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História Helena - Primeiro


Escrita por: JonhLEH

Notas do Autor


Um trabalho desenvolvido com total empenho e amor. Espero que você, caro leitor, se agrade na leitura desta história.

Capítulo 1 - Primeiro


Fanfic / Fanfiction Helena - Primeiro

   Era outono. Helena situava-se em seu quarto do segundo andar na terceira janela daquele lugar. Para o lado esquerdo do prédio, talvez opulento.

   Olhava por cima , em sua “capsula”, a aurora. Mas não faria diferença. Não fazia mais, desde que tudo que conhecia acabou. Como o vento lá fora que arrastava as folhas secas, douradas, por todo o lado. Bagunçando toda uma beleza do jardim que parecia ter passado por uma morte súbita, ao demonstrar que perdera sua sinuosidade delicada.

   Parecia ser da mesma forma daquele dia que ela estava sentada sob uma árvore frente a sua casa. Agarrada com Mafalda, contando historias de princesas e príncipes encantados. Era lindo acreditar que um dia poderia conhecer um, e ser feliz para sempre em seu castelo. Mas não foi bem assim que lhe ocorreu... Nunca é.

   Naquele momento já eram cinco e meia da manhã. Já se podiam ouvir as portas daquele prédio baterem forte, e alguns passos nos corredores se arrastarem viris. Os que se conheciam trocavam palavras de como foram suas noites, aos que se desconheciam apenas bastavam sorrisos sórdidos e um leve levantar de queixo e sobrancelhas, como quem pergunta algo. Isso era repetitivo nas manhãs de Helena, que já havia passado um bom tempo residindo no Reis e Rainhas, para saber com toda certeza como funcionavam as coisas.

   Havia um estacionamento quase que impercebível por trás do prédio, onde os clientes saiam, procuravam seus veículos, caso tivesse. Alguns se trocavam ali mesmo, se perfumavam e por fim catavam em seus porta-luvas ás alianças, recolocando-nas em suas mãos. Quem não seguia essa rotina tinha uma própria, acreditava-se que um fumo matinal acabara com qualquer evidencia de uma estadia em um quarto com uma mulher. E caso não fosse casado, talvez nem saísse tão cedo.

   Na noite passada não houve ninguém com Helena. Pra falar verdade, há um bom tempo não vêm aceitando visitas, o que leva Lucia, dona do estabelecimento, força-la a servir de alguma forma.

   Desde que tudo aconteceu, Lucia lhe ofereceu abrigo com a condição de que pudesse aprender a ser como as outras residentes, onze garotas ao total, podendo então sobreviver na casa desde que trouxesse lucros. Helena, por sua vez aceitou a condição.

Cada garota tinha um nome específico, reconhecido entre si, e entre os clientes. Lucia dizia que cultivava fêmeas raras, de espécies distintas. E seus clientes tinham acesso a catálogos, que traziam características de cada fêmea da casa, como personalidade, gostos, fraquezas, fetiches, entre outros. Porém, uma em especial que eram pontuações, preenchidas pelos próprios pagantes. Quanto mais pontos no catálogo, mais recomendável a fêmea.

   O Reis e Rainhas era antes de uma casa de prostituição, um bar/restaurante social. Onde haviam-se shows, bailes, comemorações familiares e tudo que pudesse lhe trazer o arquétipo de estabelecimento comum para recepção de todo público. O que de fato acontecia. Homens casados iam com suas esposas, bebiam, dançavam, sorriam, encontravam amigos e por fim, quem bem conhecesse as outras atividades do local encontrava desculpas para que suas companheiras seguissem de volta ao lar primeiro, pois por algum motivo precisariam passar mais tempo, talvez, sob as duvidas das senhoras, para tratar de negócios. Quando Lucia percebia que poderia abrir as portas do seu verdadeiro negocio, guiava seus clientes por um longo corredor por trás do balcão de bebidas, onde no fim havia uma sala em que se mantinham objetos de limpezas (baldes, vassouras, desinfetantes, entre outros). Mas, o segredo guardado pela sala era uma “porta falsa”, sem maçaneta, que só abria com uma chave pelas mãos da própria Lucia através de uma fechadura escondida por baixo de um papel de parede fácil de remover. Porta aberta, uma escada longa em espiral conduzia os visitantes a um segundo andar naquele prédio que não se acreditava existir. Neste local então exótico, ambiente com pouca luz, objetos em tom de vermelho, paredes decoradas em camurça, sem janelas, havia um pequeno salão principal, onde se instalava outro bar, esse bem mais preparado para um consumo sem moderações, desde que bem pago. Em seguida frente ao salão, um segundo longo corredor seguido por quartos numerados. Ali, Lucia, realizava seu maior comercio.

   As moças nesse andar, passavam a ser além de garçonetes, amantes.

   Helena pode acompanhar a rotina que recentemente iniciara como colaboradora. Nas primeiras noites era apenas garçonete, mesmo que desejada. Além de servir bebidas no salão, por vezes era apalpada, ou abraçada à força, sentindo o hálito quente dos clientes em seu pescoço, ouvindo palavras que não imaginara um dia ouvir.



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