História Her - Camren - Seattle (Parte II)

Lauren POV

- Camz, você viu a mala vermelha? – Perguntei depois de esperar minha mala na esteira, mas não tendo nenhum sinal dela. Nós havíamos pousado em Seattle depois de um vôo de 6 horas.

- Foi a primeira mala, Lauren. Deve estar no fim da esteira. – Ela riu passando por mim e caminhando na direção do fim da esteira. – Eu não disse?

- Obrigada, babe. – Peguei a mala e a beijei rapidamente.

- Pronta para me mostrar Seattle? – Ela pareceu animada e eu a abracei de lado a fazendo caminhar comigo em direção a saída do aeroporto.

- Primeiro temos que deixar as malas no hotel. Depois pensamos em algum lugar para ir. – Camila sorriu me olhando.

- Me leve em um restaurante para comer algo. Eu estou morrendo de fome. – Se fez dramática e eu gargalhei.

- Você está sempre com fome. – Ela gargalhou. Nós tomamos um táxi para o hotel.

Camila passou 10 minutos falando sobre a vista do quarto e tentando tirar fotos com seu celular. Eu procurando meus óculos na bolsa. Ela pareceu ter perdido a fome.

- Amor, nós podemos ir naquele prédio? – Camila gritou da janela e eu a olhei rapidamente, logo procurando enxergar para onde ela apontava.

- Por que quer ir naquele prédio? – Perguntei voltando a caça ao tesouro perdido. Eu precisava dos meus óculos de sol.

- Porque é enorme, alto, bonito e nós podemos tirar boas fotos. – Eu sabia que ela estava sorrindo mesmo sem estar olhando em seu rosto. Encontrei o que procurava.

- Tem certeza que está falando sobre o prédio? Vou começar a ficar com ciúmes se falar de algo assim de novo. – Camila gargalhou. Me aproximei dela a abraçando por trás e relaxando minha cabeça em seu ombro. – Mas eu vou te levar lá sim. É fantástico exatamente como você disse e acho que pode ser importante agora que está estudando arquitetura. É um prédio maravilhoso.

- Eu sei. Eu pesquisei algumas coisas daqui pra gente visitar. – Sorriu tentando me olhar. Eu beijei seu rosto. – Já podemos ir comer? Eu não esqueci minha fome.

- Pensei que observar a vista daqui tivesse te feito esquecer. – Eu ri.

- Nada me faz esquecer minha fome. Podemos? – Perguntou outra vez. Virou ficando de frente pra mim. Minhas mãos em sua cintura. Eu a beijei os lábios.

- Podemos. Tem um restaurante muito bom aqui perto. Vamos. – Ela me abraçou e nós deixamos o hotel em direção ao restaurante. Era quase fim de tarde, mas o sol permanecia presente iluminando o céu.

Camila quis caminhar até o restaurante. Ela fez perguntas desde que deixamos o hotel, ate a hora em que nossa comida chegou. Parecia animada em perguntar sobre tudo na cidade. Essa era minha garota cheia de perguntas novamente.

Ela pareceu faminta quando a comida chegou. Mesmo enquanto comia, as perguntas pareciam nunca acabar. Eu estava me divertindo.

- Lauren? – Ouvi meu nome sendo pronunciado ao meu lado e virei o rosto para por fim encontrar quem havia me chamado. Sorri. – Eu não acredito que te encontrei de novo. Meu Deus! Não me diga que voltou de vez para Seattle.

- Não voltei de vez. Só estacionei para as palestras da universidade. – A respondi e me levantei para a cumprimentar com um abraço.

- O destino é sempre tão bom comigo que eu sempre acabo te encontrando em quase todo lugar. – Ela riu. Como poderia esquecer aquele sorriso. – Como tem estado?

- Muito bem. Obrigada. Você? – Eu me afastei dela, mas suas mãos permaneceram em mim.

- Bem melhor agora que te encontrei. A Ally me disse que voltou para Miami e eu nem ao menos tive tempo pra me despedir. Mas me conta, você conseguiu o emprego naquela empresa?

- Sim. Eu consegui. Finalmente algo bom me aconteceu. – Nós rimos.

- Me senti um pouco ofendida em não ter sido considerada algo bom na sua vida. – Ela falou fingindo estar triste. Camila tossiu na mesa. Eu a olhei rapidamente. Seus olhos fixos aos meus como se perguntassem algo.

- Ahmm... É claro que foi. Não seja dramática. Desculpa estar sendo mal educada e não ter apresentado vocês. Keana, essa é a Camila e Camila, keana. – As apresentei. Keana deu um sorriso grande para Camila, que apenas mostrou um sorriso forçado, fraco e indiferente.

- É uma das suas amigas de Miami? Você estava certa em dizer que suas amigas eram bonitas também então, mas nunca vão bater você. – keana riu. Camila levantou da sua cadeira.

- Na verdade eu sou namorada dela. – Sorriu sem mostrar os dentes. Deixou o guardanapo sobre a mesa. – Vocês são amigas?

- Sim. Nós conhecemos pouco tempo depois de eu ter chegado aqui. Keana me mostrou alguns pontos legais daqui também. – Eu respondi.

- Já fomos mais que amigas, claro, mas fico feliz que estejam juntas. É uma pena pra mim, claro também, mas vocês ficam lindas juntas. – Keana piscou e Camila tossiu de novo. Eu a olhei preocupada sobre talvez ela estar engasgada com algo.

- Que legal vocês já terem namorado. Uma pena não ter dado certo, mas acho que devo comemorar, já que agora eu sou a namorada dela. – Camila estava usando um tom de voz diferente dos que eu conhecia. Ela estava sendo fria e firme nas palavras. Um sorriso irônico na direção da keana. Eu sorri confusa. Ela estava com ciúmes? – Se você não se importa, nós estamos de saída.

- Você nem terminou sua comida ainda, Camila. – Falei verificando que sua comida estava na metade.

- Perdi a fome. – Deu o mesmo sorriso forçado na minha direção.

- Okay, eu vou indo então. A gente se esbarra por aí de novo, amor. É sempre bom te reencontrar. Você ainda tem meu número, certo? Sabe que qualquer coisa é só ligar. – Keana se despediu com um abraço e apenas um aceno para Camila que mais uma vez permaneceu com seu sorriso forçado.
Keana deixou o restaurante.

Eu voltei a me sentar. Camila permaneceu de pé e observou até o momento em que Keana passou pela porta do estabelecimento e entrou em um carro preto grande. Camila me olhou.

- Que inconveniente ela, não? – Perguntou séria. – Por que está sentada? Eu disse que já podemos ir embora.

- Você não vai mesmo terminar de comer? Eu ainda nem pedi a sobremesa. – Falei pegando o cardápio do lugar.

- Eu perdi a fome. Você vem ou vai ligar pra sua ex e perguntar se ela não quer te acompanhar para a sobremesa? – Outra vez ela usou o tom de voz diferente. Eu ri. – O que é tão engraçado, Lauren?

- Você está com ciúmes. – Voltei a olhar para ela. Camila revirou os olhos e respirou fundo.

- Não estou com ciúmes. Você que sente isso e fica com seus exageros. – Desviou o olhar.

- Você nunca perde a fome e então encontra uma ex minha e sua fome desaparece do nada e ainda quer ir embora antes da sobremesa e eu exagero? – Ri novamente.

- Você não perde a fome e quer ir embora. Você voa pra cima das pessoas pra bater nelas. É exagero. – Deu de ombros. – Vem comigo ou vai ficar aí?

- Wow. - Respirei fundo. – Pra onde você iria sem mim? Você mal conhece a cidade. Senta aí e termina de comer.

- Eu disse que perdi a fome. – Falou alto. – Vou voltar pro hotel.

Camila pegou sua bolça e caminhou em direção a porta. Me levantei, mas não a segui. Eu demorei mais alguns minutos no restaurante até que eu finalmente voltasse em direção ao hotel.

Entrei no quarto e ela estava sentada na cama, talvez apenas esperando que eu entrasse. O olhar chateado na minha direção. Fechei a porta e caminhei até ela.

- Sua ex voltou para se despedi e você ficou algum tempo a mais com ela porque é sempre bom vocês se reencontrarem? – Perguntou séria. A voz firme outra vez.

- Não, babe. Eu estava comprando sorvete pra você. – A ofereci a sacola que estava na minha mão. Ela nem sequer olhou.

- Não quero sorvete. – Cruzou os braços. – Você ainda tem o número dela?

- O que?

- Perguntei se ainda tem o número daquela garota. Eu quero que você apague. – Bufou. Ela estava mesmo chateada?

- Camila, eu não vou apagar o número dela só porque você quer. – Eu ri e ela levantou da cama. O espaço entre nós era mínimo. Podia sentir sua respiração pesada contra o meu rosto.

- Não vai? Então vou voltar a falar com o David e pedir que ele me leve livros quando eu precisar. Talvez eu comece a atropelar as pessoas na rua também. O que acha? – Falou alto. Eu a quis beijar. Por que diabos ela tinha que ficar tão sexy mesmo estando brava?

- Vai jogar isso contra mim pelo resto da vida? – Sorri.

- Não será até o resto da vida se você não deletar o número dela.

- Camila, isso é desnecessário. – Eu estava prestes a rir.

- Apaga o número dela. Eu sou sua namorada e não quero você falando com ela. Você não viu como ela estava se oferecendo pra você na minha frente? – Gritou. Dei meio passo para trás.

- Okay! – Falei calma. – Não acho que seja necessário eu deletar o número dela do meu celular, mas como você está pedindo com tanto amor, eu faço isso por você.

Eu continuei sorrindo e tirei o celular do bolso. O desbloqueei. Camila caminhou para o meu lado para se certificar de que eu estava mesmo apagando o contato da Keana. Eu ri enquanto deletava de número.

- Eu acho necessário. – Respirou fundo. Se afastou.

- Pronto. Melhor? Já não tenho mais o número dela. – Joguei meu celular sobre a cama.

- Ela ainda tem o seu, porém. – Continuou séria.

- Sobre isso, não posso fazer nada. – Me aproximei dela novamente. Eu não era a única que surtava por ciúmes então.

- Se ela te ligar. Eu quero falar com ela. – Olhou pra mim.

- Claro que não. Pra que? – Ri.

- Pra dizer pra ela não te ligar mais porque você é minha. – Caminhou até a janela e olhou a vista outra vez.

- Eu sou sua? – Eu estava sorrindo pra ela, mesmo que ela estivesse chateada e com ciúmes e não olhando pra mim. Deixei a sacola com o sorvete sobre a mesa do quarto e caminhei até ela.

- Claro que sim. – Respondeu sem me olhar. A abracei mais uma vez.

- Quem disse isso? – Perguntei antes de lhe beijar o pescoço. Ela parecia tensa.

- Eu estou dizendo. – Respondeu firme. Minhas mãos apertaram sua cintura. A beijei novamente o pescoço. Seu perfume era meu cheiro favorito.

- Me solta, Lauren. Eu estou chateada. – Tentou me empurrar, continuei a segurando.

- Você é um amor quando fica com ciúmes. – Beijei seu rosto e me afastei. Voltei a pegar a sacola com sorvete e abri o pote. Se ela não iria comer, então eu que não deixaria o sorvete derreter sozinho.

- E você exagera demais quando está com ciúmes. – Olhou pra mim. Eu sentada na cama comendo o sorvete. Revirei os olhos.

- Estou falando de você e não de mim. – Levei a colher com um pouco de sorvete até a boca.

- É claro. Você nunca é fofa quando sente ciúmes.

- Da pra parar ou você quer discutir sobre isso? – Minha vez de falar alto. Ela respirou forte outra vez.

- Só estou falando que você não é boa quando sente ciúmes. – Deu de ombros. Olhou a vista outra vez.

- Obrigada, mas não estou fazendo comparações entre nós duas aqui. Talvez não ache mais fofo você sentir ciúmes. Você fica chata e começa a jogar coisas sobre mim. Quer continuar falando sobre o quanto não gosta quando eu tenho ciúmes? – Deixei o sorvete de lado.

- Quer que eu fale? – Perguntou.

- Não.

- Então por que perguntou?

- Camz, para com isso. Você sabe que eu não vou te trocar por ninguém também. Não vamos brigar na nossa primeira noite aqui. Eu te trouxe comigo porque queria passar um tempo bom ao seu lado e não ficar discutindo por causa de uma ex. Se ela é minha ex, foi porque não funcionou entre a gente. Eu estou com você agora e você é tudo o que eu quero. Vem aqui. Prova esse sorvete, por favor. Eu sei que você vai amar. – Falei com calma novamente. Eu não se moveu. – Por favor?

- Não quero sorvete. – Falou antes de respirar fundo.

- Então vem aqui e me da um beijo. – Eu sorri esperando que ela me olhasse. É claro que ela não resistiu em me olhar mesmo que por 2 segundos. Quase sorriu. – Pode me dar mais do que um beijo se você quiser.

- Posso te dar um tapa? – Perguntou agora me olhando nos olhos. Eu gargalhei.

- Pra que diabos quer me bater? Vem comer esse sorvete comigo. – Ela deixou um sorriso curto nos lábios.

- Você é insuportável. Não sei porque aceitei namorar com você. – Veio na minha direção revirando os olhos.

- Aceitou porque você me ama. – Sorri. Ela sentou ao meu lado. Puxei o sorvete para minhas mãos novamente. – Só nunca vai amar o tanto quanto eu te amo.

- Você não sabe. – Olhou o pote de sorvete. O seu favorito. Ela quase sorriu mais forte.

- Eu sei sim. Nunca vai conseguir me amar da mesma forma que eu amo você. – Peguei um pouco de sorvete na colher e levei em sei direção. Ela abriu a boca. Sorri forte.

- Você não pode ter certeza disso. – Falou com a boca cheia.

- Tenho certeza de tudo. – A beijei. Seus lábios gelados, macios, com o gosto do seu sorvete favorito. Talvez beijar Camila fosse minha coisa favorita no mundo.

A noite chegou e tudo o que fizemos na primeira noite em Seattle foi comer sorvete no quarto do hotel depois de uma discussão boba sobre ciúmes e dormir depois de assistir TV por 45 minutos. Eu anotei na minha mente para lembrar daquele dia. Camila também sentia ciúmes de mim e não parecia ser pouco.