História Hearts On Fire (Vernon imagine) - Saranghae

Vernon POV ON

S.O.S, Me encontre na pracinha de sempre. –xxKrystal.

Essa era a mensagem que havia aparecido na tela de meu celular, quando o mesmo iluminou meu quarto inteiro as três horas da madrugada.

Me levantei da cama ainda sonolento e vesti qualquer roupa que encontrei largada pelo chão, provavelmente estavam sujas, mas eu não dei importância, meus pensamentos estavam em Krystal já que ela jamais enviaria uma mensagem pedindo ajuda as três da madrugada se o assunto não fosse sério.

Sai de casa e caminhei o mais rápido o possível por uns cinco minutos até chegar na pracinha, lugar que de alguma forma se tornou especial para nós dois e desde então vamos lá com frequência, apesar de ser um lugar destinado a crianças.

 Krystal estava sentada em um banco onde normalmente as mães sentam para observar seus filhos brincar, ela vestia uma calça jeans clara e o moletom cinza que eu havia emprestado para ela e provavelmente nunca receberia de volta, hoje diferente dos outros dias seus longos cabelos castanhos estavam soltos e pareciam quase dourado sobre a luz forte do poste, seu rosto estava limpo sem nenhum resquício de maquiagem e suas bochechas e o nariz estavam corados por causa do frio. Ela estava concentrada em girar o anel de compromisso que eu havia dado a ela semanas atrás depois de nossa conversa nesse mesmo lugar e não percebeu minha presença até eu sentar no banco ao seu lado.

Ela havia melhorado muito desde nossa conversa aqui, não faltava as aulas, não tinha mais olheiras, comia e dormia direito e sorria mais, além de que sempre que ela corria atrás de algo que incriminasse sua “mãe”, ou eu ia com ela ou eu estava sempre por dentro de tudo o que acontecia.

-Oi. – Falei me inclinando para a frente e roubando um selinho, fazendo ela rir minimamente e parar de girar o anel no dedo.

-Oi.

-O que aconteceu? –Perguntei vendo a expressão triste formando-se em seu rosto.

-Tenho que te contar algo. –Ela respondeu, olhando fixamente para o balanço vermelho imóvel, como se pudesse tirar forças dele para me dizer seja lá o que fosse.

-Estou ouvindo.

-Não consigo. –Ela falou soltando um longo suspiro e vi seus olhos encherem-se de lágrimas.

-Não consegue o que. – Perguntei calmo pegando sua mão.

-Dizer o que tenho que te dizer. – Ela falou em meio ao choro encostando sua cabeça em meu ombro.

-Porque não?

-Porque não quero te magoar, e sei que é isso o que vai acontecer quando eu falar.

-Não se preocupe com isso. Apenas fale. – Disse a abraçando pela cintura.

-M-meus pais, ele aparentemente se r- reconciliaram e decidiram voltar para Nova York. E eu estou sendo obrigada a ir junto. – Ela falou e me abraçou logo depois, chorando em meu ombro.

Fiquei em estado de choque. Krystal ir embora era um ideia incogitável, ela se tornara meu tudo em tão pouco tempo que eu não sabia se conseguiria perde-la.

-N-não se preocupe, daremos um jeito de fazer você ficar, não posso te perder. –Falei acariciando seus cabelos.

-Eu também não posso te perder Vernon, por favor temos que conseguir provar que minha mãe é uma assassina, é a única forma de eu permanecer aqui. Não quero ir não quero deixar você, meus amigos, minha vida para trás, me ajude por favor. – Ela falava em meio ao choro com a voz abafada por seu rosto estar na curvatura do meu pescoço.

- Já falei para não se preocupar. – Falei calmo. –Provaremos o que sua mãe fez nem que tenhamos que ir até o fim do mundo para que isso seja possível, então você finalmente vai poder viver sem medo novamente.

Krystal havia me contado que as ameaças de sua mãe estavam cada vez maiores, ela já havia ameaçado a mim e agora estava incluindo seu pai no pacote, sem falar que Seora e Hope começaram a receber mensagens estranhas no celular, mas é claro que não deixei que contassem a Krystal, ela não precisava se preocupar mais do que já estava preocupada.

-Vernon.

-Hã? - Falei acariciando seus cabelos.

- saranghae.

Acho que o sorriso que dei quando ouvi aquela palavra sair da boca de Krystal foi o maior sorriso que já dei em minha vida, era a primeira vez que ela a dizia para mim e essa era só mais um confirmação de que eu deveria fazer de tudo o possível e mais um pouco para a ter ao meu lado para sempre.

Sei que parece cedo para pensar em coisas que estão longe de acontecer, mas em tão pouco tempo ela se tornou meu tudo, acho que já disse isso, mas posso repetir mais um milhão de vezes.

-Eu também te amo. – Falei abraçando-a novamente pela cintura e ficamos assim até o sol nascer no horizonte e finalmente amanhecer.

Continua...