Olivia
- O que é tudo isso Olivia? – perguntou olhando a bagunça em volta. - O que houve com você? – as lágrimas começaram a descer novamente.
Olivia não sabia se a imagem era real ou fruto de mais um delírio de sua imaginação, causado pela droga em suas veias. Percorreu a ponta dos dedos por aquele rosto, afim de constatar se a pessoa em sua frente realmente existia e estava ali diante de seus olhos. Pôde sentir o calor do corpo, embora o rosto estivesse molhado por uma água salgada que corria dos olhos da garota.
Sem falar mais nada, Rachel a puxou pelo braço até o banheiro e a colocou em baixo do chuveiro com roupa e tudo. Na medida que a água gelada batia em suas costas, ia acordando do transe. As coisas começaram, aos poucos, a fazer sentido de novo. Vieram à tona todo o sofrimento, a flecha em seu peito, a dor do abandono e rejeição. A realidade começou a bater em sua porta, não podia acreditar que aquela mesma garota que falou que ficarem juntas foi um erro, agora estava diante de seus olhos. Permaneceu em silêncio enquanto a água lavava sua tristeza.
Após o banho, Rachel trocou sua roupa e lhe fez um café quente e amargo. Olivia nem a encarava. Parte por vergonha da situação em que se encontrava, parte porque olha-la trazia más lembranças... Enquanto estava quase imóvel sentada em sua cama, ouvia a garota reclamando do lixo pela sala, ouviu barulho das garrafas sendo jogadas fora.
- Meu Deus! – ouviu ela gritar e em segundos já estava parada em sua porta com algo em mãos. - O que significa isso Olivia? Tem várias delas. – segurava uma seringa - Por que fez isso com você?
- Eu achei que não... Fosse te ver nunca mais. – falou pela primeira vez desde que a garota entrou em seu apartamento. - Aliás, o que você faz aqui Rachel? – levantou e se aproximou dela.
- Vim me desculpar... – aproximou-se mais, tentou tocar seu braço mas a morena não permite o contato. - Olivia me escuta, sinto muito por tudo que te causei...
- Ah sente muito? É sério mesmo? E sente pelo quê exatamente? Sente por ter me iludido, dizendo que ia acabar o namoro pra ficar comigo? Sente por ter tido a capacidade de vir com ele no meu apartamento, dizer que não queria me ver nunca mais e que nossa história foi um erro? Ou sente por ter sumido, como sempre faz deixando todo mundo louco preocupado?
- Por tudo. Sei que o mal que causei a você foi ainda pior do que eu imaginei. Que tudo poderia ter sido evitado se eu fosse mais decidia, se não tivesse medo. – fez uma pequena pausa, tomou ar e prosseguiu. - Mas Liv, por favor, me da uma segunda chance. Deixa eu te provar que mudei...
- E cadê seu namoradinho? Sabia que ele tá te procurando? – bufou.
- Ele não é mais meu namorado Olivia. Não tem mais nada que me impeça de ficar contigo, a não ser que você não me queira mais.
As duas ficaram se encarando por um breve momento até Olivia romper o silêncio.
- Toda vez que você some, eu sinto um vazio tão grande dentro de mim... E não sei se seria capaz de suportar outra partida sua.
- Não vai precisar suportar nada meu amor. Eu estou aqui, serei sua, só sua!
- Que droga mulher... – fechou os olhos, já cansada de lutar correu para os braços de sua amada.
Olivia sabia que seria inútil tentar. É frívolo lutar quando se sabe que o amor sempre vencerá. Resolveu assim, se entregar. O que mais seria aquela garota se não seu destino? Sua sina? Suas vidas estavam ligadas. Lutar contra, só causava sofrimento a ambas.
Deixou que Rachel beijasse cada sentimento de seu corpo. Beijo a beijo percorria seu pequeno infinito, suas margens, seus rios... Como se cada beijo selados pelos lábios, viesse com um antídoto para curar sua tristeza. A ferida ainda se encontrava presente, mas estava sendo tratada naquele instante.
Seu toque era delicado, mas ao mesmo tempo provocativo. Rachel a conduzia com maestria. Conseguia lhe proporcionar prazer, cada parte de seu corpo era daquela garota. Deixou-se derramar pelos toques, pela língua urgente que deixava um rastro úmido por onde passava, pelas pernas entrelaçadas, pelos dedos que adentravam sua intimidade lhe causando contrações no ventre e arrepios no corpo. Olivia esvaziou-se quando foi tomada por um máximo de prazer e alcançou o seu ápice.
Mantiveram-se em total quitude. O único som que se ouvia, era apenas de suas respirações ainda ofegantes. Os corpos nus e colados, as pernas entrelaçadas. A cabeça de Rachel repousava na curva de seu pescoço, enquanto fazia carinho em seus cabelos.
- Liv? – levantou a cabeça para olhar em seus olhos.
- Fala.
- Como anda sua alimentação? – sabia que ela se referia a sua magreza excessiva.
- Ahh... Hum... Normal...
- Normal? Não parece que está normal.
- Eu não consegui comer esses dias.
- E essas bebidas todas? E aquelas seringas Olivia? O que foi tudo aquilo?
- Rachel por favor. Não quero falar mais nisso. Eu prometo que paro com tudo ok? Precisava suprir sua falta com alguma coisa...
- Tudo bem, tudo bem Liv. – fez carinho em seu rosto com o polegar.
- Tenho uma pergunta também. O que fez você voltar pra mim? Por que deixou seu namorado e sumiu?
-Eu voltei porque não suportei ficar sem você. Uma certa pessoa me ajudou a enxergar isso...
- Que pessoa é essa? Preciso agradecer. - riu
- É a Lily, uma velha amiga da época da escola.
- Você precisa me apresenta-la. E porque fugiu dele?
- Porque... – parecia nervosa. - Ah Liv, você me conhece. Sabe que quando eu preciso pensar, me afasto. Vou pra perto da natureza, onde me traz paz. Vou te levar nesse lugar. É um dos meus favoritos no mundo.
- Hum... –se esforçou para se convencer. - Promete que nunca mais vai embora?
- Eu prometo! – sorriu.
Vendo aquele sorriso não teve mais dúvidas. Envolveu o rosto dela entre suas duas mãos e começou a depositar beijos pelos olhos, testa, bochechas, nenhuma parte daquela face ficou sem receber sua atenção. Especialmente os lábios, tão carnudos e macios. Levou de encontro aos seus. Logo pediu passagem com a língua, que foi concebida e rapidamente as línguas dançavam e brigavam por dominância. Os beijos ficaram mais urgentes. Virou de posição, queria ficar por cima dessa vez. Foi traçando um caminho de beijos do pescoço até seus seios. Sugou cada um, brincando com a língua nos mamilos e bicos que estavam bem rígidos. Lambeu todo o abdômen com a ponta da língua e desceu até sua virilha, provocando sua entrada. Deu uma risada provocante antes de passar a língua em sua vagina, provando de sua excitação.
- Você já está tão pronta pra mim. – disse levantando a cabeça quando constatou que a garota já estava completamente úmida.
Voltando sua língua para o local de antes, Liv usa-a agora para penetrar o mais fundo que pode, lambendo e gemendo sedutoramente. Os gemidos da outra garota a esta altura já eram altos e sem controle. Depois, a língua dá lugar a um dedo.
- O-li-via! – Implora. - Eu preciso de mais!
- Seu pedido é tentador. - diz passeando com o dedo na entrada da outra.
Sentou na cama em frente à ela de modo que neus corpos se tocam e suas pernas se entrelaçam, formando uma tesoura permitindo suas intimidades se tocarem e realizando movimentos de vai e vem com seus sexos roçando um no outro, as duas gemeram em meio aos beijos. Os orgamos chegaram simultaneamente. Deitou Rachel e ficou em cima dela, penetrando dois dedos na sua entrada o mais fundo que pôde e tirou, ela se contorcia.
- Seu gosto é incrível. - diz lambendo os dedos que outrora estiveram dentro dela.
Beijou-a intensamente, fazendo-a sentir o gosto de seu próprio gozo, que logo se misturou na boca uma da outra e era tão maravilhoso. Com certeza foram feitas uma pra outra.
- Eu te amo. – diz pela primeira vez pessoalmente.
- Eu também te amo, Olivia. – admite timida. - Muito.
Sorriu e depois voltou a beija-la enquanto trabalhava com os dedos em sua entrada. Um, depois dois, e então três, indo e vindo até Rachel sentir seu abdômen contrair e logo em seguida chegar ao seu ápice mais uma vez.
- Agora é minha vez. – diz maliciosa.
Assentiu, enquanto Rachel deitou por cima de si e começou a beijar e passar a mão pelo seu corpo. Seu celular começa a tocar, na escrivaninha ao lado. Tentaram ignorar nos primeiros toques, mas estava tirando a concentração de ambas.
- Vê quem é, pode ser importante. – Rachel pegou o celular e passou pra ela.
- É a minha mãe. Que estranho...
- Atende logo! – saiu de cima dela.
Olivia sentou e encostou as costas na cabeceira da cama. Buscando uma posição confortável para atender a ligação.
- Oi mãe?... – a mãe falou mas não entendeu uma palavra. - O quê? Não estou conseguindo ouvir direito, tá cortando. – levantou e foi até a sala.
- Filha, tá ouvindo?
- Sim... Agora tô. Onde você está?
- Ainda estou fora, é que aconteceu uma coisa que você precisa saber.
Olivia ouvia atentamente o que sua mãe falava. Em seguida, pegou um bloquinho e a anotou um endereço passado por ela. Fazia tudo em modo automático. Após encerrar a ligação volta pro quarto. Incrédula!
- Aconteceu alguma coisa? – pergunta Rachel deitada em sua cama ainda.
- O meu pai...
Estava assustada e confusa. Não sabia o que fazer.
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