História Hematomas - Futuro

2 ANOS DEPOIS

            A floricultura havia sido finalmente inaugurada, com a ajuda de Alan, é claro e de Leonard, quem havia desenhado o projeto. Finn e Marc haviam dado suporte, o primeiro na contabilidade dos gastos e despesas e o último trazendo seus conhecimentos de engenharia química.

Marc havia concluído o curso de engenharia química e estava trabalhando atualmente com a construção de usinas e fábricas, além de ter recebido propostas para trabalhar no setor petroquímico. Gostava do trabalho, era cansativo mas o salário era muito bom.

            Archie havia concluído o curso de botânica e com o salário que ganhara trabalhando na faculdade havia ajudado a pagar pela construção da floricultura, Alan pagou a maior parte com o dinheiro que o pai havia deixado, então sobrou para o garoto arrumar um pouco a própria casa.

            Passava a maior parte do tempo na casa de Marc e estava pensando seriamente em vender sua casa e comprar um apartamento, mas ainda não havia juntado todo o dinheiro necessário.

            ━Sorriam para a foto! -Finn gritou e apertou o botão da máquina, posicionado num tripé

            Correu para o lado de Leonard e pôs um braço em seu ombro com carinho. Alan estava no meio dos dois casais. O flash os fez ver estrelas por vários minutos, mas depois se abraçaram com carinho.

            Alan ainda tentava entender Marc, por vezes ele parecia calado demais e outras parecia muito grudado em Archie, no entanto finalmente percebera que ele não era aquele cara arrogante de quando o conhecera, ele só era reservado e sério.

            Leonard era o mais feliz dos cinco, queria tirar fotos de todo o canto do lugar, Havia projetado uma estrutura com paredes meio onduladas, escolheram a cor amarela para pintar as paredes e as portas eram vermelhas. Parecia uma casa de boneca, e por dentro era mais bonita ainda.

            A fachada era atrativa e colorida, havia floreiras com flores coloridas nas janelas e cada pessoa que passava ficava curiosa para ver o interior do lugar. Tudo havia acontecido no momento certo, as coisas estavam calmas e Archie não poderia estar mais feliz.

Havia crescido muito emocionalmente nesses últimos meses, por vezes se via preocupado com Marc, pois ele parecia segui-lo onde quer que fosse, e aquilo lhe deixava por vezes impaciente. No começo era ele quem era dependente de Marc, e agora o outro parecia depender bem mais de si.

______

Archie estava preocupado            com o horário. Estava quase na hora irem almoçar fora, mas haviam exagerado nos beijos de bom dia. Agora, não podiam ir sem antes terminar o que haviam começado.

Marc também estava preocupado, afinal a reserva naquele restaurante havia sido difícil de conseguir. Iam lá para comemorar a inauguração da floricultura de Archie, que estava ansioso e nervoso, mas feliz por finalmente ter tornando um sonho em realidade.

Claro, precisava conversar com Marc sobre algumas coisas, mas isso podia esperar.

━Marc… -resmungou ao sentir a bancada gelada da cozinha sobre as coxas

O outro sorriu, descendo os beijos pelo pescoço alvo dele, enquanto apertava suas coxas com força, arranhando a pele com lentidão.

━Fica quietinho, ou as pessoas vão ouvir. -sussurrou com prazer

Archie arregalou os olhos ao notar que a janela da cozinha estava aberta. Agradeceu por aquela não ser uma rua muito movimentada, mas ao longe podia ver que havia uma obra acontecendo no prédio ao lado, o que movimentava várias pessoas.

━Ah não… -suspirou. De novo aquilo? Em seu âmago sentiu arrepios só de pensar na possibilidade de ser pego, mas era uma sensação gostosa, misturada com adrenalina

            ━Vai ser a melhor vista que eles vão ter, você gritando enquanto eu te como, de quatro aqui em cima. -deu um tapa no banco alto que havia ali

            ━É meio alto… -resmungou, inclinando o pescoço, que era preenchido por vários beijos e mordidas

            Marc apenas riu, porque daria um jeito de qualquer forma. Fazia dias que não transavam, envolvidos demais com a obra, cansados demais com o trabalho. Finalmente iam tirar o atraso, nem que fosse com uma rapidinha.

Empurrou-o de frente para o banco.

            ━Levanta a  perna.

            Foi difícil, mas conseguiu, colocou apenas uma perna no banco. Olhou para trás com ansiedade, o coração batendo com força, ansioso. Gemeu ao sentir a mão dele percorrendo suas partes íntimas. Marc massageou-lhe os testículos e passou as unhas por suas nádegas, fazendo-o se contorcer. Em seguida desceu os beijos pelo torso com carinho, mordendo a pele com lentidão até chegar na cintura, onde apertou e arranhou com gosto, ouvindo-o gemer alto com seus toques nada sutis.

            Desceu a boca pelas nádegas, beijando-as com vontade, lambendo o interior delas com desejo e causando arrepios no garoto, que contorceu-se e ficou na ponta dos pés.

            ━Você gosta quando eu te beijo aqui? -perguntou alto, dando-lhe um tapa nas coxas

            ━S-sim -gaguejou ao responder, sentindo uma mordida na coxa direita

            Desceu mais os beijos até os testículos e pôs o membro dele na boca com lentidão, lambendo-o devagar, distribuindo beijos rápidos por toda a extensão.

            Archie se arrepiou ao ter a boca dele fechada em volta de seu membro e inclinou-se para trás, pedindo mais contato. Marc riu e abocanhou-lhe com mais vontade, indo até o fim da extensão e voltando, sugando as gotículas de excitação que saíam.

            Após alguns minutos naquele ritmo torturante e lento ele levantou-se e se inclinou sobre o garoto, esfregando o próprio membro em sua entrada. Beijou seus ombros enquanto pegava um pouco de lubrificante, que estava na bancada.

            ━Estamos atrasados -Archie resmungou com impaciência

            ━Você só está me apressando pra eu te foder logo né? -sussurrou com malícia fazendo os pêlos do garoto se eriçarem

            Inclinou-se mais no banco, deixando o próprio corpo à mercê de Marc. Estava com calor e sentia arrepios de prazer da ponta dos pés até as mãos. Além disso as mordidas em suas costas tornavam-se mais intensas e lhe faziam gritar.

            Os tapas fortes e precisos que recebia por todo o corpo lhe obrigava a fechar os olhos e morder os lábios de prazer. Doía, mas era uma dor gostosa. Machucava, mas gostava de ter a pele apertada e marcada. Às vezes Marc imprimia um ritmo alucinante, sem parar de marcá-lo por nenhum minuto, um tapa atrás do outro, beliscões em sequência, mordidas rápidas e em lugares diferentes… Tudo isso contribuía para os gemidos longos e contínuos que dava e a sensação delirante que sentia.

            Quando Marc lhe penetrou soltou um gemido baixo e sorriu em meio ao som. Ele sabia como gostava e colocou-o por inteiro, causando um grito alto que reverberou pela casa. Não havia ninguém trabalhando na casa de Marc, mas percebeu que chamou atenção das pessoas, maioria homens, que trabalhavam na construção ao lado.

            Marc lhe beliscou as coxas com uma risada sacana. O garoto ainda tentava acostumar-se com o volume dentro de si, franziu o cenho e mordeu os lábios para não gritar ao sentir tapas em suas nádegas.

            ━Grita mais, eles gostaram, -sorriu de canto, mordendo-lhe o ombro

            Mordeu com mais força os lábios, mas não conseguiu controlar um grito agudo e alto ao sentir um tapa forte no quadril, seguido de um beliscão forte. Sua pele ardia e formigava com cada toque.

Abaixou-se na bancada rapidamente, pedindo mentalmente para que ninguém tivesse lhe visto, mas a janela era grande demais… Não ousou olhar para cima.

            As estocadas continuaram, cada vez mais profundas e rápidas. Marc não conseguia parar de sorrir em meio aos gemidos melódicos que o garoto dava. Ele era apertado e quente e sentia que estava prestes a explodir dentro dele, a qualquer momento.

            Estava com tanta vontade e gostava tanto de saber que possuía o corpo abaixo de si que começou a masturbá-lo com maestria, no mesmo ritmo em que o penetrava.

Archie Inclinou o pescoço para trás, encostando a cabeça no ombro de Marc e ele beijou-o com volúpia, mordendo os lábios vermelhos devagar, explorando-o com destreza e experiência.

Saber que era o responsável por ele estar quase delirando, gemendo sem parar um minuto, suando, empinando cada vez mais o traseiro, em busca de mais contato… Tudo aquilo lhe deixava louco de prazer.

            Marc aumentou a velocidade da mão ao tocá-lo e franziu o cenho ao senti-lo contrair-se por completo em volta de seu membro, apertando-o ali dentro enquanto gozava em sua mão, sujando o banco e seus dedos.

            A respiração do garoto estava acelerada, o corpo todo tremia de prazer e ele ainda gemia baixinho com o orgasmo, sentindo todos os músculos contraídos pelo êxtase.

            Penetrou-lhe com mais força, ansioso para ter prazer também e o conseguiu alguns minutos depois, quando apertou a coxa de Archie com mais força do que o normal, chegando ao clímax ouvindo um grito alto dele.

            Não tiveram tempo para curtir as contrações de prazer nem o pós-orgasmo porque foram interrompidos pela campainha. Marc arqueou as sobrancelhas e Archie olhou-o com cansaço.

            ━Acho que eu gritei alto demais… -murmurou ofegante apoiando-se na bancada

            E realmente, na porta havia um senhor, preocupado com os “barulhos” dos quais a vizinhança já estava acostumada.

______

━Marc, nós precisamos conversar.

            Ele cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas. Os cabelos estavam mais curtos e mais claros também, num tom quase dourado. Aproximou-se do garoto e beijou seus lábios.

            ━Sobre?

            ━Tem alguma coisa acontecendo? -suspirou, apoiando as mãos no peito dele e dedicando-lhe sua total atenção

            ━Não, porquê? -Marc franziu o cenho com curiosidade

            ━Você anda muito grudado em mim… -murmurou, sem intenção e deixá-lo chateado

            ━Eu… -respirou fundo- Só quero estar perto de você. -respondeu com dificuldade

            ━Mas antes você não era assim. -um Marc carente era algo nunca visto antes

            ━Antes eu não via que eu podia te perder. -respondeu num resmungo

            ━E agora você pode? -Archie fez uma careta, não entendendo o que ele queria dizer e o outro respirou fundo

            ━Tenho medo dessas mudanças. -olhou para o rosto de Archie com cansaço- Medo de que você me deixe, conheça outras pessoas, boas como você e… Me deixe. -ele deixou escapar a última frase com rapidez

            O garoto sorriu com alegria, inclinou-se e o beijou nos lábios com lentidão, as mãos na nuca de Marc. Eles conversavam bem mais agora, dialogavam com calma e Marc por vezes falava sobre os próprios sentimentos ao invés de guardá-los e reprimi-los.

            Ele ainda ficava irritado, ainda era impaciente, mas num grau bem menor do que antes. Agora pensava 2 vezes antes de falar ou fazer algo, com medo de machucar Archie ou de ferir a relação saudável que haviam construído.

            ━Eu não vou te deixar. Depois de tudo que a gente passou? -riu baixinho

            ━Não sei porque me sinto assim. -falou num tom baixo

            ━Marc, todos nós temos inseguranças, mas você não tem motivo pra ser inseguro assim… Você é incrível.

            O outro deu aquele sorriso torto que deixava Archie arrepiado e envolveu sua cintura com as mãos. Lá estava aquele semblante de cafajeste arrogante de sempre, mas era só a expressão. O garoto arrepiou-se ao sentir seus dedos brincarem com a barra da sua camiseta, puxando-a devagar.

            ━Eu sou incrível? -arqueou as sobrancelhas- E o que mais? -inclinou-se e beijou o pescoço dele, fazendo-o estremecer

            ━E bonito. -murmurou com dificuldade- E… i-inteligente… -suspirou baixinho ao sentir os dentes dele em sua pele

            ━E você quer fazer o que agora? -perguntou num sussurro por entre o beijo, mordiscando seu queixo com suavidade

            ━Quero conversar, e falar que precisamos de espaço, mesmo vivendo juntos e namorando. -falou seriamente, ouvindo um suspiro do outro

            ━Eu sei, me desculpe. Eu só quero ficar o máximo de tempo perto de você.

            ━Eu não vou fugir Marc! -fez uma careta- Pare de ser paranoico, quem olha o seu rosto nem imagina que você é inseguro. -riu baixinho

            Marc estreitou os olhos e fez cócegas na barriga do garoto.

            ━Quem te olha assim nem imagina que você gosta de levar uns tapas. -provocou

            Acabaram rindo em conjunto das provocações e logo partiram para mais uma maratona de beijos e carícias.

            Archie estremeceu ao sentir os lábios dele em sua orelha, mordendo-a levemente ao mesmo tempo em que as mãos apertavam seu traseiro com vontade, vez ou outra beliscando-o ali.

            ━Vou fazer você gritar tanto de prazer hoje… -mordeu os lábios com malícia

            ━Ahn… -gemeu baixinho só com as palavras dele e sorriu em seguida- Estou esperando. -o provocou e recebeu um tapa na coxa direita

            ━Primeiro você vai ficar quieto porque quem dá as ordens aqui sou eu.

            Archie suspirou alto, sentindo o coração acelerar rapidamente. O corpo todo reagiu àquela frase, se eriçando de desejo e excitação.

            Ainda sentia aquela paixão incontrolável e intensa por Marc, por ser dominado por ele, pelo sexo, pelas marcas, por tudo que o envolvia… Mas agora era diferente, mais intenso. Mesmo com o passar do tempo o sexo só havia melhorado. Acreditava que toda aquela melhora se devia a uma série de fatores: a mudança de Marc, os diálogos mais presentes na relação e o amor que havia crescido e era bem mais afetuoso entre ambos.

            Toda vez que Marc lhe falava aquelas coisas sentia-se no céu. As marcas e os hematomas seguiam fazendo parte do seu corpo porque eram parte de quem era e também eram parte de Marc.

Sentia um prazer estranho, que lhe estremecia a alma ao saber que era Marc o responsável pelo prazer que sentia, pelo jeito como seu coração palpitava. Era o único na vida dele e Marc finalmente retribuía o jeito como sempre lhe amara: intensamente.

______

            ━Você disse que tudo começou com um ex namorado seu...

            Finn ainda tinha vergonha de perguntar aquelas coisas, mas Leonard não parecia se importar de responder. Se havia uma coisa que sabia sobre ele era que adorava conversar, sobre o que quer que fosse. Já haviam tido aquela conversa, mas Finn ainda tinha curiosidade e gostava de ouví-lo falar.

            ━Tudo não! -riu com a falta de jeito do namorado- Só a parte do fetiche.

            ━E como ele era? Seu ex? -perguntou curioso enquanto Leonard acariciava seus cabelos

            ━O oposto de você, totalmente. -fez uma careta- O nome dele era Ethan. Fisicamente  ele era bem atlético, os cabelos eram pretos e ele tinha vários piercings.

            ━E a personalidade?

            ━Puxa você realmente está interessado no meu passado! Mas não tem problema, eu gosto de falar de mim. -mostrou-lhe a língua- Ele era autoritário, perfeccionista, mas ao mesmo tempo gostava de me dar presentes e de me ver feliz. -suspirou

            ━Por que terminaram? -indagou com receio

            ━Ah… -sorriu amargamente- As coisas começaram a se misturar. O que fazíamos no quarto tornou-se algo normal no nosso dia a dia e começou a ficar estranho. Ele virou possessivo e mais agressivo. -engoliu em seco

            ━Agressivo? -Finn recostou-se na cama para olhá-lo melhor e Leonard riu

            ━Ele nunca me bateu desse jeito que você está pensando. O problema foi que ele achou que eu precisava estar à disposição dele vinte e quatro horas, obedecendo-o, sendo submisso. -revirou os olhos

            ━Não é assim com Archie e Marc, é? -perguntou, os olhos arregalados de medo e Leonard gargalhou alto

            ━Não! Aqueles dois sabem separar as coisas direitinho. Inclusive acho que, pelo que você me contou, de como eles eram, Marc perdeu um pouco do lado agressivo e dominador dele, e Archie ganhou um lado bem menos submisso.

            ━E… Você não sente saudades? Dessas coisas? -Finn engoliu em seco ao fazer a pergunta e Leonard respirou fundo antes de responder

            ━Eu não gostava do que o bdsm fazia comigo. No quarto eu era uma pessoa e fora dele era outra, então tudo começou a ficar confuso com Ethan… -suspirou- Eu decidi que não estava me fazendo bem, que eu já não gostava mais daquilo. No começo foi incrível e eu ficava ansioso por mais, mas no final eu acabei me odiando por ter feito aquelas coisas. Depois percebi que tudo que eu fiz foi por ele, ele que me mostrou o meio, me ensinou e eu quis muito agradá-lo, mas não era algo meu, nunca foi.

            ━Algo seu?

            ━É, eu não acredito nisso mas dizem que o mundo se divide em pessoas que gostam de dominar e as que gostam de ser dominadas, e que elas nascem assim. Nunca foi o meu caso, nunca senti uma paixão forte por nenhum dos dois lados. Eu fazia para agradar meu ex namorado, ele gostava e eu me forçava a gostar.

            Finn estava um pouco chocado com aquelas revelações, mas ainda tinha muita curiosidade.

            ━Archie -engoliu em seco antes de prosseguir- eu nunca falei com ele sobre isso, sobre as marcas e hematomas mas… Pra mim isso é meio doentio. Se você ama alguém porque iria machucar essa pessoa? Ainda não consigo gostar de Marc por isso. -suspirou com pesar

            Leonard inclinou-se na cama e beijou-lhe nos lábios com carinho. Gostava de como Finn era ingênuo com aqueles assuntos, achava-o a pessoa mais bonitinha do mundo quando estava acanhado.

            ━É algo entre eles Finn. Archie deve gostar e deve permitir, o mais importante. Marc nunca faria aquilo sem consenso. Tudo bem que ele parece louco, mas no fundo não é. -ambos riram- Mas, sobre as marcas, é um jeito de possuir alguém, de dominar, o prazer está mais no que elas representam do que na dor que causam.

            ━Hm… -resmungou sem jeito- Mesmo assim, acho estranho. Ele tem marcas de dedos no pescoço!

            Leonard riu alto e depositou mais beijos na boca de Finn.

            ━Esse é um fetiche mais pesado, asfixia. Fiquei surpreso ao saber que Archie, tão pequeno e bonitinho, gostava dessas coisas. -mordeu os lábios

            ━Não gosto de pensar nisso. -fechou os olhos com pesar

            ━Mas nós dois somos diferentes meu amor! -sorriu largamente- Mesmo se você pedir pra eu te bater eu não vou fazer, faz parte do meu passado e eu gosto de carinho e beijos. -fez um biquinho adorável e Finn riu

            ━Nem se eu quiser experimentar? -o provocou e o outro estreitou os olhos

            ━Você não quer experimentar. Fica todo sem jeito só de falar sobre isso!

            Finn tentou manter-se sério, sem sucesso e acabou puxando-o para um beijo demorado. Haviam ficado o dia inteiro na cama, assistindo filmes e comendo um bolo que a mãe de Leonard havia trazido. Ela adorava Finn, não podia vê-lo que queria fazer chá e doces para agradá-lo.

            ━Tem razão… -suspirou

            ━Eu prefiro o jeito tradicional mesmo. -riu baixinho- Romântico e calmo.

            Finn sorriu com alegria e inclinou-se para beijá-lo. Gostavam daquele ritmo e já haviam se acostumado à rotina. Era ótimo ter alguém com quem compartilhar suas vivências e experiências, Leonard era um ótimo ouvinte, mesmo que por vezes começasse a falar sem parar. Adorava o jeito afobado e engraçado dele, mas o que mais lhe agradava era a forma como combinavam.

            Tinham mais coisas em comum do que opostas. Gostavam de tranquilidade, calma, conversar, namorar, tudo sem rapidez, no próprio ritmo… E o sexo era tranquilo e romântico, gostavam de dar prazer um ao outro, independente do papel que desempenhavam na cama, já que não tinham limitações quanto à isso, contanto que não envolvesse certos fetiches.

            Fora Leonard quem havia lhe pedido em namoro, após do falecimento do pai de Archie, 1 semana depois lá estava ele, esperando-o em frente ao seu serviço, encostado no capô do carro, vestindo um terno azul marinho. Não pôde acreditar quando o viu, de tão bonito que estava.

            ━Eu tenho uma surpresa pra você! -ele falou com animação, puxando-o para o carro com ansiedade

            Leonard havia lhe levado até uma parte afastada da cidade. Saíram do carro e percorreram uma trilha iluminada no meio de várias árvores. Podiam ouvir os grilos e os pássaros da noite, o que fazia totalmente o estilo de Leonard, estar perto da natureza, mesmo que tivesse usado seu carro minutos atrás.

            Foram caminhando lado a lado e de mãos dadas. Leonard adorou o jeito como os cabelos loiros estavam ondulados, brilhando com a luz da lua. Os olhos azuis o encaravam com desconfiança e apenas riu baixinho, apertando a mão dele com carinho.

            No meio das árvores havia uma clareira, cercada de luzes vermelhas. Finn arregalou os olhos com a descoberta. Saíram de uma trilha para um círculo grande e iluminado.

            ━Sabe porque estamos aqui? -Leonard arqueou as sobrancelhas

            Ele estava muito animado. Percebeu segundos depois, reparando ao redor que no meio do círculo havia um colchão redondo. Caminharam mais para frente e assim que adentraram no local Leonard apontou para cima. Quando Finn seguiu a direção de seu dedo, ficou boquiaberto com o céu estrelado que se abria para eles.

            ━É lindo! -murmurou sem acreditar

            ━Queria algo tão bonito quanto você.

            Leonard quase se xingou por ter falado aquela frase tão melosa, mas era totalmente o seu estilo, e Finn não pareceu se importar, pelo contrário, riu baixinho, as bochechas coradas iluminadas pela lua.

            Fin foi puxado para o meio da clareira e percebeu que em cima da cama havia uma caixinha. Arregalou os olhos.

            ━Sim, é isso mesmo. Mas calma, não é casamento! Se você estava pensando em casamento, me desculpe! -falou rapidamente

            Finn não conseguia parar de rir com o desconcerto dele. Abaixou-se para pegar a caixinha.

            ━Eu te trouxe aqui pra te pedir em namoro. -falou baixo, o tom da sua voz preenchendo a noite escura.- Porque eu acho que não foi por acaso que nos encontramos aquele dia, Finn. Eu conheci a pessoa mais incrível da minha vida, depois da minha mãe, claro… Eu quero ficar com você por muito tempo. Eu diria para sempre, mas é muito clichê né?

            Não conseguia parar de sorrir e as bochechas já doíam pelo movimento repetitivo. Abriu a caixinha e ali dentro havia dois anéis simples que pareciam ser de ouro. Observou mais de perto e viu que havia folhas desenhadas por toda extensão do anel.

            ━São lindos Leonard. -murmurou

            ━Mas, você aceita? Eu até trouxe esse colchão pra gente ficar vendo as estrelas, ou…

            Foi interrompido por um beijo cheio de paixão e vontade. Finn abraçou-o enquanto o beijava, sorrindo em meio ao ato, incapaz de conter sua felicidade.

            ━Você fala demais às vezes… -murmurou com um risinho que fez Leonard corar

            ━Você precisa dizer ‘sim’ pra eu poder viver em paz. -suspirou com ansiedade

            ━Sim, eu aceito. Pensei que já fôssemos namorados. -riu e beijou-lhe a bochecha

            ━Claro, mas eu gosto de oficializar as coisas. -falou com uma careta

            ━Muito bem!

            Leonard colocou o anel no dedo de Finn e vice-versa. Ficaram admirando os anéis sob a luz do luar, trocando carícias e beijos, apaixonados demais para conter-se. Estavam no meio do nada, não havia um barulho, não havia ninguém e podiam ouvir com clareza ambos corações batendo rapidamente, ou talvez aquele fosse apenas o som da paixão?

            ━Esse colchão… Era só pra olhar as estrelas? -Finn arqueou as sobrancelhas, sugestivo

            ━Não! É pra dormir também. -sorriu e Finn lhe deu um beliscão de brincadeira na barrida- Ei! Ok, eu admito que tive e tenho segundas intenções.

            Depois daquilo descobriu que ele havia trazido no carro sanduíches naturais, sucos e frutas para comerem, além de uma caixa pequena de som, na qual colocou as músicas favoritas de Finn. Passaram a noite inteira comendo, conversando e admirando o céu. Às vezes o silêncio parecia ser uma das maneiras de admirar a natureza, e então o deixavam preencher o lugar.

            Finn não poderia estar mais feliz. Havia encontrado uma pessoa especial, romântica e incrível, estava apaixonado como nunca estivera e olhando o semblante de Leonard, viu as estrelas refletidas em seus olhos e inclinou-se para beijá-lo com paixão. O amava tanto que o coração apertava toda vez que estavam juntos.

            ━Eu espero que não seja muito cedo para dizer que eu te amo… -sussurrou, os lábios ainda colado nos dele, as mãos segurando seu rosto

            ━Eu sabia que você ia me amar, de algum jeito ou de outro. -Leonard falou em tom de brincadeira- E eu sabia que iria me apaixonar por você, afinal, quem resistiria a esses cabelos sedosos? -arqueou as sobrancelhas

            Finn gargalhou alto, a risada ecoando por todo o lugar e beijou-o rapidamente.

            ━A cada dia que passa eu quero te dizer o quanto eu te amo.

            O coração batia acelerado, com força.

            ━Finn, logo eu que não fico encabulado estou ficando. Mas eu te amo também. -respirou fundo e deitou-se no peito dele, apoiando-se ali para olhar o céu estrelado

            Depois de vários minutos de conversa e risadas resolveram consumar o pedido de namoro, embaixo das estrelas, protegidos pelas árvores e observados pela lua.

______

            Archie não sabia cozinhar direito, mas Marc havia aprofundado seus conhecimentos culinários e já sabia fazer o necessário para sobreviver. Estavam os dois na cozinha da casa grande de Marc, fazendo mini pizzas de aperitivos para os dois outros convidados que estavam na sala, lhes esperando.

            Finn e Leonard os esperavam sentados no novo sofá da sala, espaçoso e confortável. O casal estava entretido conversando sobre a decoração da casa.

            ━Tudo aqui tem a cara do Marc. -Leonard murmurou- Móveis pretos, carpete cinza, paredes brancas… -torceu o nariz

            ━Bem diferente da sua casa -Finn riu

            ━Minha casa é colorida igual a mim! -exclamou com um sorriso largo

            Marc e Archie apareceram na sala com 4 taças e um prato grande cheio de mini pizzas de queijo. O garoto serviu as taças, duas com vinho e outras duas com suco.

            ━Marc não bebe?! -Leonard perguntou, franzindo o cenho com desconfiança

            ━Não mais. -ele respondeu rapidamente

            ━Não desde que ele quase beijou a ex namorada dele em uma festa. -Archie o provocou com um sorrisinho e Marc revirou os olhos

            Sentaram-se no sofá ao lado de Leonard e começaram a comer sem pressa.

            A relação entre todos havia melhorado e progredido bastante. Marc não podia dizer que era melhor amigo daqueles dois, mas não os odiava tampouco. Leonard estava sempre enchendo seu saco, perguntando coisas sem sentido, curioso como sempre, alegre também. Por vezes não conseguia segurar o riso, outras lhe respondia com impaciência.

            Com Finn era um pouco diferente, porque ainda se lembrava que ele havia beijado Archie, e guardava rancor, mas sabia disfarçar bem. Quando ficavam sozinhos gostavam de se provocar com palavras, nada mais que uma brincadeira, não eram melhores amigos, mas também não eram inimigos. No fundo sabia que ele estava apaixonado pelo asiático, só de observá-los juntos, algo que fazia a contragosto porque eles eram o casal mais meloso que havia visto.

            A relação de Archie com a mãe também havia progredido. Eles se falavam com mais frequência, pelo telefone, e após a morte do pai ela pareceu ter se dado conta que as únicas pessoas que haviam sobrado eram os dois filhos. Ela havia se mudado para mais perto de Alan e com a ajuda dele estava se aproximando de Archie e tentando ser menos hostil com ele. Tudo estava se ajeitando.

            Cada um pegou sua taça e as ergueram, com sorrisos no rosto, esperançosos e felizes.

            ━A floricultura! -Archie falou

            ━Que você fique muito rico Archie. -Leonard acrescentou e fez todos rirem

            Beberam das suas respectivas bebidas e conversaram mais um pouco, comendo entre um diálogo ou outro.

            A tarde passou com rapidez; Leonard e Archie se relacionavam melhor um com o outro e ambos não pararam de conversar por nenhum segundo, fosse sobre plantas ou arquitetura, e Leonard sempre tinha um assunto para puxar.

            Lá na rua, Marc fumava um cigarro, encostado no pilar da casa. Sentiu a brisa em seu rosto e respirou fundo com vontade, gostando do vento em sua pele. Depois de 2 anos um filme passava em sua cabeça… De tudo que havia feito e no quanto havia progredido.

            No entanto, ainda havia uma parte de sua vida que não havia sido resolvida. Respirou fundo e mandou uma mensagem para os pais, perguntando se estavam bem e se não queriam passar um tempo em sua casa. Não se falavam com frequência.

            Recebeu uma resposta do pai logo em seguida e arregalou os olhos ao ler.

            “Marc, estamos voltando e temos notícias ótimas: sua mãe está grávida. Adoraríamos ficar na sua casa, mas acredito que a nossa é mais confortável e… Você não está morando com um rapaz? Vejo suas fotos na internet, você parece feliz, finalmente.”

            Realmente, Marc adorava postar as fotos com Archie nas redes sociais. Viajaram para outro país no Natal e lá estava ele tirando fotos, por vezes de um Archie emburrado, por ele não parar de tirar fotos suas nem por um minuto. No entanto, tudo aquilo era incrível, ter um namorado anteriormente frio e distante, que agora dedicava cada momento do dia a deixar-lhe feliz.

            E Marc também as postava porque o achava lindo demais, ainda mais agora que havia trocado os óculos de armação preta por um modelo transparente.

            Alguns minutos depois recebeu uma mensagem da mãe.

            “Me desculpe por não falarmos tanto com você filho, estamos indo em uma psicóloga e precisamos nos desculpar. Nada foi sua culpa, nada. Eu sei que você se sente culpado, e nós erramos muito em te deixar, mas talvez não seja tarde demais para nos desculparmos.”

            Leu aquelas palavras com otimismo, mas algum tempo depois a amargura lhe invadiu. Era tarde demais, nunca iam recuperar o tempo perdido. Havia aprendido a viver sozinho, a fazer tudo sozinho… Ao mesmo tempo em que se culpava também culpava os pais por não terem estado ali. E agora tudo mudaria… Teria um irmão… Ou irmã? Fechou os olhos com força. Não gostava daquelas mudanças repentinas, mas tentaria resolver tudo quando eles chegassem, e tentar criar uma relação que parecia perdida.

            ━Pensei que tivesse parado de fumar. -a voz de Finn lhe assustou e suspirou ao vê-lo

            ━Para a infelicidade de Archie alguns vícios precisam se manter. -resmungou assoprando a fumaça pela boca

            ━Ainda não sei o que ele viu em você. -Finn murmurou

            Marc olhou-o com os olhos apertados e uma expressão irritada, mas logo fechou os olhos e respirou fundo. Depois de segundos disse, num tom baixo:

            ━Nem eu.

            Finn riu e aproximou-se com as mãos nos bolsos.

            ━Eu estava brincando, mas é bom saber que você não é tão narcisista assim. -Marc revirou os olhos- Fico feliz que você tenha mudado, agora Archie está sempre feliz e empolgado com a floricultura… -sorriu

            Marc ficou em silêncio e tragou mais um pouco do seu cigarro.

            ━Fico feliz que você tenha se apaixonado por outro cara. -sorriu provocativo e Finn suspirou com um sorriso

            ━Ainda bem né? Ou Archie com certeza ia te largar pra ficar comigo. -arqueou as sobrancelhas

            ━E eu iria até o inferno pra conseguir ele de volta. Vocês nunca combinaram e digamos que ele gosta de outras coisas que você nunca iria poder oferecer pra ele. -piscou com um risinho

            Os dois acabaram rindo, mas logo ouviram passos e Leonard e Archie se juntaram à conversa, o garoto abraçou-se na cintura de Marc e o asiático pôs um braço nos ombros de Finn.

            ━Vocês viraram amiguinhos? -Leonard perguntou

            ━Claro que não! -Marc respondeu

            Archie riu e inclinou-se para beijar o namorado suavemente nos lábios. O cheiro do cigarro não lhe incomodava mais, já estava acostumado, mas ainda achava que ele podia parar de fumar.

            ━Não precisa ter ciúmes Marc, Finn me ama completamente agora, o seu Archiezinho está seguro. -Leonard o provocou com uma risadinha

            Durante a noite se reuniram para jogar cartas e videogame. A casa de Marc era espaçosa e tinha todos os eletrônicos mais atuais, inclusive luzes coloridas, que ligaram depois de muitos pedidos à um Marc irritado, pois parecia estar no meio de várias crianças hiperativas. Dançaram e cantaram, sendo observados pelo dono da casa, que soltava comentários sarcásticos e avaliava as performances.

Então chegou a hora das visitas irem embora. Despediram-se rapidamente e finalmente a casa ficou silenciosa, apenas ouvindo os beijos do casal que ali morava.

━Leonard parece uma criança. -Marc murmurou cansado, estirado no sofá

━Não fale assim! -Archie riu- Ele só é animado demais. -acrescentou

Ficaram alguns minutos em silêncio, Marc acariciando os cabelos de Archie,

e o garoto deitado com a cabeça em seu peito.

            ━Estou com medo de que não dê certo, a floricultura. -o garoto murmurou

            ━No começo tudo é difícil. Nós vamos dar um jeito.

            Adorava como ele falava “nós”. Os dois pensavam em conjunto agora, buscando um futuro, uma vida confortável sem depender de sacrifícios. E conseguiam tudo isso só com o salário de Marc. Viviam com conforto, viajavam e se amavam quase todo dia. Pela primeira vez os dois estavam felizes ao mesmo tempo.

            ━Nunca pensei que seríamos um casal como os outros. Depois de tanta coisa, nunca pensei que eu pudesse ser feliz desse jeito. -falou baixinho

            ━Você merece essa felicidade - Marc respondeu com sinceridade e um sorriso singelo no rosto enquanto acariciava os cabelos do garoto

            ━Eu te amo -Archie sussurrou- muito, mais que tudo.

            ━Eu te amo. -respondeu simplesmente, um sorriso alegre escapando pelos lábios

            Passaram o resto da madrugada namorando no sofá, tocando-se e beijando-se com carinho e ternura. Marc estava cansado e sentia preguiça para agir de um modo dominante, então preferiu deixar Archie comandar tudo e surpreendeu-se ao saber que ele gostava de ficar no controle.

            Ele havia se mostrado bastante exigente, dando ordens e ajeitando o corpo dele no sofá para que ficassem confortáveis. Marc vez ou outra ria e levava um beliscão leve na barriga. Realmente, não conhecia mais aquele Archie que ficava nervoso com apenas um toque seu, ele havia dado espaço para um Archie muito mais maduro e imponente.

            ━Não ria, estou tentando transar com você! -exclamou com as bochechas coradas, ouvindo uma risada alta em seguida

            ━Você precisa me fazer te obedecer. Com esses beliscões nunca vai conseguir. -o provocou

            Archie segurou as mãos dele no alto da cabeça e sentou-se em seu abdômen, o rosto sério e concentrado.

            ━Não mexe as mãos -murmurou

            ━Que cara séria… -fez uma careta- Seja mais firme.

            ━Ah, é muito cansativo! Desisto. -atirou as mãos para o alto e deitou-se sobre o peito dele novamente- É bem mais fácil receber ordens. -falou num muxoxo

            ━Ótimo porque eu adoro dar ordens! -fechou os olhos e bocejou

            Archie respirou fundo e fechou os olhos também, ouvindo as batidas do coração de Marc, sentindo a pele quente dele sobre seu rosto, subindo e descendo no ritmo leve de sua respiração.

            Sorriu, deixando o sono lhe levar para longe e adormeceu com os dedos dele acariciando sua bochecha numa carícia lenta.

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A evolução, os erros, os acertos fazem parte do que nós somos. Alguns erros geram consequências enormes e devastadoras, mas outros podem ser reparados com o tempo e com mudanças.

Não haveria sentido para a vida se não pudéssemos melhorar e aprender. A mudança é dolorosa,mas ela precisa vir de algum lugar, por mais que doa. Se nossas vidas se transformam todo dia, porque nós não mudaríamos também?

As relações que construímos podem ser conturbadas ou complexas demais, mas elas surgiram por um motivo; algumas são como um quebra-cabeças em que peças estão faltando e por isso nem sempre conseguiremos completá-las, mas o realmente importante é entendê-las e melhorá-las.

Essa não foi uma história apenas sobre dominação e sim sobre as relações que construímos.