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História Hells Bells - Born in a bad sign


Escrita por: mariblackfell

Notas do Autor


Hey sweeties. Tentei ser rápida dessa vez. Comentem por favor, comentários são awesome. Fantasmas, só os do tipo leitores, apareçam. (piadinha sem graça kk) . Chegamos a 100 favoritoooss. Obrigada galera. ❤❤
Enjoy!!!
xoxoxoxo

Capítulo 29 - Born in a bad sign


Fanfic / Fanfiction Hells Bells - Born in a bad sign

Pov’s Sam

 Babi e Diana tinham acabado de sair de volta para o motel. Ela estava muito abalada por um sentimento de culpa. Tomei essa decisão de ajudar a Babi e não me arrependi nem por um segundo, ela não sabia o que estava acontecendo com ela, era tudo culpa do demônio. Eu e Dean começamos a colocar os objetos no lugar, recolhemos os cacos de vidro, para deixar a casa como se estivesse inabalada antes de colocarmos fogo. Eu esperava que isso encobrisse nossas pistas.

 - Você acha que isso tudo foi ela? Eu não acreditei nem por um segundo, mas aquele vídeo, cara... – Dean fala.

 - Eu não sei. Nunca iria imaginar ela fazendo algo desse tipo, não parece ela. Tem que haver alguma explicação que ainda não conseguimos ver.

 - Você viu a cara que a Diana fez? – Dean me pergunta. – Parecia como se estivesse com...

 - Medo? – eu chuto.

 - Medo? Não, cara. Culpa. Ela está se culpando. – ele diz.

 - Por quê? Isso não faz sentido. – eu digo. – Nada disso faz. Dean, eu não sou o mesmo. Tudo está mudando, quanto mais próximos estamos do demônio, mais isso afeta eu e a Babi. Acho que a afetou primeiro. – eu digo e Dean para de arrumar as coisas e me olha.

 - Do que está falando?

 - Acho que o pai estava certo. Está acontecendo. Os planos do demônio para nós. Isso explica o comportamento da Babi.

 - Calma aí Sammy. Vamos com calma. Ela não pode ter mudado tão rápido assim. É verdade que ela ficou meio pirada naquela festa, mas ela até que estava curtindo.

 - Não estou falando disso Dean. Eu estou mudando. A cada dia eu sinto mais um sentimento dentro mim, do tipo ruim. É uma raiva que cresce e acho que vai chegar uma hora que não conseguirei aguentar. – eu desabafo.

 - Não vai acontecer. Eu vou estar lá. Para você e para a Babi. Nós quatro e o Bobby somos uma família, um ajuda o outro. – ele diz e eu sorrio, mas depois fico sério novamente. – Por que nunca me disse isso?

 - Eu não queria assustá-lo. Nós somos uma família e por isso eu te peço: se eu der qualquer sinal que eu não sou mais eu mesmo, quero que honre o que o pai te pediu... – eu digo e ele me olha com raiva. – E me mate.

 - Eu não vou fazer isso Sammy. Nunca. Vamos dar um jeito nisso. Sempre damos.

 - Eu não quero machucar ninguém.

 - Você não vai. Agora chega desse papo e vamos arrumar isso logo. – ele diz com os olhos marejados e volta a arrumar. Sinal de fim de conversa.

Pov’s Diana

 Meu celular tocava sem parar em algum lugar ao fundo da minha mente. Eu abro os meus olhos e levanto rápido, pequenos pontos pretos surgindo na minha vista, o que faz que eu fique um pouco tonta. Coloco a mão na testa, rente ao couro cabeludo e sinto sangue seco e o local latejando. O toque tinha caído na caixa postal, mas não liguei muito, estava tentando racionalizar o que havia acontecido. Minha irmã ou o que quer que esteja passando por ela me golpeou. Pego o meu celular no chão, coloco no bolso traseiro do meu jeans, pego minhas coisas e vou para a recepção do motel.

 Um cara estava sentado atrás do balcão lendo um anime, era o mesmo que eu havia conseguido as informações sobre a minha irmã mais cedo.

 - Hey. - eu digo. Preciso usar o seu computador. – ele levanta os olhos da revista para me olhar.

 - Tudo tem o seu preço. – ele diz e eu reviro os olhos e espero que ele fale o que quer. – Trezentos dólares.

 - Só para eu usar o computador?

 - Ou pode me mostrar seus peitos. – ele diz. Nojento.

 - Você quer levar um soco na cara, seu palhaço? – eu digo puta da vida, mas pego o dinheiro na minha bolsa e jogo em cima dele, não estava com tempo a perder, mesmo que eu tivesse ganhado esse dinheiro em uma rodada difícil de pôquer. Eu acesso o GPS no telefone da Babi e dou uma desculpa qualquer e descubro onde ela está: Duluth, Minessota. Saio do motel e agradeço mentalmente que dessa vez ela deixou meu carro.

 Eu já estava na estrada quando meu telefone toca de novo, eu até tinha me esquecido de olhar quem havia ligado. Eu atendo no primeiro toque.

 - Quem é? – eu digo curta e grossa, pensando que era a versão maluca da Babi.

 - Onde diabos você está que não atende a porra do telefone? – delicado desse jeito só poderia ser o Dean. – Acabamos de ajeitar tudo aqui, estamos indo para o motel agora.

 - Aconteceu algo com a Babi. Ela não está legal, não é ela, eu tenho certeza.

 - Do que está falando? O que aconteceu?

 - Ela me acertou na cabeça com a arma e fugiu. Rastreei o telefone dela, ela foi para Duluth, Minessota. Estou indo atrás dela agora, já estou na estrada. Mando mensagem quando a encontrar.

 - Nos espere para irmos juntos, não vá sozinha, pode ser perigoso.

 - Ela é minha irmã. Não vou ficar parada tricotando esperando vocês. Mandarei notícias. – eu digo e desligo antes que ele tentasse, de forma inútil, me convencer a não ir. Acelero o Maverick, o som do motor era como um incentivo a seguir em frente.

 Pov’s Dean

 Depois de conversar com o Sammy eu continuei a trabalhar em silêncio. Se ele estava pensando que eu seria capaz de matá-lo, ele estava muito enganado. Que se dane o que eu conversei com o meu pai um pouco antes dele morrer, foda-se o que pode acontecer, eu não vou matar o meu irmão. Comecei a espalhar querosene pela casa e Sam ascendeu o isqueiro, observávamos o fogo de uma distância segura da casa e fomos embora dali até acharmos um telefone público.

 Sam foi até lá para ligar para os bombeiros, acho que o fogo já deve ter feito um bom estrago na casa. Aproveitei para ligar para a morena, queria saber se elas estavam bem. Diana não parecia muito legal quando viu a irmã no vídeo. Liguei duas vezes, mas ela não atendeu. Sam voltou pro carro.

 - Liguei para Diana duas vezes, mas ela não atendeu. Acha que devemos nos preocupar? – eu pergunto já preocupado. Odiava quando não me atendia, sempre começo a pensar merda.

 - Acho que está tudo bem. Elas iriam direto para o motel, mas vou ligar para a Babi mesmo assim. – ele diz e eu continuo a ligar. Acelero o babe por via das dúvidas. – Ela não atendeu, está dando caixa- postal.

 - Droga. – eu resmungo. Depois de alguns minutos ela finalmente atende a porra do telefone.

 - Quem é? – ela diz mal humorada, o que só me irritou mais.

 - Onde diabos você está que não atende a porra do telefone? Acabamos de ajeitar tudo aqui, estamos indo para o motel agora.

 - Aconteceu algo com a Babi. Ela não está legal, não é ela, eu tenho certeza. – ela diz. O que será que aconteceu? Imediatamente eu me preocupo se Diana estava machucada, esquecendo por um momento que pode ter sido a Bárbara que tenha a ferido.

 - Do que está falando? O que aconteceu?

 - Ela me acertou na cabeça com a arma e fugiu. Rastreei o telefone dela, ela foi para Duluth, Minessota. Estou indo atrás dela agora, já estou na estrada. Mando mensagem quando a encontrar.

 - Nos espere para irmos juntos, não vá sozinha, pode ser perigoso. – eu digo preocupado de verdade, mas sabendo que ela fica puta da vida quando acha que eu falo isso por ela não dar conta de tudo sozinha.

 - Ela é minha irmã. Não vou ficar parada tricotando esperando vocês. Mandarei notícias. – ela diz.

 - Espera. O que custa nos esperar. – eu grito, mas a praga já tinha desligado. – Merda. Mulher teimosa.

 - O que aconteceu? – ele me pergunta e eu o olho, alternando o olhar entre a estrada e ele.

 - Sinto muito Sammy. A Babi não está legal, ela acertou Diana e fugiu. – eu digo e o vejo trincando o maxilar de frustração.

- Acelera Dean. Não é culpa dela. Eu sei que não. – ele diz e eu faço o que ele pede. Se é que há um Deus olhando por nós, que ele nos ajudasse para que nada de mal aconteça às irmãs.

 Pov’s narradora

 Duluth, Minessota

 Em uma taverna feita de madeira na beira da estrada já é noite, uma placa pendurada em um poste bem visível indicava o nome do local: Dark Hills. Bem apropriado para o que estava prestes a acontecer. As últimas pessoas estavam indo embora e uma garota loira fechava o lugar. A garota estava trabalhando ali desde que decidiu seguir a própria vida que era resguardada pela mãe. Jo estava de costas para a porta, limpando o balcão para fechar o bar quando alguém atrás dela limpa a garganta para chamar a sua atenção. Ainda de costas ela fala:

 - Já estamos fechados.

 - Que tal apenas uma cerveja para a viagem. – a caçadora propõe e Jo se vira, reconhecendo a voz.

 - Eu não pensei que te veria tão cedo. Já que está caçando com os Winchester e não tivemos uma despedida amistosa. – Jo fala referindo-se quando eles caçaram Holmes e sua mãe contou que seu pai morreu em uma caçada com John Winchester.

 Babi sorri de lado e se aproxima, encostando-se a um poste.

 - Bom, a vida é cheia de surpresas. Então, vai me dar uma cerveja? – Babi pede.

 - Claro. – Jo concorda e pega uma cerveja na geladeira e trás para ela, que se senta em um banquinho no bar.

 - Então como você me achou? Está em algum caso perto daqui? – Jo pergunta recolhendo louças e garrafas nas mesas.

 - Sabe, é meu trabalho achar o que está sumido. Não, não estou em um caso. – Babi diz, sorrindo de lado como se achasse graça.

 - Falando nisso, onde está sua irmã rabugenta? Você duas não vivem grudadas? Acho até estranho você estar aqui no lugar dela pedindo por cerveja. Não que eu esteja reclamando da ausência dela.

 - Você não gosta muito dela, não é?

 - Não. Mas, acho que o sentimento é recíproco. Apesar de que demos uma trégua naquele caso. – Jo responde e Babi dá de ombros.

 - Onde acha que ela pode estar? Com o Dean, é claro. Eles brigam toda hora, mas não se desgrudam mais, sabe, acho que finalmente eles acharam o par perfeito um para o outro. – ela diz, pois sabia que isso iria afetá-la.

 - Hum. Ok. Então, o que faz aqui? Você não costumava visitar eu e minha mãe sem a sua irmã por perto, apesar de nós já termos brincado juntas quando crianças.

  Babi retira sua jaqueta, para ganhar tempo e como sua camisa xadrez estava enrolada nos braços, Jo pôde ver uma marca de queimadura inchada e vermelha no braço dela. Tinha um formato circular com um risco transversal, como se fosse um símbolo de liga/desliga.

 - Isso deve ter doído. – ela diz e Babi olha para o braço e o cobre com a manga.

 - Um pouquinho. Encostei sem querer em um brasão quente na oficina do Bobby.

 - Então? – Jo pergunta sobre o motivo de Babi estar ali.

 - Certo. Eu não quero que fiquemos afastadas. Eu sei que brincávamos apenas quando éramos crianças, mas eu te conheço praticamente a minha vida inteira. Eu fiquei pensando, nem conheço Sam e Dean muito bem e depois do que o pai deles fez, quem sabe se eles podem virar as costas para mim se eu estiver em perigo? Aí eu pensei em você.

 - Mas, e a Diana? Eu pensei que ela faria qualquer coisa por você.

 - Ela está muito ocupada com Dean para me dar atenção. O casal e o Sam fazem um trio. Olha, eu sei como você se sente sobre o seu pai, eu também perdi a minha família. Podíamos nos juntar já que os três não ligam para nós. – Babi fala e Jo olha para o chão.

 - Eu não sei. Isso está estranho.

 - É, deve ser difícil. Cadê a lealdade entre irmãs, não é? Eu me perguntei a mesma coisa, mas eles estão apaixonados, apesar de não terem admitido... ainda. Sei que você sente algo pelo Dean, mas não é recíproco. Ele mesmo falou isso para Diana, ele te vê como uma irmãzinha, mas romance? Isso está fora de questão, pois ele ama a minha irmã. – Babi fala de forma maldosa e Jo fica cabisbaixa. – Hey. – ela diz e faz um carinho no braço dela para confortá-la. – Eu não te contei isso para lhe deixar triste Jo, mas porque me importo.

 - Imagina se não importasse hein Babi. – ela diz e a caçadora a olha com uma expressão de arrependimento, a qual era fingida.

 - Só quero que entremos juntas nessa. Uma cuida da outra. – Babi fala e Jo vai tirar o braço do balcão, mas a outra o segura com força sobre ele.

 - O que está acontecendo? – ela pergunta e tenta soltar o braço, mas o aperto parecia de aço.

 - Eu posso ser uma irmã para você, os deixamos de lado. – Babi fala e Jo percebe que a expressão dela não era a mesma, estava fria, sem emoção.

 - Acho melhor você ir embora. Agora.

 - Tudo bem. Vou sair. – Babi fala e se levanta do banco, fingindo que vai embora. Jo ficou de costas para ela e se apoiou no balcão para se recuperar do susto que levou. Ela nunca tinha visto a Bárbara agir desse jeito tão estranho e louco, ela é tão calma e pacífica, apesar do trabalho. Muito diferente do jeito de Diana ou da própria Jo agir, desregradas e impulsivas.

 Babi volta e rapidamente segura os pulsos de Jo contra o balcão, o que a assusta e a faz gritar.

 - Me solta Babi. O que está acontecendo com você?

 - Ahh Jo. Eu só queria uma amiga. – ela diz e usa o peso do seu corpo para a prender.

 - Me solta. Por favor. Está me machucando. Por favor. – ela pede e tenta se soltar dando um impulso para trás.

 - Fica quieta. – Babi ordena e bate a cabeça de Jo contra o balcão e ela desmaia. A caçadora a carrega com uma força sobrenatural e a amarra em uma pilastra de madeira no meio do bar. Alguns minutos depois, Babi vai até uma caixa de toca discos e coloca uma música e Jo acorda enquanto a outra verifica as cordas.

 - Mas que diabo está acontecendo? O que está fazendo? – ela diz com uma mancha arroxeada na testa.

 - O que foi exatamente que a sua mãe lhe contou? Sobre a morte do seu pai? – Babi pergunta, próxima a orelha de Jo.

 - Você não é a Babi.

 - Por que todo mundo duvida disso? Responda a minha pergunta. – ela diz e se senta na frente dela, em um encosto da cadeira. – Anda logo. Sou eu. – ela fala e pega uma faca grande e mostra a Jo. – Responda a pergunta.

 - O John e meu pai estavam na Califórnia. A procura do Portão do Inferno. Eles fizeram uma armadilha para alguma criatura. John estava escondido, esperado para surpreendê-la e o meu pai era a isca. Algo deu errado e a criatura matou o meu pai. O Winchester não o protegeu.

 - Hum. História legal, mas não foi assim que eu soube. Aposto que sua mamãe também não sabe a verdade, senão estaria bem mais puta da vida. – ela diz e sorri de lado. – A criatura do inferno apenas o machucou. Ele tinha uma foto de vocês na jaqueta, não tinha? Ele rezou para vê-las novamente, mas John o matou, o tirou da miséria como um cão sarnento.

 - Mentirosa! – Jo grita, algumas lágrimas escorrendo por seu rosto.

 - Eu não estou mentindo. John atirou no seu pai bem na cabeça.

 - Como sabe disso?

 - Eu ouço coisas por aí. – ela diz e finca a faca na madeira.

 - Por que está fazendo isso comigo?

 - Ah, Jo. Tal pai, tal filha. Eu estou te usando. Você é uma isca. – Babi fala e inclina a cabeça de lado como se escutasse algo e amarra a boca de Jo com um pano. – Boa garota. – ela diz e Diana entra no bar chutando a porta e com uma arma apontada em direção a testa da irmã.

 Pov’s Diana

 Eu dirigi sem parar nem por um minuto. Já havia anoitecido e o GPS do celular de Babi indicava que ela estava em um bar na beira da estrada. Eu não tinha ideia do que ela estava fazendo aqui, pois nunca viemos nesse lugar. Estacionei meu carro um pouco afastado da entrada para não chamar atenção e correr o risco dela fugir novamente. Verifico minha arma, está carregada e coloco um frasco no bolso traseiro da minha calça. Já o deixei um pouco aberto, caso precisasse. Mando uma mensagem para Dean com a localização e guardo o celular no bolso interno da minha jaqueta.

 Eu subo as escadas da entrada e tento olhar por alguma janela, mas as cortinas estão fechadas. Entro de supetão pela porta e vejo Jo amarrada em uma pilastra.

 - Babi. – eu a chamo. Ela pega uma faca fincada perto de Jo e a usa como escudo.

 - Eu falei para você me impedir Diana. Pedi para você atirar em mim, mas você não me deu atenção. Te avisei que tinha algo errado, mas você me ignorou. – ela diz e coloca a faca no pescoço de Jo.

 - Abaixe essa faca. Olhe o que você está fazendo.

 - Eu te avisei! Entreguei a minha arma na sua mão. – ela grita para mim. – Minha cabeça parece que vai explodir. Diana, por isso estou te pedindo outra vez, me mata ou eu vou matá-la. – minha mira estava bem na sua cabeça, dessa distância estava muito fácil de acertar. – Por favor. Atire. – ela grita novamente e tira a faca de perto de Jo, abrindo os braços, como um alvo.

 Mordo as bochechas até sentir o gosto de sangue. Olho para ela, eu nunca seria capaz de fazer isso, mesmo se me obrigassem. Olho para Jo, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Abaixo a arma.

 - Qual é o seu problema? Estou pedindo para me matar!

 - Não, Babi. Eu nunca vou fazer isso. – eu digo e coloco minhas mãos na cintura, próximo ao frasco. Ela se irrita e se aproxima de mim.

 - Você vai deixar um inocente morrer, mesmo sendo a Jo?

 - Tentador, mas não. – eu digo, pego o frasco o meu bolso e jogo o líquido em seu rosto. – É água benta, demônio desgraçado. – seu rosto solta fumaça, queimando o demônio, mas não machucando minha irmã. Seus olhos claros ficam completamente negros, ela grunhe de raiva e eu jogo mais água nela, eu escuto chiados de queimaduras. Ela grita e corre em direção a uma janela e se joga contra ela, quebrando os vidros e saltando para fora.

 Corro em direção a Jo e corto a corda nos seus pulsos e vou em direção a janela.

 - Ela está possuída? – Jo me pergunta, com uma expressão de horror em seu rosto e eu confirmo com a cabeça, sentindo o gosto de sangue na minha boca. Pulo a janela e corro atrás dela, ouvindo Jo gritando meu nome atrás de mim.

 Procuro Babi por entre as docas, estávamos na beira de um rio. Meu passos na madeira ecoando em meus ouvidos e tento andar o mais silenciosamente possível. Estava muito escuro, tinha esquecido a minha lanterna no carro e apenas luzes fracas iluminavam o meu caminho. Escuto um barulho e alguém atira perto de mim, quase me acertando. Eu me abaixo e levanto a arma, caminhando abaixada.

 - Babi? Onde você está? Eu sei que ainda está aí, lute contra ele. – eu grito e vou em direção ao cais, onde escutei outro barulho. Olho para a água, onde há alguns botes e vejo se ela possa estar escondida ali, mas não vejo nada.

 - Você é mesmo muito estúpida, sabia? – ela fala atrás de mim e eu me viro, com arma apontada para ela. Ela também está apontando uma arma para mim. – Devia ter me matado quando tinha chance.

 - Você sabe que eu nunca faria isso. Eu sei que a minha irmã está aí. Está me ouvindo Babi? Só você pode controlá-lo. Assuma o controle. – eu digo e seu semblante muda. – Babi? – eu pergunto e ela se aproxima, mas começa a rir de forma debochada e má.

 - Você realmente acreditou que ela assumiu o controle? Você é muito patética.

 - Quem é você filho da puta? – eu pergunto com raiva.

 - Eu tenho vários nomes.

 - Você estava nela desde que ela desapareceu, não é? Estava fingindo esse tempo todo, aquele teatrinho de chorar pelo caçador morto. – eu digo.

 - Sim, eu finjo muito bem. Devia ter visto sua cara quando viu aquele vídeo, tão decepcionada com a irmãzinha boazinha, nem sabia que ela também tem o lado negro.

 - Cala a boca. Ela não é assim. Por que me trouxe até aqui afinal? Poderia ter me matado no carro ou no motel. – eu digo pensado nas chances que a coisa teve.

 - Verdade. Mas, teria sido fácil demais. Queria ver se você teria coragem de atirar na pirralha, mas vejo que você não tem os colhões de caçadora fodona que gosta de exibir. Isso tudo foi apenas um teste.

 - Brincando com a vida da minha irmã? Eu vou acabar com essa sua vida maldita e você vai sofrer. Muito. – eu digo, ainda com ela na minha mira.

 - Eu gostaria de ver você tentar. Foi esperteza sua usar a água benta, mas não pode me machucar sem feri-la também. – ela diz, sorrindo de lado. – Você vai morrer querida irmã. – ela diz com ironia. – Você e todos os caçadores que eu conseguir encontrar. – ela diz e atira em mim, sinto o ardor imediato. Como eu estou próxima à beirada do cais, por causa do impacto do projétil, caio na água. A sensação da água gelada é um choque contra o meu corpo e sou arrastada pela correnteza em uma imensidão escura e fria.

 Pov’s Jo

 Eu nunca tinha visto alguém possuído e isso me assustou muito. A Babi estava fora de si, completamente controlada pela coisa dentro dela. Eu pude ver isso nos seus olhos, não era ela. Eu realmente pensei que eu fosse morrer. Sai do Roadhouse para ficar longe da minha mãe, odiava que ela me controlasse e ter escondido sobre a morte do meu pai por todos esses anos, mesmo que o demônio tenha dito algo diferente. Eu estou muito confusa, era muita informação para absorver.

 Quando Diana chegou pela porta, era evidente seu medo para quem a conhece, não medo da coisa, mas sim que sua irmã se machucasse. Ela fazia uma cara neutra, como se não sentisse nada. Eu conheço essa expressão muito bem, eu a utilizo sempre e já a vi no Dean também. Nunca fiquei tão feliz ao vê-la, não que eu irei admitir em voz alta. Diana estava disposta a morrer, mas se negou em machucar a irmã e eu admirei isso. Quando a coisa no corpo de Babi fugiu e Diana foi atrás dela, resolvi ligar para o Sam, não estava muito animada com isso, mas era melhor do que falar com o Dean. Ele atendeu no primeiro toque, como se seu celular estivesse bem ao seu lado.

 - Jo? É você? – ele diz. – Olha, estou surpreso com a sua ligação. Não achei que quisesse ouvir nossa voz por um bom tempo. – ele diz de forma sincera.

 - Eu não queria, mas foi preciso.

 - Aconteceu alguma coisa? Você está bem? – ele pergunta. Eu penso na definição de “bem”, mas não comento nada e ignoro sua pergunta.

 - Onde vocês estão? É importante. Por que não estão junto com as Blackfell?

 - Nos desencontramos. Aconteceu algo com a Babi. Estamos a caminho de Minessota atrás delas.

 - Eu sei. Eu as vi. Babi estava aqui, ela está possuída. Diana foi atrás dela.

 - Possuída? – ele diz e o escuto contar a Dean. – O que aconteceu? Alguém está ferido? Jo, me fala. – ele diz, escuto tiros próximos de onde estou e pela conversa ao fundo, percebo que Sam também escutou.

 - Venham rápido. Vou desligar. – eu digo e desligo antes que ele me responda. Pego um pé de cabra e uma lanterna e corro em direção ao cais. Ilumino o lugar, atenta a qualquer barulho e chamo por Diana, fico com receio de a outra coisa ouvir e ando mais rápido. Pego meu celular no bolso e ligo no celular de Diana e escuto “Smoke on the Water” tocar e imagino que possa ser ela. Corro em direção a água e desligo meu celular quando a encontro. Por algum milagre seu celular ainda funcionava, apesar de estar ensopado. Desço as escadas e a vejo deitada em uma madeira, com metade do corpo ainda dentro da água. Ela estava assustadoramente imóvel.



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