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História Heavy Red Heart - Gás do medo


Escrita por: OblivionWing

Notas do Autor


Hey pessoal, mais um capítulo esse foi o maior de todos por enquanto acho o-o" Obrigada à todos que favoritaram e lêem minha fic. <3
Por favor quem puder comentar e me dizer o que está achando <3

Capítulo 8 - Gás do medo


Fanfic / Fanfiction Heavy Red Heart - Gás do medo

            Os dois logo se confundiram com a sombra do local, assim como foram ensinados pelo próprio Cavaleiro das Trevas. O deque era próximo da Grande Baía, onde a cidade recebia contâiners de diversos tipos, alimentos, remédios e consequentemente drogas e outros tipos de contrabando. O lugar era mais conhecido de Jason, já que foi um lugar que já havia dado um jeito em grandes criminosos da cidade, incluindo o Máscara Negra. Mas sabia que alguém tinha tomado seu lugar e já estaria traficando por ali, deviam manter-se escondidos por enquanto.

            Como Jason já imaginava, havia vários bandidos por ali fazendo a ronda. Cada um portando um rifle ou armas maiores. Fez um sinal a Tim para que esperasse mais um pouco e o menor anuiu.

            - Espere, tem muitos aqui. – disse baixo para que só pudesse ser ouvido pelo comunicador.

            - Não acho boa ideia irmos direto em cima deles. – O Robin Vermelho os olhava como se calculasse um plano na mente.

            Jason esperou. Sabia que o mais inteligente de todos os Robins era Tim Drake. O próprio Bruce já hava dito que muitas vezes Tim era muito mais habilidoso que ele, então achou mais prudente esperar pelo plano dele, o que não costumava fazer.

            - Vamos cercá-los e silenciá-los apenas, eu por aqui e você por ali. – o menor faz gestos no ar com o dedo para ilustrar seus pensamentos.

            - Tsc, que tédio...- Jason suspirou.

            Mas resolveu seguir a estratégia e copiou os passos de Tim, que se mostrou muito habilidoso ao silenciar o primeiro criminoso com um golpe certeiro no pescoço. Não quis perder para ele e logo deu um violento soco na garganta do que estava perto de si e viu que Tim o olhou desaprovando. Fez que não viu. Arrastou o homem desacordado até uma parte escura e seguiu para o próximo. Fizeram isso nos próximos quatro. Logo, a área estava limpa.

            - Valeu, Jay. – Tim chegou perto com um sorriso. – Primeira parte feita. – disse estalando os dedos.

            - Eu fui mais rápido que você. – Jason disse olhando diretamente para o garoto, que não pode ver devido à mascara que o Capuz Vermelho estava usando.

            - Você não vai admitir, mas eu fui segundos mais rápido que...

            Então Jason viu uma ponta de luz vermelho bem no meio da testa do mais novo.

            - Cuidado!

            - ...?!

            Mais rápido que pode, jogou o corpo sobre o garoto, caindo no chão junto com ele. Ouviu o tiro ecoar pelos ouvidos e a bala acertando o cimento, fazendo um buraco sobre o mesmo.   

             - Filho da...! – olhou ao redor e viu mais homens vindo. Puxou Tim o mais forte que pode para cima. – Eles tem um sniper! Se esconda!

             Tim olhou ao redor, já de pé.

            - Jason, não podemos contra todos...!

            - Só olhe. – Jason tirou as pistolas dos coldres e começou a atirar, indo pra trás – Se esconde logo!

            Tim também começou a recuar. Olhou para cima e viu o atirador.

            - Ah, agora eu te vi. – diz Red Robin, tirando um batrangue do cinto e jogando contra o atirador, fazendo uma grande fumaça ao redor. Era gás lacrimogêneo. O sniper caiu no chão quase instantaneamente.

             Voltou o seu olhar à Jason, atirando sem parar em todos que via, e sendo atirado também.

            - Jason! – gritou – Sai daí! Vai ser acertado!

             Capuz Vermelho girou o corpo e atirou na direção de Tim, que apenas ouviu o barulho das balas fortemente em seu ouvido. Jason tinha atirado em pessoas que vinham atrás do menor, que não havia percebido. Correu em direção à ele e o segurou pela cintura com uma mão, atirando um gancho em uma das paredes de um prédio do deque e subindo.

            - O-o que?! – Tim deu um pequeno grito.         

            - Eles vão explodir. – Jason disse e Tim pode perceber que ele estava sorrindo.

            Os dois entraram pela janela aberta, aterrisando com força no chão. Jason segurou o pequeno fortemente contra a parede, quando puderam ouvir o som da grande explosão. Um clarão subiu aos céus que puderam ver pela janela. O barulho foi tão grande que estremeceu o chão ao seus pés e a parede atrás deles. Jason sentiu a respiração vacilar quando sentiu que o menor apertou seus dedos contra suas costas no momento do impacto.

            Demorou um pouco para que tudo se acalmasse. Gritos foram escutados daqueles que sobreviveram. Um zumbido no ouvido ainda se ouvia por conta do intenso barulho. Sentiu que o menor tremeu e que fraquejava nas pernas.

            - Eu tive que fazer isso...- Jason tirou a máscara enquanto ouviu Tim respirar rápido, provavelmente muito assustado. – Tive que jogar um explosivo...Eles não iam nos deixar em paz. – Encostou os lábios contra a cabeça de Tim, sentindo seus cabelos pretos e calor.

            Sabia que ele ficaria assustado, afinal, provavelmente nunca matou alguém. Não era algo que alguém com sua índole se sentiria bem. Segurou-o forte, torcendo para que Tim não ouvisse seu coração pulsando intenso no peito. Mas não era pelo que tinha feito.

            Não mesmo...

            Apertou-o ainda mais, sem saber se estaria o machucando ou não.

            - Jason...v-você...

            Tim apertou-se contra ele também, e o maior pode perceber que sua voz era trêmula e que ia chorar.      

            - ..Estou aqui.

 

-

 

            Ficaram abraçados mais um pouco, enquanto Tim tentava recobrar suas forças. Depois de alguns minutos, Jason se desvincilhou para deixá-lo respirar, mas continuou olhando seu rosto sem parar. Parecia meio triste e seu olhar um pouco vazio. Se sentiu culpado mas não tanto assim, já que sabia que se não houvesse explodido todos lá embaixo, continuariam a atirar e provavelmente alguma hora conseguiriam acertá-lo. Ficou acariciando o ombro de Tim, sem se importar se pareceria estranho ou não. Ninguém estava pensando direito naquele momento. Então Tim quebra o silêncio, com a voz trêmula mas tentando ficar mais sério.

- Precisamos continuar a missão.

            Jason deu um meio sorriso, admirando a força do garoto.    

            - Vamos. – apesar que pensou que gostaria de ficar mais um tempo ali.

            Resolveu não colocar a máscara para que Tim ficasse mais familiarizado com seu rosto. Pensou que não seria muito amigável o garoto ficar vendo uma máscara sem face. Era um momento que ainda estava frágil e que precisava de alguém ao seu lado. Jason sempre achou que quem não matava ou pensava em violência era fraco, mas pode ver que estava enganado. A inocência de Tim era o que o fazia tão diferente dos outros. Mas pegou a máscara do chão e a segurou firme com os dedos.

            Seguiram andando pelos corredores do prédio. Tudo parecia muito igual e aquilo começou a irritar Jason. Não havia nada em nenhuma sala, só paredes de cimento e eventualmente uma caixa quebrada, além dos sensores de incêndio no teto. Tentou puxar algum assunto, mas percebeu que estava um pouco envergonhado pelo que havia acontecido entre os dois antes. Olhou para o rosto de Tim e logo que o olhar dos dois se encontraram, ele desviou o olhar. Jason sentiu o rosto esquentar um pouco.

            - Err...

            - Aqui é muito estranho...deviam ao menos ter caixas de carregamento por aqui...ou algum tipo de escritório...- disse Tim tocando uma das paredes de concreto.

            Jason pensou consigo. Das outras vezes realmente tinham muitas coisas aqui. Mas agora...

            Sentiu um pouco de dor de cabeça.

            - Espero que gostem da surpresa. – uma voz meio macabra ecoou pelos corredores e eles não conseguiram identificar daonde vinha.      

            - Capuz Vermelho! – Tim gritou – Sabemos que você é falso! Apareça!

            - Ah, eu vou aparecer, passarinho, mas ainda não é a hora. Que tal brincarmos um pouco antes? – a voz ecoou novamente.

            - A única coisa que vai brincar é minha mão na sua cara, seu filho da puta. – Jason gritou raivoso, rangendo os dentes. Jogou a máscara no chão e pegou as duas pistolas. Sentiu raiva, além de uma leve tontura.

            - O Batman não ensinou modos algum à vocês, huh...? Vamos ver quem vai sair melhor daqui...Ou se vocês acabam se matando. – A voz dá uma risada sinistra.

            Jason não conseguiu entender no momento mas Tim o puxou pela manga.

           - Jason, algo está acontecendo...! – olhou para a face do garoto e pode perceber algo estranho. Estava mais pálido que o normal e lutava um pouco para respirar.

            O que...?

            Tossiu um pouco. Sentiu algo entrar pelo nariz e fechar a garganta. Viu Tim cair de joelhos, tossindo muito e tocando o pescoço. Algum tipo de gás tóxico...?

            Olhou para cima. Viu um gás meio esverdeado sair agora dos tubos de ventilação de incêndio. Se torturou mentalmente por não ter percebido isso antes. No momento em que viu, soube o que era.

            Gás do medo...

            Caiu de joelhos também. Já havia passado por aquilo diversas vezes, então sabia o que viria. Procurou a máscara que tinha um filtro de ar, mas tudo o que via eram vultos. Sorriu sombriamente.           

            Se esses filhos da puta acham que vão me pegar com isso...

            Quando trabalhava com Batman já havia sido torturado com o gás do medo algumas vezes então Bruce sempre trazia consigo o filtro para o mesmo, porém, quando havia sido acertado mesmo depois de virar o Capuz Vermelho, sabia o que aconteceria. O gás do medo do Espantalho torturava a mente de quem o absorvia com seus medos mais íntimos.

            Vou ver e sentir minha morte de novo, de novo, e de novo...

            Se viu de pé na sala sozinho, com os sons meio confusos. Se preparava para o maldito palhaço vindo com o pé de cabra, com o som da carne sendo esmagada pelo mesmo. Começou a rir sombriamente e era nessas horas que percebia o quanto da sua sanidade o poço de Lázaro tinha tirado. Esperava pela situação, mas dessa vez, sentiu um abraço por trás.

            - Ei...você gosta de mim?

A voz de Tim ecoou em seus ouvidos como uma lâmina. Era alto e confuso e sentiu o estômago revirar fortemente. Tentou prestar atenção em tudo, mas não entendia o que estava acontecendo, então por que...

            - Me diga, Jason...- pode sentir o menor ficando na ponta do pé e sentiu algo úmido na orelha. Ele estava...o lambendo?

            Virou-se num impulso, segurando os ombros de Tim.

            - O que está fazendo?! – perguntou alto com o coração latejando alto nos ouvidos.     

            - Se me ama, me destrua. – Jason sentiu o toque da mão de Tim em sua face. Mas percebeu que aquilo não era verdade. A expressão do garoto era sombria e trazia um sorriso assutador no rosto. Empurrou-o com força.

            - Vai embora daqui!  - gritou.

            - Não é isso o que você faz, destruir? – uma risada macabra veio da imagem de Tim, a mesma que já conhecia faz tempo, de um certo palhaço. – Vamos...- a voz do Coringa agora saía dos lábios de Tim, algo que atordoou Jason completamente. – Você realmente acha que consegue gostar de alguém sem machucar? HAHAHAHAHAHA!!

            Jason caiu de joelhos, gritando de dor.

            - Cala a boca...! – levou as mãos aos cabelos, em desespero.

            - Quer um conselho? Quebre os braços dele. Ou as pernas. – a risada macabra novamente. – E ele só vai poder precisar de você pra tudo...

            - Nunca, vai se foder! – grita alto, sentindo um gosto amargo na boca.

            - Então sabe o que vai acontecer, pequeno pássaro? – a voz macabra continua, aparecendo uma imagem de um homem grande e forte abraçando a de Tim por trás. 

            ...

            Conner Kent.           

            As duas imagens se aproximaram, acariciando o rosto um do outro e aproximando os lábios. Jason virou o rosto por impulso, pela primeira vez depois de sua morte pensou que ia começar a chorar, o peito com uma dor inflamada. Mas não. Não se deixaria chegar a esse ponto por causa de um gás ou por causa do palhaço idiota...         

            Pegou a pistola e começou a atirar em direção aos dois.

            - Você acha que pode me abalar com essas porras?! – Jason gritou alto – Não sabe do que está falando, não sabe o que eu penso, muito menos o que eu sinto! – enfurecido, levantou-se e segurou a imagem de Tim pela gola, encostando a pistola em seu queixo.

            - Você machucaria seu precioso passarinho? Que crueldade, Jason Todd, até pra você. – o Tim Drake falso riu de jeito assustador. – Oh, espere. Quantas fraturas você já fez nele?

            Os dedos de Jason tremiam enquanto desferiu um golpe com a pistola na boca de – ele sabia que não era – Tim Drake.

            O menor caiu no chão, rindo sombriamente e com a boca escorrendo sangue. 

            - Você não me conhece, e não conhece ele. – Jason grunhiu, descontrolado. – Eu vou matar você. – desfere mais um soco que faz a imagem de Tim cair com a cabeça no chão.

            - Hahahahah, vai? Mate. Não consegue suportar a dor de não ser correspondido? Conseguiu suportar a dor da morte mas não entende simplesmente que o passarinho tem medo de você? Todos tem medo, incluindo ele. Você achou que ele seria diferente? Hahahha...- a imagem cospe o sangue no chão – Ele só finge te entender...mate-o...!

            Jason desfere mais uma coronhada no rosto da imagem de Tim, agora com os olhos sombrios.

            - Vou matar.

            Coloca as mãos ao redor do pescoço do menor.

            Tim...

            A risada macabra volta com um sorriso em que mostrava os dentes sangrentos.

            - Você nunca vai conseguir ter empatia de alguém, nem mesmo do precioso passarinho vermelho...o quão patético você é?

            Jason cerrou os dentes com força.

            - Você não sabe de nada!

            Apertou as mãos ao redor do pescoço dele com força. Só queria que aquilo parasse. Que parasse de usar a imagem inocente de Tim para falar aquelas coisas horríveis. Sabia que Tim não era assim. Sentiu algo arder nos olhos, sabia que eram lágrimas. Aquilo doía tanto, ver a imagem do pequeno Robin Vermelho abaixo de si, engasgando, tremendo...

            Quando sentiu um toque suave em seu rosto.

            ...?!

            - J-j-j-jason...- a voz engasgada de Tim Drake ecoou nos ouvidos de Jason. Olhou para baixo e viu seu rosto embebido em lágrimas e sangue.

            Retirou as mãos na hora, vendo o menor rolar no chão tossindo forte.

            Eu...

            O machuquei...?

            Encostou-se na parede, segurando toda sua concentração em voltar à realidade.

            - E-eu...d-decepcionei...

            Tim Drake engatinhava no chão, com o sangue da sua boca pingando no chão.

            - N-nós decepcionamos...o B-bruce...- Tim soluçava enquanto não conseguia dicernir o que acontecia ao seu redor.

            Ele não percebeu...

            Quis se dar um soco direto no rosto. Machucou Tim enquanto os dois alucinavam, e agora não podia voltar atrás. Ele sangrava e chorava, e era tudo culpa dele.     

            Andando meio débil no corredor, tentou abrir alguma janela mas tudo estava emperrado, além das portas. Viu sua máscara no chão.

            - Não se preocupe Tim, vou te tirar daqui.

            Segurou o menor fortemente no colo, colocando a máscara vermelha em sua cabeça e ativou o filtro de ar.

            - P-p-p-por favor, não! – Tim se debatia contra ele em um ataque de pânico.

            Jason certificou-se de olhar pela janela antes. Deviam ser uns 20 metros pra baixo, até caírem na baía. Mas ele não podia esperar mais. Não sabia mais quanto tempo poderia manter a consciência até o gás os matarem. Segurou Tim com mais força. Não podia hesitar. Tomou distância e avançou correndo contra a janela.

           O impacto contra o vidro o fez sentir uma grande dor nas pernas e nos braços, como ferroadas.

            E logo depois sentiu o impacto contra a água gelada.           

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