História Her - Camren - Veronica

Lauren POV

Tentar tirar Camila da cabeça estava cada vez mais difícil. Um porque era realmente difícil não pensar nela e dois porque ela estava na casa ao lado e eu quase quis demorar um pouco mais no trabalho.

Eu passei o domingo com a Lucy. Nós fomos ao cinema e depois almoçamos enquanto conversávamos sobre a vida. E na nossa vida, haviam duas pessoas as quais não queríamos falar. Claro que Lucy tinha que tentar invadir minha mente e quase me forçou a falar que eu estava distante da Vero porque peguei ela beijando a Camila na boate e foi obvio que minha melhor amiga ficou extremamente mais para baixo do que estava com a informação.

Vero e Lucy sempre foram assim. Uma hora elas se amam tanto que pensamos que vamos ver um casamento lindo e feliz. No outro dia elas estão se odiando e Lucy quer voar no pescoço da Vero porque ela sempre costuma sair da linha.

Sempre chega o dia em que você quer dar um basta e por um ponto final em uma história conturbada e foi o que Lucy fez um pouco antes da Vero se mudar.

Veronica não conseguia passar mais tanto tempo andando na linha certa com Lucy. Elas estavam namorando e então Vero saía para curtir a noite com outras garotas. Lucy cansou e disse adeus. Vero ligou o foda-se e nem ao menos ligou para Lucy para tentar conversar. Ela não deu a mínima.

Eu amo a Lucy e também amo a Veronica, mesmo com todos os seus erros e deslizes, ela não conseguia sair de um espaço em nossas vidas.
Então o ponto agora era Lucy estar triste por saber que Vero ainda fica com outras pessoas e Camila ter voltado praa casa e saído com ela, significava que outras garotas também ainda estavam na lista.

Voltei para a casa dela na segunda de manhã depois de tomar um banho gelado e demorado enquanto tentava controlar minha mente em relação a tudo que poderia acontecer.

Estava nervosa por ter que voltar a ficar perto de Camila e sobre terça e o fim da semana estar chegando tão rápido. Meu trabalho quase pronto.

Vero e nem seus pais ficaram em casa. Vero havia dito que tinha que resolver alguns problemas e apenas me deixou com poucos funcionários para terminar a organização dos móveis e decoração de alguns ambientes.

A manhã passou voando e tive que os liberar para o almoço. Como eu não sentia fome alguma por ter tomado café tarde enquanto eles traziam alguns móveis pra dentro da casa, decidi ficar e organizar pequenas coisas rapidamente.

- Lauren! – Camila me chamou da janela do seu quarto. Eu pendurando um quadro que Veronica havia escolhido em uma loja.

- O que? – Perguntei sem virar de frente e encara-la.

- Você não me deu suas roupas pra eu lavar. – Seu tom de voz foi brincalhão e a olhei por cima do ombro. Ela sorria. – Cadê a Veronica?

- Saiu. Foi resolver uns problemas pessoais. – Voltei minha atenção a organizar as coisas na estante da minha amiga.

- Você está sozinha? – Soou curiosa demais. Novamente a olhei por cima do ombro.

- Por que o interesse?

- Queria ver como está ficando o seu trabalho. Talvez eu precise de ajuda com decoração pro meu quarto. – Sua voz estava tranquila. Ela soava suave e calma. Parecia ser um bom dia para a garota de olhos castanhos.

- Ligue para a empresa e alguém vem dar uma olhada no seu quarto e ver como pode te ajudar.

- Não quer me ajudar?

- Camila, eu estou trabalhando. – Eu joguei alguns livros sobre a cama e a encarei finalmente. – Você pode ficar quieta?

- Kaki, mama está pedindo pra... Oiii, Lauren!!! – Sofia entrou no quarto e gritou assim que me viu, correndo até a janela.

- Oii, princesa!! – Respondi com o mesmo entusiasmo dela. – Como você está?

- Eu estou bem. E você? – Como um ser tão pequeno podia ser tão fofo?

- Eu estou um pouco ocupada agora, mas estou bem. Obrigada por perguntar.

- Quando vamos tomar mais sorvete? – Ela perguntou e Camila a puxou para longe da janela. - Kaki, eu estou conversando com a Lauren.

Camila a levou para fora do quarto e fechou a porta. Eu dei de ombros e continuei meu trabalho normal. Elas não voltaram.

Veronica voltou as 14h e parecia radiante. Ela havia aprontado algo. Veronica sempre tinha isso. Ela ficava extremamente alegre demais quando fazia algo ao que se orgulhasse.

- O que você fez dessa vez? – Perguntei quando ela se sentou em uma poltrona na sala e me encarou com um sorriso enorme como se me convidasse para uma conversa.

- Eu fiz a coisa certa hoje. – Franziu o nariz e gargalhou. – Estou tão feliz, Jauregay. Eu finalmente fiz a coisa certa.

- E o que seria essa coisa certa? – A perguntei e ela deu de ombros seguindo para a cozinha, mas permaneceu saltitante.

- Se for realmente a coisa certa, você saberá em alguns dias. Ou meses... Ou anos? Não, espero que em alguns dias. – Gritou da cozinha.

- Eu terminei o trabalho com o seu quarto. Você pode subir e dar uma nota ao meu trabalho?

- Pensei que não precisasse mais de notas, Jauregay. – Voltou para a sala com um copo de água na mão.

- Preciso que diga se ficou como você esperava. Essa é a nota para o meu trabalho. Seus pais precisam estar mais que satisfeitos para que o meu trabalho tenha sido feito direito.

- Okay, mas eu não quero subir agora. Na verdade, você quer jantar comigo? – Veronica pareceu nervosa e eu franzi as sobrancelhas pela expressão ansiosa em seu rosto.

- Jantar com você? – Perguntei e ela baixou os ombros.

- Por favor, Lauren. Apenas um jantar como nos velhos tempos. Ainda somos amigas, certo? – Novamente ela estava ansiosa demais por uma resposta.

- Sim, Vero. Ainda somos amigas e você paga o jantar. – Um jantar não era má ideia. Talvez eu pudesse conversar socialmente com ela e tentar entender o que havia nessa cabeça boba e louca dela.

As 17h eu liberei os funcionários mais uma vez e eles foram embora. Os pais da Vero já estavam em casa e ela havia surtado ao entrar no quarto e seu abraço apertado foi a afirmação que eu esperava de um trabalho bem feito. Ali estava um sorriso grande de satisfação e era isso que eu queria no rosto de todos com quem eu trabalharia.

Vero e eu jantamos em um dos nossos restaurantes favoritos de Miami. Ela não abriu muito a mente, apenas falou de planos para o futuro e eu lembrei de como ela costumava ser antes. Parecia um pedaço da minha antiga Vero em um ser novo que eu ainda tentava conhecer.

O nome da Lucy surgiu na conversa tão rapidamente que nem ao menos soubemos dizer de onde o nome e o assunto sobre ela havia vindo.

Veronica também estava triste. Ela estava magoada consigo mesma e com todos os seus erros. Na sua cabeça, Lucy foi a melhor coisa em sua vida e ela a deixou escapar, mas deixou claro que tentaria não repetir o mesmo erro tantas vezes e que talvez dessa vez, ela finalmente fosse fazer o certo.

Camila POV

Lauren estava provocando. Não era possível que ela usasse essas roupas para vir pra casa da Vero apenas por gostar delas. Ela estava realmente provocando e conseguindo o que queria. Se o objetivo dessas roupas fossem me deixar nervosa por não saber onde colocar minhas mãos, então ela estava ganhando.

Era como se eu estivesse desesperada por ela. Esperando que ela me olhasse e corresse pra mim. Mas eu sabia bem que ela não gostava de mim e eu não podia dizer exatamente que eu gostava dela. Eu gostava apenas da sensação que ela passava ao meu corpo e da eletricidade perigosa entre nós.

Os dias estavam quentes naquela semana, mas ainda assim não eram o motivo dos meus banho demorados. Talvez o motivo tivesse nome e sobrenome.

- Oi! – Disse ao encontra-la do outro lado da cerca que separava a parte de trás da minha casa e da Veronica. Era a quinta mais quente do mês, talvez do ano inteiro. – Não sabia que cuidava das flores também.

- Sabe agora. – Respondeu sem me olhar. Por que ela sendo rude me fazia querer joga-la contra a parede e a machuca-la de um jeito impróprio e bom? Por que ela tinha que me deixar frustrada sexualmente?

- Você está bem? – Me aproximei da cerca e o vento breve soprou seu perfume na minha direção. Fechei os olhos e respirei fundo. Lembrava bem daquele cheiro na minha pele.

- Estou ocupada, Camila. – Não olhou pra mim mais uma vez.

- Eu não estou bem. Obrigada por perguntar. – Ali estava. Sua atenção era minha.

- Por que não está bem? – Ela limpou as luvas sujas de terra e as tirou das mãos as deixando perto das flores.

- Finalmente você me fez uma pergunta. Parece que não perdeu a língua com isso. – Eu sorri e ela revirou os olhos. – Sozinha mais uma vez.

- Como sabe que estou sozinha? – Franziu suavemente as sobrancelhas e sua expressão confusa surgiu em seu rosto.

- Vi quando liberou os funcionários pro almoço e sei que a Vero saiu para as compras. – Sorri vitoriosa.

- E por que diabos você ficou observando as pessoas saindo? Qual seu interesse em saber se estou sozinha ou não? – Essa era a pergunta a qual eu estava esperando ouvir.

Eu subi sobre um dos bancos do meu lado da cerca e pulei para o outro lado quase em cima dela. Seus braços foram automaticamente para a minha cintura para que eu mantivesse o equilíbrio e não caísse.

A encarei por alguns segundos antes que ela soltasse a respiração tensa e atacasse meus lábios em um beijo desesperado. Suas mãos apertando meu corpo e minhas mãos enfiadas em seu cabelo e a trazendo cada vez mais para perto.

Não sei quanto tempo passamos naquele beijou ou de como minha boca ficaria dolorida depois de tanto desesperando, quase seguindo para um beijo agressivo.

- Lauren? Você está aí? – Veronica gritou de dentro da casa e Lauren me empurrou para longe.

- Fique longe de mim. – Disse com fúria antes de caminhar em passos rápidos e pesados para dentro da casa. Seus olhos poderiam ter me matado se quisessem. Talvez eu estivesse querendo ser morta.