POV TAEYEON
Depois de me despedir da família Hwang, e me assegurar que todos chegariam bem em casa, resolvi levar Tiffany para comer, já que a mesma ainda não havia comido.
Nossa ida ao restaurante acabou sendo muito agradável, conversamos sobre inúmeras bobagens e sobre como a minha sogra havia mudado seu completamente em minha presença, ela já não era mais tão agressiva.
O dia chegou ao fim, decidimos então voltar para a mansão e descansar. Tiffany seguiu diretamente para o banheiro, para tomar o seu desejado banho, já eu, esperei que a mesma ligasse o chuveiro para poder fazer uma ligação.
Yuri ainda não havia me retornado, sendo assim eu ainda não sabia o que aqueles vermes que usam ternos iriam fazer com a Ilha Yeoul.
Chamada conectada - Yuri Kwon
— Yul? O que aconteceu com aquela informação que eu pedi para você? - Disse em um tom baixo, na tentativa de evitar que alguém ouvisse.
— Taeyeon! Por favor, não se surpreenda. Na ilha Yeoul, eles estão fazendo um aterro sanitário indústrial.
Meus olhos quase saltaram para fora.
— Eles estão fazendo o quê?! Isso é impossível! - Acabei gritando.
— Taeyeon? Aqui é a Advogada Im Yoona. Aquela indústria na qual você vendeu sua parte na ilha Yeoul está juntando lixo eletrônico e lixo industrial e enterrando isso nas montanhas e despejando no mar.
Para descontar minha raiva acabei por chutar o sofá a minha frente inúmeras vezes, sem me importar com a dor.
— Merda, merda, merda!!!
— O que nós vamos fazer? - Yuri disse do outro lado. — Quando sua esposa descobrir ela ficará muito chateada.
Por um segundo senti um arrepio subir minha coluna, assim que me virei, dando de cada com uma morena que vinha em minha direção abraçada em um travesseiro. Acabei por me assustar com sua aproximação tão silenciosa deixando meu celular cair no chão.
— Ah! Você me assustou! - Gritei novamente.
— Por que você ficou tão surpreso? - Ela parecia tão assustada quanto eu.
— Você veio do nada, quem não ficaria assustado? - Falei rapidamente tentando não parecer nervosa.
— Me desculpe por assustar você...
— CEO, por que você não está dizendo nada? - Yuri gritava do outro lado da linha.
Tiffany olhou para o meu celular no chão e se abaixou para pegar, não pensei duas vezes em agarrar o seu corpo.
— Tiffany!
— Seu celular...
— CEO!
Fechei meus olhos e pedi aos deuses que Yuri não falasse absolutamente nada sobre o ocorrido. Então percebi que Tiffany estava imóvel, apenas com a respiração descontrolada.
— Por quê... Você... Está... Comigo... - Ela disse pausadamente.
— O que você quer dizer com "por quê"? - Foi então que percebi em que pose estávamos. Eu a abraçava fortemente por trás, deixando seu corpo completamente colado ao meu, e isso tudo para tentar impedi-lá de pegar meu celular. Soltei a garota rapidamente me afastando. — Por que você ainda está andando por aí ao invés de ir dormir?!
— Ei, Taeyeon! - O berro de Yuri soou tão alto que não pensei em outra coisa a não ser pisar em meu celular.
— Esse é o lugar aonde eu durmo então eu estava apenas indo dormir... Mas eu vou voltar mais tarde. - Tiffany disse calma, já pronta para se retirar.
— Oh sim, seu lugar... - Foi então que me lembrei que Tiffany dormia na sala onde eu estava. — Não, eu deveria ir. Isso mesmo. Eu devo ir! - Passei a me movimentar, arrastando meu celular com o pé, recebendo um olhar confuso de Tiffany. — Por favor, não me agarre daquela forma novamente. - Disse poucos passos antes de adentrar em meu quarto.
Droga Taeyeon, está ficando maluca?!
Não fechei a porta, apenas me escondi ali dentro tentando me poupar da vergonha que acabei de passar. Abraçar Tiffany de forma tão íntima, fez eu me sentir uma completa babaca.
— Mas era você que estava me abraçando... - Ouvi a garota dizer em um tom baixo.
( ... )
— CEO, você precisa estar lá uma hora antes. - Yuri disse enquanto me ajudava a ajustar a gravata.
— Eu posso apenas tomar conta disso lá. Mantenha a atenção enquanto estivermos dentro daquela sala. - Passei a dizer assim que saímos do meu escritório. Yuri caminhava ao meu lado prestando atenção em cada palavra que eu disser.
Acabei por me assustar quando um ser abominável revolveu pular em minha frente de uma forma tão animada que chegou a me irritar completamente.
— CEO, eu tenho algo para reportar a você. - Baek disse enquanto balançava de forma irritante o envelope em suas mãos.
— Sua coisa imprestável. Não vê que eu estou saindo? - Disse cortando toda aquela felicidade desnecessária do garoto. — Me encontre depois.
— Ah, é claro. Depois. - Ele se afastou me dando passagem. — Tome cuidado, está muito quente!
Eu podia ver o veneno escorrendo pelo canto da sua boca. Apenas voltei a caminhar o mais rápido que pude.
— Vamos Yuri, está na hora de bancarmos as pisciopatas. - Disse ignorando olhando fixamente para Yuri que apenas me deu um sorriso de canto, antes de abrir a porta do carro para que eu pudesse entrar.
( ... )
Sentada sobre poltrona de couro, observei cada um daqueles cinco homens em minha frente. Claro que só estavam ali para proteger o seu chefe, que estava sentado do outro lado da mesa, na minha frente.
O cheiro dessa sala está me subindo nos nervos, é um cheiro similar a gente velha. E o fato de estar em um lugar repleta de homens com seus olhares de deboches sobre mim não está me agradando muito. Mesmo tendo Yuri em pé a minha direita e Im Yoona a minha esquerda, eu ainda estou insegura com algo. Para conter o estresse passei a estralar meus dedos, esperando que alguém útil naquela sala iniciasse a conversa.
Estendi minha mão esquerda para Yoona, que imediatamente me entregou o contrato, no qual ei joguei sobre a mesa.
— Esse contrato de venda da Ilha Yeoul, eu estou cancelando ele. - Cruzei minhas pernas e em momento algum deixei meus olhos vacilar.
— Você pense que esse contrato é uma piada? - A expressão no seu rosto não era das melhores. — Você pensa que eu sou uma piada?! - Ele gritou batendo as mãos fortemente sobre a mesa.
O silêncio se fez presente por alguns segundos, mas logo o cortei deixando que minha risada diabólica ecoar pela sala. Yuri fez o mesmo, já Yoona parecia não entender muito bem; mas é assim que eu e Yuri lidamos com as coisas.
— Eu não estou com medo. - Disse seriamente. — É claro, vou dar-lhe uma quantia inimaginável como compensação.
— Olha aqui, Kim Taeyeon! - A irritação em sua voz era visível. — Era você quem queria vender a fábrica rapidamente... Qual é a razão de você estar propondo a taxa de quebra de contrato, de repente? - Sua voz soou alterada o bastante para me irritar.
Respirando fundo, me inclinei sobre sua mesa o que fez seus seguranças me observar com atenção.
— Você deve saber. Aquela ilha não é uma ilha miserável e desprezível que você pode usar como seu aterro sanitário indústrial. - Disse isso pois me lembro com clareza das palavras de Tiffany.
“A praia na ilha Yeoul tem a água mais limpa em nosso país. Além disso, o ar é muito, muito fresco. Embora seja pequena, é uma bela ilha. É por isso que tenho orgulho da Ilha Yeoul ser minha cidade natal.”
Ao perceber que o CEO havia ficado frustado com as minhas palavras, apenas voltei a me sentar sobre a poltrona, esperando por uma resposta que não que fizesse perder a cabeça.
— CEO Kim, quanto vai ser? - Ele disse com seu tom de deboche. — Se o dinheiro é problema, eu juro que vou além dos meus limites e vou te pagar qualquer coisa! Agora, me diga qualquer valor. - Ele dizia com tanta confiança, que por um segundo pensei em não acabar com a felicidade dele. Ver aquele homem em pé a minha frente com um sorriso tão sarcástico só me fez reconhecer o bom negociante que ele é; ou não.
Me levantei da poltrona e passei a aplaudir aquele teatro, enquanto ria sarcasticamente. Aquele homem já havia tomado muito do meu tempo, assim eu iria acabar perdendo meu compromisso com Tiffany.
— Olha aqui CEO Cha, se eu disse que não estarei vendendo uma vez, significa que eu nunca vou vendê-lo. Além disso, essa ilha é a cidade natal da minha esposa. - Foi então a minha vez de rir em deboche. — Antes de morrer, minha decisão nunca vai mudar. Você entendeu?
Deixei o homem a minha frente sem palavras, me virei e segui para a porta de saída deixando Yuri e Yoona para trás, elas cuidariam do cancelamento do contrato para mim.
Segui sem problema algum até a saída da empresa, feliz em saber que meu motorista já estava ali me esperando. Não demorou para que ele me tirasse dali.
Por um segundo notei em meus dedos que minha aliança de casamento não estava ali. Suspirei por lembrar o quanto idiota eu era por tira-lá sempre que saia de casa. Coloque a mão dentro do bolso do meu terno, retirando minha aliança na qual coloquei em meu dedo, notando como ela ficava melhor ali.
Pedi ao motorista que me deixasse em uma museu de artes próximo a empresa, pois havia ficado sabendo sobre a nova exposição que teria nele. Talvez seja uma boa ideia, investir em um negócio novo com ajuda de Tiffany.
Subi até o último andar, sentindo uma sensação estranha no estômago, talvez um mal estar? Mas isso não me impediria de passar o resto do dia com Tiffany. Assim que as portas no elevador se abriram, coloquei as mãos para trás do corpo e tomei minha postura profissional, enquanto caminhava por todo aquele espaço, meus olhos corriam pelo local na esperança de encontrar Tiffany.
Não demorou muito para que meu olhar caísse sobre ela, ela estava de costas para mim e em sua frente havia uma pessoa muito familiar... Acabei parando de caminhar ao ver que quem acompanhava Tiffany era Sooyoung.
Mas que porra Sooyoung está fazendo aqui com a minha esposa?!
Seu olhar caiu sobre mim e junto a ele um sorriso desprezível. Sooyoung imediatamente puxou Tiffany para os seus braços em um abraço tão íntimo. Acelerei os passos pois o sangue em meu corpo já fervia, e ele não iria parar enquanto eu não acertasse um soco na cara de Sooyoung.
POV TIFFANY
Ajudar os empregados da casa era algo realmente divertido, todos eram bem amigáveis e demonstravam gostar da minha presença, isso me deixou mais confortável.
— Senhorita Tiffany, chegou algo para você. - A faxineira veio em minha direção com um pequeno envelope em mãos — Diz que é para você, mas o remetente não está escrito.
— Obrigada!
Recebi o pequeno envelope, já o abrindo por pura curiosidade. Será de Taeyeon?
“Tiffany, você sabe que eu sempre fui sincera com você, certo? Eu tenho algo para te dizer. Vamos nos encontrar neste lugar às 13h.”
Havia um pequeno bilhete junto a um ingresso para um museu de artes no centro de Seoul.
( ... )
Pedi para que o motorista da família Kim me deixasse no endereço que estava no ingresso. Não demorou muito, eu já estava entregando o meu ingresso na portaria do local. Segui para dentro com um certo receio já que era tudo tão "diferente", as pessoas ali se vestiam de forma tão formal, que até fez com que eu me sentisse mal. Passei a me apaixonar por cada obra que estava em exposição alí, todas feitas pelo mesmo artista, "Choi S".
Caminhando pelos corredores daquele edifício com um sorriso enorme nos lábios. Eu estou encantada com cada pedaço desse lugar, talvez, eu esteja um pouco nervosa ou ansiosa para encontrar quem havia me mandado o ingresso. Parei de caminhar assim que meu celular passou a vibrar loucamente em minha bolsa.
“Químicos Jangin compram ilha Yeoul”
Todos os papéis que antes eu tinha em mãos agora já estavam no chão. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, e eu não conseguia tirar os olhos da tela do celular.
Como Taeyeon pode fazer isso comigo?
— Tiffany...
Me virei rapidamente para atender quem havia me chamado, tendo uma surpresa em ver Sooyoung com um olhar preocupado sobre mim.
— Aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou se aproximando.
Suspirei tentando conter as lágrimas, mas infelizmente elas insistiam em fugir dos meus olhos.
— Eu... - Passei a olhar para o chão. Pensando se deveria falar a verdade ou apenas correr dalí.
— O que aconteceu? - Ela já está tão próxima que eu...
— Para mim, eu pensei que... Essa pessoa era uma pessoa muito boa. - Minha voz estava fraca, e as lágrimas continuam escorrendo pelo meu rosto. — Ela poderia ter ignorado eu e ao meu bebê, mas ela não o fez... Ela fez tudo o que pode fazer para o povo da minha cidade natal. E, assim... Talvez, mais do que eu, ela poderia ser mais importante para o bebê. - Deslizei as mãos pelas bochechas secando as lágrimas ali. Tendo o olhar carinhoso de Sooyoung sobre mim. — Mas... Agora, eu não sei quem é essa pessoa. Antes de nós casar, nossas famílias entraram em acordo, assim ela não venderia a Ilha, mas agora... Está tudo acabado. O que devo fazer?
Sooyoung se aproximou deslizando seus polegares pela região da minha bochecha, na tentativa de secar as lágrimas que ainda molhavam o local. Ela suspirou demostrando irritação, mas logo seus olhos focaram em algo talvez distante. Não entendi muito bem o motivo do seu sorriso espontânea.
— Soo, Eu... Sinto muito. Eu vou indo. - Me despedi, afim de sair logo dali. Porém a mais alta segurou em meu braço, o que me fez lhe lançar um olhar assustado.
— Deveríamos verificar que tipo de pessoa ela é?
Disse isso ela me puxou para um abraço forte e aconchegante, seu corpo alto cobria o meu com facilidade. Até sentir algo, ou alguém puxar o meu braço com certa brutalidade me afastando de Sooyoung.
— O que você pensa que está fazendo? - Taeyeon disse de forma irritada, ela e Sooyoung tinham um contato visual que estava me dando medo. — Fique longe da minha mulher, Sooyoung. Eu não vou te avisar novamente.
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