Pov's Espectral/ Laurie Juspeczek
Já faz cinco dias que ela sumiu, não conseguimos nenhum progresso com a investigação, essa tal pirâmide parece não existir(vindo do Rorschach é meio difícil acreditar) vou para casa da minha mãe para me acalmar.
Minha mãe esta dormindo quando eu chego, decido não acordar ela, caminho pela casa onde cresci olhando os retratos, um em especial chama minha atenção, uma mulher ao lado da minha mãe, ela esta grávida e se parece com Irina.
Não me lembro dela, mas sei que passou alguns meses aqui em casa:
- Laurie? Esta ai querida?- volto para sala, Rally esta com a cara amassada de sono e um pouco de maquiagem borrada em baixo dos olhos- Bom dia amor!
Caminho até ela e a abraço forte, ela fica surpresa no inicio mas retribui:
- Você esta bem filha?- acaricia meus cabelos e olha em meus olhos, lágrimas se juntam e de repente tudo o que ocorreu naqueles dias desmorona- Minha bebe, o que foi? Calma amor estou aqui!
Escondo meu rosto em seu pescoço, soluços vem na minha garganta, choro para limpar todo medo, toda angustia daqueles dias. Mamãe me guia ate o sofá, me sento e ela vai ate a cozinha pegar uma água:
- Filha, estou aqui para te ajudar! Mas você tem que me contar o que aconteceu!- ela estende o copo, eu o pego e bebo rápido- Foi pelo que aconteceu em Chicago? Eu vi o noticiário!
Respiro fundo, paro de soluçar aos poucos, estou tremendo, olho para ela, só assim me acalmo completamente:
- Isso é só, um dos motivos!- ela senta ao meu lado e segura minha mão- Irina foi sequestrada!
Sally arregala os olhos, suspira um pouco e aperta minha mão:
- Quando isso aconteceu?- abaixo a cabeça, respiro fundo para não desabar novamente.
- Tem cinco dias! Ela foi levada durante uma patrulha!- recomeço a chorar, me sinto uma completa inútil, me tornei vigilante para ajudar as pessoas, mas não consigo ajudar nem uma amiga, imagine o resto da humanidade- Mas, com o desastre em Chicago, o governo nos deixou completamente impotentes! Ela esta por conta propria. Mãe eu não sei o que fazer!
Ela me abraça e faz cafune, me acalmo um pouco e me solto de seu abraço:
- Irina é uma guerreira filha! Ela já era uma guerreira bem antes de nascer!- olho para ela confusa, ela sorri para mim e suspira- Tenho que te contar uma historia amor!
Flash back on
Fevereiro de 1951
Pov's Sally Júpiter
Tive que voltar a trabalhar de garçonete, desde que meu marido perdeu o emprego e Laurel nasceu o orçamento apertou, não vou arriscar voltar a ser vigilante, tenho que pensar na minha bebe:
- Olá!- uma jovem de cabelos e olhos negros entra- Precisam de outra garçonete? Não me apresentei né, Miranda Carter!
Aperto a mão dela, parece ser muito simpatica, mas tem algo em seu rosto que esconde segredos:
- Precisamos sim! Você foi a primeira a aparecer, então acho que o cargo é seu!- ela abre um enorme sorriso e me agradece.
- Acho que te conheço de alguns lugar!- droga, já sei o quem vem por ai, chamo ela para o deposito - Você era a espectral nao é?
- Sim eu era! Mas como me reconheceu?- ela ri, não sei o qual a graça.
- Você não se lembra, mas eu te entrevistei uma vez, quando era jornalista!
Sorrio para ela, ambas rimos de tudo aquilo, acho que encontrei uma boa amiga. Entrego um avental negro e uma camiseta branca a ela, o uniforme padrão:
- Acho que tenho que pedir um uniforme um pouco maior!- saímos em direção ao escritório, bato na porta mas o senhor Wilson não esta la.
- Por que? Vai engordar?- quando olho para o rosto dela me arrependo de ter falado- Você esta grávida!
Ela afirma que sim, isso pode dificultar as coisas, ela me olha de um maneira suplicante, segundos depois o gordo, quero dizer, o senhor Wilson chega:
- Quem é essa Sally?- uma nota sobre o senhor Wilson, ele é um pouco excêntrico e parece um pimentão vermelho, mas é uma boa pessoa com um bom coraçao
- Ela veio pela vaga de garçonete!- me viro para Miranda, sorriu para encorajar- Acho que ela esta apta!
- Bom se você diz deve ser verdade, mas tenho que falar com ela pessoalmente!- ele a olha com aqueles olhinhos miúdos- Como se chama?
- Miranda Carter!- eles apertam as mãos, ela abre o escritório e eles entram.
Volto a aprontar a lanchonete para abrir, mas fico tao nervosa com a entrevista daquela mulher que nem vejo a hora passar.
- Consegui o emprego!- um sorriso enorme esta em seu rosto- Ele nem ligou quando contei que estou gravida, disse que eu posso ficar no caixa!
A abraço e vou ensinar como as coisas funcionam ali.
Maio de 1951
Miranda esta morando na minha casa, sua barriga esta enorme, ela já esta de seis meses, levei ela no obstetra para fazer um ultrassom, descobrimos que é uma menina.
Miranda me contou a historia da gravidez. Ela foi casada por 10 anos, se casou muito jovem, quando tentaram ter um filho, descobriram que ela não poderia engravidar; ela e o marido começaram a brigar, acabam se separando devido a uma traição por parte dele, mesmo separada ela nao desistiu do sonho de ser mãe, mas durante um exame o medico falou que seria quase impossível que ela engravidasse.
Ela conheceu o Manhattan durante uma coletiva de imprensa, ele a salva de um assalto, eles começam a sair. Ela faz novamente o teste para descobrir se é fértil, mas sem sucesso, um homem estranho aparece e diz que pode ajudar ela a engravidar, mas tem um porem, a primeira criança gerada em seu útero terá de ser entregue a instituição para qual aquele homem trabalha. Desesperada por esse sonho ela aceita, faz alguns exames, um médico chamado Taylor os conduz, ele entrega remédios para que ela tome. Ela me conta sobre sua única noite com Manhattan, e como descobre semanas depois que esta grávida, conta como se arrepende de ter feito o acordo mas mantém a palavra. Prometo a ela que vou ajudar a ficar com a bebe, mas com uma condição, que ela me deixe ser a madrinha.
Dias depois ela vai para a clínica onde recebeu os remédios, mas não volta, começo a ficar preocupada, já faz dois dias que ela sumiu. Ela volta quase um mês depois muito assutada e me conta que tentaram prender ela la, mas uma enfermeira a ajudou a fugir e que vai ajudar a esconder a criança a hora que ela nascer.
21 de julho de 1951
- SALLY!- ouço o grito vindo do quarto de hospedes, corro ate la e encontro Miranda em pé e uma poça de água no seus pés- A minha bolsa, Sally a bebe está vindo!
Acalmo ela e arrumo a bolsa para levar no hospital, a enfermeira indicou um hospital para não acharem a criança. Acordo minha Laurel e a apronto para sairmos, guio Miranda ate o carro e dirijo, olho pelo retrovisor, ela esta muito mal, tem olheiras fundas, seu rosto está quase cadavérico, aguenta amiga.
Chegamos ao hospital, médicos vem ate nos, colocam Miranda em uma cadeira de rodas, mas ela não larga minha mão:
- Por favor deixem ela entrar!- os médicos se olham entre si e concordam em me deixar entrar, peço para ficarem de olho na Laurel.
Caminho rapidamente ao lado dos médicos, eles levam ela para a sala de parto, me direcionam a uma sala onde eu troco de roupa, alguém vem atrás de mim e me levam para a sala de parto:
- Sally Júpiter?- afirmo que sim- Miranda terá que ser cedada, mas é uma anestesia parcial, não podemos fazer uma cesaria a bebe já se posicionou, Miranda pediu que assine esses papeis!
Li o que ele me entregou, são termos de responsabilidade, como Miranda não tem ninguém da família ali, cabe a mim assinar, devolvo os documentos e vou para perto dela:
- Nunca achei que sentiria tanta dor! Me da sua mão?- peguei a mão dela, esta muito gelada, a aparência dela esta piorando- Olha se eu não sobreviver...
- Não fale assim! Voce é muito forte, vai aguentar!
- Se eu não sobreviver, avise minha mãe!- ela me olha suplicante, concordo, ela me passou o número da mãe a semanas atrás.
Miranda faz cara de dor, a equipe de parto entra, alguns minutos se passam e outra contração acontece, ela faz força para empurrar, quase quebra os ossos da minha mão.
Os médicos falam para ela empurrar, mas não têm forças para isso:
- Sally eu não consigo!- lágrimas se misturam ao suor, o olhar dela esta suplicante
- Consegue sim! Você vai trazer essa criança ao mundo, vai ver o rosto da sua filha!- ela geme de dor outra contração esta vindo- Vamos! Empurra!
Foram quase quatro horas assim, ate que um choro muito baixo ecoa pela sala, Miranda sorri, a enfermeira me entrega a menina, ela tem o mesmo brilho azul do pai, mas logo a pele dela fica normal, levo a pequena perto do rosto da mãe:
- Irina! Minha pequena Irina!
Miranda beija a testa da filha, uma energia azulada flui do corpo dela para Irina, Miranda fecha os olhos e para de respirar, os médicos pegam Irina e me expulsam da sala.
Meia hora depois eles me contam que fizeram de tudo para salvar Miranda, mas ela estava muito fraca, lágrimas escorrem pelo meu rosto, peço um telefone e ligo para avisar Josefa.
Ela fica com Irina, nunca vou esquecer da Miranda.
Flash back off
Pov's Laurie Juspeczek
Não acredito em tudo que ouvi, minha mãe é madrinha da Iri, conheceu sua mãe.
Mas o que mais me choca é o fato da Irina ser filha do John, será que ele sabe?
Agora quem esta chorando e Sally, abraço ela e nos duas consolamos uma a outra.
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