apenas esquisitos.

 — Eu tenho que ir para Seoul porque a filha de uma amiga está se casando. Você tem tempo? Venha com Taeyeon. 

 — Eu posso ir. Eu perguntarei para Taeyeon.

 — Eu estarei voltando para casa logo depois do casamento, então a leve e me encontre lá para que eu possa vê-la. Sim?

 Me assusta o fato da Omma querer ver tanto a Taeyeon, as duas não tem una história muito boa para ser contada.

 — Eu entendi.

 — Ta bom, te vejo amanhã.

 — Certo.

 — Filha? Se Taeyeon não aparecer, eu mesmo vou busca-la... E levarei minha colher comigo. Avise a ela.

 Deixar Omma invadir a mansão Kim atrás de Taeyeon não me aparece uma boa ideia. Só me resta convencer Taeyeon a me acompanhar.

 

 Será uma longa festa.