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História Herança Veela - Capítulo 05 - Amigos e Parceiros.


Escrita por: AmandaRoss

Notas do Autor


Feliz ano novo!!!!! Tudo bem com vocês, seus lindos??
Aqui estou eu de novo! Não muito depois do último capítulo, para a surpresa geral XD

Era pra esse capítulo já ter saído sábado, mas eu segurei ele por que queria enfiar o Draco já no próximo capítulo, então eu fui indo indo e quando eu notei, o capítulo já tava imenso. Mas o outro já tá em andamento e acho que o Draco aparece... Ou não... Ou sim, vai saber.

E de novo eu tinha uma pá de coisas pra dizer aqui, só que eu me esqueci. Eu tenho que me lembrar de anotar, mas nem disso eu lembro. shauhsauhsauh Enfim né. Espero que gostem do capítulo. Boa leitura! bjs!

**** Opa, parece que chegamos a mil favoritos SEGUNDOS depois que eu postei esse capítulo. Então, não vou conseguir segurar até o próximo.

Como, me digam como?

Como isso aconteceu?
Como eu posso agradecer?

Eu simplesmente não sei... Engraçado que hoje mesmo eu tava lembrando que quando postei o primeiro capítulo, eu fiquei tão nervosa, mas tão nervosa que sonhei que tinha cometido um erro gravíssimo sobre a história e alguém tinha comentado isso. Eu acordei meio confusa se tinha sido verdade ou não e quase apaguei a fanfic XD jesuuuuuuuuus.
Mas de alguma forma, a fanfic foi crescendo e junto com ela, vocês, capítulo por capítulo mais e mais queridos e lindos vinham se juntar a essa turma. ....... Gente, como que agradece esse povo todo?????? Eu não sei! Obrigada, aliás.
Eu tenho que dizer, nunca imaginei que isso pudesse acontecer quando eu comecei, eu fiquei tão de cara quando UMA pessoa comentou, queria guardar ela em um potinho. Não é como se não quisesse fazer isso com cada um de vocês ainda, vocês são tão únicos, tão especiais que eu nem sei....Aaaaaaaah!
Bem, se vocês me aguentarem, estarei aqui por muito tempo ainda, mesmo depois das férias quando eu tiver que estudar de novo, vou fazer o possível e o impossível pra fazer essa história continuar, pois sei que vocês se apaixonaram por Harry e Draco tanto quanto eu. E como eu poderia deixar eles ou vocês na mão? Eles precisam dar uns pegas e vocês precisam ler eles dando uns pega XD E eu preciso escrever eles dando uns pega. Podem deixar, logo logo...
Gente, obrigada de novo. É sério eu não sei como... Eu realmente não sei.
OBRIGADA!

Capítulo 37 - Capítulo 05 - Amigos e Parceiros.


Capítulo 05 - Amigos e Parceiros.

 

 

Harry saiu da cozinha decidido. Iria finalmente contar tudo para seus amigos. Eles mereciam saber. 

 

Com certeza ainda não se sentia confortável com a ideia, porém eles eram seus amigos. Estiveram com ele por todo esse tempo, passaram por muita coisa juntos e... Ele gostaria que pudessem continuar juntos. Então respirou fundo, subindo as escadas e articulando em sua mente como começaria isso. 

 

Entrou no quarto que compartilhava com Rony e encontrou o ruivo e Hermione conversando, ótimo, era exatamente o que ele precisava no momento.

 

   - Oh! Como foi lá, Harry? - Hermione foi a primeira a nota-lo, logo se sentando melhor na cama e lhe dando total atenção.

 

O moreno fechou a porta atrás de si e olhou para seus amigos, respirando fundo enquanto tentava tomar coragem.

 

   - Foi bem. - Ele falou, prometendo a si mesmo que não iria enrolar. - E... E eu preciso falar uma coisa com vocês.

 

Nesse momento os dois trocaram um olhar, como se já esperassem por aquilo. Em silencio eles observaram Harry andar devagar até a cama, sentando de frente para eles.

 

   - Antes de qualquer coisa, o que vocês sabem sobre o que.. Aconteceu comigo? - O menor perguntou encarando os dois, que mais uma vez se entreolharam ligeiramente confusos.

 

   - Hum, que alguém conseguiu capturar você, mas que você conseguiu fugir, usando mágica, por isso está sendo expulso de Hogwarts. Foi o que nós conseguimos ouvir por aí, mamãe e os outros não falaram nada com a gente. - Rony respondeu, dando de ombros.

 

   - Bem... É. Foi... Quase isso. - Harry respirou fundo pelo o que parecia ser a centésima vez naqueles últimos dez minutos. Não conseguindo encarar seus amigos enquanto falava, resolveu prestar atenção nas próprias mãos, seria mais fácil. Pensou em como começaria a contar sua história, então optou pelo início. - Eu acho que foi uma semana antes do meu aniversário, não me lembro muito bem. Mas á noite, eu senti uma coisa estranha, parecia que algo estava queimando meu ombro. Mas veio e foi muito rápido. Isso aconteceu mais uma vez no meio da semana e eu lembro que... Já me sentia diferente. 

 

Por mais confuso que estivesse sendo montada aquela história, eles entenderam que Harry falava de sua aparência, Hermione acenou para que o menor continuasse, acompanhando melhor que Rony que franzia as sobrancelhas.

 

   - Mas as coisas ficaram realmente estranhas quando eu fiz aniversário. A dor no ombro voltou, muito, muito mais forte. Eu acabei desmaiando e quando acordei... - Harry encarou os outros dois. - Eu estava assim e... Tinha isto.

 

Ele afastou a blusa, mostrando a marca  em seu ombro. Rony abriu a boca abobadamente encarando, enquanto Hermione arregalava os olhos.

 

   - Eu sou um veela. - Ele disse por fim. Tapando o ombro novamente, enquanto esperava a reação de seus amigos.

 

   - Oh Harry, eu já tinha lido sobre isso, a marca quero dizer, mas... Como? - Hermione falava rapidamente. - Como isso é possível? Você tem algum parente veela?

 

   - Bem, ele não poderia pegar isso como se fosse uma gripe ou algo assim. - O ruivo comentou, recebendo um olhar azedo da garota.

 

   - O doutor Alexander supõe que sim. - O moreno respondeu, ignorando seu amigo e não se lembrando que a garota não sabia de quem ele falava, mas Hermione apenas continuou a ouvir. - Por parte de mãe. Dumbledore o chamou aqui hoje para me explicar sobre isso, mas ele deixou várias coisas vagas que eu gostaria que você me ajudasse a esclarecer melhor.

 

   - Ah Harry, é claro que eu-

 

   - Espera um minuto. - Rony interrompeu. - Mas e o sequestro Harry? Como você acabou expulso de Hogwarts?

 

Um momento de silencio tomou o quarto. Harry engoliu em seco, seu coração acelerou. Por um breve momento ele tinha se esquecido dessa parte.

 

Sabia que se dissesse que era algo que não queria contar, seus amigos respeitariam. Mas achava que eles mereciam saber, não de tudo, apenas algumas coisas. Mas como seriam as reações deles ao saber pelo o que ele passou? Pena? Nojo? Ele tremia só de pensar...

 

Mas ele tinha que ter a coragem. Era um grifinório afinal. E além da coragem, amizade também era uma das virtudes de sua casa. Respirou fundo mais uma vez e começou a contar sua história.

 

   - Tem... Um parque, perto da casa dos meu tios. - Ele falou, com a voz baixa e os olhos fitando o chão, não conseguiria encarar seus amigos agora. - E eu sempre vou lá nas férias, pra ficar fora de casa... Só que dessa vez havia... Havia um homem.

 

Os dois jovens na outra cama se entreolharam parecendo preocupados, mas não interromperam.

 

   - E no início ele só... Me deu um chocolate. E eu aceitei, estava morrendo de fome. - Harry suspirou. - No dia do meu aniversário, quando essa coisa veela aconteceu, eu estava assustado, não queria que meus tios vissem o que tinha acontecido. Eu fui para aquele parque, cedo, não haviam muitas pessoas... Ele... Ele se aproximou de novo e... Me deu outro chocolate, no início eu não queria, mas ele insistiu. Eu não suspeitei de nada.

 

O menor mordeu os lábios, fechando os olhos, lembrando-se do quão idiota ele fora.

 

   - Então eu andei um pouco mais pelo bairro e depois de um tempo voltei para casa. Mas... Meus tios não estavam em casa e eu acabei trancado do lado de fora. Eles não voltavam e já tinha escurecido. - Hermione levantou uma sobrancelha, parecendo extremamente irritada com o que ouvia, mas espremeu os lábios tentando não interromper o outro. - Eu não tinha comido nada o dia inteiro, então... Então comi aquele chocolate e... E... Eu acho que tinha alguma coisa nele...

 

A voz de Harry falhou, se lembrando do que acontecia depois na sua história. Por um momento ele conseguia sentir o chão duro abaixo de si novamente, amarrado, completamente imobilizado, no escuro. Aquele maldito som... Aquela maldita voz... O humilhando. Os toques, a boca...

 

   - Harry. - Hermione foi abruptamente para o seu lado, pulando rapidamente de uma cama para a outra, mas com delicadeza. Ela então pegou a mão dele entre as dela. - Está tudo bem.

 

Só agora ele percebia que uma lágrima escorrera por seus olhos, só agora ele tinha noção do quanto estava apertando a própria roupa e agora, a mão de sua amiga. Tentou se conter, limpando rápido a lágrima que havia escorrido.

 

   - Está tudo bem... - A garota continuou, o fitando com preocupação e solidariedade. - Não precisa falar mais nada se não quiser, nós já entendemos... Oh, Harry!

 

Ela o abraçou com força e ele se deixou abraçar, fechando os olhos por um momento, apenas tentando se acalmar. Sentia-se muito aliviado por ter finalmente contado tudo para Rony e Hermione, ele não conseguiria dar mais detalhes sobre o que acontecera, mas também não é como se eles precisassem saber, de qualquer forma.

 

   - Mas... - Hermione se afastou, não muito, apenas o suficiente para encara-lo nos olhos. - Você está bem mesmo? Ele... Tocou em você? Ele machucou você?

 

Apesar das palavras terem sido escolhidas com extremo cuidado, Harry engoliu em seco. Apenas acenou que não com a cabeça. Só agora o menor notou que Rony tinha se movido até seu lado, mas estava com vergonha demais para abraça-o, então colocou apenas uma mão em seu ombro, o rosto fortemente corado.

 

   - Eu... - Ele começou, seus olhos fitando suas próprias mãos, tentando ignorar a própria mentira. - Eu consegui estupora-lo antes.

 

Realmente não gostaria de entrar em detalhes agora, não queria que seus amigos soubessem, não queria que sentissem pena. Já estava se achando fraco demais por estar daquele jeito na frente deles.

 

   - Eu consegui fugir e voltei para casa. - Ele continuou sua história. - Eu não sabia o que fazer, não podia pedir ajuda por que Edwiges não estava ali e... Eu não sei o que meus tios fariam... Ele acabou me seguindo, ainda naquela noite. Ele... Ele teria me levado de novo se ninguém tivesse chegado. Eu não sei exatamente o que aconteceu depois disso, eu acabei apagando.

 

Ele finalmente terminou, sua voz tremendo ligeiramente nas últimas palavras. Finalmente conseguiu encarar Rony e Hermione. A morena mordia os lábios, ainda segurando sua mão e provavelmente se segurando para não perguntar mais alguma coisa. Conseguia ver nos olhos dela que estava louca para ter mais informações, mas pelo bem de seu amigo ela não pressionaria.

 

Rony parecia um pouco pálido agora, talvez imaginando pelo o que o outro passara. Sua mão fechou em punho, como se quisesse ir atrás de seu captor por ele mesmo. Felizmente Rony não poderia fazer isso, tudo o que Harry menos queria no mundo era ter seus amigos em algum tipo de contato com aquele monstro.

 

   - Bem, Harry, eu sei exatamente como te ajudar! - Hermione sorriu para ele, obviamente trocando de assunto. - Essa casa tem uma biblioteca incrível! Está só um pouco suja e empoeirada, mas acredito que nós possamos nos virar lá para ajudar algo sobre sua herança veela!

 

   - Sério? - O menor perguntou, sorrindo levemente para ela, sentindo seu peito um pouco mais leve.

 

   - Sim! - Ela levantou, lhe puxando pela mão. - Vamos Rony!

 

Nesse momento a porta se abriu e por ela entrou a Sra. Weasley.

 

   - Vocês não vão a lugar algum uma hora dessas! Vocês já deveriam estar na cama! - Ela falou com as mãos na cintura. - Vamos Hermione, já para seu quarto, eu coloquei uma coberta extra para você, Gina já deve estar dormindo então tente não acorda-la e Rony, você também, já para a cama.

 

A garota deu uma última olhada para o garoto ruivo e então para Harry, ela lhe deu um pequeno sorriso de desculpas e se foi. O menor entendia, afinal não era bom contrariar Molly Weasley.

 

   - E você Harry? - A mulher se virou para o pequeno veela. - Precisa de alguma coisa? Está com fome?

 

   - A-Ah, não Sra. Weasley! Não estou com fome, muito obrigado. - Harry respondeu, sorrindo envergonhado. No meio de tudo, tinha se esquecido como era ter aquela mulher por perto, ela o tratava como um filho e... Bem, ele gostava muito disso.

 

   - Oh, está bem querido. - Ela sorriu carinhosamente. Então, quando estavam os dois já de baixo das cobertas, ela deu um beijo de boa noite em

 cada um e saiu do quarto, apagando as luzes com um feitiço.

 

   - ... Boa noite, Harry. - Ele ouviu a voz de Rony na escuridão.

 

   - Boa noite. - O moreno respondeu, sua voz já ligeiramente rouca. 

 

O dia não fora tão longo, ele já havia dormido por bastante tempo, porém mesmo assim, agora que se deitava naquela cama, sentindo o conforto das cobertas e embalado pelo beijo de boa noite, ele percebia que estava exausto mentalmente. Então, se deixou levar, caindo em um sono pesado e dessa vez, sem sonhos.

 

                                                                                             oOo

 

Hermione apareceu cedo no quarto deles, provavelmente quase ninguém estava acordado naquela casa ainda, mas isso não pareceu importante para a garota de cabelos cacheados.

 

   - Hey, acordem! - Ela os chamou, enquanto balançava o garoto ruivo pelos ombros.

 

   - Hermione! - O garoto acordou assustado em vê-la ali, puxando a coberta sobre o peito por algum motivo.

 

   - Oh, por favor Ronald. - A menina rolou os olhos. - Acorde Harry, eu descobri algumas coisas sobre veelas que você também vai querer saber.

 

O moreno então sentou-se na cama, coçando os olhos enquanto tentava acostumar sua vista a luz fraca do quarto.

 

   - Venham, estou esperando vocês na biblioteca. - E sem mais palavras, ela saiu do quarto.

 

   - Ah, sinceramente... - Rony jogou as cobertas, parecendo extremamente contrariado.

 

Harry também teria preferido dormir um pouco mais, porém a ideia de saber um pouco mais sobre sua condição o fez se levantar da cama e se vestir. Mas, ao começar a tirar a camisa do pijama não notou que os olhos de seu querido amigo seguiam, quase que involuntariamente, casa movimento que seus dedos faziam, desprendendo botão por botão... Até que tirou por completo a camisa do pijama, deixando sua pele, agora com uma aparência mais macia do que pêssego e mais suave que seda, exposta. 

 

No entanto, não é como se Harry tivesse a mínima noção disso.

 

   - E-E-Eu preciso ir ao banheiro. - Rony falou, atropelando as palavras e os pés enquanto ia até a porta, andando torto e levemente curvado, puxando a blusa para baixo... Por algum motivo.

 

O menor apenas o observou com estranheza, dando de ombros enquanto continuava a se trocar.

 

                                                                              oOo

 

Logo o ruivo voltou, encarando o menor extremamente corado, em um tom tão vermelho quanto seus cabelos.

 

   - Tá tudo bem? - Harry perguntou, estrando a situação.

 

   - S-Sim! - Rony respondeu, sua voz aumentando uma oitava. - Vamos logo para a biblioteca, Hermione deve estar louca nos esperando.

 

E saiu andando, com Harry logo atrás.

 

A casa era maior o que o moreno tinha imaginado, havia vários cômodos com várias funções diferentes, a assustadora no geral, talvez fosse para ser bonita, mas os detalhes e cores escuras não traziam um sentimento muito harmonioso a aqueles corredores. Finalmente chegaram na biblioteca, era um quarto enorme, repleto de estantes abarrotadas com os mais diversos livros. 

 

E em uma mesa no canto da sala, estava Hermione, rodeada de livros. Essa cena lembrou Harry de Hogwarts.

 

   - Oh finalmente, venham, sentem aqui. - A garota levantou os olhos do livro que estava lendo ao notar que eles haviam chegado, então apontou para os acentos logo ao seu lado.

 

Os dois garotos prontamente lá se acomodaram.

 

   - Eu estive pesquisando por algumas horas - Harry se pegou pensando se a garota ao menos tinha dormido. Ele não gostaria que ela estivesse se esforçando tanto só por ele. -, encontrei vários livros sobre veelas, alguns bem interessantes e outro que eu já me lembrava de ter visto por Hogwarts, mas nunca dei atenção. Veja esse aqui Harry.

 

Ela pegou um livro em uma das pilhas, com uma capa de couro e aparência velha e gasta, mas ainda podia se ler o título "Criaturas mágicas e onde habitam" . Então começou a lê-lo em voz alta para os dois garotos.

 

"Veelas e suas características:

 

    Veelas são ninfas da mitologia eslava, que se assemelham a Sirin, Harpias e Valquírias em alguns aspectos. As lendas dizem que Veelas em sua forma humana são lindas mulheres de pele branca, pálido cabelo louro que esvoaça atrás delas mesmo na ausência de vento e hipnotizantes olhos azuis, porém também são metamorfas, podendo se transformar em éguas, lobas, serpentes, falcões ou mesmo cisnes, como fazem as Valquírias. A parte mais conhecida da história é que em momentos de fúria elas se tornam meio pássaros, com bicos afiados e longas asas, tal como as harpias.

 

Habitat e Hábitos:

 

    Alguns dizem que as Veelas vivem mais comumente em bosques e/ou montanhas e se tornam suas protetoras, atacando a flechadas quem se intrometer no local, assim como fazem as discípulas de Arthemis na mitologia grega, mas sobre isso as informações divergem bastante. O que se sabe é que, como ninfas de um bosque as Veelas costumam dançar a luz do luar, principalmente em dias de lua cheia no verão."

 

Harry pode ver que a pilha da qual a garota tirara aquele livro, haviam outros sobres Sirin, Harpias e Valquírias. Só Hermione mesmo para fazer trabalho extra mesmo nesse tipo de situação.

 

O garoto não sabia como se sentir sobre o que ouvia, Veelas se pareciam um pouco com animais selvagens de certa forma, mas talvez ele pensasse isso por não saber muito sobre o mundo mágico. De qualquer forma, pensar que tinha um pouco daquilo dentro de si era estanho.

 

Então Hermione fechou este livro e de uma outra pilha, dessa vez um pouco menor, pegou outro livro, mais fino, porém mais bonito. Sua capa era verde e dourada e no seu título podia-se ler "Veelas - Uma história":

 

"Personalidade e Habilidades Mágicas:

 

   As duas coisas parecem estar bem relacionadas, as Veelas costumam ter uma personalidade que varia muito com seu humor, porém é correto afirmar que seriam muito temperamentais e odeiam a mentira e falsidade, assim o pior erro que poderias cometer é ofender uma Veela. Quando enfurecidas as Veelas se tornam meio-pássaros ferozes, tais como as harpias, porém diferente destas criam um grande bico afiado e tem a capacidade de lançar bolas de fogo com as mãos.

 

   Além desta parte mais "bruta" da história, as Veelas teriam naturalmente a capacidade de encantar qualquer homem com sua dança, hipnotizando-o a ponto de fazê-lo esquecer de coisas básicas como comer ou dormir, o que acabaria fazendo ele desfalecer e morrer. Se comenta também que como uma ninfa (classe das fadas) se um homem começasse a dançar com uma Veela poderia jamais conseguir parar, até que morreria de cansaço. Já a parte menos dolosa da história é de que pisar no círculo que fica no chão após a dança de uma (ou mais) Veela traz mau agouro e enfermidades, em contrapartida diz também que elas têm dons de cura e proféticos.

 

Porém não são de todo mal:

 

    Como muitos dos seres da classe das fadas as Veelas também podem ser bondosas de vez em quando, o que dependerá de seu humor. Quando bem-humoradas elas podem ajudar seres humanos com seus dons de cura, proféticos ou convidando de bom grado a acompanha-las em uma dança (e é melhor que o tal convidado aceite).

 

Como matar/dominar uma Veela:

 

    Em geral se diz que a maneira mais fácil de dominar uma Veela é arrancar e manter sob seu poder um fio de cabelo dela, porém também e muito comentado que arrancando apenas um fio de cabelo é possível que ela fique deformada ou morra. Também há boatos sobre alguns homens que, em sua cultura, costumavam cortar as penas das Veelas para impedi-las de voar ou transformar-se e assim convertiam-nas em esposas belíssimas e tristes, porém um dia elas voltavam a recobrar as penas e fugiam de volta a natureza, e assim os maridos morriam de tristeza."

 

   - Não Harry, você não vai morrer se arrancarem um fio de cabelo seu. - Hermione logo o tranquilizou ao notar seus olhos repentinamente bem abertos. Soltou o ar que havia prendido, aliviado.

 

   - Você com certeza em um pouco desse temperamento veela cara... - Rony comentou, o outro apenas o olhou, levemente irritado.

 

   - E esse aqui. - Ela continuou, ignorando os dois e fechou o livro verde, empurrando-o e pegando outro, solitário em um canto, porém com certeza o mais bonito de todos, era prata, com sua capa em metal e detalhes finos. O título era "Meio-Veelas." em letras cursivas.

 

    "Algumas vezes as Veelas poderiam se relacionar com seres humanos de forma normal, e o resultado destas uniões seriam crianças meio-veela, que por algumas gerações teriam as características físicas das Veelas, ou seja, uma beleza hipnotizante, porém não há menção de que pudessem herdar os poderes mágicos das Veelas. Quem conhece um pouco mais sobre fadas, em especial ninfas e principalmente Elfos, sabe que em grande parte das histórias estes seres tendem a ser extremamente atrativos para os humanos, sendo assim não é muito incomum que os descendentes de Veelas sejam 'enfeitiçantes'.

 

Os meio-veelas ganham sua herança ao completar de quinze primaveras, é quando sua mágica está preparada para receber a sua outra parte, finalmente manifestando as características físicas.

 

Porém, é nessa fase que os genes definem quais serão submissos e quais serem dominantes. O primeiro só pode ter um par dominante e vice-versa, isso ocorre devido a necessidade de reprodução da espécie.

 

Ao se misturar com o sangue de bruxos, o sangue veela ganha certas particularidades.

 

Veelas são extremamente possessivas com seus parceiros, esse tipo de relação ao se juntar com a magia bruxa, ganha a forma de uma condição que chamamos de 'Parceiros', isso significa, que um meio-veela logo ao nascer já tem seu par predestinado.

 

Os pares podem passar a vida toda sem saber que são um. Já que o que desencadeia o início dessa relação é um cheiro característico emitido pelo meio-veela submisso, que apenas o dominante pode sentir. Esse cheiro será mais perceptível nos períodos de pico hormonal do submisso, quando estará pronto para a fecundação. É uma característica em comum com as próprias veelas, como lemos nos livros três e quatro dessa coleção.

 

Porém, o contrato com o par deve ser selado, para que finalmente as duas partes possam de completar devidamente. O primeiro contato deve ser feito com um beijo, e então finalmente com a consumação sexual entre o casal, assim estarão juntos pelo resto de suas vidas e ninguém poderá separa-los (e realmente é melhor que não tente, veelas são realmente territoriais).

 

O beijo e o ato sexual não são nada mais nada menos que um sinalizador para o núcleo mágico, mais bruxo do que veela propriamente dito, é como se os amantes autorizassem suas magias a se ligarem. 

 

O amor veela é algo extremamente puro, suas histórias já inspiraram as mais belas canções ao longo da história."

 

   - Eu achei mais algumas coisas, mas acho que isso já ajuda bastante, não é Harry? - Hermione fechou o pesado livro, fazendo um pouco de poeira levantar. - Eu achei tudo muito interessante na verdade.

 

   - Mas... - Rony começou, com uma cara meio estranha. - Essa coisa de... Espera, Harry, você é que tipo de meio-veela?

 

   - Submisso. - A morena e o garoto disseram em uníssono.

 

   - É... Foi que o doutor tinha dito, pelo menos... - Harry falou, sem jeito por algum motivo.

 

   - Bem, é verdade Harry, olhe aqui nesse livro. - Rapidamente a garota pegou mais um livro, um diferente dos outros, ela o abriu e mostrou duas imagens. Em um, havia um rapaz, forte, alto e musculoso com um longo cabelo preto. Era definitivamente muito bonito. Na outra imagem, logo ao lado, havia também um rapaz, só que esse era de um porte muito menor, não menos bonito, porém seu corpo era completamente diferente, sem tantos músculos aparentes, na verdade sua silhueta era quase feminina, era notável a delicadeza em seus traços. Em baixo das imagens podia-se ler "Veela dominante" e "Veela Submisso". - ... Acho que dá para... Fazer algumas comparações.

 

Harry corou, sem saber por que exatamente, pegando o livro das mãos da amiga e fechando, colocando afastado dos outros livros da mesa.

 

   - Merlin, mas então... Quer dizer, essa coisa de gravidez então... Não se aplica a você, certo? Você ainda é um homem. - Rony falou, quase tentando soar divertido, mas falhando.

 

Antes de responder, o pequeno veela olhou para Hermione, com um leve brilho de esperança. Ela molhou os lábios e arrumou alguns livros, enrolando um pouco antes de falar.

 

   - Na verdade...

 

   - M-Mas pra isso o parceiro do Harry então vai ter que ser... Um homem? - Rony falou, um pouco pálido.

 

   - Ah, é. Mas isso não é nem de longe um problema! - A garota falou, olhando feio para o ruivo.

 

É verdade que Rony tivera um ou dois... Ou dez pensamentos indevidos com Harry, mas era por causa daquela nova aparência dele, não foi de propósito. Mas imagino o seu melhor amigo com um cara, era um pouco complicado.

 

   - Sim, mas.. - Rony se calou, diante do olhar assustador que a garota lhe mandou. Ela então se virou para Harry, que estava realmente desconfortável agora.

 

   - Mas... Hermione... Homem, ou não - Ele engoliu em seco, a ideia de ter seu parceiro como um homem não lhe soava muito agradável, ele nunca pensou muito sobre isso, sua sexualidade. Mas também nunca tivera atração por homens antes, se lembrava de se sentir estranho perto de Cho no passado, mas agora isso não parecia mais importante. - É possível que eu nunca ache essa tal pessoa. O livro diz que é uma pessoa no mundo inteiro, como eu vou saber que ela não está no outro lado do planeta nesse momento?

 

    - Hum, isso eu não vou saber te responder agora, Harry. - Ela respondeu, parecendo levemente decepcionada consigo mesma. - Mas acho que podemos dar um tempo nisso, não é? Ah não ser que você queira saber de mais alguma coisa.

 

    - Não. Está tudo bem, obrigada pela ajuda Hermione. - O menor respondeu, tentando sorrir sinceramente, mas internamente preocupado. 

 

Agora ele sabia um pouco mais sobre sua condição e isso não o fazia sentir muito melhor na verdade. Toda aquela coisa sobre gravidez, encanto e parceiro... O fazia se sentir enjoado. 

 

Se por um lado ele tinha medo de encontrar esse tal parceiro, por outro, tinha medo de nunca o encontrar e ter de passar o resto de sua vida sozinho... Se bem que, que resto de vida ele teria? No meio de tudo aquilo ainda tinha Voldemort, o homem que queria mata-lo desde que era um bebê. Lamentava por seu parceiro no final das contas.

 

                                                                        oOo

 

Os dias passaram e Harry finalmente descobriu que estava em Grimmauld Place, a casa da família Black para onde Sirius tinha voltado, mesmo que contrariado depois de tantos anos. Ele havia cedido a casa para ser a nova cede da Ordem da fênix. Um grupo de bruxos que era abertamente contra Voldemort, o qual os mais diversos bruxos faziam parte.

 

Porém a vida em Grimmauld Place era muito mais monótona do que se parecia. A Sra. Weasley os fazia limpar um cômodo por dia e haviam muitos naquele lugar... Encontravam as mais diversas criaturas espalhadas pelo local, de fadas mordentes até bichos papões.

 

Estava saindo de uma das várias seções de limpeza quando encontrou Sirius brigando com Kreacher, Harry não queria saber o real motivo para isso, seu padrinho estava sempre brigando com o velho elfo, para desagrado de Hermione. Mas também não era como se Kreacher fosse um agradável elfo doméstico, assim como ele se lembrava que Dobby era. O elfo estava sempre murmurando coisas ruins sobre todo mundo, principalmente Hermione por ser sangue-ruim, o que deixava todos loucos de raiva. O único motivo de Sirius não ter se livrado ainda dele era por saber demais sobre a Ordem e tudo o mais.

 

   - Oh, olá Harry. - Sirius o cumprimentou, assim que parou de brigar com o elfo e notou sua presença. O garoto se aproximou timidamente, observando o que tanto seu padrinho olhava. Era uma enorme tapeçaria que cobria toda a parede "A Nobre e Mais Antiga Casa dos Black" era o que dizia logo acima de uma grande árvore de fios dourados que interligava dezenas, talvez centenas de membros. Após uma rápida olhada, Harry chegou a uma conclusão.

 

   - Você não está aí. - Ele falou.

 

Sirius sorriu amargamente e apontou um ponto escuro, queimado.

 

  - Eu costumava estar ali, mas minha querida mãe me expulsou da família quando eu fugi de casa. - Ele explicou, logo lhe encarando e sorrindo sincero dessa vez. - Para a casa de seu pai. Os Potters me acolheram com muito carinho na época.

 

Harry refletiu sobre o que ouvira, então Sirius tinha fugido de sua própria casa? Ele quase conseguia entender por que mesmo sem perguntar. Estivera pensando desde de que chegou que aquela casa não combinava com seu padrinho, sabia que os Black eram um... Bem, muito antiga e nobre família puro sangue, mais uma vez Sirius não se encaixava nos preconceitos de uma família desse tipo, felizmente. 

 

Porém, essa linha de raciocínio fez Harry lembrar de uma coisa.

 

   - Sirius, eu estava pensando se... - Ele encarou seu padrinho com seriedade, recebendo toda a atenção de volta. - Se eu poderia ficar aqui se eu for expulso de Hogwarts.

 

O homem o encarou por alguns segundos, uma sombra se passou pelos olhos azuis.

 

   - Seus tios devem ser muito maus para você querer se mudar para este lugar. - Ele comentou com um triste sorriso. Harry não respondeu. - Mas você não será expulso de Hogwarts, você não fez nada de errado.

 

   - ... Eu me sentiria muito mais seguro se soubesse que poderia voltar para cá, caso... Algo desse errado. - O menor engoliu em seco, mais nervoso do que gostaria. Mas a ideia de voltar aos Dursleys realmente o assustava, não conseguiria voltar a Alfeneiros sem lembrar-se para sempre do que tinha acontecido. Sua agonia deve ter transparecido em seu rosto, por que Sirius suspirou e o puxou em um abraço apertado.

 

   - Escute Harry, vou fazer o máximo para garantir que você fique comigo. Nada vai acontecer á você, tudo bem? - O mais velho apertou o abraço, tentando passar alguma segurança.

 

   - Almoço! - Ouviram a voz da Sra. Weasley vindo da cozinha. - Venham rápido ou a comida vai acabar!

 

Ao ouvir isso Sirius se afastou, não antes de beijar carinhosamente o topo dos cabelos macios.

 

  - Vamos Harry, antes que fiquemos com fome.

 

Antes que Harry pudesse segui-lo, seu olhar foi até um ponto em específico da árvore, onde os nomes Narcissa Black e Lucius Malfoy se juntavam até uma fina linha que ia até o nome Draco.

 

Ao encarar o garoto loiro na tapeçaria, Harry sentiu uma sensação estranha, que nunca sentia antes. Uma espécie de formigamento em seu ombro, onde estava o símbolo de sua herança veela.

 

                                                                                  oOo

 

A Sra. Weasley tinha lhe avisado que seu julgamento seria logo na manhã seguinte. Isso foi o suficiente para deixar acordado pelo resto da noite toda. Sua mente simplesmente não o deixava descansar, toda vez que seus olhos fechavam ele começava a pensar em como seria e no que ele diria ou no que teria que fazer.

 

Ele não fazia ideia. Nunca esteve em nada nem parecido. E também, depois de muita insistência, seus amigos contaram a ele o que o ministério estava fazendo com sua imagem, o estava pintando de louco para todo o mundo mágico. Aparentemente o ministro não queria aceitar de forma alguma que Voldemort retornara e estava acusando ele e Dumbledore de calúnia, por que queriam supostamente tomar seu lugar no ministério... Definitivamente louco.

 

Então agora Harry não sabia mesmo o que esperar, pois além de tudo, ainda tinha boa parte do mundo mágico contra ele. O quanto isso ainda poderia piorar?

 

Depois de vários pequenos cochilos, desistiu de ficar na cama e e resolveu se levantar. Se arrumou do melhor jeito que conseguiu, usando as menores roupas que conseguiu encontrar, agora que estava com aquele... Aquele corpo, as roupas de Duda pareciam mais desproporcionais ainda. Mas acabou conseguindo fazer um trabalho descente com o que conseguiu encontrar, uma camiseta azul, uma jaqueta preta, a menos usada que tinha e uma calça jeans, que teve que dobrar as barras. Passou por Rony que estava estirado de barriga para baixo e roncando alto e desceu até a cozinha. 

 

Chegando lá parou na porta ao ouvir murmúrios.

 

   - Será melhor usar a lareira de fato, ele ainda não pode aparatar. E andar pelo mundo trouxa depois do que aconteceu ter virado notícia não será uma boa ideia... - Ouviu a voz de Lupin.

 

   - O que quer dizer com ter virado notícia Remus? - Reconheceu a voz da Sra. Weasley.

 

   - Na noite me que buscamos Harry, alguns trouxas ouviram a confusão a ligaram para a polícia, na manhã seguinte o caso do traficante de crianças já era notícia em todo país. - Harry sentiu como se um balde de água fria caísse por seu corpo, arrepiando cada centímetro seu. - Os Dursleys não ficaram muito satisfeitos com esse tipo de atenção, mas estão desfrutando bastante dos presentes que algumas pessoas que simpatizaram com Harry estão mandando. Os repórteres estão tentando saber sobre Harry e onde ele está agora.

 

   - Oh Merlin... - Ouviu a mulher mais velha murmurar com pesar. - É melhor não contar isso para o pobre menino, ele já está nervoso o suficiente, ontem nem mesmo comeu o jantar!

 

   - Sim, Molly tem razão. - Ouviu Sirius concordar.

 

Era tarde demais agora... Se pudesse, realmente não teria ouvido aquilo. Não chegara a pensar nem um minuto sobre a repercussão do que acontecera no mundo trouxa, mas fazia sentido que tivesse ocorrido um escândalo, considerando os crimes de Edward Kandi.

 

Como estavam seus tios agora? Harry não sabia dizer se estava preocupado ou o que, mas não conseguia não pensar no que fariam quando ele voltasse nas próximas férias, estarem se apropriando de presentes que seriam para ele não era nem de longe um problema, fizeram esse tipo de coisa por toda sua vida afinal. 

 

Agora seu nome seria reconhecido até mesmo no mundo trouxa, apesar de não ser da mesma forma pejorativa que estava ocorrendo no bruxo, ele esperava que isso não durasse muito tempo.

 

Pensou em voltar para seu quarto, mas já era tarde demais para isso, então limpou a garganta para anunciar sutilmente sua entrada.

 

   - Harry! Que bom que já acordou! - Molly pulou levemente - Venha, sente-se aqui e coma alguma coisa.

 

O menor então se sentou logo à frente de seu padrinho, que sorriu ao lhe desejar um "bom dia", enquanto comia ovos e bacon. Lupin também o cumprimentou com um grande sorriso gentil, ele parecia cansado enquanto fechava o profeta diário. Harry não deixou de notar o título da reportagem "Julgamento do menino-que-sobreviveu" na capa.

 

A mulher começou a servi-lo com um prato de salsichas, bacon, ovos e ela ainda tomou o cuidado de acrescentar mais três torradas no canto do prato. Harry não tinha certeza se poderia comer tudo aquilo no estado que seu estomago se encontrava, mas começou, para o encanto da Sra. Weasley.

 

   - Então... Nervoso? - Seu padrinho perguntou, momentos depois.

 

O menor terminou de mastigar e pousou o garfo sobre a mesa, pensando um pouco antes de falar.

 

   - Um pouco. - Respondeu simplesmente.

 

Os dois homens trocaram um rápido olhar.

 

   - Bem, não há motivo para nervosismo, na verdade. - Sirius falou, cruzando os braços. - Dumbledore tem tudo sobre controle, você só precisará responder algumas perguntas e eu tenho certeza que tudo acabará bem.

 

Harry sorriu para ele, sentindo um frio na boca do estomago só de pensar no que aconteceria nas próximas horas. Não tinha tanta certeza assim se o diretor teria tudo sobre controle, não depois do que lera nos jornais que conseguiu pôr as mãos, mesmo contrariando a vontade de seus amigos. 

 

Ele escolheu que acreditaria em Sirius por enquanto, ou acabaria vomitando de nervosismo mais cedo ou mais tarde. Momentos depois ouviram algumas pessoas entrando pela porta, então passos se aproximando.

 

   - Bom dia, bom dia querida. - Era o Sr. Weasley, que após cumprimentar os outros presentes na cozinha, se apressou em dar um selinho em sua esposa. Logo se virando para o garoto, parecendo que tinha corrido um pouco para chegar ali, com seus cabelos desalinhados e a respiração descompassada. - Está pronto Harry? Temos que estar lá em pouco mais de uma hora, mas gostaria de chegar lá um pouco antes, só por precaução.

 

Antes que ele pudesse responder, ouviram um estrondo no corredor.

 

   - Estou bem! - Logo veio a voz abafada. Pelo jeito, Tonks tropeçara novamente no porta guarda-chuvas da entrada. Em questão de poucos segundos ela estava na cozinha, cumprimentando a todos. - Wotcher! Está nervoso Harry?

 

   - Um pouquinho... - Ele falou sorrindo levemente, mal disfarçando seu real nervosismo.

 

   - Tonks também vai acompanhar vocês, Arthur? - Molly perguntou ao marido.

 

   - Oh, não, na verdade ela veio aqui resolver outra coisa, mas também resolveu dar uma pequena ajuda...

 

   - ... Ajuda? - Harry o olhou confuso.

 

   - Sim! Fique parado, por favor. - Então a garota se aproximou, sorrindo com a varinha apontada para ele. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, sentiu uma coisa estranha em sua cabeça, em seus cabelos mais necessariamente.

 

   - Hum? - O menor tocou seu cabelo, puxando alguns fios da franja até que pudesse ver. Abriu bem os olhos e piscou, estranhando a tonalidade ruiva que seus fios tinham adquirido. - O que...?

 

   - Achamos que você chamara menos atenção assim Harry. - Arthur Weasley explicou. - Quer dizer, enquanto estiver comigo, é claro. Acho que você já sabe o rebuliço que o mundo mágico está esses dias. Se você entrar no ministério como Harry Potter hoje, bem... Talvez tenhamos alguns empecilhos em chegar até o julgamento a tempo. 

 

   - Porém, se for só como mais um Weasley, talvez não chame tanto a atenção. - A garota jovem falou, sorrindo brilhantemente, sentindo-se orgulhosa de seu trabalho. Harry estava curioso para saber por que ela sabia tão bem um feitiço para mudar a cor dos cabelos, considerando que ela nascera com essa habilidade, no entanto não chegou a perguntar diretamente. - Agora, me deixe...

 

E mais uma vez sentiu uma sensação estranha, dessa vez em suas bochechas.

 

   - Sardas. Gosto delas. - Tonks explicou, criando sardas em seu próprio rosto com seguida, elas combinaram com o cabelo rosa pink que ela usava. Então ela parou de sorrir, fazendo uma cara estranha e o olhou atentamente. - Acho que eu fiz algo errado aqui.

 

Harry arregalou os olhos, se adiantando até o espelho mais próximo, que ficava no corredor. Saiu da cozinha a passos apressados e foi até ele. 

 

Ao dar de cara com sua imagem, deu um passo para trás. Estava realmente... Diferente. Seu cabelo estava o mesmo, porém agora em um tom ruivo... Weasley, por assim dizer. O laranja dos fios destacavam muito mais o verde esmeralda de seus olhos, as sardas eram delicadas e quase não se podiam notar nas bochechas agora tão coradas do menor. Esse que mordeu os lábios cheios, avaliando seu reflexo... Esperava mesmo que isso servisse para não chamar tanta atenção. Apesar de laranja, seu cabelo não escondia a cicatriz, afinal.

 

Voltou para cozinha e percebeu como Sirius o encarava, no mínimo interessado. Então o homem sorriu.

 

   - Você está a cara de sua mãe. - Esse comentário colocou um sorriso tímido nos lábios vermelhos do menor. - Por que acha que tem algo errado Nynphadora? Ele está ótimo!

 

   - Bem Sirius, a intenção era não chamar a atenção... - Ela falou, franzindo as sobrancelhas ao som de seu próprio nome.

 

   - Oh... Entendo. - Os dois se entreolharam, porém nada foi comentado.

 

   - Nós temos que ir agora Harry, tudo pronto? - Sr. Weasley chamou. - Ah, um momento. Coloque isso aqui.

 

Recebeu um crachá com seu nome e a palavra "visitante" logo abaixo. 

 

Começou a seguir Arthur, porém antes que pudesse ir, foi firmemente preso em um abraço apertado da Sra. Weasley.

 

   - Boa sorte querido, vai dar tudo certo. - Ela se afastou, em seus olhos era possível ver um brilho estranho, talvez estivesse segurando as lágrimas. 

 

Sirius desarrumou seus cabelos com carinho.

 

   - Boa sorte Harry, firme lá, ok?

 

   - Boa sorte Harry, você está ótimo! - Tonks lhe deu três tapinhas nas costas, antes de se sentar e começar a comer.

 

   - Boa sorte, vai ficar tudo bem Harry, não se preocupe. - Lupin sorriu cansado, apertando seu ombro para lhe passar segurança.

 

Então pequeno veela seguiu o homem ruivo, em direção a grande lareira do hall. Ele lhe entregou um pouco de pó de floo e insistiu que fosse primeiro. Com cuidado ele entrou na lareira e com o máximo de clareza que pode pronunciou o local que deveria ir. Em segundos sentiu-se ser amassado, girado e empurrado, saindo aos tropeços da lareira.

 

Estava finalmente no ministério da magia.


Notas Finais


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