História Her - Camren - O festival Sol e Lua (Parte III)

Lauren POV

Camila continuou me provocando e dançando quase sensualmente pra mim até o fim do show. Eu estava quase a pegando nos braços e a levando de volta para o meu carro para que eu pudesse por fim satisfazer minha vontade gigante de a ter pra mim.

Quando o show finalmente acabou e eu iria começar a comemorar por já podermos sair de lá, Camila simplesmente me arrastou para ver alguns balões luminosos sendo soltos no ar. Ela estava parada na minha frente olhando para os balões subirem exatamente como a maioria das pessoas ali. Eu estava observando toda a sua beleza. Se ela achava os balões luminosos bonitos, então eu a diria que ela era mais bonita que o Sol.

A noite se passou. Camila tentando me convencer a fazer várias coisas. Acabei desistindo de a tentar levar embora e apenas aproveitei o tempo ao lado da minha Camila.

...

- Lauren, solta ele. Ele não fez nada. – Camila gritou tentando me puxar quando eu voei para cima de um garoto que estava dando em cima dela enquanto fui comprar bebidas.

- Ele precisa aprender a respeitar o que é meu. – O empurrei para longe. Ele parecia assustado e levou a mão ao rosto onde eu tinha o batido segundos atrás.

- Você é louca!! Eu vou chamar os policiais. – Gritou de volta pra mim. Eu dei passos rápidos em sua direção e ele tentou andar pra trás, mas acabou caindo na areia.

- É melhor você ficar quieto e dar o fora daqui antes que eu comece a quebrar a sua cara, seu idiota. – Eu só parei de andar quando Camila me agarrou por trás e me fez caminhar para longe dali. Algumas pessoas nos observando.

- Você não pode fazer isso. O garoto não fez nada. – Me largou e falou olhando pra mim. Eu ainda podia sentir meu sangue quente.

- Ele não fez nada? Ele estava quase te comendo com os olhos e dando em cima de você. Isso é não fazer nada? – Minha voz saiu alterada e ainda alta demais.

- Você não precisava bater nele desse jeito. – Ela também alterou a voz. – Se ele chamasse a polícia, nós estaríamos com problemas.

- Que se foda a polícia. Bateria nele quantas vezes eu quisesse. Tenho que defender o que é meu. – Tentei me acalmar e respirei fundo. Talvez eu não devesse ter bebido as últimas 3 cervejas.

- Eu não sou sua, Lauren. Eu não pertenço a ninguém. Pare de tentar me defender de coisas idiotas. – Falou alto. Cerrei a mandíbula.

- Não é minha? Você é louca? É óbvio que você é minha. Você me pertence desde bem antes de saber disso. É idiota um cara dar em cima de você quando está comigo? – Dei dois passos em sua direção. Ela deu três pra trás. Talvez minha voz ou a expressão no meu rosto tivesse a deixado assustada agora. – Você é minha e você vai saber disso, Camila.

- Lauren, me solta. Você está machucando meu braço. – Choramingou quando tentei segurar seu braço por ela estar se afastado. – Eu vou embora.

- Não vai não. Você vai ficar aqui comigo. – A segurei de novo.

- Não pode me forçar a ficar aqui com você. Olha o que você fez. Você acabou com a nossa noite. – Gritou.

- Eu estava te defendendo. – Gritei de volta. Ela choramingou sozinha. – Por favor, não vai embora. Desculpa.

- Promete que não vai mais fazer isso? – Eu respirei fundo.

- Fazer o que?

- Bater em alguém só porque ele olhou pra mim. – Ela estava séria e parecia um pouco triste.

- Não vou mais bater em ninguém essa noite. Desculpa. Eu não queria acabar com a nossa noite.

- Ta bom. Vem. Vamos dar outra volta. Talvez você fique mais calma. – Camila puxou meu braço e saiu me arrastando para longe do festival movimentado.

Já era muito tarde, ou quase cedo demais. Algumas pessoas haviam ido embora e outras permaneceram lá aproveitando seus tempos. Outras caídas no chão com amigos ou se agarrando. Eu poderia ser uma dessas pessoas no chão me agarrando com Camila.

- Senta aqui. – Camila disse fazendo eu voltar minha atenção para ela. Eu sentei. Ela sentou ao meu lado. – A sua mão não está doendo? Você deu um soco forte no rosto dele. Me deixe ver.

Eu não havia percebido ou sentido qualquer coisa até olhar para minha mão e a encontrar um pouco vermelha e dolorida. Eu deveria o ter socado mais forte, porém.

- Minha mão vai ficar boa. – Respondi enquanto ela observava minha mão. – To com sono.

- Você acabou de sair de uma briga e está com sono? – Ela riu. Eu amava tanto o seu sorriso. Apenas encontrei seus lábios. – Deita a cabeça na minha perna e dorme um pouco. Nós vamos pra casa quando o sol nascer.

Não a respondi nada, apenas me afastei mais dela para por fim deitar minha cabeça em sua coxa como ela havia dito. Era confortável e eu podia observar seu rosto.

- Você é tão linda, Camila. Por que você faz isso comigo? – Perguntei sentindo meus olhos pesarem.

- Faço o que? – Sorriu olhando pra mim.

- Faz com que eu me apaixone mais por você a cada segundo. Mesmo quando não faz nada ou diz nada. Eu fico aqui me sentindo trouxa por gostar tanto de você. – Seu sorriso cresceu e ela acariciou meu cabelo.

- Faço isso porque você faz o mesmo. Talvez você faça um pouco mais. Agora dorme. – Ela fechou meus olhos e eu sorri franzindo o nariz. Céus, eu a amava tanto.

Eu acordei. Respirei fundo. Fechei os olhos com mais força e finalmente os abri para encontrar o meu amor. Meu coração acelerou.

Camila me observava enquanto fazia carinho com a ponta dos dedos no meu rosto descendo até meu pescoço. Eu sorri e fechei os olhos novamente. Ela sabia que eu a amava?

Ainda não estava muito claro, mas deveria ser bem cedo agora. Abri os olhos novamente. Ela olhava para frente.

Respirei fundo mais uma vez e então me levantei para sentar ao seu lado. Ela esticou as costas.

- Dormi por muito tempo? – Perguntei fazendo o mesmo.

- Não. Uns 40 minutos só. – Respondeu ainda olhando pra frente.

- Está chateada comigo porque eu briguei com aquele garoto?

- Não, Lauren. – Sorriu.

- Por que não olha pra mim? – Ela me olhou. Sorri também. – Assim está melhor.

- Estava assistindo o nascer do Sol. – Olhou rapidamente para frente novamente e então voltou a olhar pra mim. – Veja.

Olhei para frente onde sua atenção estava focada. O céu era tomado por cores vivas e quase fortes. Havia uma mistura de laranja com rosa, amarelo, azul e roxo. O sol escondido no meio das cores.

- Não é maravilhoso? – Perguntou.

- Você é maravilhosa. – Ela sorriu largo e a beijei o rosto.

- Adoro assistir o nascer do sol.

- Adoro assistir você! – Olhou pra mim.

- Pare de ser assim, Laur. Eu vou cair de amores por você mais do que eu já caiu. – Colocou as mãos no rosto o escondendo me mim.

- Estou esperando que me ame de volta, babe. – Ri. – Você vê o Sol e a Lua e acha que são lindo. Eu vejo nós duas e nós somos mil vezes mais bonitas.

- Você quer me matar, não é? Vem cá! – Me puxou mais pra perto e me beijou.

Eu amava o nascer do sol. Perdia as contas de quantas vezes eu me via sentada em algum lugar apenas observando ou fotografando a beleza que era aquele momento, mas agora, o nascer do sol, o pôr do sol, o luar, nada podia se comparar a beleza dela. Eu a queria pra mim pelo resto da vida.

Camila se levantou um pouco e veio sentar entre as minhas pernas. Ela encostou as costas no meu peito e relaxou. Eu a envolvendo em um abraço. Alguém grave isso pra mim. Foi um dos meus momentos favoritos.

Nós ficamos sentadas até que as cores no céu desaparecessem e fossem apenas as nuvens, o sol e o azul se misturando com o infinito do mar ao horizonte.

- Já podemos ir? – Camila perguntou virando o rosto e tentando olhar pra mim.

- Pra casa? – Perguntei se volta.

- Sim. Eu estou com fome. – Ela gemeu e fez careta. Sorri.

- Então vamos, mas não vou te levar pra sua casa. Eu disse que te devolvia quando eu quisesse. – Eu beijei sua bochecha e me levantei primeiro, estendi a mão para a ajudar a levantar em seguida.

- Eu estou cheia de areia em todo lugar, você não vai me querer assim. – Ela gargalhou.

- Eu te dou um banho antes então. – Camila deu um sorriso sapeca e me beijou.

- Me leve até seu carro, sra. Jauregui. – Tentou engrossar a voz e ficou ereta como se fizesse uma pose formal.

- Senhorita Jauregui. – Corrigi. Camila revirou os olhos.

- Só me leve pro seu carro, Lauren. – Me empurrou e deu a volta em mim, pulando nas minhas costas e agarrando meus ombros. – Pode ir.

- Você não se acha grande demais pra fazer isso? – Perguntei rindo e caminhando de volta para a parte da praia onde havia acontecido o festival. Havia pouca movimentação agora. Ela estava me fazendo caminhar na areia da praia com ela nas minhas costas. Ri balançando a cabeça.

- Você não me deixaria na praia sozinha. Eu te deixei dormir com a cabeça nas minhas pernas. – Falou quase ao lado do meu ouvido.

- Tudo bem, srta. Cabello. Acho que consigo leva-la ate meu carro. – Continuei andando. Camila estava rindo e tentando se segurar direito enquanto eu agarrei suas coxas ao lado da minha cintura para a manter segura. - Camila, você já pode descer.

- É que você é tão confortável. – Beijou meu rosto.

- Desça das minhas costas. Você está pesando. – Eu gargalhei.

- Você pesa mais que eu. – Continuou onde estava.

- Camz, por favor. – Ela gargalhou e finalmente saiu das minhas costas. Correu para a minha frente e me beijou.

- Te amo! – Disse rápido e sorriu. Ela não me pareceu se incomodar com o que havia dito. Apenas disse e fez meu coração acelerar. Eu estava ficando sem ar. - Vamos!

- O que você disse? – Perguntei séria. Ela ainda sorria, mas depois pareceu confusa.

- O que? Disse o que? – Perguntou de volta.

- Repete o que você falou ainda a pouco. – Pedi. Ela franziu as sobrancelhas.

- Eu disse para irmos embora. – Continuou com sua expressão confusa.

Camila havia dito que me amava ou eu estava desejando tanto que ela o dissesse que minha mente a fantasiou falando isso? Nós duas parecemos confusas.

- Você está bem? – Perguntou segurando minha mão.

- Sim. Desculpa. Eu estava viajando. – Tentei sorri forte, mas a dúvida se instalou na minha cabeça. Eu só precisava que ela repetisse que me amava.