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História Her (romance lésbico) - Não quero te ver nunca mais


Escrita por: pqscherbatsky

Notas do Autor


Olá leitores!
Sobre esse capítulo: sofri bastante escrevendo, principalmente a última parte. O tema que vou abordar aqui, acreditem, acontece muito. Aconteceu algo parecido comigo. Quantas garotas lésbicas no mínimo, não ouviram de outras pessoas "você é lésbica porque nunca encontrou o cara certo" ou mesmo "isso é falta de rola". Pois bem, alguns caras acham que podem "curar" uma lésbica fazendo sexo com elas. Gente, o nome disso é estupro! Não forcem NUNCA ninguém a fazer algo que não queira. E vocês mulheres nunca se deixem intimidar fazendo algo contra sua vontade.
Bom, desabafo feito, boa leitura e relevem os erros.

Capítulo 21 - Não quero te ver nunca mais


Rachel


Depois que Olivia foi embora, nenhum dos dois disse mais uma palavra. O garoto estava de pé perto da porta, em choque e Rachel não conseguia nem o encarar. O clima pesava toneladas no ambiente. Apesar de não o amar mais, se sentia mal por tê-lo magoado. Não era assim que planejava contar pra ele. Sentia remorso por ter partido o coração de uma pessoa que em determinado momento da vida a fez feliz. 

- Isso tem que parar. – o garoto pronuncia depois de quase uma hora em silêncio. 

- E se eu não puder parar? – questiona encarando o vazio. 

- Por quê? Por que não pode parar? – se aproxima dela a sacudindo pelos ombros. 

- Eu não sei! Talvez não consiga. Ou não queira. 

- Quando é que isso começou? 

- Eu não sei ao certo... Não pedi pra nada disso acontecer. Eu juro! 

- Ah não, imagina... Eu sou um babaca mesmo. Cheguei agora de viagem e vim te fazer uma surpresa. Mas vejam só, eu quem fui surpreendido! – ri irônico. 

- Eu ia conversar com você ainda. – encara o chão. 

- Vocês duas devem ter rido de mim o tempo todo. 

- Ninguém riu de você. Nada do que aconteceu estava planejado. 

- Sabe o que me mata? Eu estava lá parado, observando vocês, vendo tudo. E você estava gostando! 

- Luiz... Eu sinto muito mesmo. – começou a chorar. 

- Isso não tem que acabar assim. Eu posso te perdoar. Nós vamos seguir em frente. Tudo vai ser como planejamos antes de você armar esse circo. Nada mudará. Eu te amo e quero que você seja minha mulher. 

- O que? Não! Isso não vai acontecer. Escute... 

- Escute você! — interrompeu.  - Você vai ser minha. Ou vai se dar muito mal. Tenho umas fotos suas digamos... Comprometedoras. E sua mãe? Ela iria amar saber que a filhinha querida dela anda se agarrando com outra mulher na própria casa dela. 

- É mentira. Você não tem coragem. 

- Será que não tenho Rachel? Experimente me deixar por causa dela. Ah, e por falar nisso, é claro que ela não sairia ilesa da situação.

 - Você está a ameaçando, seu idiota?

- Interprete como quiser. – aproximou-se dela, puxando seu braço. - Você vai comigo agora lá na casa daquela miserável e vai por um fim nisso. Ou do contrário, você não verá sua amiguinha nunca mais. 

- Você está blefando. Não tenho medo. 

- Ah não? Pois devia ter. Sabe, acidentes acontecem as pessoas o tempo todo. Deus me livre você ou sua amiga ser vítima de um assalto seguido de morte. Já imaginou que tragédia? 

- Você não pode... – começou a chorar desesperadamente. Se jogou no chão, as pernas não obedeciam seu corpo. 

- LEVANTA! – puxou ela pelo braço a pondo de pé. - Você vai lá comigo agora. Ou vai sofrer as consequências.


Toda a culpa que sentia pela traição, tinha ido embora. O único sentimento que restava era dor e raiva. Não sabia até onde aquelas ameaças eram verdade. Não podia mais lutar, sedeu as chantagens e saiu com o namorado para a casa de Olivia.


...


- Lembre-se que você tem que ser convincente. – falou no ouvido de Rachel.


Ela começa a bater frenética na porta. Não demorou muito e Olivia abriu. Vê a garota empalidecer ao ver os dois em sua porta.


- Viemos conversar. Aliás, a Rachel veio te falar uma coisa. – deu um empurrãozinho nela para que começasse. 

- O que aconteceu... – engoliu o choro e respirou fundo. - E-entre nós foi um terrível erro. Não irá acontecer novamente! Não quero te ver nunca mais! – virou de costas. As lágrimas teimosas começaram a descer. 

- Entendeu o que ela disse? – falou em voz alta encarando a morena. 

- É claro que entendi. — foi até Rachel que não virou para a encarar. - Ele está te ameaçando? Me fala Rach.

Rachel não podia a olhar nos olhos ou Olivia descobriria a farsa. Isso doia muito mais nela, mas era necessário. Não conseguiria conviver com a ideia de que Olivia corria algum perigo. E o que é pior: Perigo que ela a pôs.


- Não se dirija a ela! — segurou a namorada pelo braço. - Vamos embora. Você já terminou o que veio fazer.


Rachel sai correndo e não responde mais nada. O namorado ficou por uns segundos encarando Olivia e depois saiu atrás dela.


....



Já dentro do carro ela encarava o vazio pela janela. Seu coração sangrava, sua alma estava despedaçada. Dizer aquelas palavras a destroçou. Só em pensar no sofrimento que Olivia podia estar sentindo agora, lhe causava um colapso nervoso. 


- Você cumpriu muito bem sua parte no acordo. Agora preciso de mais uma prova de que você vai mudar. Pode até me agradecer depois, pois estou te ajudando.


O garoto ligou a seta do carro, estava entrando em uma rua escura e deserta. Ele para de frente para o que parecia um casarão antigo. Quando Rachel conseguiu perceber do que se tratava, entrou em pânico. O local tinha uma placa vermelha com o nome MOTEL escrito.


- Não vou entrar aí. Me leva pra casa agora! – tentava abrir a porta, mas estava travada. 

- Você é minha namorada. Desde quando não quer transar comigo?

- Desde quando você está fora de si. 

- Não Rachel, eu estou calmo! Vamos lá. Você vai ver o que é uma pegada de verdade.


Engole em seco. Não há nada que diga ou faça que fosse convence-lo de que ela estava realmente falando a verdade e não viria mais Olivia. Ele entra no local e pede um quarto para passar a noite. Estacionam na vaga e a contragosto, o acompanha até a suite. Não queria permitir outra pessoa tocar seu corpo a não ser a mulher por quem realmente sente desejo. Restava saber se aquilo era um ato heróico ou pura burrice. Para ela, altruísmo. Achava que lutar seria em vão, ele é mais forte afinal. Precisava de uma prova então daria essa prova. Mas não imaginou que sentiria o amargo a cada beijo que não queria dar, que sentiria sua alma doer e ser rasgada ao ser penatrada contra sua vontade. Houveram gritos e gemidos naquela noite, mas não de prazer e sim de dor e nojo. Nojo de si mesma após consumar um ato de pura covardia. As dores que sentia pelo corpo não se comparava a dor em seu peito. Que ardia como brasa. Se sentia não apenas suja, mas também violada. Não passaria por isso de novo, jamais. A preocupação torpe e machista que o namorado teve em manter sua virilidade animalesca e dominadora para ela "deixar de ser lésbica" tinha sido a última vez, não iria  permitir mais ser tocada por ele. 

O choro abafado no banheiro para ele não perceber. Entrou no chuveiro e se demorou, queria poder lavar a alma. Queria que a água levasse embora toda sua dor. Precisava de uma amiga de confiança. Pegou o celular e sabia exatamente pra quem ligar. 


Notas Finais


É isso gente, pouquinho triste né. Não vamos julgar a Rachel, ela foi vítima e estava sob pressão psicológica. Eu não quis nem descrever detalhes, apenas emoções. Vamos bolar uma vingança contra esse cara?
Pra quem vocês acham que Rachel ligou?


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