História Heaven Knows (Larry Stylinson) - CONCLUÍDA! - Meetings

Harry Styles sempre foi uma pessoa muito apegada às coisas e pessoas. O garoto de 19 anos estava organizando suas coisas para sua mudança e só aí percebeu essa característica, ele notou isso quando entrou num dilema de levar ou não uma pilha de livros que tinha certeza que não leria e depois entrou em outro conflito mental se questionando se devia mesmo largar tudo, sua zona de conforto para ir realizar um de seus sonhos que é cursar psicologia.

Ele se decidiu o que queria fazer da vida com 12 anos, quando viu que queria ajudar pessoas, mas não fisicamente que nem médicos. O jovem sempre gostou de ouvir o que os outros têm a dizer, talvez seja por isso que o mesmo sinta que não tenha amigos, pois em suas relações ele nunca dizia nada, só ouvia. Harry tinha seu sonho e ele queria ir atrás disso, mas ele não queria deixar sua vida para trás. Seus trabalhos voluntários na paróquia, as pizzas de sexta a noite com sua mãe, sua rotina em si.

 “Harry, você precisa mesmo ir hoje? Suas aulas começam na próxima semana!” Anne, sua mãe o despertou de seus pensamentos.

“Mãe, nós já conversamos sobre isso” respondeu breve, não queria se aprofundar nessa conversa. Ele já havia dito muitas vezes que iria antes para se habituar ao local e também para não desistir.

“Eu só não vejo necessidade de você querer ir para lá tão cedo, você irá se adaptar de uma forma ou outra. Só Deus sabe quando nos veremos novamente” a mulher lamentou, tinha seus motivos. Harry sempre foi um garoto tão caseiro, sempre estava em casa lendo, escrevendo, tocando seu violão. Trocando em miúdos, Anne era acostumada por estar sempre com o filho em seu redor.

Harry era um garoto religioso, mas não fanático,sabia separar as coisas, como por exemplo, acreditava no Big Bang e não no trabalho árduo de Deus por seis dias. Ele, embora discordasse de muitas coisas e desconfiasse de outras, todas as terças-feiras comandava um grupo de jovens e nos domingos marcava sua presença nas missa, prestando total atenção no padre Joseph que era um grande amigo.

“Mãe, a senhora sabe que eu virei visitar sempre que der e além disso, existe telefone e Skype”

“Ah, Harry. Essa casa ficará tão vazia sem você. Se não bastasse a Gemma, agora você também se mudará” Gemma era sua irmã mais velha, que havia ido estudar moda na Escócia.

“Você pode adotar um gato ou até mesmo arrumar um marido” Harry disse não querendo ser rude. Seus pais haviam se separado quando ele tinha treze anos.

Anne apenas suspirou, perguntando se Harry havia terminado de arrumar as coisas pois o trem dele partiria em algumas horas.

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O caminho até a estação ferroviária de Homes Chapel foi silencioso. Quando Harry se deu conta, sua mãe já havia estacionado o carro. O garoto desceu do carro e pegou suas duas malas e depois junto a sua mãe seguiram até a plataforma.

“É aqui que eu me despeço” a mulher abraçou o filho já com lagrimas nos olhos.

“Mãe, não é como se eu fosse para a guerra ou algo do tipo. Eu vou voltar”

“Só quando você tiver um filho você vai entender o que eu estou sentindo” Anne resmungou. “Boa sorte lá e pelo santo Deus não vai fazer nada de que eu não me orgulharia!”

“A senhora sabe que eu não faço essas coisas que você está insinuando” Harry respondeu se sentindo um pouco ofendido.

“Entre logo nesse ônibus antes que eu comece a chorar!”                                     

“Vou sentir sua falta” Harry disse abraçando a mãe..

E então Harry caminhou até o seu vagão, entregando a passagem para a pessoa responsável. O assento ao lado do de Harry estava vazio, o que dava ao garoto certo alivio já que ele gostava de ficar sozinho. Logo, quando todos os passageiros já estavam dentro o trem deu o sinal que estava partindo e Harry tomou um remédio para poder dormir.

“Moço, chegamos em Londres”  uma senhora cutucou Harry. O garoto levantou em pulo e acabou batendo a cabeça no teto devido a sua altura.

“Obrigado por me avisar”

“Sem problemas” a senhora disse. Ela aparentava ter uns setenta anos e ser aquelas velhinhas bem simpáticas. Harry pegou a sua mochila que havia levado consigo, saiu do trem e pegou suas malas. Ele ainda estava um pouco perdido, pessoas passavam por ele e nem sentiam sua presença. Preso em seus devaneios ele foi seguindo as placas que apontavam onde tinham taxis ele logo encontrou um. O dia estava nublado, o que não surpreendeu o garoto.

“Novo por aqui?” o taxista perguntou.

“Sim” Harry respondeu segurando seu crucifixo no pescoço, ele tinha essa mania quando estava nervoso ou ansioso e no momento ele estava os dois.

“Eu sei como você se sente, mas logo você vai se adaptar aqui e nunca mais irá querer sair” o taxista dizia outras coisas e Harry só concordava com a cabeça, logo chegaram ao destino e ele  olhou pela a janela e se deparou com a grandiosa universidade de Londres e seu coração deu uma leve acelerada.

“Obrigado” disse pagando o motorista.

“Apenas fiz meu trabalho. Boa sorte, rapaz”

Harry seguiu seu rumo até uma lista dos dormitórios e depois pegou sua chave num balcão de informações. Depois de três voltas pela ala de dormitórios o alto finalmente achou a porta 108, ao abrir ele viu que havia duas camas, com um criado mudo ao lado, um armário embutido grande, duas escrivaninhas e uma porta que devia ser a do banheiro. Depois de olhar todo o quarto, Harry percebeu que havia uma mala grande em cima de uma das camas e um garoto o encarando.

“Quem é você?” o garoto disse.

“Harry, seu colega de quarto” respondeu.

“Ah, por isso das suas camas” o garoto resmungou num tom meio decepcionado, se ele soubesse que os quartos eram compartilhados ele teria pedido para estar no mesmo que seu melhor amigo. “Sou Zayn, bem vindo ao inferno, Garry”

“Harry” corrigiu. “Meu nome é Harry Styles”

“Tanto faz cara, não é como se fossemos ser melhores amigos ou algo do gênero” Zayn disse dando de ombros e foi até o banheiro. Harry então colocou sua mochila na outra cama e suas malas do lado, suspirando, que belo começo, pensou.

“Zayn, mas que droga, por que demora tanto?” um garoto entra com no quarto sem sequer bater a porta dando um leve susto em Harry. “Opa, quarto errado desculpa”

“Eu sou o companheiro de quarto dele. Do Zayn” Harry disse encarando o desconhecido. Ele tinha cabelo em um tom de castanho e olhos azuis tão profundos e um sorriso de lado. “Meu nome é Harry”

“Prazer em conhecê-lo Harry, eu sou Louis Tomlinson”

“Conheceu meu roomie Garry, Tommo?” Zayn disse saindo do banheiro.

“Obviamente, Malik, você parece uma noiva de tanto que enrola. Vamos logo.”

E então os dois saíram do quarto deixando Harry sozinho, para onde iriam? Só Deus sabe. O garoto notou que Zayn já havia organizado suas coisas no seu lado do quarto, o direito no caso, ele havia colado algumas fotos na parede em que sua cama estava encostada. A maioria delas ela dele com quatro mulheres,  sua mãe e suas irmãs, pensou e uma foto ou outra era ele pequeno posando ao lado de um garoto de cabelos castanhos e olhos azuis e Harry deduziu ser Louis. Claro que eles se conheciam. O que fez ele se sentir um pouco sozinho já que ele não tinha muitos amigos, na verdade ele só tinha colegas e conhecidos. Se ele fosse colar fotos em sua parede provavelmente seriam com sua mãe e sua irmã Gemma. Harry então se lembrou de sua mãe e resolveu ligar para ela e dizer que tudo estava bem.

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“Então, Harry, uh?” Louis comentou com Zayn quando saíram do quarto. Zayn já reconheceu o tom de Louis, o tom de “gostei dele, mas não quero falar isso explicitamente, uh?”.

“Se eu fosse você não me empolgaria, julgando pelas vestes e aquele crucifixo no pescoço ele deve ser hetéro e daqueles religiosos que vão tacar perfume em voce” Zayn disse lembrando-se de quando seu amigo estava aos amassos com um garoto no ponto de ônibus e uma mulher começou a espirrar perfume nos dois dizendo que Jesus os salvaria.

“Você não acha que está estereotipando?” respondeu e dando de ombros. “Uma pena de qualquer jeito” Louis era homossexual assumido e não tinha nenhuma vergonha disso, embora flertasse descaradamente com qualquer pessoa, mesmo não tendo interesse, só por diversão mesmo.

Os dois são melhores amigos desde que se conhecem por gente. Suas mães estudaram juntas e tiveram filhos na mesma época, Johannah teve Louis em dezembro e em janeiro Trisha teve Zayn.  Os dois, de inicio, não se davam bem, Zayn odiava ter que compartilhar seus brinquedos e Louis sempre queria os brinquedos que não era dele, mas foi uma questão de tempo para que eles virassem melhores amigos e não desgrudassem um do outro.

Quando descobriram que foram aprovados em uma universidade em comum eles ignoraram as outras opções, que não eram muitas, por sinal. Louis teve certo alivio, apesar de ser um garoto que fazia amizades facilmente, ele sentiria falta de Zayn e Zayn, com seu jeito intimador que afasta as pessoas, mesmo que seja inconsciente, não conseguiria uma amizade tão fácil.

É engraçado o jeito como os dois são tão diferentes e mesmo assim inseparáveis. Louis é daquelas pessoas que sempre diverte os outros, que prefere fazer os outros sorrirem a ele mesmo sorrir, já Zayn dificilmente se solta ou deixa escapar uma risada.

“Eu só espero que ele não seja um mala quanto aparenta ser” Zayn resmungou se referindo a Harry.

“Um mala muito bonito, pelo menos.”

“Você não pode ver um garoto de olhos claros e cabelos escuros sem parecer uma cachorra no cio?”

“Posso, mas um garoto de olhos claros e cabelos escuros e covinhas não” respondeu esquecendo-se de citar os cachos. “Espero que o meu colega de quarto seja uma pessoa legal, mas o bastardo não aparece! Provavelmente só deve vir semana que vem.”

“Eu tenho pena dele, aturar você e sua bagunça por muitos anos”

“Se ele não for pior” retrucou “E você diz isso, mas aposto que se pudesse ficaria comigo”

“Não existe ninguém pior que você, Tommo. Ninguém.” Zayn disse sem responder a outra parte do que Louis disse.

“Eu não sou bagunceiro, você que possui transtorno compulsivo obsessivo”

“Nunca fui diagnosticado, você devia parar de banalizar doenças psiquiátricas, sabia?” Zayn retrucou acendendo um cigarro e oferecendo ao menor, que negou. Só fumava quando estava nervoso.

“Oh, desculpa, senhor problematização”

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Harry estava deitado perdido em seus devaneios quando ele ouve risadas no corredor se aproximando e a porta se abre mostrando dois rostos já conhecidos que entram ignorando totalmente Harry, como se ele sequer estivesse ali.

“Eu estou te falando, aquele cara estava te encarando.” Louis disse para Zayn se sentou em sua cama.

“Cala a boca.” Zayn respondeu acendendo um cigarro chamando a atenção de Harry.

“Você fuma?” perguntou.

“Sim. Quer um, Garry?” Zayn o encarou só agora notando a presença de Harry.

“Er, não? Eu gosto de ter pulmões saudáveis “ debateu se irritando. “E acho o mínimo de educação você destruir os seus no banheiro levando em consideração que não é só você que vai viver nesse quarto”

Zayn o encarou sério e simplesmente se levantou e foi até o banheiro, não querendo discutir. Louis olhou surpreso e segurou uma risada e Harry o encarou procurando a graça.

“Ele geralmente nunca faz o que os outros falam. Considere-se honrado.”

“Obrigado, eu acho” Harry disse observando Louis se deitar na cama que anteriormente Zayn estava. Ele era incrivelmente bonito, pensou. Os olhos azuis pareciam combinar perfeitamente com os cabelos castanhos jogados numa franja. Seus movimentos pareciam ser milimetricamente calculados.

“Encontrou algo que gostou aqui, Harry?” Louis perguntou ao notar um par de orbes verdes em si. Harry sentiu sua bochecha ficar vermelha. Ele estava encarando um garoto e o achando bonito e antes que pudesse responder Zayn saiu do banheiro.

“Pronto, senhor pulmões saudáveis, só não jogo bom ar porque infelizmente eu ainda não comprei” Zayn disse. “Falando nisso, Louis, temos que achar um mercado e comprar”

“Não temos não. Zayn, essa porra fede ao invés de cheirar bem” Louis disse “Harry, boa sorte com elem se eu fosse você fugia o quanto antes” e corria para o meu quarto, completou mentalmente.

“Louis você não tem malas para desfazer?” o moreno perguntou

“Você sabe que eu tenho e sabe também que eu não vou desfazer” deu de ombros. “Ei, essa foi uma maneira sutil de me mandar embora?”

“Garoto esperto”

“Zayn você é uma vadia ingrata, muito ingrata”

“Agora me diga algo que não sei”

“Você me cansa, Malik. Devia tir ido para Bristol” Louis falou indo até a porta. “Boa noite, menos para você Zayn. E ah, Harry, amanhã Zayn e eu iremos dar uma volta para conhecer a cidade, se você quiser ir junto, sinta-se a vontade”

Zayn queria rir, eles tinham desistido de dar uma volta pela cidade, isso só foi uma tentativa de Louis chamar a atenção do maior.

“Tudo bem. Obrigado ” Harry respondeu e Louis fechou a porta e seguiu até seu quarto que era no fim do corredor.

“Finalmente paz!” Zayn falou. Harry olhou para o relógio e ele marcava 22:15. “Garry, espero que você não ronque durante a noite.”

“É Harry”

“Eu sei” Zayn respondeu. “Mas é serio, se você roncar eu serei obrigado a fazer você dormir no banheiro. Meu sono é algo sagrado.”

Harry respondeu não responder e foi até o banheiro vestir seu pijama que consistia em uma camiseta velha e uma calça de moletom, quando voltou seu colega de quarto aparentemente estava dormindo. Harry se deitou na cama e então começou a sua oração antes de dormir, como ele sempre fazia.

“Cara, você está falando sozinho?” Zayn perguntou dando certo susto no Harry.

“Não. Estou fazendo minha oração”

“Amém.” Zayn disse.

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